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4 METODOLOGIA E BASE DE DADOS

5.1 TRATAMENTO DA BASE DE DADOS

5.2.1 Análise de mapas

Conforme tratado no capítulo anterior, os dados obtidos a partir de variáveis extensivas nem sempre subsidiam uma análise exploratória segura. Os dados referentes à área plantada e a quantidade produzida de feijão entre os anos de 2003 e 2012 apresentam uma regularidade ao longo dos anos que demanda breves considerações. O primeiro fato que chama a atenção aos mapas de área plantada e quantidade produzida é que ambos apresentam significativa correspondência. As informações dos mapas foram divididas em 6 periodos. O diagnóstico que foi feito a partir destes mapas é bem diferente daquele feito a partir dos mapas de rendimento por hectare.

Tanto em termos de área plantada quanto em termos de quantidade produzida, as regiões Nordeste, Sudeste e Sul são aquelas que mais se destacam. A Região Centro-Oeste pode ser considerada um meio termo, em virtude de várias microrregiões apresentarem-se vocacionadas em meio à presença de diversas microrregiões cuja participação foi inferior à média. Já a Região Norte foi a que apresentou menor produção comparativamente. Uma vez que as microrregiões dotadas de áreas mais extensas se localizam justamente nas regiões Centro-Oeste e Norte, podemos considerar os resultados relevantes.

Quando comparado com os mapas dos rendimentos médios por hectare, confirmamos outra característica importante em relação à produção de feijão no Brasil. A Região Nordeste, cuja produtividade média é claramente inferior àquela verificada nas demais macrorregiões, contribui de forma significativa para produção nacional. Depreende-se levados que os fatores que determinam a produção diferem entre as regiões. Este é um forte indício de heterogeneidade estrutural.

As regiões de fronteiras apresentam resultados em geral abaixo da média. Esta percepção converge com aquilo que foi apontado em parte da literatura pesquisada. Trata-se de uma

cultura cujo consumo ocorre em todo território nacional. No entanto, o seu consumo não é igualmente popular em outros países. Os estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais por sua vez apresentaram um desempenho notório em relação às três variáveis estudadas. A proximidade dos grandes centros consumidores pode vir a estar correlacionada com a implantação de lavouras.

Figura 01 – Distribuição espacial da área plantada e da quantidade colhida de feijão no Brasil - 2003 a 2006

Área plantada - 2003 a 2005 Quantidade produzida - 2003 a 2005

Área plantada - 2004 a 2006 Quantidade produzida - 2004 a 2006 Menor que 1% Entre 1% e 10% Entre 10% e 50% Entre 50% e 90% Entre 90% e 99% Maior que 99%

Figura 02 – Distribuição espacial da área plantada e da quantidade colhida de feijão no Brasil - 2005 a 2008

Área plantada - 2005 a 2007 Quantidade produzida - 2005 a 2007

Área plantada - 2006 a 2008 Quantidade produzida - 2006 a 2008 Menor que 1% Entre 1% e 10% Entre 10% e 50% Entre 50% e 90% Entre 90% e 99% Maior que 99%

Figura 03 – Distribuição espacial da área plantada e da quantidade colhida de feijão no Brasil - 2007 a 2010

Área plantada - 2007 a 2009 Quantidade produzida - 2007 a 2009

Área plantada - 2008 a 2010 Quantidade produzida - 2008 a 2010 Menor que 1% Entre 1% e 10% Entre 10% e 50% Entre 50% e 90% Entre 90% e 99% Maior que 99%

Figura 04 – Distribuição espacial da área plantada e da quantidade colhida de feijão no Brasil - 2009 a 2012

Área plantada - 2009 a 2011 Quantidade produzida - 2009 a 2011

Área plantada - 2010 a 2012 Quantidade produzida - 2010 a 2012 Menor que 1% Entre 1% e 10% Entre 10% e 50% Entre 50% e 90% Entre 90% e 99% Maior que 99%

Fonte: Elaboração própria do autor, 2015 a partir de dados obtidos do IBGE, 2014

O estudo do rendimento médio por hectare foi realizado de forma mais detalhada. Os indicadores de estatística descritiva não apontam uma trajetória clara ao longo do período observado que permita definir o futuro da produção de feijão. No entanto, é possível tecer com segurança algumas considerações com base em um cenário que se manteve razoavelmente estável. Os dados foram compilados em médias trienais, o que permitiu

suavizar choques. O conjunto de dados subsidia descrever uma estrutura produtiva bastante antagônica.

A Região Nordeste foi aquela que apresentou rendimento médio mais baixo. Em algumas regiões de fronteira com países andinos e outras localizadas no extremo norte do país, bem como na divisa dos estados do Pará e do Tocantins foi observado rendimento abaixo da média. Ainda assim, podemos afirmar que a produtividade média na Região Nordeste é inferior àquela observada na Região Norte. Os resultados verificados na Região Norte se mantiveram ao longo dos anos superiores à média nacional na maioria das microrregiões estudadas. Algumas unidades espaciais localizadas na fronteira dos estados do Piauí e do Ceará, bem como na Paraíba se mantiveram ao longo do tempo no último percentil no rol de valores para a produtividade. Um estudo associado a informações sobre as condições climáticas pode ajudar a esclarecer as causas deste padrão espacial.

Já as áreas que apresentaram maior produtividade estão localizadas na região Centro-Sul do País. As exceções a este padrão encontram-se no Norte de Minas Gerais e nas faixas de fronteira. As microrregiões localizadas na Região Sul mantiveram índices variados neste intervalo. O número de microrregiões cuja produtividade se encontra no intervalo do último decil aumenta paulatinamente. Ao longo do tempo, verificamos uma concentração em torno de unidades localizadas nos estados de Goiás e de Minas Gerais. É provável que as condições edafo-climáticas e o acesso a tecnologia do tenham contribuído com estes resultados.

Figura 05 – Distribuição espacial da produtividade de feijão no Brasil - 2003 a 2008 2003 a 2005 2004 a 2006 2005 a 2007 2006 a 2008 Menor que 1% Entre 1% e 10% Entre 10% e 50% Entre 50% e 90% Entre 90% e 99% Maior que 99%

Figura 06 – Distribuição espacial da produtividade de feijão no Brasil - 2007 a 2012 2007 a 2009 2008 a 2010 2009 a 2011 2010 a 2012 Menor que 1% Entre 1% e 10% Entre 10% e 50% Entre 50% e 90% Entre 90% e 99% Maior que 99%

Fonte: Elaboração própria do autor, 2015 a partir de dados obtidos do IBGE, 2014