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Material e Metodologia

4.2 Análise de valor para o usuário

M uitas vezes, o consumidor (quem usa - aqui denominado de usuário) e o fornecedor (quem produz - Estado/Município) possuem diferentes conceitos de valor.

Segundo BASSO (1991), tanto maior será o valor de um produto para um fornecedor quanto menor for o custo com o qual ele é produzido e quanto maior for o lucro a ser obtido. Já do ponto de vista do consumidor, verifica-se que tanto maior será o valor de um produto quanto melhor for a qualidade, menor for o preço, melhor atender a função e maior for à oferta de opções.

A análise de valor de um produto visa conciliar os valores idealizados pelo fornecedor e pelo consumidor. Visa também dotar um produto das funções e qualidades que, por um lado, o tom a preferencial e com o preço justo para o usuário e, por outro lado, lucrativo para o Município/Estado.

Para MARAMALDO apud ABREU (1995), a análise de valor pode ser caracterizada como sendo o exame minucioso de um objeto, seja ele um produto, um serviço, no que diz respeito à função que ele exerce. Esta análise é feita com o objetivo de obter uma redução nos seus custos; um aumento na produtividade ao produzi-lo e na resolução de problemas, buscando sempre preservar a qualidade.

Para se realizar uma atividade, no caso a implantação de infra-estrutura, o Estado/Município possuem e usam diversos tipos de recursos. Tais recursos satisfazem às necessidades das áreas onde são aplicados ou consumidos e, sem os mesmos, as atividades

não seriam realizadas. Diz-se, então, que a principal função de um recurso é satisfazer à necessidade do usuário.

Vale lembrar que o usuário não tem necessidade de um recurso. Ele tem necessidade das funções desempenhadas por este recurso. Todo recurso realiza um conjunto de funções que, dependendo do usuário, passam a ser mais ou menos importantes em face de sua utilidade (CSILLAG, 1995).

O campo de aplicação da análise de valor passa a ser o universo dos recursos existentes em uma organização. E a escolha entre um ou outro recairá certamente na sua maior ou menor fertilidade em termos de trazer benefícios para a organização, garantida a satisfação das necessidades dos usuários.

Para a aplicação da Análise de Valor sobre um serviço foi necessário identificar o recurso que iria ser estudado e os objetivos aos quais se pretendia chegar. Optou-se fazer uma análise de valor para o serviço de infra-estrutura oferecido pelo Município.

A vantagem do estabelecimento dessas prioridades é que , ao se analisar as funções consideradas mais importantes ou preferenciais em relação às outras, os problemas mais críticos serão atacados e as melhores oportunidades para obtenção de resultados serão aproveitadas, além de se adotar um procedimento ordenado e sistematizado de estudo do assunto. Com isto, poderá criar-se uma ordem de prioridades de investimentos para o Município, adequando as necessidades dos usuários.

4.2.1 Material utilizado

a) Plantas dos bairros na escala 1:5.000, em meio analógico, que foram restituídas do vôo de 1977 e que se encontram disponíveis na CODEM. b) Boletins de cadastro imobiliário (BIC's), vigente no Município.

4.2.2. a - Identificação e descrição das funções

O primeiro passo quanto ao uso do método consistiu em identificar as fimções que iriam ser estudadas. O objeto escolhido foi o serviço e considerou-se como atividade principal a infra-estrutura. Neste contexto, o Município passou a ser a organização e as funções consideradas foram: água, luz, telefone, esgoto, coleta de lixo, transporte coletivo, pavimentação e arborização. Conforme mostra o diagrama abaixo: 4.2.2 Descrição do m étodo MUNICÍPIO PRODUTO DE INFRA-ESTRUTURA Função - ÁGUA Função - LUZ Função - TELEFONE Função - ESGOTO Função - LIXO Função - TRANSPORTE Função - PAVIMENTAÇÃO --- --- —--- Função - ARBORIZAÇÃO NECESSIDADES DOS USUÁRIOS

FIGURA 4.2: Diagrama das Funções

4.2.2.b. Avaliação numérica de funções

Após a identificação das funções, foi necessário um trabalho de estabelecimento de prioridades entre as mesmas. Dentre as inúmeras formas de se elegerem as funções mais prioritárias ou relevantes, optou-se por propor a Avaliação

Numérica das Relações Funcionais, desenvolvida por Mudge (ABREU, 1995/ O

O processo desenvolvido por Mudge permite comparar entre si todas as funções que são desempenhadas por um recurso, estabelecendo valores a serem creditados a uma função, todas as vezes que esta demonstrar ser mais importante ou prioritária em relação a cada uma das demais.

Ao término das comparações, somam-se os pontos obtidos por cada função, onde aquela que obtiver mais pontos será a prioritária. As restantes serão hierarquizadas em função dos pontos obtidos. A aplicação da técnica de Mudge obedece às seguintes etapas:

Io Identificação das funções:

Primeiramente foi designada para cada função uma letra chave que foi usada em todas as comparações e avaliações posteriores.

TABELA 4.1: PROJETO/PRODUTO: Infra-estrutura

Letra Chave Funções j

A Agua B Luz C Telefone D Esgoto E Coleta de lixo F Transporte coletivo G Pavimentação H Arborização 2o Montagem do Diagrama:

Foi criado um diagrama onde foram registradas todas as funções do recurso. As funções foram representadas pelas respectivas letras.

Foram estabelecidos valores numéricos (pontos) a serem atribuídos para as funções que forem consideradas mais importantes que as outras, proporcionalmente ao grau de importância. Adotou-se a seguinte gradação:

Peso 1 = menor diferença em importância (se houver demora em determinar

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