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A fim de evidenciar as questões concernentes ao problema da pesquisa, que está ancorada na questão da evasão e da gestão educacional, apresento neste capítulo a análise dos dados referentes aos resultados dos questionários aplicados e comentados no capítulo anterior, assim como das entrevistas semi estruturadas.

A análise dos dados foi realizada à luz dos conceitos elaborados, que fornece, inclusive, subsídios para futuras pesquisas na área da educação e, será aqui mostrada com base em três temas e sua intercessão apresentados na Figura 2

FIGURA 2 – O impacto da gestão

Toda análise desse trabalho está assentada em um aspecto bastante interessante que a pesquisa revelou: a relação intergeracional no cotidiano escolar das instituições pesquisadas. Nos anos 60 a 80 o censo mostrava que as salas de EJA eram marcadas por pessoas na faixa etária de 30 a 50 anos ou mais. Hoje, devido às mudanças da sociedade contemporânea, encontramos estudantes de 18 a 25 anos, convivendo com adultos e idosos em um mesmo ambiente escolar. O universo pesquisado foi composto por 03 alunos de 18 anos; 410 entre 19 a 25 anos; 376 entre 26 a 35 anos; 249 entre 36 a 40 anos e 208 estudantes com mais de 40 anos. Além disso, o perfil socioeconômico e cultural é bastante diversificado,

ou seja, encontrei alunos pobres, oriundos de escolas públicas, mas também há estudante vindo de escolas privadas. Portanto, as expectativas em relação à escola e ao curso que frequentam são divergentes, os jovens e até mesmo os adultos voltaram às salas de aula por uma exigência do mercado de trabalho, já os idosos, retornam a escola, por uma necessidade de realização de um sonho, mas todos estão na escola para completar algo que consideram uma lacuna em suas vidas. Dessa forma, como os gestores educacionais têm trabalhado a questão da história de vida e expectativa de sua clientela, de forma que garanta sua pertinência e permanência na escola?

4.1 ESTRATÉGIAS PARA O COMBATE À EVASÃO

Ficou evidente na pesquisa, que um mecanismo motivador para a permanência do aluno na escola é a exigência do mercado de trabalho, vinculado ao fato da não necessidade de frequentar as aulas diariamente.

Conciliar estudo e trabalho é um obstáculo para muitos jovens e adultos que, apesar de ter direito garantido a escolarização na EJA da escola pública, são impossibilitados de frequentar as aulas todos os dias, pois, muitas vezes enfrentam resistências, até mesmo, por parte dos seus superiores no momento de serem liberados para estudar. Neste prisma, os jovens e adultos enfrentam um paradoxo: são exigidos escolaridade básica, mas não podem ausentar-se do trabalho para estudar. Além disso, as grandes empresas, principalmente no estado do Pará, onde os setores com maior potencial de desenvolvimento é a mineração e o biodiesel, estão necessitando de mão de obra qualificada, e para inserção nesse sonhado mercado de trabalho, só com muita escolaridade e uma boa qualificação. Souza (2011, p 95) diz que, “[...] acabou o tempo de o trabalhador valer-se apenas de seus braços e algumas horas de treinamento in service para ocupar um posto de trabalho”, é preciso estudo e conhecimento.

Portanto, o ensino médio na modalidade da EJA, que usa como processo didático a metodologia a distância é um mecanismo que atrai o jovem e adulto para a escola, entretanto, esse mecanismo por si só não é um elemento facilitador para que o aluno conclua o curso, uma vez que, segundo os depoimentos dos gestores e coordenadores pedagógicos, a evasão nas suas instituições é acima de 50%. Nesse

sentido, qual o motivo que leva o aluno a abandonar a escola que ele mesmo o procurou por uma necessidade urgente e que ainda paga para frequentá-la?

Ficou evidente na pesquisa que os recursos didáticos utilizados no ensino a distância, como vídeo aula, plataforma de aprendizagem e até mesmo o livro impresso, não é fator significativo de motivação da permanência do aluno na escola. Seja na escola que utiliza uma só mídia, ou na escola que emprega duas ou três ferramentas de aprendizagem online, a evasão é patente. No estado onde foi desenvolvida a pesquisa, apesar do programa ‘Navega Pará’ do governo estadual, a internet ainda é uma ferramenta escassa no meio rural e até mesmo nos municípios de grande porte como Marabá, o que dificulta a inclusão digital e consequentemente, não motiva a aprendizagem de jovens e adultos. Além disso, maioria da clientela da EJA ainda é formada por adultos e idosos que estão no grupo conhecido hoje de ‘analfabetos digitais’, ou seja, fazem parte do grupo dos excluídos que não sabem acessar a internet, como é o caso da R 67 que diz: “A dificuldade é com a internet que eu não consigo aprender, e quem ajuda na postagem das atividades são os funcionários da escola. Eu sou do tempo da máquina de escrever e não tenho vontade de aprender a usar a internet”. Entretanto, esse é um fato que impulsiona a escola de EJA a trabalhar urgentemente a democratização do acesso á internet, pois, na sociedade atual, o cidadão que não sabe sequer ligar um computador, está fora da corrida pelo conhecimento deflagrada pela era e-learning e consequentemente, excluído da sociedade contemporânea. Souza (2011. P 27) diz que estamos vivendo o “[...] momento em que o saber passou a ser o pré-requisito do poder, ou seja, a causa maior da powershift na era da informação”. Assim, se as ferramentas tecnológicas não estão motivando e chegam até mesmo a assustar e afastar o aluno da escola, a gestão educacional deve transformar o ‘bicho papão’ em ‘fada madrinha’, dando possibilidades para que o aluno conheça esse maravilhoso mundo encantado das tecnologias digitais. Nesse sentido o apoio pedagógico é de grande importância para que o aluno vença esse obstáculo.

Apesar dos alunos afirmarem receber apoio pedagógico, tanto da direção de ensino (57%), quanto dos professores (66%) e dos coordenadores do curso (65%), esse apoio não foi mostrado na pesquisa como algo tão significativo, além disso, é uma informação contraditória, uma vez que os gestores informam, na entrevista, não realizar pesquisa de satisfação de sua clientela e, portanto, não podem dar apoio, pois, não conhecem as necessidades individuais e grupais de

seus alunos, ou seja, as escola pesquisadas não garantem a permanência de sua clientela na escola, porque não conhecem suas características, expectativas e necessidades. É preciso que a gestão escolar, para combater a evasão, desenvolva mecanismos de escuta ao aluno, conhecendo as formas de ser, pensar e agir de sua clientela, assim, a escola terá condições de planejar o processo de ensino de forma a garantir uma aprendizagem significativa e não mais aquela aprendizagem mecânica de ler, contar e escrever, que desestimula e empurra o aluno para fora da escola. Desta forma, é preciso que a aprendizagem seja inserida no contexto social, político e cultural de cada aluno jovem, adulto ou idoso que frequenta e tem sonhos na EJA.

4.2 AGENTES EDUCATIVOS QUE TÊM IMPACTO POSITIVO NA PERMANÊNCIA DO ALUNO.

Considerando que a formação específica e experiência profissional na área da EJA e EAD, é um dos fatores que favorece o desenvolvimento de um trabalho pedagógico voltado para garantir a permanência do aluno na escola, a pesquisa me leva a concluir que tanto os gestores, quanto os professores das escolas pesquisadas não estão devidamente preparados para atender alunos da EJA/EAD, que de certa forma, possuem características, expectativas e linguagens diferentes dos jovens alunos do ensino médio regular. Essa conclusão se fundamenta no fato de apenas um professor ser especialista em educação de jovens e adultos e dois possuírem um qualificação para EJA, os demais têm somente o ensino superior ou são especialistas em outras áreas. Além disso, os gestores, de modo geral, têm menos de 05 anos de formação e de trabalho com a EJA a distância.

Segundo Souza (2011, p 55), “[...] a escola sempre será o que forem seus professores”. Neste sentido, não resta dúvida que o preparo de um professor é de extrema importância para melhorar o desempenho dos alunos no processo de ensino-aprendizagem, principalmente os discentes da EJA que têm expectativas e necessidades que diferenciam esta modalidade de ensino. Essa diferença não se refere ao fato de não terem concluído seus estudos na época adequada, mas por terem vivência ao longo da vida que devem ser consideradas. Portanto, os docentes

devem estar constantemente se qualificando, buscando construir competências para o exercício profissional da EJA. A formação inicial e continuada deve estar nos objetivos tanto da escola, quanto de cada professor, ou seja, deve ser um investimento institucional e social haja vista que esse investimento provoca extensos benefícios para todos os segmentos da sociedade.

Além disso, o profissional da educação, na função de professor, que está diretamente relacionado com a formação do aluno, deve participar de forma efetiva na construção do Projeto Pedagógico do Curso - PPC, pois, trata-se de um documento referencial para o desenvolvimento do ensino de qualidade e, portanto, norteador de toda sua prática. Neste sentido, observei, através dos resultados da pesquisa, que os docentes não possuem uma relação muito significativa com o PPC, uma vez que apenas 46% dos mesmos afirmaram ter um envolvimento médio com o referido documento. Portanto, concordando com as ideias de Débora Dias Gomes (2009), o projeto pedagógica é “[...] a sustentação sólida das ações pedagógicas nas salas de aula” e quando não há participação efetiva dos docentes, a atividade fim da escola fica fragilizada e corre o risco de perderem seus alunos.

Outro agente que tem impacto positivo na permanência do aluno na EJA a distância, é a interação entre professores e alunos nos momentos a distância. Neste prisma, a pesquisa mostrou que menos de 50% dos professores utilizam a tecnologia para se comunicar e colaborar no ensino-aprendizagem dos alunos quando não estão em sala de aula presencialmente. Desta forma, apesar da escola disponibilizar ferramentas para a otimização da interatividade, a maioria dos docentes não se dispõem a usá-las.

Talvez seja preciso uma melhor compreensão dos docentes e principalmente da equipe gestora acerca dos benefícios da interatividade, ou seja, é preciso considerar a relação interativa entre professor e aluno mediada pela internet, como uma alavanca para que o aluno não se sinta isolado e desenvolva o sentimento de pertencer àquela instituição. Essa interação pode gerar inclusive soluções para a timidez e baixa autoestima, características encontradas nos alunos da EJA. Para tanto, os professores devem se qualificar para desenvolver aulas interativas e incentivar os alunos a ultrapassar suas limitações e utilizar as tecnologias para se comunicar com seus professores e adquirir mais conhecimentos. Só assim a educação de jovens e adultos que utiliza a EAD pode aproximar-se de seus clientes, facilitar sua aprendizagem e oportunizar o alcance de seus objetivos

pessoais, como o da aluna R67, que deseja simplesmente, realizar o sonho de terminar seus estudos; como o aluno W18 anos que pretender ingressar no ensino superior; Como o V25 que é pedreiro e pretende fazer o curso técnico de mestre de obras.

4.3 FATORES QUE FACILITAM A EVASÃO

Todos os elementos que discutimos anteriormente nesse capítulo, são suscetíveis a evasão, entretanto, foi selecionado outros quatro fatores que são interligados e induzem a evasão por se apresentarem como dificuldades para que o aluno termine o curso: fatores intrínsecos (falta de tempo e a não adaptação ao sistema EAD) e os elementos internos da escola (ausência de interação com o alunos e professores e o material didático utilizado). Desses, apenas a ‘a falta de tempo’ é colocado na pesquisa como o fator que mais incomoda o aluno da EJA. Isto significa que o jovem, o adulto e o idoso, que por razões divergentes retornaram a escola, tem dificuldades para encontrar tempo para estudar fora do horário de aulas presenciais e falta de tempo de acessar a plataforma de aprendizagem (internet) sem o auxílio do professor. Considero que este é um fator que está ligado a ausência de motivação dos alunos para a aprendizagem. Este é um dos grandes desafios da escola da EJA a distância: escutar os alunos e averiguar as razões dessa falta de entusiasmos para os estudos; analisar as falas dos alunos e descobrir as formas de pensar e aprender de sua clientela e buscar assim, estratégias eficazes que colaborem para o sucesso do aluno.

Portanto, chego a conclusão que o ‘bicho papão’ da evasão pode muito bem ser enfrentado quando se trabalha, com conteúdos atrativos. Seja através de livro impresso, seja através de mídia, o conhecimento trabalhado na escola deve ser expressivo para a vida do aluno, ou seja, deve conter assuntos que fazem parte do contexto social e cultural de cada aluno, com vista a aumentar seu interesse pela leitura e possibilitar a aquisição do saber e a aplicabilidade à sua realidade social.

O adulto, que estava sem estudar a mais de 20 anos como é o caso da M54, que voltou a estudar depois de 30 anos, quando se depara com disciplinas carregadas de conteúdos extensos e desconectadas da sua realidade, ficam

assustados e, por se acharem incapaz de aprender, enfrentam o maior desafio: superar a vontade de abandonar o curso.

Outro componente importante para os alunos da EJA e que dá significado à escola é a relação com os outros alunos. Ao ouvir o depoimento de A27 , quando diz que: “A relação com os colegas, com os professores e com toda a escola é muito boa. Nós só temos uma aula por semana, mas sempre precisamos nos encontrar para fazer trabalho de grupo e isso é legal”, assim como o do V25, que afirma que: “O que mais me agrada e me motiva é a amizade com os colegas e os professores. Eu fiz muita amizade aqui e as vezes que o cansaço do trabalho me fez pensar em desistir, eles não deixaram”, chego a conclusão que a interação constrói significados e é uma alavanca motivacional para o aluno continuar a frequentar a escola. Esses alunos, que frequentam um curso da educação de jovens e adultos, ao interagirem com outros colegas, mesmo de faixas etárias diferentes, no interior do ambiente da escola, dividem experiências, suas angustias, seus traumas e seus sonhos, o que acaba criando laços de amizades que fortalece seu vinculo com a escola. Desta forma, a escola deve aproveitar essas relações de sociabilidade entre alunos, para trabalhar o ensino- aprendizagem.

Seja dentro de sala de aula, seja em qualquer espaço da escola ou mesmo fora dela, a escola deve possibilitar momentos culturais, dos quais muitos alunos foram privados a vida toda e, é neste sentido que a escola se reafirma como uma instituição social. Ela está na sociedade para transformar vidas, realizar sonhos e melhorar a qualidade de vida de seus clientes. Para tanto, é necessário que a liderança escolar construa uma dinâmica de participação e de integração entre todos os membros da escola. Débora Dias Gomes (2009. P 09) diz que a principal tarefa do gestor “[...] é assegurar o processo de representatividade e participação” ou seja, é “[...] administrar ações compartilhadas”. Não estou me referindo a cumprimento de nomeações e portarias, mas de uma gestão participativa, que nada mais é que, um movimento que reuni todos os elementos de uma escola, incluindo os alunos, objetivando ultrapassar um grande obstáculo e avançar. Só por este caminho a escola poderá se voltar para o problema da evasão e combatê-la com êxito.

4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

A pesquisa propôs identificar a contribuição da gestão, no que diz respeito à acessibilidade, ao sucesso escolar e ao combate à evasão. Agregada ao objetivo geral, a problemática que norteia este trabalho, destaca a principal indagação: Qual o modelo de gestão mais adequado para possibilitar a acessibilidade, o sucesso escolar e reduzir a evasão na educação de jovens e adultos?

A realização da pesquisa possibilitou responder essa questão no sentido que foi possível compreender que o impacto de uma prática de gestão sem qualquer diagnose, sem capacitação de professores para atuarem na Educação de Jovens e Adultos a distância, sem o envolvimento integral de todos os atores educacionais na elaboração e execução do Projeto Pedagógico do Curso, possibilita a continuidade da evasão escolar.

A falta de diagnóstico da realidade da instituição escolar, tanto no que se refere ao perfil de sua clientela, ao número de alunos que abandonam a escola e ao nível de satisfação de alunos e professores, impossibilita a escola de elaborar um planejamento voltado para a construção de estratégias que garantam a permanência e o sucesso do aluno. Como a escola pode desenvolver um projeto pedagógico sob medida ao EJA a distância, se não conhece o perfil e as necessidades concretas de sua clientela?

Conhecer o perfil sócio cultural da clientela da educação de jovens e adultos a distância é a espinha dorsal para o desenvolvimento de um trabalho pedagógico voltado para a permanência do aluno na instituição, além de ser uma ferramenta facilitadora para a solução de vários fatores que podem provocar a evasão escolar, como dificuldade na utilização da internet, falta de tempo para estudar e a complexidade de retorno aos estudos depois de muitos anos fora dos bancos escolares. Portanto, quando uma gestora afirma que: “Não fazemos pesquisa para saber se aluno está gostando ou não do curso, mas quando o aluno não gosta ele reclama logo”, me permite compreender que a escola não conhece os motivos que provocam o abandono escolar e consequentemente não tem condições de traçar metas e objetivos educacionais de sua escola. Além disso, ao olhar o fenômeno da evasão como algo corriqueiro e comum á todas as escolas, impede o gestor de desenvolver estratégias para combatê-lo.

Outro fator relevante indicado na pesquisa foi a falta de qualificação dos professores para atuarem na educação de jovens e adultos na modalidade a distância. Ao investigar a caracterização dos professores, foi revelada a falta de preparação específica para o trabalho docente, uma vez que do universo pesquisado, apenas um professor possui especialização em EJA e dois são qualificados para o ensino a distância. Ora, Como conduzir uma modalidade de ensino, que possui características tão específicas, sem qualificação? É como se um professor de matemática atuasse na disciplina de língua portuguesa, o que provavelmente o resultado de seu trabalho seria a desmotivação e a evasão de alunos.

Neste sentido, estou convicta que o gestor escolar deve instigar os docentes que atuam na EJA/EAD, a buscarem, constantemente, aperfeiçoamento profissional e assim, deixarem o estado de “[...] autossuficiência que os fazem estacionar no caminho de sua formação profissional” (PINTO, 1982 p 32), para que possam progredir não só na aquisição de novos conhecimentos, mas principalmente na aquisição da consciência do seu papel enquanto servidor social, comprometido e responsável com o sucesso e a permanência do aluno da EJA na escola.

Portanto, a pesquisa deixou evidente que a não qualificação docente associada ao desconhecimento do perfil e necessidades dos alunos da EJA a distância, possivelmente, tem possibilitado o insucesso e a evasão escolar. Como disse Paulo Freire (2005) a prática pedagógica deve estar conectado aos aspectos históricos e sociais do aluno da Educação de Jovens e Adultos, visando um processo de aprendizagem significativa, então, quando o professor não conhece para quem trabalha, deixa de ter subsídios relevantes para sua atuação e dificulta a superação de obstáculos tão discutidos hoje no espaço acadêmico, tais como repetência, reprovação e evasão escolar.

Além da problemática da falta de qualificação para EJA, percebido na pesquisa, existe, também, a falta de preparação, dos gestores e dos docentes, para o sistema de educação a distância. Integrar a dimensão pedagógica com a operacional em EAD exige domínio tecnológico e comprometimento da equipe para que seja garantida a interatividade, ou seja, a mediação pedagógica tanto em processo síncronos e assíncronos. A tecnologia, por si só não é suficiente para assegurar a aprendizagem e motivação do aluno da EAD, que por sua vez, possui

características especiais que deve ser considerada, tais como, idade, situação de vida e trabalho e condições afetivas.

Nesse sentido, a pesquisa denunciou que a educação a distância é uma estratégia de gestão que atrai o aluno para a escola, entretanto, não assegura a sua permanência, uma vez que a evasão nas escolas pesquisadas é superior a 50%. O que deixa visível que, a falta de habilidade tecnológica dos alunos da EJA, vinculado a atitudes ‘tecnófobas’ do professor (TOMÉ, 2012), ou seja, atitudes de aversão à tecnologia, que o impossibilita de desenvolver estratégias didáticas que contribuam para o processo ensinar e aprender, têm desmotivado e assustado esse aluno. Portanto, foi percebido que a equipe gestora, não está preocupada em desenvolver meios para a preparação dos docentes no sentido de influenciar os alunos à utilizarem as tecnologias para sua autoaprendizagem, pois, como diz Maria Elizabeth Almeida (2009), a autoaprendizagem só se desenvolve com a interdependência com a interaprendizagem com outras pessoas, condição imprescindível para o alcance dos objetivos educacionais em EAD.

Esta seara, nos induz à um sentimento de perplexidade, uma vez que estamos em plena sociedade contemporânea, onde acredita-se ser inconcebível viver sem internet e computador, entretanto, a pesquisa mostra que a maioria dos docentes que atuam na educação a distancia, realizam suas atividades, ainda de

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