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Análise e Discussão dos Resultados

No documento INANÇAS E MPRESARIAIS T RABALHOF (páginas 40-44)

4.1. ANÁLISE E DISCUSSÃO DO MODELO

Para avaliar as hipóteses propostas recorreu-se a dois modelos gerais e a um modelo específico. Os modelos gerais permitem aferir a validade das hipóteses gerais e o específico, ao contrastar Empresas Familiares e Não Familiares, permite avaliar as hipóteses em termos relativos.

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O primeiro modelo geral, apresentado na Tabela 1, considera a amostra completa (N=1724). Os resultados mostram que H1 é suportada. De facto, as Empresas Familiares utilizam menos SCG diagnóstica e interactivamente, possivelmente devido ao informalismo, à tomada de decisão informal e emocional e à ausência de responsabilidades formais, característicos nas Empresas Familiares (Tokarczyk et al., 2007; Mandl, 2008). As hipóteses H2a e H3a não são suportadas, pois as relações entre SCG diagnósticos/ interativos e Empreendedorismo Corporativo não são estatisticamente significativas.

A relação positiva e significativa entre as Empresas Familiares e o Empreendedorismo Corporativo permite corroborar a hipótese H4, indo ao encontro daquilo que vários autores defendem (Heck et al., 2008; Comissão Europeia, 2009), quer em termos da importância do Empreendedorismo Corporativo para as Empresas Familiares, quer em termos da proximidade das características de ambos.

O Empreendedorismo Corporativo surge positivamente relacionado com uma Estratégia de Flexibilidade, suportando assim a hipótese H5a e aquilo que Simons (2013) defendia, que as empresas recorriam ao Empreendedorismo Corporativo como forma de conseguirem algumas das características pelas quais a Estratégia de Flexibilidade é conhecida. Também a hipótese H5b é aceite, havendo uma semelhança entre as características das Empresas Familiares e as da Estratégia de Flexibilidade, nomeadamente o foco na qualidade, o desenvolvimento de novos produtos e serviços, a lealdade e a construção de relações de longo prazo com os clientes.

Em linha com o que se previa e de acordo com Covin & Slevin (1989), Zahra (1993), Zahra & Covin (1995), Özdemirci (2011) e Simons (2013) o Empreendedorismo Corporativo tem um impacto positivo no Desempenho das empresas, corroborando-se a

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hipótese H6a. A hipótese H6b não é suportada pois a relação entre Empresa Familiar e Desempenho não é estatisticamente significativa.

Como Henri (2006a, 2006b) optou pela utilização de empresas com mais de 150 trabalhadores e com faturação anual superior a 20 milhões de dólares canadianos, baseando-se em Miller (1987) que considerou apenas as empresas com mais de 250 trabalhadores e a mesma faturação, para garantir que as variáveis organizacionais se aplicavam, considerou-se uma subamostra (N=475) composta pelas empresas Médias e Grandes (maiores que 49 trabalhadores) para ver se os resultados se alteravam. Embora estes autores não justifiquem a sua opção, constatou-se, de facto, uma melhoria significativa dos coeficientes e dos R2 (anexo 16).

Da análise da Tabela 2, e em contraste com o modelo que considera a amostra completa (N=1724), constata-se que as hipóteses H1 e H5b deixaram de ser suportadas e que as hipóteses H2a e H3a passam a ter suporte estatístico. À semelhança de Henri (2006a, 2006b), existe uma relação positiva (negativa) entre a utilização interativa (diagnóstica) de SCG e o Empreendedorismo Corporativo. Ao se restringir a esta subamostra (N=475), nota-se que determinadas características das Empresas Familiares se tornam

N=475 Esperado Coefficient T Value p - value Conclusão

H1: Familiar-> SCG Diagnóstico - -0.070 1.573 0.116

H1: Familiar-> SCG Interativo - -0.060 1.343 0.179

H2a: SCG Interativo-> Empreend. Corp. + 0.164 2.459 0.014 Suportada**

H3a: SCG Diagnóstico-> Empreend. Corp. - -0.243 3.209 0.001 Suportada*

H4: Familiar-> Empreend. Corp. + 0.241 6.436 0.000 Suportada*

H5a: Empreend. Corp.-> Estratégia Flexib. + 0.072 1.671 0.095 Suportada***

H5b: Familiar-> Estratégia Flexib. + 0.037 0.890 0.374 Não Suportada

H6a: Empreend. Corp.-> Desempenho + 0.106 2.031 0.042 Suportada**

H6b: Familiar-> Desempenho + -0.073 1.619 0.105 Não Suportada

Subamostra - Médias e Grandes

Não Suportada

*p-value<0,01; **p-value<0,05; ***p-value<0,1

Tabela 2 – Análise das hipóteses gerais propostas: Subamostra Médias e Grandes

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menos evidentes. No entanto, as relações entre os SCG e o Empreendedorismo Corporativo tornam-se mais claras.

Para analisar as restantes hipóteses (H2b e H3b) relativas ao contraste entre Empresas Familiares e Não Familiares seguiu-se a estratégia de Acquaah (2013) e criaram-se duas amostras, uma para as Empresas Familiares e outra para as Não Familiares, com base na subamostra composta pelas empresas Médias e Grandes. Ao se considerarem estas duas amostras foi necessário criar um modelo comum válido (anexo 10) para garantir a comparabilidade dos modelos. Estes foram construídos a partir da interseção dos modelos específicos das Empresas Familiares e das Não Familiares, modelos esses obtidos do modelo geral através da remoção da Construct “Empresas Familiares”.

Pela análise da Tabela 3, constata-se que a utilização interativa de SCG, no caso das Empresas Familiares, está mais positivamente relacionada (0,183) com o Empreendedorismo Corporativo, em termos relativos, que as Não Familiares (0,165), corroborando-se a hipótese H2b, confirmando-se assim que as Empresas Familiares tiram maior partido da utilização interativa para reforçar o seu Empreendedorismo Corporativo. Também a hipótese H3b é suportada, uma vez que os resultados demostram que a relação entre a utilização diagnóstica de SCG e o Empreendedorismo Corporativo, em termos relativos, é menos negativa no caso das Empresas Familiares. Como as características das Empresas Familiares apresentam um alinhamento natural

NEF= 250; NENF= 225 E sp er ad o C oe ff ic ie nt T V al ue p - v al ue C oe ff ic ie nt T V al ue p - v al ue C on cl us ão

H2b: SCG Interativo-> Empreend. Corp. + 0.183 1.990 0.047 0.165 1.660 0.097 S***

H3b: SCG Diagnóstico-> Empreend. Corp. - -0.248 2.394 0.017 -0.278 2.454 0.014 S** **p-value<0,05; ***p-value<0,1 S: Suportada

Tabela 3 – Análise das hipóteses propostas: Subamostra Médias e Grandes Empresas Familiares vs Empresas Não Familiares

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com o Empreendedorismo Corporativo, têm tendência de atenuar os efeitos da utilização diagnóstica de SCG.

4.2. ANÁLISE DE ROBUSTEZ

Com vista a testar a relação dos SCG como determinantes do Empreendedorismo Corporativo foi realizada uma análise de robustez em que se testou a relação inversa, ou seja, em que o Empreendedorismo Corporativo é determinante da utilização diagnóstica ou interativa dos SCG. Conforme a análise dos anexos 18 e 19, consta-se que nada se consegue concluir na amostra completa (N=1724), tal como acontecia no modelo original. Quando se consideram as empresas Médias e Grandes (N=475) apenas a relação entre Empreendedorismo Corporativo e a utilização diagnóstica de SCG é suportada, apesar de apresentar um coeficiente substancialmente mais baixo relativamente à relação inversa proposta no modelo original. Relativamente às restantes hipóteses mantêm-se as anteriormente suportadas como se constata nos anexos 18 e 19.

No documento INANÇAS E MPRESARIAIS T RABALHOF (páginas 40-44)

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