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Análise e discussão dos resultados

As informações levantadas nos hospitais em relação a implantação da RFID e seus resultados no ambiente hospitalar, evidenciam o alinhamento com o levantamento da literatura realizado no capítulo 2, como é visto a seguir. Primeiramente são analisadas as duas operações mapeadas pelo hospital A e em seguida a operação mapeada pelo hospital B. Por fim, há uma comparação entre a implantação da tecnologia nos dois hospitais.

4.3.1 Hospital A

O hospital A mapeou a necessidade de implantar a tecnologia RFID em busca de agilidade das informações importantes, assim como afirma Mussi et al. (2013). Nesse caso, há uma busca, também, por controle da temperatura de equipamentos e rastreabilidade de recém- nascidos, encontrada em duas dentre as quatro vertentes encontradas na literatura. (FAN et al., 2017).

As melhoras significativas citadas por Khalid et al. (2017) nas operações com pacientes estão presentes na operação de rastreabilidade dos recém-nascidos, fornecendo segurança e satisfação dos pacientes. Em relação ao controle de equipamentos, o E1 destaca a prevenção de perdas e a rastreabilidade dos mesmos, aumentando a eficiência e a produtividade do processo, conforme encontrado na literatura (OLIVEIRA, 2017; CHENG; KUO, 2015; SHIREHJINI et al., 2012). O objetivo do uso da tecnologia no hospital A foi otimizar o controle de objetos, no caso, equipamentos e paciente, conforme afirmam Oliveira e Serra (2017); Zhu et al. (2012) e Sun (2012).

Porém, em relação às dificuldades encontradas na literatura, apenas a complexidade do sistema foi mencionada pelo E1, citada por Xie et al. (2017). Essa complexidade existe pela alta densidade de informações e leitura rápida que são afetados pela potência e a velocidade da etiqueta; o tamanho, o material e a forma do objeto. As especificações das etiquetas do hospital A são as mesmas daquelas apresentadas por Ren et al. (2011); Nassar et al. (2014) e Zhu et al. (2012).

As principais vantagens e desvantagens observadas por Duroc e Kaddour (2012) também foram citadas pelo E1. As desvantagens foram identificadas em menor quantidade do que as vantagens, o que evidencia os benefícios da adoção da tecnologia nas operações encontradas no hospital A apresentadas na visão do gerente de TI, fornecedor da tecnologia. Os benefícios encontrados na literatura por Sun (2012) e GS1 Brasil (2017) foram pontuados na escala definida na metodologia quanto a avaliação antes e depois da implantação da tecnologia. Pode-se observar importantes diferenças de pontuação nos benefícios, como “redução dos custos de mão de obra para leituras manuais”, “maiores níveis de precisão do inventário”, a “rastreabilidade possibilitada”, “maiores níveis de visibilidade dos produtos” e “eliminação de processos manuais e trabalho devido a leituras repetitivas”.

O sistema RFID do hospital A possui integração com outras tecnologias de informação, assim como é mencionado pela literatura (ADAME et al., 2017; GAYNOR; WATERMAN, 2016; KUMAR et al., 2016) e, neste estudo de caso, permite um melhor desempenho na

comunicação entre as TIs (FARRIS et al., 2016). A prevenção de perdas (material e informações) e a localização dos ativos (equipamentos) em tempo real provêm da adoção da RFID, aumentando a produtividade do pessoal e a satisfação do cliente, criando vantagem competitiva (BARDAKI et al., 2012; OLIVEIRA, 2017)).

O código de barras era utilizado na operação mapeada no hospital A antes da implantação da RFID e esta passou a ser a nova tecnologia de base. Essa mudança apresenta mais uma vantagem da RFID, com relação à facilidade de uso e à adoção tecnológica comparada ao código de barras (VENKATESH et al., 2017).

A seguir serão analisadas as respostas obtidas por meio do questionário de perguntas fechadas para as duas operações do hospital: identificação e rastreabilidade dos pacientes (OP1) e controle de ativos (OP2). Depois, essas operações serão comparadas entre elas e, por fim, haverá uma análise com foco nos aspectos: ambiente, técnico e econômico, pontuado de acordo com a escala Likert.

4.3.1.1 Operação de identificação e rastreabilidade dos pacientes - Operação 1

Na operação de identificação e rastreabilidade dos pacientes, denominada de operação 1 neste trabalho, no aspecto ambiente, pode-se observar a pontuação do entrevistado 1 na Figura 3.

Figura 3: Pontuação do E1 – interferência e sensibilidade

1 2 3 4 5 Materiais dispersos (água e metal) Ruído Sensibilidade Ambiente - OP1 E1

Os atributos materiais dispersos (água e metal) e ruído interferem na leitura da etiqueta na mesma intensidade, de forma mediana. Miller (2007) no seu estudo destaca que a água absorve o sinal da rádio frequência reduzindo o desempenho e detalha que esse seria um ponto importante na adoção no ser humano que possui a água como componente principal do seu corpo. Todavia, para o entrevistado esse atributo foi pontuado com uma interferência mediana nas etiquetas dos bebês recém-nascidos. Esse desempenho confirma o estudo do Cassel et al (2017), antes da implantação das etiquetas no ambiente, é preciso considerar a propagação das ondas de rádio e suas faixas de detecção máximas perante água e profundidade. Já a sensibilidade que é citada por Martínez-Castro et al. (2017), é a habilidade de a etiqueta retornar o sinal adequado, essa sensibilidade foi pontuada como alta para o gerente de TI do hospital onde a pesquia se desenvolveu, ou seja, a etiqueta consegue fazer sua leitura de forma adequada.

O último atributo do ambiente é o cenário da implantação da RFID. Na Figura 4 estão pontuadas as subdivisões do atributo relacionadas aos causadores da interferência no sistema: o material da parede, que pode interromper ou reduzir sinais de frequência; os elevadores que podem complicar a localização dos objetos; os tipos de quarto (aberto ou semiaberto); e o próprio material do objeto a ser controlado.

Figura 4: Pontuação do E1 – cenário de implantação

Na Figura 4 tem-se dois pontos extremos, a pontuação 1, que significa que a leitura da etiqueta é muito baixa, demonstrando que há grande influência do fator material da parede no

sinal da frequência. Com pontuação 5, tem-se que nesse caso do hospital A os elevadores não interferem na leitura do sistema RFID na localização dos objetos, no caso, pacientes.

O segundo aspecto é caracterizado por uma análise que possui como parâmetro de avaliação a função técnica da RFID, que foi dividido em dois grupos (aspecto técnico 1 e aspecto técnico 2), a fim de se obter uma visualização mais clara das pontuações. O desempenho do sistema vai depender da seleção adequada da etiqueta para a situação específica, no caso um hospital (COLELLA et al., 2016). A Figura 5 apresenta as pontuações para os atributos do aspecto técnico, do grupo 1.

Figura 5: Pontuação do E1 para o aspecto técnico – grupo 1

Os seis atributos do grupo 1 apresentados na Figura 5 possuem grande importância para o entrevistado. Há uma alta qualidade do sistema e alta configuração do leitor, o que garante o bom desempenho do sistema segundo Miller (2007). Já o tempo de resposta pontuado como alto confirma o estudo de Miller (2007), em que há fatores que podem influenciar em um atraso de comunicação do leitor e da etiqueta, um deles pode ser o sensor e suas funcionalidades. A alta frequência escolhida no caso é associada ao fato de haver uma alta precisão na escolha espacial e um grande número de etiquetas no sistema. Esses três fatores convergem com a literatura quando os autores afirmam que uma faixa de frequência adequada, a localização correta entre leitor e etiqueta e o dimensionamento do número de etiquetas utilizados no sistema são essenciais para um desempenho satisfatório do mesmo (COLELLA et al., 2016; WEI et al.,

1 2 3 4 5 Qualidade da RFID Configuração do leitor Número de etiquetas Localização adequada Frequência adequada Tempo de resposta Técnico1 - OP1 E1

2017). A Figura 6 apresenta as pontuações para os aspectos técnicos, para o segundo grupo de atributos.

Figura 6: Pontuação do E1 para o aspecto técnico – grupo 2

As pontuações ‘muito alto’ (5) para os atributos desempenho de sistema, capacidade de armazenamento e segurança demonstram que há uma baixa ocorrência de colisões das etiquetas, ou seja, quando mais de uma tenta se comunicar com o leitor não há interferência entre elas, pois essa comunicação é controlada pelo sistema. Esse controle pode ocorrer via um algoritmo anticolisão para lidar com prioridades e atrasos de leitura de dados (SRICHAVENGSUP, 2017; GOLSORKHTABARAMIRI et al., 2018).

A pontuação muito alta para a capacidade de armazenamento é justificada por Pérez (2016) pela capacidade extensa das etiquetas utilizadas, sendo essa uma das primeiras vantagens estudadas da RFID em relação às demais tecnologias. O atributo segurança teve uma pontuação muito alta em seu desempenho na instituição estudada, que confirma os estudos de Fan et al. (2018) e Jeddi et al. (2017), quando citam a implantação de sistemas para garantir a privacidade e segurança dos dados coletados, como a criptografia.

A facilidade de uso da RFID e o uso da mesma com outras TIs (conformidade com IoT) receberam pontuação alta (4), pois não houve problemas de adaptação dos usuários com o sistema RFID. Além disso, na maioria das vezes, os sistemas são estruturados com integração com outras tecnologias, constituindo um canal de comunicação virtual para a troca de dados

1 2 3 4 5 Desempenho do sistema Facilidade de uso Eficiência energética Segurança Capacidade de armazenamento Conformidade com IoT Técnico2 - OP1 E1

(FARRIS et al., 2016). Considerou-se como regular pelo entrevistado, o atributo do consumo energético oriundo das leituras das etiquetas.

Por fim, o aspecto econômico, onde se avaliam os benefícios econômicos e os custos, apresentados na Figura 7:

Figura 7: Pontuação o E1 para aspecto econômico

Pode-se observar que o entrevistado considera a RFID como uma TI que possui um custo alto, mas, por outro lado, resulta em alta rentabilidade para as empresas que a adotam, conforme o trade-off encontrado na literatura (PÉREZ et al., 2016; GASTALDI et al., 2015).

Os três aspectos (ambiente, técnico e econômico) foram analisados entre eles, também. Percebeu-se um desempenho melhor da RFID nos atributos técnicos, pois a maioria deles foi pontuada como alta ou muito alta, confirmando que há uma preocupação com a parte técnica e que ela pode influenciar diretamente no sucesso da estrutura da tecnologia. Alguns atributos do cenário ainda influenciam negativamente a leitura da etiqueta, como o a parede e o material do objeto. (PÉREZ et al., 2016). Os atributos pertencentes ao aspecto econômico convergem com a literatura utilizada, confirmando a alta rentabilidade da tecnologia e seu alto custo de aquisição.

4.3.1.2 Operação de controle de ativos (equipamentos) - Operação 2

Na operação de controle de ativos, nesse caso, equipamentos, no aspecto do ambiente, pode-se observar a pontuação do entrevistado 1 na Figura 8:

1 2 3 4 5

Custo RFID Rentabilidade

Figura 8: Pontuação do E1 – interferência e sensibilidade

Os atributos materiais dispersos e ruído limitam o desempenho do sistema RFID segundo o entrevistado a partir do momento em que ele pontua como baixa a capacidade de leitura da etiqueta. Essa baixa pontuação significa uma alta interferência desses atributos na leitura da etiqueta colocada nos equipamentos, pelo leitor, devido a ruído, água ou metal (Miller, 2007; Cassel, 2017). Já a sensibilidade que é citada por Martínez-Castro et al. (2017), é a habilidade de a etiqueta retornar o sinal adequado, que foi pontuada como alta pelo E1, ou seja, a etiqueta consegue fazer sua leitura de forma adequada.

O último atributo do ambiente é o cenário da implantação da RFID, que deve ser avaliado para a seleção dos parâmetros configuráveis dos seus componentes (PÉREZ et al., 2016). A Figura 9 montra esse cenário, dividido pelos seguintes causadores da interferência no sistema: o material da parede, que pode interromper ou reduzir sinais de frequência; os elevadores que podem complicar a localização dos objetos; os tipos de quarto (aberto ou semiaberto); e o próprio material do objeto a ser controlado.

1 2 3 4 5 Materiais dispersos (água e metal) Ruído Sensibilidade Ambiente - OP2 E1

Figura 9: Pontuação do E1 – cenário de implantação

Na Figura 9 tem-se dois pontos extremos, a pontuação 1, que significa que a capacidade de leitura da etiqueta é baixa e que há grande influência do fator material da parede no sinal da frequência. Com pontuação 5 tem-se que no estudo de caso, os elevadores não interferem na leitura do sistema RFID para a localização dos objetos, no caso, os equipamentos.

O segundo aspecto é caracterizado por uma análise que possui como parâmetro de avaliação a função técnica da RFID. O desempenho do sistema vai depender da seleção adequada da etiqueta para a situação específica, no caso um hospital (COLELLA et al., 2016). A Figura 10 apresenta os atributos do aspecto técnico pontuados pelo entrevistado.

1 2 3 4 5 Parede Material objeto Tipos de quarto Elevadores Ambiente - OP2 E1

Figura 10: Pontuação do E1 para o aspecto técnico – grupo 1

Os seis atributos apresentados na Figura 10 receberam pontuações altas pelo entrevistado. Há uma alta qualidade do sistema e alta configuração do leitor, o que garante o bom desempenho do sistema (MILLER, 2007). Há também um grande número de etiquetas que, segundo Wei et al (2017), são implantados na estrutura, a fim de evitar o número de erros causado pelo ruído, o que não ocorre no hospital em que foi realizada a pesquisa.

O tempo de resposta obteve pontuação alta, confirmando o estudo de Miller (2007), em que há fatores que podem influenciar em um atraso de comunicação do leitor e da etiqueta, um deles pode ser o sensor e suas funcionalidades. A pontuação alta para a frequência escolhida no sistema adotado é ideal para o ambiente, por necessitar de precisão, rapidez na resposta e redução de interferência. Uma faixa de frequência adequada, a localização correta entre leitor e etiqueta e o dimensionamento do número de etiquetas convergem com a literatura sobre a frequência (técnico), ambiente e resultados esperados do sistema, e são essenciais para um desempenho adequado do sistema (COLELLA et al., 2016; WEI et al., 2017). Ainda analisando os atributos técnicos, a Figura 11 apresenta a pontuação do entrevistado.

1 2 3 4 5 Qualidade da RFID Configuração do leitor Número de etiquetas Localização adequada Frequência adequada Tempo de resposta Técnico1 - OP2 E1

Figura 11: Pontuação do E1 para o aspecto técnico – grupo 2

Os atributos desempenho de sistema e capacidade de armazenamento por obterem pontuações muito alta (5) do entrevistado. O primeiro atributo se refere à baixa ocorrência de colisões das etiquetas quando mais de uma tenta se comunicar com o leitor, possibilitado pelo sistema anticolisão, para lidar com prioridades e atrasos (SRICHAVENGSUP, 2017; GOLSORKHTABARAMIRI et al., 2018). A alta capacidade de armazenamento encontrada na etiqueta utilizada pelo hospital permite que tecnologia RFID se destaque em relação às demais tecnologias (PÉREZ, 2016). A facilidade de uso da RFID, o uso da mesma com outras TIs e a segurança possuem uma alta pontuação porque, na maioria das vezes, os sistemas são estruturados com integração com outras tecnologias, constituindo um canal de comunicação virtual para troca de dados (FARRIS et al., 2016).

A alta segurança que a RFID possui, segundo o entrevistado confirma os estudos de Fan

et al. (2018) e Jeddi et al. (2017), que citam a implantação de sistemas para garantir a

privacidade e segurança dos dados coletados dos equipamentos, com uso de criptografia. O atributo consumo energético oriundo das leituras das etiquetas foi pontuado como médio pelo entrevistado.

Por fim, estão apresentados na Figura 12 os atributos do aspecto econômico, onde se avalia os benefícios econômicos e os custos:

1 2 3 4 5 Desempenho do sistema Facilidade de uso Eficiência energética Segurança Capacidade de armazenamento Conformidade com IoT

Técnico2 - OP2

Figura 12: Pontuação do E1 para o aspecto econômico

Pode-se observar que o entrevistado considera a RFID uma TI com custo muito alto, mas apresenta alta rentabilidade. Esse trade-off é encontrado na literatura, onde se confirma que há um custo elevado para a aquisição do sistema RFID, mas há, também, uma afirmação um retorno elevado nos processos da empresa e economicamente (PÉREZ et al., 2016; GASTALDI et al., 2015).

Os três aspectos, ambiente, técnico e econômico, foram analisados entre eles. Desse modo, percebe-se que na avaliação da RFID teve melhor desempenho os atributos técnicos, a maioria deles foi pontuado como alta ou muito alta, confirmando que há uma preocupação com a parte técnica e que ela pode influenciar diretamente no sucesso da estrutura da tecnologia. Alguns atributos do ambiente ainda influenciam negativamente a leitura da etiqueta, sendo esse o aspecto que necessita de avaliação perante as características específicas de cada cenário onde a RFID será implantada (PÉREZ et al., 2016). Os atributos pertencentes ao aspecto econômico convergem com a literatura, confirmado a alta rentabilidade da tecnologia e seu custo alto de aquisição.

4.3.1.3 Operação 1 e Operação 2

Além de uma análise efetuada separadamente das pontuações dadas aos atributos encontrados nas operações e de uma análise entre os aspectos dentro de cada operação, realizou- se uma comparação entre as operações. Dessa maneira, conseguiu-se perceber algumas diferenças de importância de alguns atributos entre a implantação da RFID na identificação de pacientes e no controle de equipamentos.

1 2 3 4 5

Custo RFID Rentabilidade

No aspecto ambiente nas duas operações as etiquetas apresentaram alta sensibilidade, conseguindo retornar o sinal adequadamente. Já com relação aos materiais dispersos e ruídos, percebe-se uma leitura da etiqueta de forma mediana na identificação dos pacientes. Porém, no controle de ativos, há uma taxa de leitura baixa, devido à interferência desses atributos. Miller (2007) afirma que a alta probabilidade da interferência da água, principalmente com seres humanos. Esse fato demonstra uma preocupação do hospital A em obter uma etiqueta adequada para a operação 1. Todavia, talvez haja uma necessidade de um melhor levantamento das interferências causadas pelos atributos na operação 2.

No aspecto técnico as duas operações possuem uma alta qualidade, um bom desempenho do sistema, uma preocupação com a configuração do leitor da etiqueta e alta capacidade de armazenamento. As diferenças existentes, mesmo que pequenas, estão nos atributos de tempo de resposta, o número de etiquetas adquiridos para cada operação e segurança. Com relação ao tempo de resposta, há um atraso de comunicação do leitor e da etiqueta maior na identificação de pacientes do que nos equipamentos. Estes possuem, também, um maior número de etiquetas no sistema de rastreabilidade. A segurança e privacidade, atributos de extrema importância para aceitação do uso da RFID, é mais eficiente na operação 1 do que na operação 2, o que é justificável pelo fato da operação 1 lidar diretamente com pessoas.

Por último, o aspecto econômico nas duas operações estão quase em igualdade. Há para o entrevistado alto custo da RFID, tanto para pacientes, quanto para equipamentos. Entretanto, para pacientes a pontuação referente a rentabilidade dada pelo entrevistado foi muito alta, enquanto para os equipamentos foi alta. Observa-se, assim, uma melhor rentabilidade na operação dos pacientes do que na dos equipamentos.

4.3.2 Hospital B

O hospital B mapeou a necessidade de implantar a tecnologia RFID em busca de agilidade na troca das informações importantes, assim como afirma Mussi et al. (2013). Nesse caso, há uma busca, também, por controle de insumos hospitalares. As etiquetas são anexadas aos objetos que podem ser lidos por leitores RFID, que armazenam informações e se comunicam de forma confiável, configurando um sistema de saúde com método seguro de controle dos seus produtos. Essa operação é encontrada em uma dentre as quatro vertentes encontradas na literatura. (FAN et al., 2017).

As melhoras significativas citadas na literatura nas operações com controle de insumos hospitalares estão presentes na operação de controle de produtos consignados, fornecendo maior precisão na rastreabilidade dos insumos, aumento da eficiência operacional e aumento do controle da armazenagem dos objetos (CHENG e KUO, 2015; ORANJE-NASSAU et al., 2009). O objetivo do uso da tecnologia no hospital B foi melhorar o controle de estoque e rastreabilidade dos objetos, no caso, materiais consignados, conforme afirmam Cheng e Kuo, (2015) e Tsay e Im (2012).

Porém, em relação às dificuldades encontradas na literatura, apenas a falta de informação da tecnologia foi mencionada pela E2. Segundo Oliveira et al. (2017), essa dificuldade ainda existe e prejudica a aderência da tecnologia por falta de conhecimento técnico e de iniciativas para testes com a tecnologia. As especificações das etiquetas do hospital B são as mesmas daquelas apresentadas por Ren et al. (2011); Nassar et al. (2014) e Zhu et al. (2012). As principais vantagens e desvantagens observadas por Duroc e Kaddour (2012) também foram citadas pela E2. As desvantagens foram identificadas em menor quantidade do que as vantagens, o que evidencia os benefícios da adoção da tecnologia na operação encontrada no hospital B apresentada na visão da analista de negócios da TI. Porém, as desvantagens assinaladas estão mais relacionadas a falta de conhecimento da tecnologia. Os benefícios encontrados na literatura por Sun (2012) e GS1 Brasil (2017) foram pontuados na escala definida na metodologia, quanto a avaliação antes e depois da implantação da tecnologia. Pode- se observar que houve uma diferença positiva de pontuação no benefício redução dos custos de mão de obra para leituras manuais. Após a adoção da tecnologia, o benefício “maiores níveis de precisão do inventário” foi pontuado como muito alto, assim como a “rastreabilidade possibilitada”, “maiores níveis de visibilidade dos produtos” e “eliminação de processos manuais e trabalho devido a leituras repetitivas”.

O sistema RFID do hospital B possui integração com outras tecnologias de informação, assim como é mencionado pela literatura (ADAME et al., 2017; GAYNOR; WATERMAN, 2016;). Neste caso, o código de barras era utilizado na operação mapeada no hospital B e continua sendo utilizado juntamente com a RFID, utilizando as barras como identificador do produto. Essa integração demonstra que a RFID não pode ser resumida a uma única tecnologia (KUMAR et al., 2016) e que apesar de apresentar das vantagens comparada ao código de barras, com relação à facilidade de uso e à adoção tecnológica, no Brasil, algumas vezes o código de

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