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2.6. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE NEGÓCIOS (PEN)

2.6.3. Análise do Ambiente

2.6.3.1. Análise do Ambiente Externo (Oportunidades e Ameaças)

Para Certo, Peter, Marcondes e Cesar (2010) a análise externa verifica as ameaças e oportunidades do ambiente externo da organização formado por componentes que possuem grande escopo e a organização não tem nenhum controle, devendo olhar para fora de si, que podem ou não ser evitadas a partir do momento em que são conhecidas antecipadamente. O ambiente externo divide-se em:

• Fatores Econômicos

Segundo Certo, Peter, Marcondes e Cesar (2010) tais fatores indicam como os recursos são distribuídos e usados dentro do ambiente. Consideram-se algumas variáveis relacionadas à economia, tais como:

- Crescimento do Produto Interno Bruto (PIB): relacionado ao poder de consumo da população num determinado período de tempo. Percebe-se que no segmento da reciclagem quanto maior o consumo populacional maior é a geração dos materiais recicláveis;

- Taxas de emprego: observa-se que quanto maior a oferta de trabalho em outros segmentos de mercado, menor é o número de associados Catadores. Muitos migram para trabalhos na área da construção civil, supermercados, ou na prestação de serviços como: trabalhos domésticos, jardinagem, costura, lavanderia, manicure, vigilante, entre outros. O efeito contrário também se observa, ou seja, quando a economia está mal nos outros segmentos a maioria dos trabalhadores retorna à atividade da reciclagem, fato este observado durante a grande crise econômica mundial que ocorreu em meados de 2008;

- Nível de preços: este fato é evidenciado na prática pelo período de sazonalidade ocorrendo menos compras de materiais recicláveis. Durante o período de fim de ano e férias por exemplo, a indústria de reciclagem compra menos materiais e os preços pagos diminuem em média 30%, diminuindo o ganho das associações;

- Distribuição de renda: este indicador é corroborado pelos dados do censo 2010 do IBGE, com a concentração de riqueza no Brasil estando nas mãos de 10% dos brasileiros que ganham o equivalente a 44.5% de todos os rendimentos da população.

• Fatores Socioculturais e Demográficos

Para Barney e Hesterly(2011)as mudanças nos padrões sociais e culturais que guiam o comportamento em uma sociedade e tendências de crescimento demográfico que determinam padrões de compra, podem se apresentar como ameaças ou oportunidades às Organizações. Algumas variáveis que expressam tais fatores são:

- Mudanças nos hábitos de consumo e valores sociais: influenciam diretamente na quantidade e qualidade dos materiais recicláveis gerados. Há grande tendência das pessoas consumirem cada vez mais produtos descartáveis em padrões de consumo acima do que a própria natureza consegue oferecer como insumo, tornando a reciclagem condição “Sine Qua Non” à sobrevivência das pessoas e futuras gerações;

- Renda per capita: quanto maior a renda maior é o consumo e a geração de resíduos sólidos, tornando cada vez mais a reciclagem um negócio lucrativo;

- Crescimento demográfico: corresponde ainda mais aumento da geração de resíduos e proporcionalmente a necessidade de aplicação dos 3R’s (reduzir, reaproveitar e reciclar) como questão de sobrevivência;

- Deslocamentos urbanos: evidenciado pela concentração populacional nas metrópoles. Segundo dados do censo 2010 do IBGE, a população brasileira é de 190.755.799 habitantes, sendo que a taxa de urbanização do país (proporção de pessoas residentes nas áreas urbanas) é de 84%.

• Fatores Legais e Políticos

Na visão de Barney e Hesterly (2011) é o impacto das leis e do sistema Legal nos negócios que gera impacto na atividade econômica (tributários, trabalhistas, comercial e ambiental). Os aspectos políticos tratam das relações entre a organização e o governo, tais como:

- Planos governamentais, prioridades e objetivos: neste sentido pode ser considerada a PNRS;

- Política econômica e financeira: como exemplo é o projeto de lei que isenta da tributação as cooperativas de Catadores, projeto que tramita desde 1991 na Câmara de Deputados Federais em Brasília;

- Política de investimentos e financiamentos: atribuída às políticas públicas de apoio às associações de Catadores.

• Fatores Ecológicos

A preocupação com o meio ambiente se fortaleceu nas últimas décadas, com reflexo na economia nacional. Um exemplo disso são os organismos nacionais na vigilância quanto à emissão e tratamento de poluentes, citando o caso do lixo e a reciclagem dos resíduos sólidos. Foram criadas linhas de apoio financeiro e políticas públicas específicas aos Catadores, a fim de garantir a sustentabilidade ambiental à presente e futura geração, com a minimização da poluição derivada da reciclagem do lixo, além da agregação de valor na geração de renda e trabalho para os Catadores.

• Fatores Tecnológicos

Segundo Certo, Peter, Marcondes e Cesar (2010), agregam um novo enfoque para a produção de mercadorias e serviços, como novos procedimentos e equipamentos automatizados. Destacam-se algumas variáveis:

- Possibilidades de mudanças tecnológicas: como a implantação de incineradores e outros equipamentos automatizados de triagem de materiais recicláveis, que colocam em risco os postos de trabalho dos Catadores. Uma máquina com alto índice de automatização, triando os materiais 24h ininterruptos, necessita de poucos funcionários para ser operada;

- Impacto sobre o mercado gerado por tecnologias inovadoras: na área de reciclagem de resíduos estão disponíveis novos equipamentos que possuem tecnologia para o reaproveitamento de materiais que eram considerados lixo e não podiam ser reciclados. Como exemplo pode-se citar as embalagens de tetrapak e PET. Houve impacto socioeconômico, com a geração de mais trabalho e renda oriundos destes materiais que eram anteriormente descartados, e principalmente impacto ambiental, com a correta destinação e reciclagem dos resíduos;

- Vida útil dos equipamentos utilizados: vem de encontro com a implementação das políticas públicas de apoio aos empreendimentos de Catadores voltadas a implementação e modernização dos equipamentos de reciclagem através de investimentos públicos, para assim se adequarem ao mercado competitivo da reciclagem.

• Mercados e concorrentes

Esta variável estratégica será analisada a partir da fundamentação teórica das cinco forças competitivas de Porter (1980). Michael Porter considera que a formulação de estratégia é entender o funcionamento da concorrência e saber utilizar este conhecimento em prol da organização no segmento de mercado que atua, a partir de um sistema constituído por fatores políticos, econômicos, tecnológicos, legais e culturais, que impactam na rentabilidade do negócio e aceitação no mercado, influenciado pelos custos, preços e investimentos do negócio.

As cinco forças competitivas podem assim ser definidas (figura 3):

Figura 3 – Representação gráfica do modelo das cinco forças competitivas de Michael Porter.

Fonte: Michael Porter (1980).

• Rivalidade entre os concorrentes:

Segundo Porter (1980) a rivalidade ocorre devido a pressão ou percepção da concorrência pela oportunidade de eficiência no posicionamento competitivo, utilizando como exemplo uma tecnologia especializada ou a diferenciação de produto. É necessário analisar níveis de fatia de mercado e identificar o tamanho dos concorrentes.

Para Barney e Hesterly (2011), a rivalidade ameaça as empresas e reduz seus lucros. A concorrência pode ser maior quando o crescimento no segmento de mercado é lento, ou quando as empresas não conseguem diferenciar seus produtos no setor de atuação.

• Ameaça de novos entrantes:

Porter (1980) destaca que novas empresas entrantes na indústria trazem nova capacidade e desejo de conquistar fatia de mercado. A ameaça de entrada depende barreiras de entrada existentes na indústria e da reação dos demais concorrentes existentes. Tais barreiras podem ser exemplificadas pelo capital necessário, política governamental vigente, economia de escala, diferenciação de produto e acesso aos cana

Barney e Hesterly (2011) ressaltam que novos entrantes são motivados a ingressar num segmento de mercado pelos altos lucros apurados por outras empresas. A ameaça de entrada

Representação gráfica do modelo das cinco forças competitivas de Michael Porter.

Rivalidade entre os concorrentes:

Segundo Porter (1980) a rivalidade ocorre devido a pressão ou percepção da concorrência pela oportunidade de eficiência no posicionamento competitivo, utilizando como exemplo uma tecnologia especializada ou a diferenciação de produto. É necessário analisar níveis de fatia de mercado e identificar o tamanho dos concorrentes.

Para Barney e Hesterly (2011), a rivalidade ameaça as empresas e reduz seus lucros. A concorrência pode ser maior quando o crescimento no segmento de mercado é lento, ou

mpresas não conseguem diferenciar seus produtos no setor de atuação.

Ameaça de novos entrantes:

Porter (1980) destaca que novas empresas entrantes na indústria trazem nova capacidade e desejo de conquistar fatia de mercado. A ameaça de entrada depende barreiras de entrada existentes na indústria e da reação dos demais concorrentes existentes. Tais barreiras podem ser exemplificadas pelo capital necessário, política governamental vigente, economia de escala, diferenciação de produto e acesso aos cana

Barney e Hesterly (2011) ressaltam que novos entrantes são motivados a ingressar num segmento de mercado pelos altos lucros apurados por outras empresas. A ameaça de entrada

Representação gráfica do modelo das cinco forças competitivas de Michael Porter.

Segundo Porter (1980) a rivalidade ocorre devido a pressão ou percepção da concorrência pela oportunidade de eficiência no posicionamento competitivo, utilizando como exemplo uma tecnologia especializada ou a diferenciação de produto. É necessário analisar os

Para Barney e Hesterly (2011), a rivalidade ameaça as empresas e reduz seus lucros. A concorrência pode ser maior quando o crescimento no segmento de mercado é lento, ou

mpresas não conseguem diferenciar seus produtos no setor de atuação.

Porter (1980) destaca que novas empresas entrantes na indústria trazem nova capacidade e desejo de conquistar fatia de mercado. A ameaça de entrada depende das barreiras de entrada existentes na indústria e da reação dos demais concorrentes existentes. Tais barreiras podem ser exemplificadas pelo capital necessário, política governamental vigente, economia de escala, diferenciação de produto e acesso aos canais de distribuição.

Barney e Hesterly (2011) ressaltam que novos entrantes são motivados a ingressar num segmento de mercado pelos altos lucros apurados por outras empresas. A ameaça de entrada

depende do custo atribuído ao ingresso no setor, quanto maior o custo maior é a barreira de entrada.

• Ameaça de produtos substitutos:

Na visão de Porter (1980) os produtos substitutos que se destacam são: aqueles que possuem tendência de melhoria em relação ao preço/desempenho com os produtos no mesmo segmento; produzidos por segmentos com altos lucros.

Para Barney e Hesterly (2011), são produtos que atendem as mesmas necessidades dos clientes, porém de maneira diferente. Ocupam o espaço de outro produto quando é superior aos existentes.

• Poder de barganha dos fornecedores:

Conforme Porter (1980) o poder de barganha dos fornecedores representa uma ameaça nos mercados caracterizada pela ação de monopólios (domínio de poucas empresas), oligopólios, cartéis dos fornecedores.

Segundo Barney e Hesterly (2011), os fornecedores disponibilizam os insumos necessários às empresas e podem ameaçar o desempenho diminuindo a qualidade dos insumos ou por não considerarem importantes os clientes. No segmento da reciclagem este fator qualidade é corroborado pela baixa qualidade dos materiais recicláveis que vem misturados com o lixo orgânico, seja pela falta de conscientização ambiental ou pela baixa importância que é atribuída à atividade deste segmento.

• Poder de barganha dos compradores:

Na visão de Porter (1980) o poder dos compradores ao negociar a compra de produtos, barganhando por melhor qualidade e serviço, cria um ambiente de concorrência visando o lucro da indústria. A alta concentração em vendas para poucos compradores determinam as regras de negociação.

Para Barney e Hesterly (2011), os compradores agem para reduzir os lucros de uma organização. Esta ameaça ocorre quando: há poucos compradores; produtos padronizados e indiferenciados; quando o fornecedor representa um alto custo do produto final para o compra dor; quando o comprador não está obtendo lucro econômico significativo.