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Análise do inquérito realizado aos Centros de Formação de Associações de

4.1 Enquadramento legal da formação contínua

4.1.1 Análise do inquérito realizado aos Centros de Formação de Associações de

No sentido de tentar saber se os centros de formação ofereciam formação específica na área disciplinar dos professores de Educação Musical inquirimos 34 centros de formação de professores da zona norte do país na sua grande maioria Centros de Formação de Associações de Escolas.

Pretendíamos saber do total de acções acreditadas no Conselho Cientifico Pedagógico da Formação Contínua (CCPFC) qual a percentagem de acções específicas da área da Educação Musical e quais as razões que levaram à oferta ou não de acções nesta área. Também procuramos saber a que ciclo se destinavam as acções disponibilizadas e se as acções foram efectivamente realizadas e quantas vezes. Também procuramos saber se alguma foi disponibilizada e não chegou a realizar-se e quais as razões que determinaram a sua não realização.

Perguntámos aos centros de formação se por alguma razão uma acção de formação nesta área foi preterida em função de outra e qual a reacção dos formandos em relação às acções de formação frequentadas.

Assim, perguntámos aos centros de formação quantas acções tem o Centro de Formação acreditadas no Conselho Cientifico Pedagógico da Formação Contínua, e destas quantas são da área da Educação Musical. Os resultados obtidos foram o seguintes

Gráfico 21 Acções de formação acreditadas no CCPFC

2525 83 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 Acções de formação acreditados no CCFC Acções na área da Educação Musical

Os Centros de Formação inquiridos têm um total de 2525 acções acreditadas no Conselho Cientifico da Formação Contínua, sendo 83 da área específica de Educação Musical .

Quisemos saber quais as possíveis razões para a inexistência de um maior número de acções nesta área e obtivemos as respostas que constam no gráfico seguinte

Gráfico 22 Quais as possíveis razões para a inexistência de um maior número de acções nesta área

8 1

14 7

Falta de formadores Pouca qualificação dos formadores Não houve solicitações para acções nesta

área

Não houve inscrições em número suficiente para a turma ser financiada

Como se pode ver no gráfico anterior as razões para a inexistência de um maior número de acções nesta área passam em primeiro lugar pela ausência de solicitação para acções nesta área, seguindo-se a falta de formadores e inscrições em número insuficiente para a turma ser financiada. Como outras razões assinaladas também foi referida a pequena área de influência do Centro de Formação que não permite disponibilizar formação para os professores de Educação Musical do 2º ciclo, a falta de recursos humanos e logísticos ou o desfasamento em relação aos objectivos do Centro de Formação.

Assinale-se que neste conjunto de razões de outra ordem referidas, se encontra um reforço das razões expressas no gráfico 22, nomeadamente no que diz respeito à pequena dimensão do público alvo que inviabiliza a formação de uma turma.

Esta pequena dimensão do público alvo tem sobretudo a ver com o facto deste se encontrar geograficamente disperso, isto é, existem poucos professores de Educação Musical em cada escola12 devido ao reduzido número de horas lectivas que está

semanalmente atribuídas a esta disciplina. Esta situação reflecte-se necessariamente na dimensão do publico alvo das acções eventualmente disponibilizadas pelos centros de formação.

0 5 10 15 20 25 30 1º ciclo 2º e 3º ciclos 1º 2º e 3º ciclos 2002 2000-03

Quisemos saber quantas acções se realizaram no triénio 2000/03 e no ano de 2002 na área da Educação Musical e os resultados são os que constam do gráfico seguinte

Gráfico 23 Acções de formação na área da Ed. Musical no triénio 2000-03

Como se pode ver no gráfico anterior as acções disponibilizadas ou são destinadas ao 1º ciclo ou ao 1º, 2º, e 3º ciclos. Note-se que as acções específicas para o 2º e 3º ciclos são em muito menor percentagem. Esta situação deve-se, como foi referido no gráfico 22, ao reduzido público alvo que inviabiliza a formação de uma turma.

Das que foram disponibilizadas no triénio 2000-03 quisemos saber se alguma não se chegou a realizar e quais as razões que levaram à sua não realização. Das respostas obtidas ficámos a saber que das vinte cinco acções destinadas aos professores do 1º ciclo durante o referido triénio seis não se chegaram a realizar e das vinte e cinco destinadas ao 1º 2º e 3º ciclos, sete não se realizaram. As razões evocadas prendem-se com a falta de solicitações em número suficiente por parte dos eventuais interessados o que advém da escassez de público na área de influência do centro de formação e se reflecte na ausência de procura. Quando esta existe o número de inscrições é insuficiente.

Perguntámos quais as razões para a não inclusão no plano de formação de acções de formação na área da Educação Musical não obstante o facto de estarem acreditadas e as respostas são as que constam no gráfico seguinte

0 2 4 6 8 10 A acção realizou-se pelo menos uma vez e esgotou o

público alvo

Reduzido público alvo nas escolas associadas Opção por áreas mais transversais Ausência de interesse manifestado por parte das escolas

associadas

Limitações de financiamento levaram a dar prioridade a outras acções

Gráfico 24 Razões para a não inclusão no plano de formação de acções na área da Ed. Musical acreditadas no CCPFC

Como se pode ver no gráfico anterior, e tal como já se verificava no gráfico 22 em que a inexistência de um maior número de acções se devia à ausência de solicitação para acções nesta área, no gráfico 24, a principal razão para a não inclusão destas nos planos de formação deve-se à ausência de interesse manifestado por parte das escolas associadas. Refira-se no entanto que, como se pode ver no Quadro 7, a ausência de interesse manifestado por parte das escolas associadas é muitas vezes assinalada cumulativamente com outras razões como sejam o reduzido público alvo nas escolas associadas e a opção por áreas mais transversais.

Quadro 7 Razões para a não inclusão no plano de formação de acções na área da Ed. Musical acreditadas no CCPFC

Limitações de financiamento levaram

a dar prioridade a outras acções

X

Ausência de interesse manifestado por

parte das escolas associadas

x

X

X

x X X

X

x X

Opção por áreas mais transversais

X

x

X

X

Reduzido público alvo nas escolas

associadas

X

x

x

X

X

A acção realizou-se pelo menos uma

vez e esgotou o público alvo

Finalmente quisemos saber qual a reacção dos formandos às acções de formação realizadas e os resultados são os que constam no gráfico seguinte

Gráfico 25 Qual a reacção dos formandos às acções realizadas nesta área

Muito boa Boa Razoável Fraca Muito fraca

As respostas obtidas dão conta da satisfação dos formandos relativamente às acções frequentadas

4.1.2 Síntese dos resultados do inquérito

Em síntese, podemos concluir que do total de acções que os Centros de Formação inquiridos têm acreditadas no Conselho Cientifico Pedagógico da Formação Contínua uma percentagem de 3,3% corresponde àquelas que são directamente relacionadas com a área da Educação Musical.

As razões para a reduzida percentagem de acções nesta área parecem-nos estar primeiramente ligadas à falta de solicitação por parte das escolas associadas para acções nesta área, eventualmente devido ao reduzido público alvo potencialmente interessado. Este reduzido número de interessados poderá ser atribuído à dispersão geográfica dos professores de Educação Musical13 originada pelo pequena carga horária que está atribuída à disciplina. Esta situação levará a que os Centros de Formação optem por oferecer formação em áreas que sejam mais solicitadas ou com temáticas mais transversais ao currículo. Pelas respostas dadas ao questionário é de registar o agrado

13 Esta dispersão pode ser verificada no Anexo 2 que ilustra a distribuição geográfica dos professores de Educação Musical no Norte do País.

dos professores em relação à formação frequentada nas acções directamente ligadas à sua área disciplinar.

5º Capítulo