• Nenhum resultado encontrado

Análise do livro didático Português: Linguagens (PL)

CAPÍTULO 3 – A NOTÍCIA DE JORNAL NOS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA

3.6 Análise do livro didático Português: Linguagens (PL)

Estruturado em quatro unidades centradas em grandes temas, Português: Linguagens apresenta o gênero notícia no primeiro capítulo da Unidade 4 – Medo, terror e aventura, do volume destinado à 6ª série. Essa unidade é iniciada por um poema de título Navegar, de Walt Whitman, que trata da temática nela abordada, ao lado de sugestões de livros, vídeos e sites também relacionados ao tema focalizado e de um pequeno box que faz referência ao Intervalo, anunciando o projeto aí proposto.

• Identificação da SEQUÊNCIA TEMPORAL empregada na construção da notícia;

Identificação do OBJETIVO da notícia;

Identificação e transcrição do LEAD;

• Identificação da FUNÇÃO DA MANCHETE;

Reconhecimento do SUPORTE da notícia;

Reconhecimento da ATUALIDADE da notícia;

• Identificação do PRINCÍPIO DA PIRÂMIDE INVERTIDA;

Na seção dedicada ao Estudo do texto, consta um trecho do livro Viagem ao centro da Terra, de Júlio Verne, acompanhado de uma série de questões para Compreensão e Interpretação, bem como de outras relativas à Linguagem do texto. Nas seções subsequentes, Trocando idéias e Ler é um prazer, encontramos questões que dão continuidade e extrapolam a discussão prevista nas seções anteriores, como também a citação de um poema que mantém a temática da unidade, respectivamente.

Como já esclarecido, na coleção Português: Linguagens, não foi verificada proposta alguma de ensino de leitura da notícia, em nenhum dos quatro volumes que a organizam, mas ainda assim mantivemos essa coleção como corpus de análise porque esse mesmo gênero foi solicitado como produção escrita, direcionando nossa atenção para a seção de Produção de texto. Aliás, importa dizer que, os autores de Português: Linguagens afirmam, no Manual do Professor, que propor um trabalho com os diversos gêneros do discurso que circulam socialmente é um dos objetivos perseguidos nessa coleção, todavia, excluem a notícia das seções de leitura, deixando entrever uma incoerência quanto ao objetivo explicitado, principalmente se considerarmos o fato de que o domínio jornalístico é alvo dessa coleção, como afirmam seus autores.

É oportuno enfatizar que o livro didático de Língua Portuguesa, no contexto escolar, possui como tarefa precípua servir de apoio aos professores e alunos no ensino de língua materna, o que jamais pode excluir o trabalho com a leitura, ou mesmo considerá-lo dispensável. Vale mencionarmos que os autores de PL, ainda no Manual do Professor, salientam que procederam a uma seleção bastante criteriosa dos textos e intencionam promover um trabalho verdadeiramente comprometido com a formação de leitores, pressuposto que é violado no momento em que a leitura da notícia é ignorada, mas abordada apenas na produção. Ademais, os autores expõem sua adesão às diretrizes teóricas recomendadas pelos PCNLP, mas contrariam tais diretrizes quando desconsideram que, ao final da educação obrigatória, os alunos devem ser capazes não apenas de produzir textos eficazes, mas também de interpretar os diferentes textos aos quais tiverem acesso.

O beijo mais caro do mundo é o título da notícia publicada na Folha de S. Paulo, em 27/04/05 e apresentada em Produção de texto. Importa destacar que essa é a mais recente das notícias apresentadas nos cinco livros didáticos analisados, fazendo notar a atenção dos autores dessa obra para a atualidade da notícia que veiculam:

(PL, 6ª série, p. 179)

Cabe ressaltar que o primeiro texto – trecho do livro Viagem ao centro da Terra – possui uma temática condizente com o foco da Unidade 4 na qual ele se encontra – Medo, terror e aventura –, mas em nada se assemelha àquela tratada na notícia O beijo mais caro do mundo, cuja temática diz respeito à venda em leilão da foto Le Baiser Doisneau de I’Hotel de Ville, do repórter Robert Doisneau, por 155 mil euros. Noutros termos, observamos que o assunto abordado nessa notícia destoa do tema da unidade, de forma que ficou obscurecido o motivo pelo qual ela figura nesse espaço do livro didático analisado, já que essa não trata de medo, terror ou aventura, nem a unidade ou o capítulo parecem priorizar a esfera jornalística. Nessa perspectiva, parece-nos que no espaço em que encontramos a notícia caberia qualquer outro gênero textual.

Das oito perguntas sugeridas para exploração da notícia, todas elas se destinam ao estudo desse gênero, o que pode ser compreendido se pensarmos que o alvo é a produção

textual e que, como afirmado no Manual do Professor, a apresentação desse exemplar de notícia, nessa seção, objetiva possibilitar aos alunos a observação das especificidades do gênero quanto ao tema, à forma composicional e ao estilo.

Ainda que não se destaque como definição de notícia as informações que constam na primeira pergunta, essas já possibilitam aos alunos inferirem tal definição: “as notícias relatam acontecimentos recentes, fatos novos, que despertam o interesse do público” (PL, 6ª série, p. 179). Nessa pergunta, os alunos são questionados sobre em quais veículos as notícias são transmitidas, ou seja, são direcionados para o que, nesta pesquisa, estamos nos referindo como suporte, sendo, por isso, assinalada no item 14 – Suporte em que a notícia foi veiculada. Essa pergunta é oportuna porque uma reflexão sobre os meios ou veículos de comunicação da notícia aponta, além do suporte, para o contexto de circulação desse gênero, para a forma como ele chega até os leitores ou ouvintes. Ponderamos que, mesmo que não haja uma proposta de debate para as respostas dadas pelos alunos com vistas a direcioná-los para a circulação da notícia, e, mesmo que a pergunta se encerre com a resposta “jornais e revistas”, essa é uma pergunta importante, haja vista que, nessa resposta simples, os alunos são reportados às condições de produção e recepção desse gênero.

A segunda pergunta presente em Português: Linguagens diz respeito à estrutura formal da notícia – item 10: Identificação do lead –, como pode ser verificado a seguir:

2. Uma notícia geralmente compõe-se de duas partes: lead (lê-se “lide”) e corpo. O lead consiste normalmente no 1° parágrafo da notícia e é a parte que apresenta um resumo de poucas linhas, fornecendo respostas às questões fundamentais do jornalismo: o que (fatos), quem (personagens/pessoas), quando (tempo), onde (lugar), como e por que. Na notícia em estudo, identifique:

a) o fato principal; b) as pessoas envolvidas; c) quando ocorreu o fato;

d) o lugar onde aconteceu o fato; e) como aconteceu o fato;

f) por que o fato aconteceu.

(PL, 6ª série, p. 179)

Convém destacar que, principalmente por se tratar de produção textual, o foco no formato da notícia demonstra claramente que o exemplar desse gênero é tomado como modelo a ser imitado pelos alunos em suas produções, como se os autores desse livro didático fizessem um raio x da notícia capaz de revelar aos alunos apenas o esqueleto do gênero, cheios de espaços a serem preenchidos na ocasião da escrita do texto. O gênero, assim

entendido, torna-se quase um formulário de que o autor dispõe para produzi-lo, e o que é relativamente estável passa a ser visto como engessado, amalgamado, rígido, diferentemente da própria língua, que é dinâmica, flexível, variável, “um processo de evolução ininterrupto que se realiza através da interação verbal social dos locutores” (BAKHTIN, 2006, p. 132) (grifos do autor).

Na terceira pergunta, os alunos são informados de que o corpo “é a parte que amplia o lead, acrescentando novas informações” (PL, 6ª série, p. 180) e indagados sobre quais parágrafos compõem o corpo da notícia lida. Não há dúvidas quanto ao fato de que essa terceira pergunta tem por finalidade complementar a segunda, em que identificamos uma breve definição de lead como o primeiro parágrafo da notícia. Constatamos que, nessa seção, objetiva-se trabalhar a estrutura composicional da notícia numa preparação para a produção desse gênero, assim sendo, a segunda e a terceira perguntas, quando abordam o lead e o corpo, respectivamente, tentam nada mais do que efetivar o objetivo que se pretende atingir.

Importa dizer que essa composição da notícia da qual os autores do livro didático analisado lançam mão para propor um estudo acerca desse gênero – lead e corpo, além da manchete, é claro – converge para a categorização postulada pelos teóricos cujos trabalhos se voltam para a notícia, dentre os quais mencionamos van Dijk (2002) e Bonini (2002). Cabe ressaltarmos ainda que a definição de corpo verificada em Português: Linguagens assemelha- se bastante à noção de documentação discutida por Lage (2006), para quem essa última pretende, exatamente como exposto nesse livro didático, acrescentar novas informações ao lide, detalhando o fato noticiado. Essa terceira pergunta foi assinalada no item 12 – Identificação do corpo do texto.

A quarta pergunta direciona-se para a linguagem comumente utilizada em notícias:

4. O jornalista pode relatar um fato de modo impessoal e objetivo, isto é, sem se envolver, sem dar sua opinião, ou de modo pessoal e subjetivo, isto é, envolvendo-se com o fato e emitindo sua opinião. A notícia em estudo foi relatada predominantemente de que modo? a) Impessoal, como se pode confirmar pelo emprego dos verbos na 3ª pessoa e pela quase ausência de opiniões do jornalista.

b) Pessoal, como se pode confirmar pelo emprego de verbos na 1ª pessoa e pela presença de opiniões do jornalista.

Verificamos que essa pergunta apresenta informações importantes sobre o gênero em foco, ao afirmar que o relato da notícia pode ser impessoal e objetivo, sem opiniões do jornalista, ou ainda, pessoal e subjetivo, expressando o envolvimento do jornalista com o fato e suas opiniões a seu respeito. Parece-nos evidente, ainda que os aspectos linguísticos sejam a tônica dessa pergunta e não haja uma proposta de discussão sobre os efeitos de sentido desejados e provocados pela linguagem empregada na notícia, que sua pretensa imparcialidade já foi desvendada e desmitificada para os alunos, uma vez que se admite a possibilidade de o relato expressar a opinião do autor da notícia.

De acordo com essa pergunta, a notícia é impessoal quando há ausência de opiniões do jornalista e emprego da 3ª pessoa, em contrapartida, o relato é pessoal se constatada a presença de opiniões do jornalista mais o uso da 1ª pessoa. Na verdade, segundo os pressupostos teóricos que fundamentam esta pesquisa, não existe imparcialidade na notícia, isto é, o uso da 3ª pessoa do discurso não garante um relato impessoal, esse pode apresentar uma linguagem objetiva, no sentido de breve, direta, sem rodeios e delongas, mas jamais neutra, imparcial. Acrescentamos ainda, baseados em Lustosa (1996) e Miotto (2003), que a notícia corresponde à técnica de relatar os fatos de modo que pareçam verdadeiros, incluindo, conforme Lage (2006), a utilização de noções precisas, palavras e expressões que objetivam garantir a precisão da informação, não a imparcialidade dos fatos. Esclarecemos que, apesar de ser uma só pergunta, essa diz respeito tanto ao item 15 – Emprego de linguagem objetiva (uso de 3ª pessoa) – quanto ao item 17 – Escolhas que sinalizam a(s) posição(ões) do jornalista –, sendo categorizada nesses dois itens.

A linguagem empregada na notícia é também alvo da quinta pergunta, na qual os autores de PL enfatizam a objetividade dessa linguagem, sua clareza e precisão e questionam sobre qual a variedade linguística adotada na notícia lida – item 19: Variedade linguística empregada na notícia. Importa dizer que, para Lage (2006), o texto noticioso precisa se adequar aos ditames da teoria gramatical e essa adequação diz respeito muito mais ao funcionamento discursivo do gênero do que às suas características linguísticas, já que precisam ser consideradas as condições de produção e recepção desse gênero, abarcando-se os leitores da notícia, a credibilidade do jornal como instituição, o lugar de que fala o jornalista, etc.

De modo diverso do que postula Lage (2006), na coleção Português: Linguagens, deixa-se transparecer que o uso da variedade padrão da língua é exatamente a garantia de um texto objetivo, preciso e claro, e que o inverso, isto é, o uso de uma variedade da língua que não a padrão, não possibilita clareza, precisão e objetividade, fazendo supor que pouco

importa a situação de comunicação, pouco importam os destinatários e os objetivos do gênero diante da eficácia, por si, do sistema formal da língua.

A sexta e a sétima perguntas apontam para o título da notícia – O beijo mais caro do mundo –, e, nelas, questiona-se se o título anuncia o assunto tratado na notícia e se esse título é objetivo e impessoal ou subjetivo e pessoal, respectivamente. Temos, na sexta pergunta – “Ele [o título] anuncia o assunto que será desenvolvido na notícia?” (PL, 6ª série, p. 180) –, uma alusão à função da manchete – item 09 – de sintetizar e anunciar os fatos relatados na notícia, de forma a conduzir os leitores para sua leitura. Ressaltamos que, num estudo sobre o referido gênero, importa aos alunos, leitores de notícias dentro e fora do ambiente educacional, saber qual a função da manchete e quais as relações que se estabelecem entre ela e a notícia propriamente dita, principalmente, porque, como postula van Dijk (2002), as expectativas sobre o que será lido começam já no momento da leitura da manchete, daí sua relevância. Ademais, há casos, como a manchete da notícia trazida por Português: Linguagens, em que é a leitura do texto que responde aos leitores o porquê do título escolhido, e, se em alguns momentos as manchetes atraem os leitores por estamparem o fato relatado na notícia, em outros esses são seduzidos porque o assunto foi apenas insinuado nas manchetes, não revelado, fato que corrobora a pertinência dessa sexta pergunta.

Quanto à sétima pergunta – “Na sua opinião, esse título é objetivo (impessoal) ou subjetivo (pessoal)?” (PL, 6ª série, p. 180) –, constatamos que essa, novamente, reporta os alunos à linguagem da notícia, indagando-lhes sobre a objetividade do título apresentado – item15: Emprego de linguagem objetiva (uso de 3ª pessoa). Contudo, é oportuno explicitar que, se há duas opções – o título é objetivo e impessoal ou o título é subjetivo e pessoal – a pergunta se encerra na resposta correta – o título é objetivo e impessoal –, e, vista assim como “marque a alternativa correta”, os alunos não precisam sequer ser questionados sobre como chegaram a tal resposta, basta que tenham chegado até aí. Esclarecemos que, na quarta pergunta, há também duas alternativas para os alunos marcarem a resposta correta – o relato da notícia é impessoal e isento de opiniões do jornalista ou o relato da notícia é pessoal e marcado pelas opiniões do jornalista –, porém, sua formulação conduz os alunos à reflexão acerca da linguagem da notícia, sendo, por isso, mais oportuna do que essa sétima pergunta.

Na oitava pergunta apresentada em Português: Linguagens, os alunos devem se reunir com seus colegas e responder quais as características da notícia. Para melhor compreendermos o objetivo dessa pergunta e a quais características ela faz referência, consultamos, mais uma vez, a resposta sugerida aos professores, a qual pode ser assim sintetizada: a notícia é o relato de um fato novo, geralmente composto por uma estrutura

padrão (lead e corpo). O lead traz as principais informações sobre o fato: o quê, quem, onde, quando, como e por que, já o corpo detalha o lead. O título da notícia é curto e objetivo e a linguagem é direta, objetiva, impessoal em consonância com a variedade padrão.

A resposta fornecida pelos autores dessa obra para essa pergunta não deixa margem para dúvidas: a notícia é definida a partir de suas características linguísticas e formais, ou seja, no livro didático analisado, apresenta-se a composição desse gênero em lead e corpo, retomam-se as perguntas as quais o lead deve responder e são tecidas considerações sobre a linguagem da notícia. Também não restam dúvidas de que tais informações são relevantes para o estudo desse gênero e para a formação de leitores competentes de notícias. Todavia, o que questionamos é a caracterização do gênero com ênfase puramente nos seus aspectos formais, levando os alunos a crerem numa concepção de língua como código transparente, numa estrutura linguística que, por si, realiza uma ação. Na verdade, o que temos é uma ação que se realiza por meio do gênero e que só se efetiva porque existe uma situação de comunicação na qual sujeitos objetivam que tal ação se concretize, sujeitos que têm propósitos definidos e que se utilizam do gênero para atingi-los.

Tendo em vista que da primeira à sétima perguntas são abordadas as características da notícia retomadas nessa oitava pergunta, consideramos que essa última contempla itens já assinalados no QUADRO 4 – Aspectos analisados no tratamento dado à notícia nos cinco livros didáticos selecionados (seção 3.1; p. 82).

Finalizadas as atividades de estudo da notícia, é proposta, em Agora é a sua vez, a tarefa de produção textual, em que os alunos devem escrever uma notícia sobre um fato ocorrido na escola, no bairro, no Brasil ou no mundo, sabendo que essa irá compor o jornal mural a ser construído no fim da unidade. Vale acrescentar que, em PL, encontramos algumas orientações para a escrita, segundo as quais, os alunos devem estar atentos para o leitor do texto produzido, para a linguagem empregada, para o título, além de não se esquecerem de começar pela informação tida como a mais importante. Essa última orientação trata do princípio da pirâmide invertida, característica sobre a qual não verificamos explicações, a não ser, indiretamente, quando destaca-se o lead como o primeiro parágrafo da notícia. Para avaliarem suas produções, pede-se que os alunos observem se a notícia por eles escrita traz todas as características (linguísticas e estruturais) estudadas.

Duas últimas seções encerram o capítulo focalizado: A língua em foco – seção que se dedica ao estudo gramatical e que, aqui, se ocupa dos tipos de predicado – e Divirta-se – seção em que verificamos a presença de uma tirinha publicada em 29/06/05, na Folha de S. Paulo. Porém, em nenhuma delas foi detectada qualquer remissão ao gênero abordado em

Produção de texto. Ao final dessa unidade, encontramos, em Intervalo, uma proposta para os alunos montarem um jornal mural, e, para tanto, esses devem reunir suas produções feitas ao longo da unidade. Esclarecemos que o objetivo do jornal mural, conforme explicitado no livro didático, é divulgar as produções dos alunos, e que, em Intervalo, foram localizadas breves informações sobre a confecção desse jornal, mas não outras relativas ao contexto de circulação de notícias ou à esfera jornalística capazes de justificar a inclusão desse gênero nessa unidade.

Destacamos os itens contemplados em Português: Linguagens com vistas a possibilitarmos um olhar discreto sobre o trabalho proposto nessa obra:

É nítida a abordagem proposta nesse livro didático, no que tange ao estudo e à exploração da notícia: temos uma valorização da estrutura composicional do gênero, dos aspectos linguísticos a que os jornalistas, com algumas variações, certamente, lançam mão na escrita de notícias. Os autores dessa coleção ocupam-se com o estudo de uma forma que, como atestam autores como Dell’Isola (2007), jamais pode significar uma “camisa-de-força” para os usos linguísticos, até mesmo porque seria um esforço vão diante da dinamicidade da língua. Não pretendemos negar a estabilidade dos gêneros, principalmente porque, nesta pesquisa, não situamos aspectos linguísticos e estruturais e aspectos funcionais e discursivos em pólos díspares, ao contrário, concebemos os gêneros como uma fusão de todos esses aspectos, como formas linguísticas que funcionam (BAZERMAN, 2006), que possuem uma estrutura que só é eficiente na medida em que possibilita a consecução de propósitos desejados. Nessa ótica, à luz dos argumentos de Bazerman (2006), rechaçamos uma proposta de ensino na qual os gêneros são tidos como atemporais, posto que essa promove o apagamento dos sujeitos, delegando à própria língua o caráter ativo daqueles que dela fazem uso.

Identificação dos SUPORTES em que as notícias são veiculadas;

Identificação do LEAD;

• Identificação do CORPO;

Identificação da LINGUAGEM da notícia;

• Identificação da VARIEDADE LINGUÍSTICA empregada na notícia;