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ANÁLISE DOS CONSTRUTOS A PARTIR DAS VARIÁVEIS SEXO E ANO DE INGRESSO

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.5 ANÁLISE DOS CONSTRUTOS A PARTIR DAS VARIÁVEIS SEXO E ANO DE INGRESSO

De acordo com Hair Jr. et al. (2005, p. 297), “[...] o teste T pode ser usado para testar uma hipótese que estabelece que as médias para as variáveis associadas com duas amostras ou grupos serão iguais”. No caso desta pesquisa, pretendeu-se verificar se havia diferenças na percepção dos acadêmicos do sexo masculino e feminino e dos acadêmicos ingressantes em anos diferentes na Universidade em relação aos construtos utilizados para avaliar a percepção dos acadêmicos sobre o Portal UFSM.

Buscou-se confrontar os resultados obtidos em relação ao sexo dos respondentes com estudos anteriores, o que não foi possível pois não foram identificados dados resultantes de análises com grupos de sexo masculino e feminino em pesquisas de percepção quanto ao uso de ferramentas de e-Gov. No caso da investigação da efetividade do sítio da Receita Federal (RAMPELOTTO, 2013), esse item não foi solicitado nos questionários aplicados, tanto para os respondentes do atendimento digital como para os do atendimento presencial. Houve sim, sugestão por parte de um dos avaliadores do questionário presencial, para que fosse incluída uma questão para identificar o sexo dos respondentes, mas isto não foi aceito pelo pesquisador. A justificativa apresentada pelo autor foi em função do público-alvo e objetivo da pesquisa.

Nesta seção, foram realizados testes para amostras independentes dos grupos sexo (masculino e feminino) e ano de ingresso (um grupo há mais tempo na UFSM e outro há menos tempo). Os dois grupos selecionados para as amostras independentes relativas ao ano de ingresso referem-se ao tempo de permanência na Universidade. Para a definição desses grupos, calculou-se a mediana, cujo resultado foi o ano de 2012. Face à necessidade de

organizar os respondentes que representam a mediana, optou-se por sua alocação no grupo que resultaria numa divisão equilibrada; portanto, foram alocados no grupo 1. O grupo 1, então, corresponde aos ingressantes entre 2006 e 2012, representando 51,4% dos respondentes, e o grupo 2, representando 48,6%, corresponde aos que ingressaram na Universidade entre os anos de 2013 e 2014.

Inicialmente, para testar as diferenças de médias para os sexos (masculino e feminino), foi utilizado o teste T, considerando como hipótese nula (H0) que as médias para homens e mulheres seriam iguais contra a hipótese alternativa (H1) que não existe diferença de percepção entre homens e mulheres para os fatores Maturidade, Disponibilidade, Facilidade de uso, Confiabilidade, Acessibilidade/Transparência/Conteúdo sobre o Portal UFSM (Tabela 24).

Tabela 24 – Relação entre o sexo dos respondentes e os fatores para identificar a percepção dos acadêmicos sobre o Portal UFSM.

Sexo Fatores Masculino Média (±DP) Feminino Média (±DP) t p-valor Maturidade 4,67 (±1,67) 4,65 (±0,98) 0,057 0,954 Disponibilidade 5,32 (±1,14) 5,23 (±1,05) 0,217 0,828 Facilidade 5,14 (±0,97) 5,22 (±0,88) -0,116 0,907 Confiabilidade 5,48 (±1,00) 5,54 (±0,93) 0,837 0,403 Acessibilidade/Transparência /Conteúdo 4,70 (±1,04) 4,69 (±0,89) -0,673 0,501 Fonte: Autora.

Para o teste rejeitar H0, o p-valor deveria ser menor que 0,05 (Malhotra, 2006). A partir dos resultados (Maturidade, p-valor=0,954; Disponibilidade, p-valor=0,828; Facilidade de Uso, p-valor=0,907; Confiabilidade, p-valor=0,403 e Acessibilidade e Transparência Conteúdo, p-valor=0,501), verificou-se que nenhum p-valor foi abaixo de 0,05, logo, o teste aceita H0, significando que não há diferença de percepção entre homens e mulheres no que diz respeito à percepção sobre o Portal UFSM.

Observando o resultado da significância (Tabela 25), verifica-se que nenhum dos fatores teve diferença significativa entres os dois grupos em estudo. Em todos os casos, o

desvio-padrão esteve próximo de 1, apontando novamente para dispersão dos valores em relação às médias.

Para testar as diferenças de médias para os acadêmicos ingressantes entre 2006 e 2012 (G1) e os ingressantes entre 2013 e 2014 (G2) também foi utilizado o teste T, considerando como hipótese nula (H0) que não existe diferença de percepção considerado o ano de ingresso dos acadêmicos para os fatores Maturidade, Disponibilidade, Facilidade de uso, Confiabilidade, Acessibilidade/ Transparência/Conteúdo sobre o Portal UFSM (Tabela 25), enquanto a hipótese alternativa (H1) indica que há diferença de percepção entre os dois grupos.

Tabela 25 – Relação entre o ano de ingresso dos respondentes na UFSM e os fatores para identificar a percepção dos acadêmicos sobre o Portal UFSM.

Ingresso Fatores Grupo 1: 2006 a 2012 Média (±DP) Grupo 2: 2013 a 2014 Média (±DP) t p-valor Maturidade 4,66 (±1,00) 4,66 (±1,03) 0,057 0,954 Disponibilidade 5,28 (±1,03) 5,26 (±1,15) 0,217 0,828 Facilidade 5,18 (±0,91) 5,19 (±0,92) -0,116 0,907 Confiabilidade 5,54 (±0,95) 5,49 (±0,98) 0,837 0,403 Acessibilidade/Transparê ncia/ Conteúdo 4,67 (±0,95) 4,71 (±0,96) -0,673 0,501 Fonte: Autora.

Para o teste rejeitar H0, o p-valor deveria ser menor que 0,05 (MALHOTRA, 2006). A partir dos resultados (Maturidade, p-valor=0,954; Disponibilidade, p-valor=0,828; Facilidade de Uso, p-valor=0,907; Confiabilidade, p-valor=0,403 e Acessibilidade e Transparência Conteúdo, p-valor=0,501), verificou-se que nenhum p-valor foi abaixo de 0,05, logo, o teste não rejeita H0, significando que não há diferenças entre as médias de respostas entre G1 e G2.

De acordo com CGI (2015), o percentual de usuários que utilizam a internet aumenta conforme o nível de escolaridade. Embora considerando que a população desta pesquisa seja incluída no menor grupo de usuários do relatório TIC (2014), aqueles que ainda não possuem curso superior, entende-se que são usuários muito ativos das TICs, independentemente do

tempo na instituição, não havendo, dessa forma, interferência na sua percepção frente ao Portal UFSM.

As médias dos fatores Maturidade e Acessibilidade/Transparência/Conteúdo, as quais, em diferentes comparações e agrupamentos no decorrer das análises, apresentam-se abaixo dos demais fatores são um aspecto importante a ser ressaltado. Na relação aqui realizada, confirmou-se, em ambos os casos, essa recorrência, em que os dois grupos obtiveram resultados abaixo de 5, sendo o último fator com desvio-padrão abaixo de 1.

Araújo e Maia (2014), analisando inovações em e-Gov, identificou apenas a implantação das TIs, não identificando um incentivo à participação da sociedade na mesma proporção, de forma que não está assegurado um diálogo entre governo e sociedade conforme definido por Brasil (2000a). Isto posto, reforça-se a observação já realizada de que a Maturidade e a Transparência frequentemente apresentam resultados menos positivos em relação aos demais aspectos que envolvem as iniciativas de e-Gov.