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Análise dos dados de professores que lecionaram para o primeiro ano dos

No documento patriciadesadiasdesouza (páginas 126-131)

2 DIAGNÓSTICO DA REPROVAÇÃO NO INSTITUTO FEDERAL DE

2.7 Procedimentos metodológicos

2.7.6 Análise dos dados de professores que lecionaram para o primeiro ano dos

Foi realizado nesta pesquisa um levantamento da formação dos professores que lecionaram para o primeiro ano dos cursos técnicos integrados referente ao ano de 2015. No sítio da instituição obteve-se uma lista com os nomes de todos os

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%: percentual.

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docentes e posteriormente foi feita pela pesquisadora uma busca no Curriculum Lattes de cada professor. A partir desta lista, a Gestão de Pessoas do Campus Juiz de Fora forneceu informações relevantes destes docentes e elas serão utilizadas nesta pesquisa.

O total de professores que lecionam para o primeiro ano dos cursos técnicos integrados é de 52 docentes. Ao fazer o levantamento no Curriculum Lattes obtiveram-se os seguintes dados: 19 professores (36%) possuem Graduação em Licenciatura ou Pós-Graduação em área pedagógica/educação e 33 professores (64%) possuem Graduação em Bacharelado. Diante disso, pode-se inferir que apesar da experiência profissional com docência, muitos destes professores não possuem a formação pedagógica específica.

A Resolução nº 6, de 20 de setembro de 2012, que define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio, trata em seu artigo 40:

A formação inicial para a docência na Educação Profissional Técnica de Nível Médio realiza-se em cursos de graduação e programas de licenciatura ou outras formas, em consonância com a legislação e com normas específicas definidas pelo Conselho Nacional de Educação.

§ 2º Aos professores graduados, não licenciados, em efetivo exercício na profissão docente ou aprovados em concurso público, é assegurado o direito de participar ou ter reconhecidos seus saberes profissionais em processos destinados à formação pedagógica ou à certificação da experiência docente, podendo ser considerado equivalente às licenciaturas: I - excepcionalmente, na forma de pós-graduação lato sensu, de caráter pedagógico, sendo o trabalho de conclusão de curso, preferencialmente, projeto de intervenção relativo à prática docente;

II - excepcionalmente, na forma de reconhecimento total ou parcial dos saberes profissionais de docentes, com mais de 10 (dez) anos de efetivo exercício como professores da Educação Profissional, no âmbito da Rede CERTIFIC;

III - na forma de uma segunda licenciatura, diversa da sua graduação original, a qual o habilitará ao exercício docente.

§ 3º O prazo para o cumprimento da excepcionalidade prevista nos incisos I e II do §2º deste artigo para a formação pedagógica dos docentes em efetivo exercício da profissão, encerrar-se-á no ano de 2020 (BRASIL, 2012d, p. 264).

Conforme exposto, a Resolução nº 6 / 2012 (BRASIL, 2012d) determina que até 2020 todos os docentes tenham sua formação pedagógica realizada, seja através de cursos de especialização nesta área, realizando uma segunda licenciatura ou na forma de reconhecimento de saberes e competências para aqueles docentes com mais de 10 anos de efetivo exercício na Educação Profissional.

Segundo o gestor da área de ensino do IF Sudeste MG Campus Juiz de Fora, ouvido na entrevista para esta pesquisa, a Reitoria da instituição ofereceu em formato de Especialização um Curso de Formação Pedagógica, mas, nas palavras dele, este curso não gerou o impacto desejado:

Existe um curso de formação pedagógica oferecido pela Reitoria para os professores sem licenciatura, mas está mais para uma formalidade. O efeito deste curso é que é questionável. As chefias de Departamento chegam para o professor e pedem para ele se inscrever no curso. Inclusive, é uma exigência do edital do concurso. O problema não é promover o curso, mas como promovê-lo. Não há sensibilização dos professores. O último curso de formação pedagógica foi oferecido pela forma de especialização (Entrevista realizada com gestor do IF Sudeste MG – Campus Juiz de Fora no dia 15 de fevereiro de 2015).

Diante do exposto fica evidente o desafio de se pensar em atividades que de fato envolvam o professor e não sejam meramente cumpridoras de formalidades. Fato é que a lei exige a formação pedagógica para os professores que lecionam na educação técnica e a instituição precisa pensar em ações que atendam a legislação, mas ao mesmo tempo envolvam o professor.

Neste sentido, mais uma vez durante a entrevista, o gestor externou sua opinião e deixou uma sugestão para a formação dos professores:

Uma semana da educação ou pedagógica seria importante. Poderia se pensar neste ano para o segundo semestre. É preciso motivar os professores a participar. Não será em uma semana que vamos resolver tudo, será um início. Vamos colocar temas para atrair os professores e aqueles que não participarem neste primeiro ano, calma! Aqueles professores que participarem e acharam toda a discussão importante serão multiplicadores. A discussão vai acontecendo pelos corredores. É preciso fazer, mas com muito cuidado! Usar uma estratégia entre nós de escolher alguns professores que tenham uma cosmovisão pedagógica mais favorável para fazermos um trabalho mais contínuo e paralelo a esta semana pedagógica. Momentos que pareçam casuais para os professores, mas que para nós serão planejados com fim específico (Entrevista realizada com gestor do IF Sudeste MG – Campus Juiz de Fora no dia 15 de fevereiro de 2015).

Com relação à formação em pós-graduação temos os seguintes dados: 6 são pós-doutores (11,5%); 9 são doutores (17,3%); 25 são mestres (48,1%); 5 são especialistas (9,6%); 7 são graduados (13,5%). O percentual de pós graduações strictu sensu é de 76,9%, evidências de um corpo docente altamente qualificado, conforme evidencia Barbosa (2011). Devido a esta alta capacitação dos professores, vantagem educacional que não é realidade da maioria das escola públicas

brasileiras, o IF Sudeste MG Campus Juiz de Fora necessita baixar os índices de reprovação escolar para minimizar as consequências da naturalização da reprovação dentro da sua cultura e estrutura organizacional (RIBEIRO, 1991).

FATOR: ESTRATÉGIAS DIDÁTICO- METODOLÓGICAS

DOCENTES

FATOR: HORAS DE DEDICAÇÃO DOS ALUNOS

AOS ESTUDOS EXTRA- CLASSE

FATOR: INTERESSE DO ALUNO PELO CURSO

FATOR: MONITORAMENTO DA EQUIPE ESCOLAR:

PEDAGÓGICO, PSICOLÓGICO E SOCIAL

REPROVAÇÃO

FATOR: CARGA HORÁRIA EXCESSIVA DO CURSO NO

PRIMEIRO ANO

FATOR: FALTA DE BASE DOS ALUNOS

FATOR: INDISCIPLINA EM SALA DE AULA

FATOR: NÍVEL DE FORMAÇÃO DOS PAIS

FATOR: PERSPECTIVAS POSITIVAS E INCENTIVO DA

FAMÍLIA AOS FILHOS EM ESTUDAR E FAZER OS

DEVERES

FATOR: PARCERIA ESCOLA- FAMÍLIA, PARTICIPAÇÃO

EM REUNIÕES E ACOMPANHAMENTO FREQUENTE DA SITUÇÃO

ACADÊMICA DO FILHO

FATORES: COR, SEXO, RENDA FAMILIAR 3 PAE: ELABORANDO ESTRATÉGIAS PARA INTERVIR NA REALIDADE

Nos capítulos anteriores foram apresentados e debatidos os fatores relacionados às reprovações no primeiro ano dos cursos técnicos integrados ao ensino médio no IF Sudeste MG - Campus Juiz de Fora a partir da percepção dos atores escolares e do referencial teórico. Os atores objeto desta pesquisa, especialmente alunos e professores, foram ouvidos para que a investigação pudesse ser o mais próximo possível do real. Além disso, outros atores que deram suporte a este trabalho também foram considerados nas análises, como: a influência de toda a equipe escolar e da família; sem falar nos fatores sociais, econômicos e culturais atinentes ao contexto de cada discente. Partindo destas conclusões, este capítulo apresenta estratégias para intervir na realidade observada. Ou seja, serão apresentadas ações que propõem minimizar os fatores que ocasionam as reprovações no primeiro ano dos cursos técnicos integrados ao ensino médio no IF Sudeste MG - Campus Juiz de Fora. Refletindo acerca dos fatores que contribuem para a reprovação a partir da percepção dos atores escolares e do referencial teórico, observa-se uma complexidade, ligada a diferentes fatores e situações. A figura 1 elucida a constatação evidenciada na pesquisa de forma esquemática:

Figura 1 - Fatores que contribuem para a reprovação a partir da percepção dos atores escolares e do referencial teórico

Acredita-se que com iniciativas combinadas e propostas para os atores escolares, os fatores que levam às reprovações no primeiro ano dos cursos técnicos integrados poderão ser minimizados. Foram identificados alguns grupos que merecem atenção, os quais podem ser mais suscetíveis à reprovação: negros; meninos; discentes cujos pais possuem um grau de formação menos avançado nos níveis acadêmicos; alunos que não dedicam uma quantidade razoável de horas extra-classe para os estudos individualizados; alunos cujos pais não participam com tanta frequência de reuniões na escola e, educandos que não são incentivados a fazer o dever de casa tão frequentemente por seus responsáveis. As ações do PAE abrangerão estes grupos mencionados, assim como os demais alunos matriculados no primeiro ano dos cursos técnicos integrados12.

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