• Nenhum resultado encontrado

Análise dos Dados.

No documento GICÉLIA OLIVEIRA DE SÁ (páginas 44-58)

PARTE II Fundamentação Teórica

2.1. Violência e Contexto Social.

3.1.2. Análise dos Dados.

As respostas obtidas a partir da análise do item 1.1 que diz respeito à Formação Inicial e Continuada do docente, deixam clara a preocupação dos mesmos em buscar uma formação superior objetivando obter novos conhecimentos e prol do aperfeiçoamento de sua prática.

Quadro sobre cursos e ações para melhoria da prática docente.

O quadro ações para a melhoria da prática docente demonstrou a predominância de respostas aos itens 1.2 que se refere à formação inicial do docente e 1.5 que trata de descobrir se as reuniões pedagógicas ajudam a melhorar prática do educador.

0 – NUNCA. 1 – RARAMENTE. 2- QUASE SEMPRE. 3 – SEMPRE.

1.2 1.3 1.4 1.5 A) 2 1 2 1 B) 1 1 0 1 C) 2 2 3 3 D) 1 0 2 2 E) 1 1 1 2 F) 1 0 1 2

Os professores em sua maioria concluíram que estes tipos de formação ocorrem de modo raro demonstrando o descaso dado à formação continuada deste profissional que deve estar em constante processo de aprimoramento.

O retorno dado pela questão 1.5 que diz respeito às reuniões pedagógicas e pretendeu verificar se colaboram para a melhoria do relacionamento entre professores e alunos para que se tente evitar condutas violentas entre os pares revelou que tais reuniões ocorrem quase sempre.

A questão 2.1 diz respeito ao conceito que os professores possuem sobre o que é violência escolar. Demonstrou que generalizam esse conceito, consideram como: agressões físicas, verbais e morais que podem partir dos

alunos contra funcionários ou dos funcionários contra os alunos e que ocorrem quando há o desrespeito contra as diferenças e o espaço do outro.

Um dos questionados revelou que também existe violência no modo como o professor trata os alunos. Outros fatores mencionados como violências foram às condições de trabalho do docente e a falta de ética entre os profissionais da escola.

A questão 2.2 teve como objetivo identificar quais são as possíveis causas das agressões físicas ou verbais realizadas por alunos. A maioria dos questionados responderam que a principal causa é a disputa pelo poder, revelando que alunos envolvidos em condutas violentas buscam auto- afirmarem-se perante os colegas e obter certo prestígio.

Outros fatores que colaboram para a ocorrência da violência correspondem à falta de valores morais, sociais e culturais, além disso, tais atitudes podem ser reflexo de situações vividas no seio da família como a falta de atenção dos pais, o sentimento de abandono e o desamor.

Não houve consenso nas respostas obtidas na questão 2.3 que diz respeito as prováveis saídas para se minimizar o clima de conflito e competição entre alunos.

Os professores apontaram como saídas: reeducar as famílias, mudar as políticas públicas da educação, melhorar a distribuição dos recursos públicos, a importância da presença da família no processo educacional da criança, tratar os alunos envolvidos em condutas violentas com diálogo propondo que os mesmos reflitam sobre suas atitudes, que a equipe escolar atue de modo a alcançar objetivos comuns e trabalhar com regras básicas para a melhoria da convivência social.

A questão 2.4 teve como finalidade esclarecer como a gestão escolar pode contribuir para que se abrandar os casos de agressão entre escolares.

As respostas deixam clara a necessidade que os professores sentem em obter apoio da gestão por meio de eventos e projetos que tenham como finalidade propiciar a colaboração e a união das pessoas, transformando o ambiente escolar num espaço acolhedor e humano, além da importância de se deixar as regras claras de modo a não permitir a impunidade.

Outro fator de relevância no combate a violência escolar foi dado por um questionado que mencionou a importância da atuação de um profissional preparado para atuar em situações de conflito trata-se do Conselheiro que também agiria na prevenção de tais condutas.

Conversei com alguns docentes enquanto respondiam ao questionário, mostraram-se receptivos à minha abordagem e surpresos com o tema deste trabalho consideraram-no relevante.

Declararam em conversas informais a existência de outros problemas que precisam ser debatidos com a mesma urgência como: dificuldades de aprendizagem, problemas de saúde de professores e alunos, a necessidade de haver a presença de outros profissionais na escola como psicopedagogos, fonoaudiólogos ou que existam formas de encaminhamento para o atendimento, a desvalorização do profissional de educação, a falta de sentido da escola entre outros.

A grande maioria revelou que o que assistem dentro da escola corresponde a um problema estrutural da sociedade, ou seja, é algo que se origina e ganha força a partir da falta de políticas públicas de inserção do jovem, que o impede de ter uma escola que apresente o compromisso de formar a pessoa no sentido completo. Para Cordeiro (1999): “A violência que permeia os corredores da escola é a mesma que percorre outras instâncias da nossa sociedade.” (CORDEIRO, 1999, p.77).

Meu Sonho

Parei as águas do meu sonho

para teu rosto se mirar.

Mas só a sombra dos meus olhos

ficou por cima, a procurar...

Os pássaros da madrugada

não têm coragem de cantar,

vendo o meu sonho interminável

e a esperança do meu olhar.

Procurei-te em vão pela terra,

perto do céu, por sobre o mar.

Se não chegas nem pelo sonho,

por que insisto em te imaginar?

Quando vierem fechar meus olhos,

talvez não se deixem fechar.

Talvez pensem que o tempo volta,

e que vens, se o tempo voltar.

(Cecília Meireles)

PARTE IV

4.1. - PROJETO DE INTERVENÇÃO ESCOLAR

Identificação do Projeto

Título:

Prevenindo a Violência na Escola dando novos ares à educação

Unidade executora:

Secretaria de Educação do Município de São Paulo

Equipe Responsável:

Gicélia Oliveira de Sá: Pedagoga idealizadora do projeto. Renata Alves: Pedagoga que dará suporte aos eventos. Júlia Silva: Psicóloga promoverá as dinâmicas.

João Lacerda: Sociólogo responsável pela pauta das reuniões.

Unidade de Trabalho:

EMEF. “Arco-Íris”

Localizada à Rua: Ouro Preto, nº. 100 – São Mateus/SP. CEP: 1234-000

Tel.: 0987-6543

Caracterização da Escola:

Possui cerca de 1300 alunos que freqüentam as séries iniciais do Ensino Fundamental I e II, além de alunos que cursam o supletivo. Assim como outras têm sofrido com a violência que os alunos praticam entre si, contra funcionários e professores.

Metodologia:

Este curso se propõe a aguçar o interesse de alunos, pais e professores na discussão sobre a violência na sociedade e no âmbito escolar, não pretende

com isso exterminar a violência e sim promover a discussão e a melhoria das relações entre as pessoas, para isso abordará:

O conceito de violência na sociedade identificando o que os alunos destas séries entendem por violência levando em consideração suas próprias vivências, ou seja, o que representam tipos de violência para eles e quais lhe são marcantes.

Em seguida, em grupo, irão confeccionar cartazes com ilustrações que representem as suas percepções. Os responsáveis pelo projeto observarão como as crianças se comportam quando reunidas, suas ações e reações se são amigáveis ou não. Essas impressões serão registradas em um portifólio individual.

Estes cartazes serão distribuídos pela escola de modo a despertar a curiosidade dos próprios alunos em perceber o que os colegas entendem por violência.

Terminada essa fase, o instrutor responsável (um dos responsáveis pelo projeto), explicará quais são os tipos de violência presentes em nossa sociedade, questionando os alunos sobre quais seriam, segundo eles, os tipos de violência encontradas na escola.

A partir daí os alunos farão uma lista de atitudes que costumam ter ou observar nos colegas, que geram algum tipo de violência, e quais seriam as formas de resolver por meio do diálogo tais situações.

Dinâmicas serão realizadas partindo das situações-problemas identificadas pelos alunos, com o intuito de buscar a conciliação entre as partes, meninos e meninas dramatizarão cenas do cotidiano escolar em que precisam manter a calma seja na escola, com seus familiares, amigos entre outros.

Após o término dessa etapa, será realizado um concurso no qual os alunos (será adaptado respeitando a idade dos participantes), farão uma exposição de trabalhos realizados sobre a violência na escola, serão aceitas peças teatrais, músicas, jograis, cartazes e poemas que reunidos em categorias serão escolhidos pela comunidade que será convidada para a visitação e votação sobre quais são os melhores.

Os melhores trabalhos serão premiados com a possibilidade de mostrarem seus feitos para outras escolas do em torno. “Faz-se necessário buscar, ousar e acreditar todos os dias. Acreditar em si e nos outros seres humanos, reinventando incessantemente nossas próprias ações e intenções”. (UNESCO, 2003, p. 241).

Coordenação:

Gicélia Oliveira de Sá

Público Alvo:

Cerca de 600 alunos dos segundos aos quintos anos do Ensino Fundamental I, professores responsáveis por cada série e pais que terão uma palestra e receberão no decorrer desta uma apostila explicativa sobre o curso e seus objetivos. Os pais deverão assinar a apostila de seus filhos no caso de concordarem com o curso que será ministrado e terá a colaboração dos professores da escola.

Objetivos:

Gerais: Promover a discussão sobre a violência na Sociedade por meio de reuniões em que estarão presentes alunos, pais e demais interessados, realizando uma pesquisa na comunidade escolar identificando os principais casos de conduta agressiva entre os alunos da Instituição de acordo com a série sem que haja a divulgação dos nomes das crianças envolvidas nessas práticas.

Específico: Desenvolver um curso voltado a alunos e professores das séries iniciais do Ensino Fundamental I de modo a propiciar que os alunos busquem resolver seus problemas por meio do diálogo e da negociação.

Conteúdos:

Serão discutidos e elaborados tendo a colaboração de todos os responsáveis pelo projeto, que dentro de suas áreas de conhecimento realizarão um trabalho interdisciplinar, aceitarão sugestões do corpo docente e discente da escola. O curso será dividido em três módulos:

Módulo 1: Violência na Sociedade Módulo 2: Violência na Escola

Módulo 3: Conscientização e Prevenção à Violência

Avaliação:

Dar-se-á ao longo do processo, será uma parceria entre o professor (a) responsável pelas turmas e um dos membros do projeto que dialogarão sobre a melhoria ou não do convívio de cada aluno com seus colegas e demais membros da equipe escolar, além de analisarem os trabalhos contidos no portifólio da criança.

Início: 11/02/2008 Término: 10/06/2008

Horários:

Segunda – feira na primeira aula: 2ºs anos Terça – feira na segunda aula: 3ºs anos Quarta – feira na primeira aula: 4ºs anos Quinta – feira na segunda aula: 5ºs anos

Às sextas - feiras haverá uma reunião organizada pelos responsáveis pelo projeto que contará com a presença de alguns representantes dos pais, professores e alunos que juntos irão discutir o encaminhamento das ações e propor sugestões para o seu aperfeiçoamento.

Duração:

O curso terá a duração de quatro meses. Ao final deste período será realizada uma pesquisa que terá o objetivo de investigar como os alunos se comportam entre si, verificando se houve alguma melhoria no modo como resolveram seus problemas na escola, contando com a colaboração dos professores que ainda permanecerem na Unidade Escolar.

Este estudo será apresentado por meio de seminários e será aberto à toda a comunidade que ficará responsável mediante o término do projeto a dar continuidade participando de reuniões e ações que a escola deverá continuar propondo de modo a minimizar a violência na escola.

Custo Estimado:

O valor a ser gasto no período de quatro meses com a folha de pagamento dos responsáveis pelo projeto será de R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil reais), pago pela Secretaria de Educação do Município de São Paulo.

CONCLUSÃO

Ao investigar essa temática pude rever os passos de realização de uma pesquisa, e desta forma enriquecer meus conhecimentos como professora pesquisadora. Este trabalho pode ser útil para professores, alunos, pais, entre outras pessoas que queiram estudar o assunto além de escolas que vivenciam o problema.

Pretendo escolher um dos aspectos deste tema para aprofundar em trabalhos futuros, pois, considero primordial que problemas como este sejam tratados com a devida importância e que formas de prevenção no caso da violência na escola sejam traçadas e postas em prática para a melhoria das relações entre as pessoas.

Este estudo revelou que os docentes consideram como violência todo e qualquer ato que possa comprometer as relações interpessoais e desconsidere as diferenças e o espaço do outro.

Entre os fatores que geram violência e que me chamaram a atenção estão a falta de ética entre os profissionais da escola, as péssimas condições de trabalho e a falta de apoio da gestão escolar.

É preciso que a escola seja um espaço no qual ocorra além da aprendizagem o convívio social e que este se realize de modo saudável, no qual as pessoas possam expressar suas idéias e que se contrárias as das outras pessoas sejam respeitadas e consideradas.

A escola e a comunidade devem atuar em parceria no desenvolvimento de formas de minimizar a violência na escola, para isso deve haver diálogo, de modo com que as crianças sintam que a escola pertence à elas, devem praticar atitudes que melhorem convivência com todos os membros da escola.

BIBLIOGRAFIA

AZANHA, Mário Pires. Documento de Trabalho. In: Fazendo Educação Continuada, n°01. SP: Secretaria da Educação, 1983.

ABRAMOVAY, Miriam; RUAS, Maria da Graça. Violências nas Escolas. UNESCO / Ministério da Saúde / Secretaria de Estado dos Direitos Humanos/ CNPq / Instituo Ayrton Senna / UNAIDS / Banco Mundial / USAID / Fundação FORD / CONSED/UNDIME. Brasília, 2002.

BRASIL, Constituição da Unidade Federativa de 1988, publicada no Diário Oficial da União, Brasília, 20/dez.

CHESNAIS, J. C. Historie de la violence. Paris: Éditions Robert Laffont, 1981. CORDEIRO, Maria José de Jesus Alves. Violência na escola e “medidas sócio

educativas”. Desvio entre intenções e resultado: um estudo de caso no Mato

Grosso do Sul. Mestrado em Educação- Currículo, PUC, 1999.

ESCLARIN, Antonio Perez: Educar pra humanizar, [trad. Antonio Efro Feltrin]. - São Paulo: Paulinas, 2006 – (Coleção educação e fé).

ESPÓSITO, Vitória. Cap. 3 - Buscando o sentido das palavras: construindo as bases para um trabalho participativo na escola. In: ALBUQUERQUE, Helena Machado e MARTINS, Maria Anita Viviane. Fazendo Educação Continuada, São Paulo: Evercamp, 2005. 140p.

FANTE, Cléo. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz

.

2ª ed. – Campinas, SP: Verus Editora. 2005, 224p.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda: Minidicionário da língua portuguesa, São Paulo: Nova Fronteira, 2001, 790p.

GROSSI, Patricia Krieger et all. Violência no Meio Escolar: a Inclusão Social

através da educação para paz, Textos & Contextos, 2005.

GUIMARÃES, Marcelo R. Manual dos Educadores para Paz. Porto Alegre: mímeo, 2003.

MILANI, Feizi. Cultura de Paz x Violências: papel e desafios da escola. In: MILANI, Feizi. Masrour e JESUS, Rita de Cássia Dias (orgs.). Cultura de Paz:

Estratégias, Mapas e Bússolas. Salvador: INPAZ, 2003, p.31-62.

ORTEGA, Rosário e Del Rey, Rosário: Estratégias educativas para a prevenção da violência; trad. Joaquim Ozório – Brasília: UNESCO, UCB, 2002.170p.

REBELO, Rosana Aparecida Argento. Indisciplina Escolar: Causas e Sujeitos. Petrópolis: Vozes, 2002.

SASTRE, Genoveva: Resolução de Conflitos e Aprendizagem: Gênero e

Transversalidade. [Tradução de Ana Vinite Fuzato] - São Paulo: Moderna,

2002, 296p.

UNESCO, Desafios e Alternativas: Violências nas escolas - Brasília: UNDP, 2003. 280p.

TÜRCK, Maria da Graça M. G. Rede interna e rede social: o desafio

permanente na teia das relações sociais. Porto Alegre: AMENCAR, 2002.

Questionário

Sou aluna do curso de Pedagogia na Pontifícia Universidade Católica de São

Paulo, estou desenvolvendo um projeto de pesquisa que tem como objetivo verificar a visão dos professores com relação à violência na escola.

Responda as questões apresentadas abaixo de acordo com sua vivência enquanto profissional da educação. Todas as perguntas devem conter uma resposta. As questões devem variar de 0 a 3 desta forma:

0 – NUNCA. 1 – RARAMENTE. 2- QUASE SEMPRE. 3 – SEMPRE.

1- Formação inicial e continuada:

1.1 Qual é o seu nível de formação?

R:

Assinale com um x a resposta mais adequada a sua opinião. 0 1 2 3

1.2- A escola ou secretaria de educação oferecem permanentemente cursos ou ações de formação continuada? 1.3- Nestes cursos ou ações são colocadas em pauta questões como a violência escolar?

1.4- Os professores/ supervisores pedagógicos sempre se reúnem para a discussão dos casos de violência ocorridos entre os alunos da Unidade Escolar?

1.5 - Caso as reuniões pedagógicas aconteçam, elas ajudam de fato a melhorar a prática pedagógica no que diz respeito a abordar e melhorar o relacionamento entre professores e alunos para que se tente evitar condutas violentas entre os pares?

2- Conceito de violência escolar:

2.1- Para você o que é violência escolar? R:

2.2- Qual ou quais são as possíveis causas das agressões físicas ou verbais realizadas entre alunos?

R:

2.3- Quais são, no seu entendimento as prováveis saídas para se minimizar o clima de conflito e competição entre os alunos?

R:

2.4- De que modo a gestão pode colaborar para que se diminuam os casos de agressão entre os alunos?

CRONOGRAMA TCC- 2007

Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov

Construção do Projeto de Pesquisa X Levantamento Bibliográfico X X Fundamentação Teórica X X Preparo e Testagem das entrevistas X X Coleta de Dados X X Aplicação e Tratamento dos questionários X X

Análise parcial dos

dados X

Redação TCC/

Revisão X X

No documento GICÉLIA OLIVEIRA DE SÁ (páginas 44-58)

Documentos relacionados