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GICÉLIA OLIVEIRA DE SÁ

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Academic year: 2018

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VIOLÊNCIA NA ESCOLA: UMA ABORDAGEM REFLEXIVA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO SÃO PAULO

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GICÉLIA OLIVEIRA DE SÁ

VIOLÊNCIA NA ESCOLA: UMA ABORDAGEM REFLEXIVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a aprovação na Habilitação de Administração Escolar do Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sob a orientação da Profa. Ms. Ana Maria Di Grado Hessel.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO SÃO PAULO

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BANCA EXAMINADORA

ALUNA: GICÉLIA OLIVEIRA DE SÁ

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me proporcionado vida e saúde

para realizar este sonho que era até o ano de 2003 muito

distante.

A meus pais, Luís e Helena pelo constante incentivo e

apoio durante estes, e todos os anos de minha vida.

A meus irmãos: Gilson, Ana Paula e Aline e, amigos e

amigas conquistados ao longo de minha trajetória de vida.

Ao Projeto Pindorama responsável pelo meu ingresso na

condição de indígena por meio de seus coordenadores: Ana

Battaglin, Benedito Prézia, Lúcia Helena Rangel, Marisa

Penna e Luciana Galante.

Meus sinceros agradecimentos a Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo, por ter me proporcionado bolsa

integral e acreditado no meu potencial.

À Professora orientadora Ana Maria Di Grado Hessel e

demais professores que revelaram um mundo novo e complexo

por meio de suas palavras cheias de sabedoria e dedicação.

Por fim a todos que acompanharam e me ajudaram a

superar dificuldades e me tornar uma pessoa melhor, levo um

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“Escola é...

o lugar onde se faz amigos.

Não se trata só de prédios, salas, quadras, programas, horários, conceitos...

Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima.

O diretor é gente,

Coordenador é gente, o professor é gente, O aluno é gente,

Cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor na medida em que cada um

se comporte como colega, amigo, irmão.

Nada de ilha cercada de gente por todos os lados. Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem amizade a ninguém;

nada de ser como um tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só.

Importante na escola não é estudar, não é só trabalhar, é também criar laços de amizade,

é criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se “amarrar nela”! Ora, é lógico...

numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer,

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RESUMO DO TRABALHO

Na primeira parte deste trabalho descrevo as concepções de sociedade, educação, homem e gestão escolar, relato fatos ocorridos no mundo e em nosso país que interferem direta ou indiretamente na educação dada às nossas crianças. Justifico a importância deste estudo por ter presenciado algumas situações de violência nas escolas em que estudei e realizei meus estágios na Disciplina Estágio Supervisionado nestes últimos três anos e por ser importante no despertar de outras pessoas a cerca do tema. Minha inquietação com este estudo foi revelar a percepção dos docentes frente à violência escolar, qual o conceito que possuem, quais os fatores que desencadeiam a violência entre alunos e quais as possíveis saídas para a minimização deste problema. A segunda parte do trabalho é dedicada ao estudo teórico referente ao tema, apresento o contexto geral em que está inserido, em que a banalização deste problema tem sido uma constante no seio familiar, na escola e nas relações de trabalho. Fatores que ocasionam eventos violentos como a perda de valores como o respeito ao próximo, a falta de solidariedade são citados ao longo do trabalho bem como suas principais causas. Os tipos de violência, o papel da família que pode refletir no comportamento da criança no contato com o outro de modo amistoso ou não. Algumas saídas são citadas como formas de prevenção da violência escolar. Os sentimentos que as crianças nutrem ao se envolver em condutas violentas na condição de agressoras, vítimas ou expectadoras. A importância de trazer a comunidade escolar para discutir o problema a fim de minimizar a ocorrência de fatos violentos na Instituição. Analisei autores que abordam o tema como Miriam Abramovay e Cléo Fante. Terminada esta etapa elaborei um questionário com perguntas abertas e fechadas, voltado a seis professores que atuam em uma Escola Pública Municipal. A pesquisa (terceira parte do trabalho) revelou que os professores generalizam o conceito de violência escolar, que segundo eles corresponde a agressões físicas, morais e verbais, que podem partir por parte dos alunos entre si, contra professores e funcionários. O contrário também ocorre, a violência pode partir dos professores contra alunos, professores e funcionários, estes últimos também exercem influência sobre os demais de modo positivo ou não. Na quarta parte deste trabalho apresento um projeto de intervenção escolar que pretende abordar a questão de modo a propiciar a participação de todos os membros da instituição na discussão sobre o tema.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

PARTE I Concepções: Sociedade, Homem, Educação e Gestão Escolar 14

PARTE II - Fundamentação Teórica 25

2.1. Violência e Contexto Social. 2.2. O papel da família. 2.3. Disciplina e seus aspectos. 2.4. Por que elaborar um projeto de intervenção? PARTE III – Pesquisa de Campo 3.1. Dados da Pesquisa de Campo 42

3.1.2. Análise dos Dados. PARTE IV 4.1. Projeto de Intervenção Escolar 49

CONCLUSÃO 54

APÊNDICE 55

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INTRODUÇÃO

A violência está presente na sociedade desde muito tempo. Temos sofrido com assaltos, atos de vandalismo, tais como depredações, pichações, danos dos mais variados a prédios públicos como escolas, violência nos desenhos infantis, videogames, filmes, violência dos que ostentam, esbanjam, subornam, violência dos que procuram ter bens materiais e por isso roubam, assaltam, se prostituem, traficam drogas ou influências, violência dos órgãos que tentam manter a ordem num mundo desajustado e desigual.

Salta aos olhos a super exploração da mão de obra na qual crianças e mulheres são suas principais vítimas, contra a diversidade cultural, a natureza, a preferência sexual entre outras.

A violência vende, ou seja, chama à atenção das pessoas, deste modo a emissora que mais transmitir situações de violência ganha em ibope e popularidade, permanece na frente de suas concorrentes.

A criança que permanece durante muitas horas em frente à televisão está correndo um grande risco de aprender valores e atitudes agressivas, pode ficar insensível à violência exercida pelos outros e temer se tornar a próxima vítima.

A violência invade a escola de diversas formas seja na maneira como os alunos são tratados pelos professores ou por seus pares, como do contrário quando são os alunos que agridem verbalmente ou fisicamente docentes e outras pessoas que tem a função de zelar pelo seu bom funcionamento.

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Torna-se explícita quando a mídia por meio de seus veículos divulga casos alarmantes em que professores foram pegos agredindo alunos com cascudos, ou de modo verbal e quando são os alunos que furam pneus dos carros de algum funcionário da escola, ou agridem a moral do educador entre outras situações de constrangimento do particular (professor) e do coletivo (Instituição).

São situações que fogem do controle dos responsáveis sejam pais, alunos, professores e direção esta que por muitas vezes usa o poder para punir ao invés de tentar manter o diálogo entre e com os diferentes membros da instituição. Decidi estudar este tema, pois presenciei várias ocorrências de atos violentos em algumas escolas em que estudei e realizei estágios.

Este trabalho tem como objetivo geral, apresentar um projeto de intervenção para auxiliar escolas que enfrentam o problema da violência entre alunos, com cursos voltados para professores e outros membros da equipe escolar e específicos tais como: conceituar a questão da violência escolar nos tempos atuais identificar fatores que desencadeiam a violência física entre alunos, traçar estratégias que visem colaborar para melhor entender e agir diante de situações violentas, reconhecer a visão dos educadores frente a este tema.

São hipóteses deste estudo as considerações de que por meio de uma educação que aborde os conflitos da vida é possível diminuir situações de agressão na escola, que profissionais escolares possuem dificuldades em lidar com casos de conflito entre colegas e de parte dos alunos e que o diálogo e a elaboração de normas por toda a comunidade tornam possível a melhoria das relações interpessoais.

Escolhi como tema do meu Trabalho de Conclusão de Curso a questão da Violência no Âmbito Escolar, que se propaga cada vez mais no cotidiano interno e externo da escola e desafia as mais diversas autoridades.

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naquela época o respeito ao próximo era de fato exercido, as pessoas eram mais pacientes, o diálogo era constante, o que os professores falavam era lei, a escola era mais bem conservada, o ensino possuía mais qualidade, as professoras dispunham de mais tempo para tratar de assuntos referentes à aula e a aprendizagem dos alunos.

De certo que ocorriam conflitos, que podem ser positivos uma vez que a criança tem que procurar uma saída para resolvê-los, mas não eram a meu ver casos extremos que vemos nos dias atuais.

Ao longo da minha escolarização e, sobretudo no início do que era chamado na época de 2°grau, percebia mudanças no modo como os alunos tratavam professores e colegas, a cada dia com mais aspereza e falta de respeito, esses atos aos poucos foram se tornando mais freqüentes, explodindo em forma de agressões verbais como ameaças, gozações, apelidos entre outros, físicas por meio de espancamentos, morais demonstrando preconceito racial e contra o patrimônio público Escola.

Estudei em uma escola estadual, iniciei em 1997, ano de sua inauguração. Nesse mesmo ano, em meados do mês de março a escola foi invadida, depredada e teve algumas de suas dependências incendiadas, ficamos perplexos.

Por que uma escola recém inaugurada seria depredada? O que motivou estas pessoas? Que providências a direção tomou?

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Apesar dos inúmeros esforços da direção para minimizar as conseqüências dos atos ocorridos em 1997, a escola permanece com uma imagem negativa perante os moradores do seu entorno, de modo que os pais possuem certo preconceito, evitam matricular seus filhos, migram para escolas de outros bairros consideradas melhores.

Casos como este, ocorrem em muitas outras escolas, abalam a moral da instituição e causam graves transtornos a todos que estão a sua volta. Sabemos que existe uma enorme gama de fatos violentos que atingem a escola e aqueles que estão ao seu redor. Minhas observações desde que iniciei meus estágios estiveram direcionadas em verificar os atos de violência praticados entre os alunos.

Fiquei e permaneço impressionada com o que os alunos fazem sob vigilância ou quando estão à vontade seja no recreio ou no horário de entrada ou saída. Por diversas vezes ajudei a separar muitas brigas, em algumas ocasiões precisei ficar longe dos “brigões” com receio de ser agredida.

Considero este tema de extrema relevância, pois, traz à tona uma questão que a sociedade pouco discute, e que representa uma queda na qualidade do ensino oferecido a nossos jovens e crianças.

Acredito que a escola por meio de um Plano Pedagógico que contenha elementos que possibilite a discussão sobre valores, condutas de respeito, tolerância, amizade e amor ao próximo conseguirá não acabar com atos negativos, mas diminuí-los e fazer com que todos os membros da escola discutam a questão. Com isso será possível melhorar o relacionamento entre as pessoas, a cordialidade e a reflexão constante sobre o assunto.

Penso que a questão da violência no âmbito escolar é um tema de extrema relevância para todos que fazem parte deste universo, pois traz à tona um problema grave que por muitas vezes é visto como sem importância.

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de problemas estruturais de nossa sociedade, como o papel da família na transmissão de valores, condutas, e atitudes positivas que devem ser ensinados com mais empenho pelos responsáveis por nossas crianças.

Considerando a importância que possui o tema violência escolar que tem ganhado grande destaque nos últimos tempos questiono qual é a percepção do educador frente a situações de violência no âmbito escolar?

Para responder ao problema definido, realizei um estudo documental com literatura pertinente ao tema. Contribuíram para este trabalho autores como Miriam Abramovay e Cléo Fante entre outros, e uma pesquisa de campo em que fiz uso de um questionário direcionado a seis professores que refletiram sobre sua prática e responderam a perguntas abertas e fechadas no qual analisei as respostas de modo qualitativo.

Estes docentes lecionam para os quartos anos e quintos do Ensino Fundamental I em uma escola da rede pública municipal, que possui cerca de 1700 alunos, nos ensinos regular e supletivo, divididos em quatro períodos matutino, vespertino, intermediário e noturno.

A escola está localizada no Jardim da Conquista, Zona Leste de São Paulo. A grande maioria dos alunos pertence ao bairro da escola, são filhos de pessoas muito simples e com pouca escolaridade.

O estudo revelou que os professores consideram como violência escolar o conjunto de agressões sejam físicas, verbais ou morais, praticadas por alunos, professores e funcionários e a existência da violência que não se pode ver como a falta de ética e a falta de condições de trabalho dos profissionais escolares.

Apontam saídas como a presença da família no processo educacional da criança, o diálogo, e que a escola realize um trabalho de modo a traçar regras básicas de convivência social.

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Meu Sonho

Parei as águas do meu sonho

para teu rosto se mirar.

Mas só a sombra dos meus olhos

ficou por cima, a procurar...

Os pássaros da madrugada

não têm coragem de cantar,

vendo o meu sonho interminável

e a esperança do meu olhar.

Procurei-te em vão pela terra,

perto do céu, por sobre o mar.

Se não chegas nem pelo sonho,

por que insisto em te imaginar?

Quando vierem fechar meus olhos,

talvez não se deixem fechar.

Talvez pensem que o tempo volta,

e que vens, se o tempo voltar.

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PARTE I

CONCEPÇÕES DE SOCIEDADE, EDUCAÇÃO, HOMEM E GESTÃO ESCOLAR

Vivemos numa sociedade capitalista, na qual o lucro é o seu principal objetivo, que privilegia o individualismo o “cada um por si”, está em constante transformação tecnológica, científica, política e social.

A tecnologia é utilizada para salvar vidas, desenvolver medicamentos, facilitar o nosso viver, seja no banco, shopping, ou supermercado, entre outros benefícios. Aliada aos avanços científicos ajuda a produzir células tronco, bebês de proveta ou fertilizados em vitro.

Tais avanços possuem seu lado negativo quando colaboram com a produção de bombas nucleares, armas biológicas, armas de destruição em massa, e outros dispositivos que atiçam a cobiça e o sentimento de ódio entre as nações.

A discórdia entre os países se dá devido à necessidade que possuem em medir forças entre si. Assim ocorre entre nações como Estados Unidos e Países do Oriente como o Iraque, ambos os países possuem um imenso poderio bélico e estão em constante luta com a finalidade de mostrar ao restante do mundo até onde podem chegar o seu poder perante os países vizinhos.

Fatos interessantes têm ocorrido no cenário da política internacional, recentemente assistimos à reeleição de um metalúrgico e a eleição de um índio. É interessante perceber que a sociedade não está tão fechada, que abre possibilidades para todos os tipos de pessoas pertencentes ou não a elite, algumas conquistas dependem do poder que tais membros da sociedade possuem em comover o povo.

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A sociedade induz o indivíduo a consumir, se adaptar a modismos, ter atitudes previsíveis. O que não se amolda a ela permanece a margem, a parte, não existe, é invisível.

Exclui pessoas idosas, especiais, negras, indígenas, ou seja, todos que fogem do padrão estético ou cultural exportado da Europa há muitos anos atrás e que a sociedade continua considerando único e correto.

Sociedade machista, na qual a mulher é considerada inferior ao homem, é por vezes apreciada como objeto de desejo, recebe um salário menor, dizem que é o sexo frágil, mas enfrenta dramas tão difíceis quanto o sexo oposto.

Felizmente tem adquirido espaço na política, no mercado de trabalho exercendo as mais variadas profissões. A idéia da dona de casa que fica em seu lar por um longo espaço de tempo cuidando de seus filhos tem se transformado devido às necessidades econômicas, é cada vez maior o número de mulheres que exercem alguma atividade remunerada para ajudar nas despesas da família.

Vivemos num tempo em que o Estado se exime de suas obrigações, depositando-as em entidades privadas que em troca de incentivos fiscais colaboram para com o país. O neoliberalismo tem sido usado como uma maneira mais fácil de governar, delegando obrigações ao setor privado.

A Sociedade impõe valores, condutas preconceituosas e difamatórias têm como objetivo formar pessoas no sentido de “fôrma”, ou seja, molda os indivíduos, torna-os iguais, desta forma nega o que nos enriquece que são nossas diferenças nos modos de falar, vestir, proceder.

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Acredito que sejam os deveres, pois, nos são cobrados a todo o momento, como votar, pagar impostos, respeitar o rodízio do carro, comparecer aos chamados da justiça entre tantos outros.

Os direitos aparecem em segundo plano sabemos que temos, porém a maioria da população não conhece ou ouviu falar em documentos como a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente, do Idoso e tantos outros mecanismos que existem para assegurar os direitos do cidadão.

Por não possuir conhecimento sobre as leis, o indivíduo não tem condições de exigir seus direitos na justiça, desta forma, é enganado por pessoas inescrupulosas que aproveitam de qualquer situação para lucrar.

Cidadão é aquele que conhece seus deveres e os reconhece como essências para uma boa convivência em sociedade, bem como age de maneira consciente quando exige que seus direitos sejam respeitados.

A sociedade produz estereótipos e modelos culturais que já não fazem sentido nos tempos atuais. O Estado importa modelos que não se adaptam à nossa realidade, mas que são seguidos quase que de forma cega, ou seja, ninguém se pergunta por que estamos sendo guiados por este ou aquele projeto americano ou inglês, isto ocorre devido ao costume que nossos governantes possuem de trazer ações que estão sendo desempenhadas em outras nações consideradas desenvolvidas.

Pertencemos a um mundo que possui países pobres e ricos, e, para que os primeiros assegurem seu “status-quo” é preciso: explorar, invadir, submeter os países ditos subdesenvolvidos ao seu mando, as suas imposições ao seu controle.

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não terão retorno, para isso aumentam as taxas de juros, permitem com isso, que a dívida cresça ainda mais tornando os países devedores ainda mais sob seus controles.

O FMI (Fundo Monetário Internacional) é um exemplo de mecanismo que empresta ao Brasil dinheiro a juros altíssimos, e dita normas sobre de controle de nossa taxa de crescimento, sobre o setor onde serão investidos os valores entre outras orientações.

Nosso país bem como tantos outros está dividido em classes, para que uma possa se manter é preciso que a inferior não evolua em sua posição social, ou seja, é preciso que pobres continuem pobres e ricos permaneçam ricos, a luta entre classes é eterna.

A educação desde os primórdios tem funcionado como ferramenta da classe dominante para manter esta estrutura social. Existe um ensino destinado a ricos e outro completamente diferente voltado para os pobres. Os primeiros têm acesso a uma escola que os formará de modo completo, como pessoas habilitadas a exercer cargos de comando ou de dirigência já que são estes seus destinos.

Os pobres freqüentam uma escola super lotada, com poucos recursos e que mal consegue ensinar-lhes a ler e a escrever, são pessoas com pouca capacidade crítica, educadas para serem comandadas e conformadas com sua posição social.

A mídia exerce um papel fundamental no processo de alienação do indivíduo, exibe situações que fogem da realidade, um exemplo disso são as novelas com seus belos cenários que disfarçam dramas como o desemprego, a corrupção, a miséria e outras mazelas que nos rodeiam.

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estruturação, desta forma não conseguem ensinar a seus filhos conceitos básicos como solidariedade, tolerância e o respeito ao próximo que são aspectos fundamentais para a convivência dos mesmos em sociedade.

É crescente o número de pais e mães que abandonam a família, deixando a cargo de parentes a educação de seus filhos, que se sentem rejeitados e excluídos, sofrem preconceito por parte dos colegas da escola, e tem comprometida a sua auto-estima.

O modelo de família tem sofrido grandes transformações, existem pais que exercem as funções de pai e mãe, mães que suportam sozinhas a dura tarefa de educar, crianças que são educadas pelos avós, outras que recebem o carinho de pessoas que não possuem o mesmo sangue, outras criadas por casais homossexuais entre outros tipos de família.

O importante é que tais famílias consigam educar seus filhos de forma íntegra desenvolvendo valores e condutas positivas para a vida em sociedade, estabelecendo regras e ações educativas, além de manter aberto um canal de diálogo constante.

Outro problema a que assistimos corresponde à ineficiência da escola que não consegue adequar seu currículo às necessidades dos alunos. A escola deve utilizar-se do currículo para propiciar cultura geral e conhecimentos práticos além de despertar o espírito crítico da pessoa.

São poucas as escolas que propõem um currículo com disciplinas que consigam aliar o ensino com a vida prática, ou seja, possuam conceitos que possam ser aplicados na vida do aluno.

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A escola, principalmente a pública que oferece seu ensino a grande maioria da população, não tem conseguido envolver seus alunos, o conteúdo é enfadonho e repetitivo, poucos professores inovam sua prática, a mesmice impera. Afinal de contas para muitos “fazer diferente é uma perda de tempo”, não leva a nada muito menos traz resultados positivos, é cansativo, não é viável. A escola deve adequar seu currículo às necessidades da sociedade atual, propiciando formação integral à pessoa.

O homem é um ser inacabado, busca uma forma de se completar, nasce e permanece por toda a sua existência em contato com pessoas, primeiro no âmbito familiar, depois na escola e mais adiante nas relações de trabalho.

Se o homem toma consciência de si pelo contato com outros indivíduos, e é também na escola que desenvolverá habilidades para conviver em sociedade, esta, precisa rever o modo como trata as questões acima descritas.

Tratá-las de modo claro, explicitando os principais fatores que atingem a comunidade em geral, como o desemprego, a falta de solidariedade, a busca pelo lucro, a crise na família, as drogas, o sexo, a violência entre outros, bem como debater suas causas e possíveis soluções.

A escola deve ter como objetivo principal formar um cidadão completo desenvolvendo competências e habilidades de modo que o mesmo torne-se autônomo perante a sociedade.

Cabe ao educador agir de modo a romper com tais questões, desenvolvendo projetos que tenham um caráter esclarecedor e envolvente que consiga atingir diferentes camadas da sociedade, para isso deve possuir objetivos claros, consciência crítica e um espírito transformador.

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na perspectiva quantitativa, a educação deve priorizar a construção do homem na sua totalidade, razão, sentimento e experiência. Desse modo, a Escola como organização educativa, precisa pautar-se em outros valores.

Na Administração Clássica o homem é visto como uma “peça” no processo de produção, as ordens são impostas de cima para baixo, não são aceitas sugestões de pessoas de níveis considerados inferiores.

O aumento da produtividade em qualquer empresa é resultado de muita pressão dos que a comandam, da necessidade do lucro, do crescimento, de permanecer entre as líderes de mercado. É difícil pensar em produtividade no ramo escolar, pois, é impossível que todos os alunos alcancem os mesmos níveis de aprendizagem em um mesmo espaço de tempo.

A escola precisa considerar que existe uma série de diferenças entre os alunos, e que cada um a seu tempo caminha de modo singular em seu processo de cognitivo. Assim, a perspectiva da qualidade no atendimento ao educando é seu principal referencial.

A Gestão Democrática aliada à educação corresponde a um avanço legal presente na Constituição Federal de 1988, vai além da administração burocrática, pois, considera o fator humano, a participação de todos os membros da comunidade escolar, sejam eles, funcionários, professores, pais e comunidade. É pautado no constante diálogo entre todos na organização, acolhe idéias dos mais diversos seguimentos, filtra-os na busca de melhorar as condições de trabalho de todos.

Gestão Democrática seja na empresa ou na escola corresponde à forma mais humana de administrar, em que todos sem exceção precisam estar motivados e possuir os mesmos objetivos visando não apenas o próprio benefício, mas o proveito de todos.

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imposição, mas por meio do diálogo. Perceber que a contribuição de todos só irá enriquecer o trabalho e torna-lo mais proveitoso.

Gerir uma instituição como a escola não é tarefa fácil, muito pelo contrário, exige total dedicação do gestor que precisa desenvolver uma série de habilidades para exercer seu cargo. Em suas atribuições estão inúmeras incumbências, como liderar pessoas que possuem características comportamentais diversas, compreender a cultura da escola em que está inserido, interar-se quanto às inovações das organizações, dos conceitos pedagógicos, e curriculares.

Ser firme nas tomadas de decisões que exigem cautela, na organização escolar, ter clareza quanto aos documentos básicos da legislação oficial, federal, estadual e municipal: LDB, Plano Nacional de Educação, Parâmetros Curriculares Nacionais, Regimento Escolar. Construir o Projeto Pedagógico da escola com o apoio dos membros da instituição de modo que exista coerência entre projeto, planos de curso e aulas e de modo particular o Plano Anual de Trabalho.

Diagnosticar a realidade existente na escola, seu público alvo, seus maiores problemas e suas possíveis soluções, definindo prioridades e estratégias de atuação. Avaliar, diagnosticar e planejar ações que atinjam o aluno e a instituição de modo contínuo, identificando erros, reformulando atitudes, analisando o processo (o que está ocorrendo), e o produto que corresponde aos resultados que estão sendo obtidos.

Manter registrados todos os acontecimentos da escola. Exercer o poder descentralizado, porém estar atento ao que ocorre à sua volta e delegar funções que outras pessoas deverão cumprir na sua ausência. Precisa ainda buscar recursos e parcerias, montar seu plano de trabalho e para isso terá que ter clareza a respeito de seu papel como líder da Unidade Escolar.

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emoções (frustrações e conflitos pessoais e com os outros), articular interesses, possuir “jogo de cintura” e bom humor.

Trabalhar com a resistência da equipe mobilizando e mantendo motivados os atores na realização das ações educacionais promovendo o diálogo constante com os diversos profissionais escolares, ou seja, manter unidade na diversidade, além de planejar e coordenar reuniões eficazes.

E ainda qualidades como: criatividade, criticidade, arrojo, iniciativa, capacidade para perceber erros e acertos, estar constantemente motivado, ser coerente, dinâmico, e flexível. Precisa cuidar do bem estar (ter um ambiente de trabalho limpo e organizado, além de boas condições físicas), e do estar bem (possuir boas relações de trabalho).

Exercer a paciência que significa a paz aliada à ciência, é uma importante qualidade a ser praticada em uma gestão descentralizada, autônoma e transparente. Precisa trabalhar primeiro o micro para aos poucos atingir o macro, ou seja, melhorar a escola para atingir a comunidade, do contrário a participação será comprometida, a burocracia aumentada, e terá restrita a autonomia.

Precisa liderar, sentir as vibrações à sua volta, usar sua capacidade de envolver as pessoas, fazer com que as mesmas compreendam a necessidade de trabalhar em função de um bem comum.

Liderar é estar disponível, presente, conquistar a autoridade e o respeito mútuo, trabalhar com o outro, perceber o contexto em que está inserido, promover a participação, cultivar a solidariedade, a coragem e o otimismo.

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É imprescindível que o gestor esteja sempre atualizado por meio de uma formação continuada (em serviço), e contínua (durante a vida). A escola deve estar aberta a toda a população, privilegiando o crescimento humano, estimulando a criatividade, rompendo com modelos culturais negativos, formando pessoas interadas a respeito da realidade que as cerca.

O gestor deve possuir clareza a respeito do homem que pretende formar, para que isto ocorra deve contar com autonomia e segurança para decidir livremente sem que haja algum tipo de represália dos órgãos responsáveis pela educação.

O gestor cuida da concepção de ser humano que alimenta o Projeto Político Pedagógico da Escola, precisa deste modo cultivar em si mesmo os valores para onde esta concepção aponta.

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Pensamento

“Há pessoas que nos falam e nem as escutamos,

há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas

há pessoas que simplesmente aparecem em nossa vida

e nos marcam para sempre”

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PARTE II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. VIOLÊNCIA E CONTEXTO SOCIAL

Vivemos numa sociedade em constante transformação, em que a violência tem sido banalizada e a escola tem servido como palco para algumas de suas manifestações.

Tal fato tem sido relacionado à desigualdade social, ou seja, trata-se de uma questão estrutural, deste modo para Cordeiro “A violência que permeia os corredores, sala de aula, pátio e arredores dos prédios escolares, é a mesma que percorre outras instâncias da nossa sociedade”. (CORDEIRO, 1999, p. 77).

A violência não é encontrada somente na escola entre os alunos, e professores, remete a questões estruturais de nossa sociedade como as desigualdades econômicas e sociais que interferem na constituição de valores e comportamento dos indivíduos.

Problemas tais como a miséria, a fome, o stress causado pelo desemprego, a falta de condições dignas de sobrevivência, a falta de acesso a bens tais como saúde, moradia e educação têm sido frequentemente ligados à violência.

Não se pode afirmar que a pobreza e suas conseqüências, representem os únicos fatores determinantes para a ocorrência deste fenômeno. Estes fatores, por si sós, não explicam a perda dos referenciais éticos de solidariedade e convívio que sustentam as interações entre grupos e indivíduos.

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A propagação de valores individualistas significou um enfraquecimento nas formas de relacionamento. O sentimento de intolerância é crescente para com as diferenças étnicas, culturais, religiosas entre outras e têm causado muitas das ações de destruição e recusa do outro.

... o aluno com cultura diferente da transmitida na escola, sentindo-se excluído, sem espaço pra pronunciar o seu mundo, é levado a acreditar que existe apenas uma maneira correta de se viver e que não é a sua. [Com isso, a sua identidade e perspectivas de um futuro melhor diminuem e ele “não tendo mais nada a perder” denuncia a discriminação da qual é vítima por meio de atitudes incômodas, entendidas por essa concepção bancária] como indisciplina. (REBELO, 2002, p. 49).

O crescimento da violência urbana é seguido por um significativo avanço de manifestações violentas no interior da escola. A violência na escola reflete processos sociais mais amplos como a desigualdade social, e a falta de oportunidades.

A comunidade escolar tem manifestado uma grande preocupação com as freqüentes expressões da violência dentro das escolas, tais como: a interferência e a presença de traficantes na Instituição e ao seu redor; a depredação dos prédios e materiais escolares; as brigas e agressões entre alunos/as e entre estes/as e com os adultos que trabalham nas escolas; e a violência familiar, que apesar de estar localizada, quase sempre fora dos muros escolares exerce influência no trabalho pedagógico.

A criança é influenciada pela família, escola, nas brincadeiras com os colegas ou pela mídia, pode agir de forma violenta, se, por exemplo, conviver com a agressividade dentro de seu lar, quando assiste cenas de maus tratos praticados e sofridos por seus familiares ou quando é a vítima de abusos físicos, sexuais ou morais.

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protagonistas empregam a violência como meio natural para conseguir as coisas e dobrar a vontade alheia transmite uma mensagem de desprezo total para com os sentimentos dos outros e de frieza absoluta para com a dor do próximo [...] A percepção da realidade acontece, assim de forma “desumana” e objetivadora do outro que deixa de ser sujeito sensível. A criança assim, não aprende a distinguir o que é certo do que é errado, o que são comportamentos à serviço da vida do que são comportamentos desumanos, depredadores. (MARDOMINGO apud ESCLARIN, 2002, p. 40).

O conceito de violência é mutável, pois, possue diferenças entre períodos históricos e culturas. Nos dias atuais o que para uns é considerado normal para outros corresponde a uma violência sem precedentes. A violência é um conceito relativo, pois, depende do período histórico em que se verifica.

Chesnais (1981) defende que o único referente empírico do conceito é a violência física, atos e episódios que podem resultar em danos irreparáveis aos indivíduos e, consequentemente, exigem a intervenção da sociedade mediante o Estado. Para o autor, essa é única concepção etimologicamente correta, além de encontrar amparo no código penal e nas perspectivas adotadas por alguns profissionais, tais como médicos e policiais. (Estão excluídas, portanto, a violência moral, a simbólica e a violência econômica aparece atentados à propriedade, ou que derivam em privações de ordem econômica). Assim, falar em violência dentro do escopo de analise de Chesnais implica referir se exclusivamente a chamada “violência dura”. In: (ABRAMOVAY, 2006, p. 56).

A violência física é certamente a que no chama mais a atenção, pois nos deixa mais estarrecidos com fatos que envolvem agressões que muitas vezes acontecem por motivos banais. Qualquer tipo de violência deve ser combatida e abordada com seriedade por parte de todos os envolvidos no episódio. Segundo GOMES:

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um cambio social que nos lleve a todos a uma posición mas favorable. (GOMES apud ESPÓSITO, 2005, p. 41).

O conflito é natural, pois, temos diferentes modos de pensar e agir e a agressividade faz parte do comportamento humano, pode aparecer de forma positiva ou negativa. As crianças por meio de situações problematizadoras e mediadas por um professor, podem aprender a lidar com situações que fujam do controle por meio do diálogo.

O conflito é parte integrante de nossas vidas, o fato é que precisamos aprender a conviver com o mesmo. A violência é a quebra de acordos sociais, como regras, orientações, condutas, entre outras, que pode ocorrer de forma física ou simbólica.

A violência escolar tem crescido nas últimas décadas, está presente em todas as sociedades, é uma questão preocupante devido à sua incidência e manifestação em todos os níveis de escolaridade, em escolas públicas e privadas.

A violência explícita corresponde a uma gama de situações em que os alunos discutem, brigam, ou se ferem. Em situações provocadas por gangues formadas por ex-alunos portando armas ou drogas que entram na escola impondo seu poder, depredam o prédio ou marcam suas presenças com ações que podem ocasionar o derramamento de sangue deles próprios ou de outros.

Devido a tais problemas as escolas buscam a proteção por meio da construção de muros altos, instalação de câmeras para o monitoramento dos alunos, detectores de metais, seguranças particulares e estratégias para vistoriar as mochilas com aparelhos de raios-x. Desta forma todos os alunos são considerados suspeitos.

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Também está presente uma outra forma de violência: a velada, que se caracteriza por um conjunto de comportamentos cruéis, intimidadores e repetitivos, prolongadamente contra uma mesma vítima, e cujo poder destrutivo é perigoso à comunidade escolar e à sociedade como um todo, pelos danos causados ao psiquismo dos envolvidos.

A violência na escola pode originar-se a partir de atos de indisciplina; agressões entre alunos e professores; pichações; depredações; não explicitação das normas de organização da escola; falta de recursos humanos e materiais; baixos salários de professores e funcionários; falta de professores; falta de investimento em material e equipamento físico (laboratórios, biblioteca, brinquedoteca, quadras esportivas, etc.); infra-estrutura e qualificação pedagógica; espaço físico desorganizado e abandonado; gestão escolar rígida; falta de diálogo entre os integrantes da Unidade Escolar; não incentivos à participação de jovens na gestão escolar; não integração da família e da comunidade.

Essas situações são interdependentes e por isso precisam ser repensadas de forma integrada, pois, estão inter-relacionadas, por isso a necessidade de tal questão ser discutida por toda a comunidade escolar.

A violência tem impacto na qualidade da educação, que se traduz, na maioria das vezes, em problemas concretos, como a falta de vínculos dos professores, diretores e funcionários com a escola, e em problemas subjetivos, como a desvalorização social da escola, que fica marcada por estereótipos que, consequentemente, recaem, mais uma vez, nos seus alunos, seus familiares e na comunidade. Muitos pais evitam colocar seus filhos em escolas que possuam ou já tenham tido algum caso de violência, seja entre alunos, professores ou contra o patrimônio.

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pertencimento dos alunos à escola. Devem proporcionar um elo de constante conversação com a comunidade presente no seu entorno.

A responsabilidade de se minimizar a violência nas escolas é de toda a sociedade que deve interar-se do que é discutido no interior da instituição tomando também para si as responsabilidades de alcançar o sucesso da mesma.

A escola deve possibilitar relações sociais mais produtivas, positivas, prazerosas e de pertencimento. De acordo com o estudo realizado pela UNESCO-2003, a briga entre jovens também está associada à falta de vínculos dos mesmos com a Instituição.

Entre os fatores que podem colaborar para o bom andamento da escola no enfrentamento da violência estão: a atitude de comprometimento dos professores, a tomada de decisões de modo coletivo, integração entre comunidade - escola, a limpeza e organização da escola, a realização de atividades culturais, laboratórios de informática entre outros.

A gestão deve buscar parcerias com universidades, voluntários, comércio local, grupos culturais, bombeiros entre outros, objetivando a discussão da questão da violência escolar sob os mais diversos atores da sociedade.

A escola deve estar em harmonia com a comunidade, deste modo é possível aumentar a presença dos alunos, a melhoria de suas notas e consequentemente o rendimento escolar como um todo além de permitir o resgate da imagem da escola entre outros benefícios a curto e longo prazo.

No que diz respeito ao trabalho na escola, professores e demais funcionários devem estar atentos, observando comportamentos das crianças vítimas e de seus agressores.

(31)

Normalmente o agressor prefere atacar os mais frágeis, pois tem certeza que pode dominá-los, não possui medo de brigas com outros alunos da classe, pois, sente-se forte e confiante.

O aluno frágil é a vítima ideal, pois, não terá condições de reagir às suas investidas, o agressor se sente cada vez mais superior, possui facilidade em formar grupos ou juntar-se a outros.

Sente prazer quando ataca a vítima ou quando assiste o ataque de outras pessoas à mesma, os adultos quase nunca estão presentes quando os ataques ocorrem.

A vítima prefere não contar a ninguém o que se passa, sente-se envergonhada, impotente e merecedora dos ataques, ou seja, sua auto-estima é profundamente abalada.

Em alguns casos o abalo moral e psicológico é tão grave que a vítima não consegue encontrar uma maneira de enfrentar seus medos e acaba por dar fim a sua própria vida. A morte é vista como a única forma de livra-se das chacotas e gracinhas dos colegas.

Alguns alunos permanecem como expectadores dos ataques, evitam se aproximar da vítima por medo de se tornarem os próximos alvos. A violência entre alunos pode ocorrer sob duas formas:

Direta: Corresponde às agressões físicas (bater, chutar, tomar pertences entre outros), e verbais (apelidar de maneira pejorativa e discriminatória, insultar, constranger).

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É nesse contexto de sociedade, que pode-se perceber a urgência de uma educação inclusiva voltada para uma cultura de paz na escola, pois esta se constitui um dos principais espaços públicos de inserção do adolescente, tornando-se uma referência de conhecimento e valores nela propagados.

Aos educadores cabe o enorme desafio de “rastrear as cenas constitutivas da violência e os efeitos que são presenciados para que sejam identificados os dispositivos de poder inerentes a elas e para que sejam construídas estratégias de superação da violência com ações voltadas para uma cultura de paz. (GROSSI et alli, 2005, p. 25).

A educação deve promover formas de se discutir o tema de modo que todos os atores presentes na Instituição Escola possuam o objetivo de melhorar as relações entre as pessoas, criando uma cultura de paz na comunidade escolar.

Essa paz da qual se faça é construída a partir de sua associação com a justiça social, igualdade e solidariedade. Ampliando o olhar reflexivo para fora dos muros escolares, percebe-se a violência de forma mais complexa e invisibilizada nos índices de analfabetismo, fome e miséria da população. Vivemos um período de grandes transformações sociais que interferem diretamente em nosso cotidiano. Nesse contexto, encontramos a violência social, que é formada por um conjunto complexo de fatos e causas. (GUIMARÃES, 2003, p. 8).

Problemas sociais podem influenciar os modos pelos quais as pessoas se relacionam, mas toda a prática de violência não pode ser tratada como algo natural, deve ser coibida e repreendida com ações que propiciem uma reflexão profunda do indivíduo vítima e agressor.

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2.2. O PAPEL DA FAMÍLIA

Para pensar em violência é preciso primeiro lembrar que a família, é o grupo social primário que prepara a criança para viver em sociedade, portanto interfere no modo como a mesma vê o mundo e o outro. Ou seja, a criança reflete comportamentos presenciados no interior de seu lar, sejam eles positivos ou negativos.

Ao refletir sobre violência no meio escolar, há necessidade de levar em conta também as diferentes configurações e espaços familiares nos quais os alunos estão inseridos, pois:

É neste espaço familiar que as relações são bem demarcadas através da violência doméstica [...]. Os processos sociais de exclusão permeiam o cotidiano das pessoas, com o enfraquecimento de valores éticos, o desemprego, a cultura de levar vantagem em tudo, tendo como resultado a banalização da violência social, reproduzida no espaço familiar, que determina a falta de limites, o desrespeito e o desamor (TÜRCK, 2002, p. 20).

A família deve estar atenta aos comportamentos que a criança demonstra em casa, na escola ou em outros ambientes, bem como rever suas próprias atitudes nas quais as crianças se espelham.

Para uns, determinado tipo de comportamento é violento e repreensível, para outros esse mesmo comportamento pode ser entendido como necessário e até legítimo, como é o caso do “corredor polonês, uma brincadeira onde os adolescentes colocam-se em dois grupos, um de cada lado do corredor da escola, e agridem a socos e pontapés, sendo os alunos obrigados a passarem por ele”. Também o bullying, definido por Nancy Day (apud ABRAMOVAY E RUAS, 2002, p. 71) como:

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Tais comportamentos interferem diretamente na maneira como a criança irá tratar os colegas de escola, se de forma amigável ou conflituosa. Ao adentrar no espaço da escola terá de obedecer a regras disciplinares que poderão gerar mais conflitos entre os pares.

2.3. DISCIPLINA E SEUS ASPECTOS

Disciplina corresponde a um sistema de normas que uma organização exige de si própria e de cada membro do grupo social de modo obrigatório ou não, cada pessoa deve cumprir algumas convenções. Tais acordos devem ter sido elaborados e revisados de forma democrática por todos os membros da comunidade.

A escola é uma organização que pouco permite que haja este tipo de acordo entre as partes. Dessa forma somente a direção opina e decide, os alunos são passivos nessa relação.

Os alunos não participam da elaboração das normas de conduta da escola, nem de atividades, desconhecem os problemas administrativos, não lhe são mostrados os caminhos adequados e democráticos para que sejam resolvidos os conflitos que a convivência com os outros gera.

Desta forma o poder instituído de maneira não democrática faz com que haja problemas no reconhecimento da identidade social dos que dele participam. Ou seja, não ocorre a internalização das normas que são impostas de cima (direção) para baixo (alunos).

Normas não respeitadas geram conflitos e deteriorização da convivência. Tal problema afeta professores que sofrem com a ausência do cumprimento às normas, torna-se difícil trabalhar com alunos que não reconhecem as obrigações que devem exercer.

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abusivo e a outra deve aceitar normas das quais discorda. Essa relação negativa pode ocasionar uma relação de violência e maus tratos entre as partes.

São vítimas agressores e expectadores mais ou menos ativos, já que uns animam o (s) agressor (es), outros tratam de ajudar a vítima, nem sempre com êxito, e outros, finalmente, ficam inibidos num tipo de perplexidade moral que, com o tempo, provoca dano ao desenvolvimento e ao aprendizado de valores de sociabilidade e atitudes morais necessárias. (ORTEGA, 2002, p. 34).

Crianças que demonstram comportamentos agressivos com companheiros ou companheiras mais fracos, apresentam a justificativa que foram provocados pela vítima, ou afirmam que se trata apenas de brincadeira, não compreendem a dor moral ou física do outro são insensíveis a isso, querem se divertir à custa de terceiros. Por vezes este comportamento é tolerado pelos adultos, sejam eles pais ou educadores.

Mas não devemos esquecer que o que agride impunemente o outro, o que abusa de seus iguais, atuando à margem do respeito às normas de convivência, está se socializando com uma consciência de clandestinidade, que afeta gravemente seu desenvolvimento social e pessoal; vai se convertendo, pouco a pouco, num (a) menino (a) que acredita que as normas estão para serem infringidas e que, não cumpri-las, pode chegar a proporcionar certo prestígio social. (ORTEGA, 2002, p. 34).

Muitas vezes o aluno agressor é visto quase como um herói no seu aspecto negativo, ou seja, uma pessoa que possui poder está acima do bem e do mal, atrai as atenções, tem destaque frente à maioria.

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As vítimas também podem aprender a exercer este comportamento agressivo, entendem que a melhor forma de sobreviver num possível ataque é se defender exercendo a violência, desta forma torna-se também agressora. A passividade dos expectadores é outro fator que contribui para que o agressor se sinta superior e tenha reforçado o seu comportamento.

Não adianta apenas introduzir disciplinas de educação para paz nas escolas se as atitudes e os relacionamentos não forem modificados. Este ponto é importante, pois diferencia a educação que informa sobre a paz e a educação para paz que a sociedade tanto precisa.

2.4. POR QUE ELABORAR UM PROJETO DE INTERVENÇÃO?

Os fatores que causam as situações de violência na escola demonstram a necessidade que a mesma possui em trabalhar aspectos importantes como afetividade, auto-estima, potencialidades do alunado e vínculos entre alunos e professores.

Quando os professores valorizam a individualidade e a capacidade do aluno, maiores são as chances deste responsabilizar-se por um aprendizado de qualidade, o que favorece o sentimento de pertencimento à escola, que poderá levá-lo a praticar ações que visem o cuidado com o patrimônio público.

Devido ao clima de conflito entre os alunos, muitos docentes têm pedido auxílio no enfrentamento dessas situações. As autoras Ortega (1997); Ortega e colab. (1998); Ortega e Del Rey, (2001), sugerem que sejam realizados projetos educacionais que propiciem a realização de pesquisas e um trabalho de intervenção com o objetivo de prevenir a violência e melhorar o clima entre escolares.

(37)

realizado, porém pode resultar num desafio envolvente que deve ser visto como um processo de pesquisa.

O professor precisa adotar uma atitude reflexiva, precisa agir como um pesquisador que avalia o contexto que está inserido enquanto profissional ou, seja, as condições do ambiente de trabalho, entender as reais necessidades dos (as) alunos (as), sejam emocionais, cognitivas ou sociais, saber utilizar recursos, procedimentos, como tomar decisões negociadas. Segundo Ortega:

... um projeto educacional de melhoria da convivência poderia, se feito com cuidado, converter-se no motor de mudança que afetará, não só e diretamente o que se busca – a qualidade nas relações interpessoais – mas, possivelmente, as tarefas acadêmicas e, prevenção de fenômenos de violência. (ORTEGA, 2002, p. 43).

Mais uma vez o envolvimento das pessoas aparece como essencial, para o desenho de uma convivência mais harmoniosa. O docente deve considerar os alunos, exercer uma postura compreensiva e solidária, porém firme e coerente com suas decisões, ter consciência de que suas atitudes influenciam no comportamento dos educandos de modo positivo ou não.

A escola pouco discute assuntos referentes à convivência embora seja essencial nos tempos atuais. Elementos psicológicos como hábitos, atitudes, estilos afetivos, domínio e equilíbrio emocional devem ser considerados.

Os docentes devem ser orientados e dispor de certa alfabetização emocional por meio da aprendizagem de conceitos como: afetividade, sociabilidade e atitude.

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A emoção corresponde à inquietação do espírito provocada por circunstancias diversas e que se revelam por meio de sentimentos como: alegria, raiva, entre outros.

A razão corresponde à capacidade de avaliar, julgar, ponderar idéias universais, raciocínio, bom senso. O senso comum nos faz acreditar na separação entre razão e emoção. Quem nunca ouviu a seguinte frase: “Pensamos com o cérebro e amamos com o coração”.

A concepção quanto à separação entre razão e emoção é muito antiga. Filósofos e pensadores de todas as épocas acreditavam que a razão era um porto seguro, enquanto o universo das emoções era repleto de ciladas que causavam o erro do indivíduo.

A psicologia estudou os processos cognitivos e afetivos de modo separado durante muitas décadas. Na verdade correspondem a fenômenos interligados de forma que estudar um sem o outro pode originar explicações parciais nas quais aparecem lacunas que não podem ser explicadas.

Se no século passado a psicologia estudou a cognição e afetividade de modo separado, os pensadores no atual procuram estudar os dois de modo conjunto. De acordo com essa idéia estão estudiosos como Freud e Piaget (que realizaram experimentos que comprovaram que afetividade e mente são indissociáveis). O ser humano precisa conhecer seus verdadeiros sentimentos e utilizá-los de maneira mais proveitosa em sua vida cotidiana, cultivando sentimentos positivos em relação ao outro.

Os Currículos das escolas privilegiam em grande parte o aspecto cognitivo do aluno, a aquisição de uma série de conceitos que muitas vezes não são aplicáveis, deixam de tratar aspectos fundamentais da vida da pessoa como, por exemplo, a mesma pode evitar conflitos, ou seja, introduzir conceitos que abordem aspectos emocionais do indivíduo.

(39)

perdem o controle frente a opiniões contrárias as suas com facilidade, e descarregam toda a sua fúria em outras que muitas vezes nada tem a ver com o fato ou a pessoa que originou o mal estar.

Isso conduz a uma sociedade, muito bem preparada para progredir no campo da tecnologia inclusive a militar, mais deixa esta tecnologia nas mãos de indivíduos que não sabem conscientizar e organizar suas emoções nem resolver conflitos de maneira não violenta, isto é, nas mãos de analfabetos emocionais. Muitos dos atuais políticos e militares envolvidos em guerras e massacres foram, em algum momento, estudantes aos quais se ensinou com muita ênfase a resolver problemas relacionados com matérias curriculares, mas que não foram preparados para resolver conflitos interpessoais de maneira inteligente. (SASTRE, 2002, p. 34).

As escolas precisam rever seus currículos de modo a promover a reflexão de alunos e docentes por meio de situações didáticas que tenham o objetivo de fazer com que possam resolver seus conflitos de modo não violento por meio da mediação e do estabelecimento de acordos. Para tanto é preciso que os docentes estejam conscientes quanto aos seus próprios conflitos e participem de cursos que tenham em sua pauta a discussão de assuntos como a violência na escola.

Em síntese nossa formação nos tornou mais hábeis para lidar com o mundo físico do que com o social; aprendemos mais coisas do mundo exterior que de nossa própria intimidade, conhecemos mais os objetos que as pessoas do nosso convívio. (SASTRE, 2002, p. 19).

(40)

Canção Da América Milton Nascimento

Composição: Fernando Brant e Milton Nascimento

Amigo é coisa para se guardar

Debaixo de sete chaves,

Dentro do coração,

assim falava a canção que na América ouvi,

mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir,

mas quem ficou, no pensamento voou,

o seu canto que o outro lembrou

E quem voou no pensamento ficou,

uma lembrança que o outro cantou.

Amigo é coisa para se guardar

No lado esquerdo do peito,

mesmo que o tempo e a distância digam não,

mesmo esquecendo a canção.

O que importa é ouvir a voz que vem do coração.

Seja o que vier,

venha o que vier

Qualquer dia amigo eu volto pra te encontrar

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PARTE III

PESQUISA DE CAMPO

3.1. Dados da Pesquisa de Campo A, B, C, D, E, F (Professores abordados).

Item 1- Formação Inicial e Continuada 1.1- Qual é o seu nível de formação?

A) Magistério (cursando Pedagogia). B) Superior Completo com Bacharelado. C) Superior Completo em Letras e Pedagogia. D) Curso de Pós Graduação Completo.

E) Superior Completo.

F) Superior Completo Pedagogia (Licenciatura Plena).

Item 2 - Conceito de violência escolar: 2.1 - Para você o que é violência escolar?

A) “São as agressões físicas e verbais que acontecem entre os alunos e também dos funcionários para os alunos e vice-versa”.

B) “Atitudes, comportamentos que ocasionam agressões físicas, verbais, morais”.

C) “Violência escolar é o ato de não respeitar o espaço do colega, nem suas diferenças e consequentemente, isso gera violência física e psicológica”.

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E) “É todo tipo de mau trato, seja ele verbal, moral ou em atitude física. Uma palavra de baixo calão é uma violência. Muitas vezes as condições em que trabalhamos é uma violência. Quando ferimos a ética nos tornamos violentos”.

F) “Ela se dá de várias formas com os alunos: verbal, física, às vezes moral e até entre os profissionais da educação, quando não prevalece a ética”.

2.2 - Qual ou quais são as possíveis causas das agressões físicas ou verbais realizadas entre alunos?

(A) “Aparente, competição da pp. idade. Falta de orientação dos pais. Baixa estima e falta de amor fraterno”.

B) “Competição, idéia de levar vantagem em tudo “cultura do vale tudo”, falta de valores sociais, morais, e culturais”.

C) “Em alguns casos é reflexo do meio onde eles vivem”.

D) ”alunos que também são tratados com agressões físicas ou verbais em suas famílias”.

E) “A disputa pelo poder”.

F) “Disputa por liderança, falta de boa conduta moral”.

2.3 - Quais são no seu entendimento as prováveis saídas para se minimizar o clima de conflito e competição entre os alunos?

A) “Reeducação das famílias e mudanças nas políticas públicas da educação”.

(43)

C) “Devemos tratar esses alunos agressivos de forma contrária do que eles estão habituados, com conversa, e reflexão sobre seus atos”.

D) “Professores, funcionários, direção, coordenação e direção num trabalho conjunto, com atitudes e decisões de uma única fala”.

E) “Trabalharmos com os alunos as regras básicas para o bom convívio social”.

F) “Desenvolver trabalhos coletivos e de convívio social. Jogos gincanas (com regras bem definidas), valorizando a participação e o respeito”.

2.4 - De que modo a gestão pode colaborar para que se diminuam os casos de agressão entre os alunos?

A) “Apoiando os professores, dando-lhes respaldo e promovendo eventos que estimulem a cooperação e a união”.

B) “Colocar em prática o curso de conselheiros, um indivíduo preparado para atuar em situações conflitantes que venha gerar violência e também atuar de modo preventivo proporcionando desafios e atividades de interação social”.

C) “Trabalhando as inter-relações na Unidade como um todo, tornando um ambiente acolhedor e contrário ao que ele conhece”.

D) “Com medidas educativas tanto para alunos como para a comunidade”.

E) “Apoio a projetos internos e buscar apoio externo em alguns casos. Promover situações que favoreçam a cooperação e a união entre os mesmos”.

G) “Deixando bem claro as regras de convivência e não permitindo a impunidade (que se faz necessária)”.

(44)

Item 3.1.2. - Análise dos Dados

As respostas obtidas a partir da análise do item 1.1 que diz respeito à Formação Inicial e Continuada do docente, deixam clara a preocupação dos mesmos em buscar uma formação superior objetivando obter novos conhecimentos e prol do aperfeiçoamento de sua prática.

Quadro sobre cursos e ações para melhoria da prática docente.

O quadro ações para a melhoria da prática docente demonstrou a predominância de respostas aos itens 1.2 que se refere à formação inicial do docente e 1.5 que trata de descobrir se as reuniões pedagógicas ajudam a melhorar prática do educador.

0 – NUNCA. 1 – RARAMENTE. 2- QUASE SEMPRE. 3 – SEMPRE.

1.2 1.3 1.4 1.5

A) 2 1 2 1

B) 1 1 0 1

C) 2 2 3 3

D) 1 0 2 2

E) 1 1 1 2

F) 1 0 1 2

Os professores em sua maioria concluíram que estes tipos de formação ocorrem de modo raro demonstrando o descaso dado à formação continuada deste profissional que deve estar em constante processo de aprimoramento.

O retorno dado pela questão 1.5 que diz respeito às reuniões pedagógicas e pretendeu verificar se colaboram para a melhoria do relacionamento entre professores e alunos para que se tente evitar condutas violentas entre os pares revelou que tais reuniões ocorrem quase sempre.

(45)

alunos contra funcionários ou dos funcionários contra os alunos e que ocorrem quando há o desrespeito contra as diferenças e o espaço do outro.

Um dos questionados revelou que também existe violência no modo como o professor trata os alunos. Outros fatores mencionados como violências foram às condições de trabalho do docente e a falta de ética entre os profissionais da escola.

A questão 2.2 teve como objetivo identificar quais são as possíveis causas das agressões físicas ou verbais realizadas por alunos. A maioria dos questionados responderam que a principal causa é a disputa pelo poder, revelando que alunos envolvidos em condutas violentas buscam auto-afirmarem-se perante os colegas e obter certo prestígio.

Outros fatores que colaboram para a ocorrência da violência correspondem à falta de valores morais, sociais e culturais, além disso, tais atitudes podem ser reflexo de situações vividas no seio da família como a falta de atenção dos pais, o sentimento de abandono e o desamor.

Não houve consenso nas respostas obtidas na questão 2.3 que diz respeito as prováveis saídas para se minimizar o clima de conflito e competição entre alunos.

Os professores apontaram como saídas: reeducar as famílias, mudar as políticas públicas da educação, melhorar a distribuição dos recursos públicos, a importância da presença da família no processo educacional da criança, tratar os alunos envolvidos em condutas violentas com diálogo propondo que os mesmos reflitam sobre suas atitudes, que a equipe escolar atue de modo a alcançar objetivos comuns e trabalhar com regras básicas para a melhoria da convivência social.

(46)

As respostas deixam clara a necessidade que os professores sentem em obter apoio da gestão por meio de eventos e projetos que tenham como finalidade propiciar a colaboração e a união das pessoas, transformando o ambiente escolar num espaço acolhedor e humano, além da importância de se deixar as regras claras de modo a não permitir a impunidade.

Outro fator de relevância no combate a violência escolar foi dado por um questionado que mencionou a importância da atuação de um profissional preparado para atuar em situações de conflito trata-se do Conselheiro que também agiria na prevenção de tais condutas.

Conversei com alguns docentes enquanto respondiam ao questionário, mostraram-se receptivos à minha abordagem e surpresos com o tema deste trabalho consideraram-no relevante.

Declararam em conversas informais a existência de outros problemas que precisam ser debatidos com a mesma urgência como: dificuldades de aprendizagem, problemas de saúde de professores e alunos, a necessidade de haver a presença de outros profissionais na escola como psicopedagogos, fonoaudiólogos ou que existam formas de encaminhamento para o atendimento, a desvalorização do profissional de educação, a falta de sentido da escola entre outros.

(47)

Meu Sonho

Parei as águas do meu sonho

para teu rosto se mirar.

Mas só a sombra dos meus olhos

ficou por cima, a procurar...

Os pássaros da madrugada

não têm coragem de cantar,

vendo o meu sonho interminável

e a esperança do meu olhar.

Procurei-te em vão pela terra,

perto do céu, por sobre o mar.

Se não chegas nem pelo sonho,

por que insisto em te imaginar?

Quando vierem fechar meus olhos,

talvez não se deixem fechar.

Talvez pensem que o tempo volta,

e que vens, se o tempo voltar.

(Cecília Meireles)

(48)

PARTE IV

4.1. - PROJETO DE INTERVENÇÃO ESCOLAR

Identificação do Projeto

Título:

Prevenindo a Violência na Escola dando novos ares à educação

Unidade executora:

Secretaria de Educação do Município de São Paulo

Equipe Responsável:

Gicélia Oliveira de Sá: Pedagoga idealizadora do projeto. Renata Alves: Pedagoga que dará suporte aos eventos. Júlia Silva: Psicóloga promoverá as dinâmicas.

João Lacerda: Sociólogo responsável pela pauta das reuniões.

Unidade de Trabalho: EMEF. “Arco-Íris”

Localizada à Rua: Ouro Preto, nº. 100 – São Mateus/SP. CEP: 1234-000

Tel.: 0987-6543

Caracterização da Escola:

Possui cerca de 1300 alunos que freqüentam as séries iniciais do Ensino Fundamental I e II, além de alunos que cursam o supletivo. Assim como outras têm sofrido com a violência que os alunos praticam entre si, contra funcionários e professores.

Metodologia:

Referências

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