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Figura 26 Exemplo Interação Paris, Then and Now

3 Hotelaria e Realidade Aumentada

3.1 Contextualização Internacional e Nacional da Procura e Oferta Hoteleira

3.1.1 Análise dos Indicadores da Oferta Hoteleira em Portugal

Verma et al. (2007), investigadores da Cornell University School of Hotel Administration, procuraram segmentar a procura hoteleira com base no sua Aptidão Tecnológica. Os resultados da investigação demonstram que hóspedes que apresentam uma Aptidão Tecnológica mais elevada tendem a ficar alojados em hotéis de categoria superior, ou upscale, e são mais propensos a pagar uma tarifa de quarto superior.

Segundo a empresa STR Global, a caracterização dos hotéis enquanto hotéis upscale para o mesmo mercado podem englobar os estabelecimentos hoteleiros das subcategorias Luxo, Upper Upscale, Upscale e hotéis Independentes que pratiquem tarifas de quarto médias mais elevadas, dentro das 30% mais elevadas praticadas no mercado onde se inserem. Para a atual investigação, foram definidos enquanto hotéis de categoria superior, ou upscale, os hotéis categorizados enquanto hotéis de 4 e 5 estrelas. Os requisitos para a classificação de estabelecimentos hoteleiros com 4 ou 5 estrelas podem ser encontrados no site do Turismo de Portugal.

Em julho de 2015, existia em Portugal um total de 4.339 estabelecimentos de alojamento turístico em funcionamento, compostos por hotelaria, turismo no espaço rural e de habitação e alojamento local, com uma capacidade agregada de 362 mil camas, mais 5,7% que em 2014. Foram registadas um total de 53,2 milhões de dormidas e um número total de hóspedes de 19,2 milhões, o que corresponde a um aumento de 9,1% e 10,9%, respetivamente. Em relação aos indicadores taxa de ocupação e rendimento por quarto disponível (RevPAR) dos estabelecimentos de alojamento turístico portugueses, verificou-se uma taxa líquida de ocupação cama de 43,7%, um acréscimo de 1,3 pontos percentuais face a 2014 e uma RevPAR de 35,0 euros. Assim, o conjunto dos estabelecimentos de alojamento registou um total de proveitos de 2,6 mil milhões de euros, sendo que 1,9 mil milhões provêm de receitas de aposento (INE, 2015).

A hotelaria representou aproximadamente 80% da capacidade de alojamento total e 37% do número total de estabelecimentos em funcionamento a nível nacional. Os estabelecimentos de alojamento local, cerca de 33% do total nacional, disponibilizaram 13,7% da capacidade de alojamento, medida pelo número de camas disponíveis. O turismo de espaço rural e de habitação regista apenas 6% do total de camas disponíveis em Portugal em 2015, apesar da concentração de cerca de 30% do total de estabelecimentos de alojamento turístico. Para este período, foi registado um total de 19,2 milhões de hóspedes que proporcionaram 53,2 milhões de dormidas. Esta grande concentração da hotelaria em termos de capacidade de alojamento é, naturalmente, espelhada pela sua representatividade nos valores totais de alojamento de hóspedes e de dormidas. Em 2015, a hotelaria portuguesa alojou cerca de 85% dos hóspedes e registou 87,4% do total de dormidas a nível nacional (INE, 2015).

A oferta de estabelecimentos hoteleiros em Portugal totalizava 1.591 estabelecimentos hoteleiros, 127,2 mil quartos e 290,8 mil camas, em julho de 2015. É na região do Norte que se verifica o maior aumento da oferta hoteleira, crescendo cerca de 8% face à oferta total disponível em Portugal, seguida da Área Metropolitana de Lisboa, com um aumento de 4,8%, e da Região Autónoma da Madeira, com 4%. Em termos nacionais, a oferta de hotéis aumentou 3,8% em número, face ao ano transato. A região do Algarve lidera em termos de representatividade da oferta total de estabelecimentos hoteleiros, registando 23,4% do total nacional, segue-se a região do Norte (20,6%), do Centro (19,1%) e Lisboa (16,6%). Quanto à tipologia, regista-se uma maior oferta de hotéis, representando 73,2% do total, desta oferta os hotéis de 4 estrelas totalizam um número de 380 unidades, 39.618 quartos e 83.884 camas a nível nacional e os hotéis de 5 estrelas 101 unidades, 16.066 quartos e 33.074 camas (INE, 2015).

Em termos de capacidade, a região do Alentejo sofreu um aumento significativo no número de camas disponíveis, crescendo cerca de 6%. Este aumento da capacidade, em termos de camas disponíveis, é igualmente visível na R. A. Açores (+4,5%), na Área Metropolitana de Lisboa (+4,3%) e na região Norte (+4,1%). Apesar destes aumentos, o Algarve continua a concentrar 38% do total de camas a nível nacional, seguido de Lisboa, com cerca de 20%, e o Norte, com 13%. Os hotéis registam incrementos ao nível da capacidade em todas as categorias, à exceção das unidades hoteleiras de 5 estrelas (INE, 2015).

Dos 80% de capacidade de alojamento total a nível nacional representados pela hotelaria, os hotéis disponibilizaram cerca de 65% dessa percentagem de capacidade, sendo que os hotéis de 4 e 5 estrelas representam 44,1% e 17,4%, respetivamente, do total da tipologia. Em 2015, a capacidade de alojamento média era de 183 camas por estabelecimento hoteleiro. O Algarve manteve a sua posição cimeira quanto à capacidade média, com 297 camas por estabelecimento, seguido pela região de Lisboa, com uma média de 219 camas por estabelecimento, e pela R. A. Madeira, com 216 (INE, 2015).

A taxa líquida de ocupação cama foi de 47,3%, o que significa uma subida de 2,1 pontos percentuais face ao ano anterior. Não existindo alterações nas tendências verificadas nos últimos anos, a R. A. Madeira registou o nível de ocupação mais elevado a nível a nacional (65,9%), seguida pela região de Lisboa (55,2%) e Algarve (47,4%). Os estabelecimentos com maior taxa de ocupação foram as quintas da R. A. Madeira, com uma taxa de ocupação média anual de cerca de 70% e os hotéis de 4 e 5 estrelas, que verificaram taxas de ocupação médias anuais em 2015 de 56,5% e 53,3%, respetivamente. As unidades de 5 estrelas registaram o maior crescimento a nível nacional deste indicador, subindo 4,7 pontos percentuais face a 2014 (INE, 2015).

Os proveitos totais atingiram 2,4 mil milhões de euros e os de aposento 1,7 mil milhões de euros, correspondendo a um aumento de 13,5% e 15,3%, respetivamente. Estes resultados superaram ligeiramente os obtidos em 2014, tendência contrária à previamente observada na evolução das dormidas. Os proveitos sofreram um aumento em todas as regiões, as regiões Norte (+20,6% totais e +23,9% de aposento) e R. A. Açores (+21,7% e 22,5%) foram as que mais se destacaram. A Área Metropolitana de Lisboa (31,4% dos proveitos totais e 32,5% dos proveitos totais de aposento), Algarve (31,3% e 31,7%) e R. A. Madeira (12,8% e 11,4%) são as regiões que mais contribuíram para os proveitos registados em 2015. Os hotéis registaram um total de proveitos que ascendeu aos 1,8 mil milhões de euros e um total de proveitos de aposento de 1,3 mil milhões, valores que correspondem a quotas de 77,2% e 76,2%, respetivamente, do total do sector. Os hotéis de 4 e 5 estrelas registaram 30,5% e 25,4%, respetivamente, dos proveitos totais do sector e 30,4% e 22,2% dos proveitos de aposento.

Destaca-se ainda o aumento acrescido dos proveitos resultantes do alojamento dos hóspedes comparativamente aos proveitos resultantes de outros serviços prestados pelos estabelecimentos hoteleiros (INE, 2015).

Em 2105, o rendimento por quarto disponível (RevPAR) nacional foi de 39,1 euros, um aumento significativo (+13,4%) face ao observado em 2014 e registado em todas as regiões do território português. Como se tem verificado nos anos transatos, a Área Metropolitana de Lisboa registou o RevPAR mais elevado a nível nacional (56,0 euros), seguida pela R. A. Madeira (42,2 euros) e Algarve (40,5 euros). Os estabelecimentos que verificaram uma maior rentabilidade por quarto disponível foram as quintas da Madeira, com um RevPAR de 83,3 euros, e os hotéis de 5 estrelas, com um RevPAR de 76,4 euros. Os hotéis de 4 estrelas registaram, a nível nacional, um RevPAR de 41,5 euros (INE, 2015)..