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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.2. Análise dos modelos Nine Spot e Nine Spot Invertido

Os modelos nine spot e nine spot invertido também foram analisados de forma coerente e crítica, a fim de ter um melhor entendimento das simulações geradas pelo IMEX. Visto que agora são 4 poços a mais em relação aos modelos five spot, o comportamento de produção é diferente em alguns pontos.

______________________________________________________________________ Figura 29. Fator de Recuperação x Tempo para o modelo nine spot.

Fonte: Do autor.

As vazões agora são de 0, 25, 50, 75 e 100 m³/dia, uma vez que a malha comporta 8 poços injetores, tendo que dividir a vazão efetiva pelo número de poços da malha.

O maior Fator de Recuperação no modelo nine spot pertence à vazão de 100 m³/dia. Pela leitura da figura, seu valor corresponde a 37%, o que nos retorna uma diferença de 28 pontos percentuais em relação à Recuperação Primária, de 9% apenas.

Já na Figura 30, são mostradas as curvas do Fr para a malha nine spot invertido, e pela sua leitura, a curva de maior Fator de Recuperação retorna um valor de 39% aproximadamente, havendo uma diferença de 26 pontos percentuais em relação a Recuperação Primária, de 13% apenas.

Figura 30. Fator de Recuperação x Tempo para o modelo nine spot invertido.

Fonte: Do autor.

Por esse gráfico, também é visto que o Fator de Recuperação aumenta proporcionalmente ao aumento das vazões. No caso, os 800 m³/dia de injeção de água retornou mais óleo do que os outros. Mas é interessante notar também que o Fr da Recuperação Primária deste modelo é maior que o Fr do modelo anterior. Isso se deve ao fato de que a recuperação primária no modelo nine spot invertido é maior, devido à quantidade de número de poços. Enquanto que o modelo nine spot possui apenas um poço produzindo ao longo de 20 anos, o esquema nine spot invertido tem sete poços a mais. Por isso há essa diferença no Fator de Recuperação.

Pela Figura 31 é possível observar a diferença das vazões de produção ao longo do tempo.

______________________________________________________________________ Figura 31. Vazão de Óleo x Tempo para os modelos nine spot e nine spot invertido.

Fonte: Do autor.

Inicialmente, o modelo nine spot invertido, com uma vazão de injeção de 800 m³/dia, começa a produção máxima do poço (1000 m³/dia) definido pelos parâmetros operacionais da Tabela 4. Como há 8 poços produzindo ao mesmo tempo, é de se esperar que essa vazão seja alta nos primeiros meses, tendo uma queda brusca durante a produção inicial. Por isso, ao chegar em Agosto de 2000 (2000-8), a vazão de produção de óleo do nine spot invertido iguala-se com a vazão do nine spot e passa a ser menor nos anos seguintes, até se estabilizar novamente com a outra vazão em Novembro de 2002 (2000-11), onde passam a ter vazões quase que constantes, tendendo a vazão de 0 m³/dia.

Já para o caso do nine spot, sua vazão começa também com a vazão de produção máxima (1000 m³/dia), mas cai de forma mais abrupta em relação a queda inicial da vazão de produção do nine spot invertido. Isso se dá porque há único poço produzindo, e foi o tempo suficiente para apenas produzir o óleo que estava próximo das completações, antes de se misturar com a água do reservatório. No entanto, ao chegar em Abril de 2000 (2000-4), a vazão começa a aumentar devido a chegada do óleo oriundo dos poços injetores, até que no final de Junho (2000-6), começa a cair novamente, só que de forma menos acentuada, mantendo uma maior vazão de óleo em relação ao modelo nine spot invertido. Como foi visto antes, em Agosto de 2000 (2000-

8) a vazão do modelo nine spot ultrapassa a vazão de produção do nine spot invertido, mesmo com sua vazão caindo também, só que de forma mais lenta. Finalmente, é chegado momento do encontro das curvas, em Novembro de 2000 (2000-11), onde daí em diante, começam a produzir quase a mesma coisa, tendendo a vazão nula.

A Figura 32 mostra o comparativo de Produção acumulada de Óleo ao longo do tempo entre os modelos nine spot nine e spot invertido, com as vazões que proporcionaram maiores Fator de Recuperação: 100 m³/dia, para o modelo nine spot e 800 m³/dia, para o modelo nine spot invertido.

Figura 32. Produção acumulada de Óleo x Tempo para os modelos nine spot e nine spot invertido.

Fonte: Do autor.

Das duas curvas de produção mostradas pela Figura 32 o nine spot invertido apresenta maior produção. Com uma vazão de 800 m³/dia, houve uma produção final de 3,05 x 105 m³ de óleo, enquanto que o nine spot com uma vazão de injeção de 100 m³/dia (para cada poço), conseguiu produzir até o final do projeto, 2,89 x 105 m³ de óleo, havendo uma diferença de 0,16 x 105 m³ de óleo, ou 16.000 m³.

Também foi feita a análise da saturação de óleo ao longo dos anos seguindo o modelo nine spot, com o intuito de identificar como se comporta a produção de óleo no interior do reservatório e para onde vai o óleo residual. A Figura 33 mostra esse comportamento ao longo dos anos de produção:

______________________________________________________________________ Figura 33. Saturação de óleo ao longo dos anos para o modelo nine spot.

Fonte: Do autor.

Para esse caso, há 8 poços injetando e 1 produzindo, diferentemente da malha five spot vista anteriormente. Isso faz com que ao longo da produção do reservatório, o espalhamento da água seja maior em um menor período de tempo.

Ao lado esquerdo da Figura 33, vemos a seção transversal do reservatório e como se dá a produção do óleo ao passo que vai injetando-se a água. É visto que o óleo é empurrado rapidamente ao centro da malha onde está o poço produtor, e isso faz com que uma boa parte do óleo fique armazenada na periferia dos poços injetores.

No outro lado, é apresentado a vista superior do reservatório e o desenvolvimento da produção ao longo do tempo. Inicialmente, há a presença da capa de gás cobrindo uma boa parte da zona completada pelos poços abaixo. Como nessa zona as completações foram fechadas, a produção de gás é menor, e auxilia pressurizando o óleo para baixo e ajudando a leva-lo aos poços produtores. Com o passar do tempo, o gás que estava a cima da zona de óleo, começa a descer e passa a ser produzido, transferindo-se para o poço produtor, restando apenas gás residual. Em relação ao óleo, a produção é ideal nos primeiros 5 anos, mas depois desse período, é visto que boa parte desse óleo ficou preso nas laterais do reservatório, justamente porque a geologia do reservatório é extensa lateralmente. Para resolver isso, seria necessário aumentar a distância entre os poços e verificar os dados operacionais do projeto, principalmente espalhando mais poços nas laterais, ou modificando a configuração de malha.

Analisando-se as duas malhas propostas, pode-se se dizer que o modelo nine spot invertido é o mais eficiente. O nine spot invertido (Fr = 39%) teve um Fator de Recuperação 2% maior que o modelo five spot (Fr = 37%), o que numericamente pode ser um valor pequeno, mas foi visto que houve uma diferença 16.000 m³ de óleo entre os modelos, o que é um volume considerável de óleo para a indústria de petróleo e gás. Portanto, conclui-se que entre esses dois modelos de injeção, o modelo nine spot invertido é mais eficiente que o modelo nine spot.

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