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Análise dos relatos do professor aplicador

Capítulo 6 Análise dos dados da aplicação do produto

6.1 Análise dos relatos do professor aplicador

A turma manteve boa frequência ao longo dos 6 encontros. O contexto da aplicação do produto estão no Apêndice C.1 e os relatos completos estão nos Apêndices C.2 a C.7.

Os aspectos preponderantes a serem observados em todos os encontros foram a motivação e o engajamento dos alunos. Eles trouxeram contribuições, investigaram, debateram, tiraram dúvidas, fizeram pesquisa e estudaram os textos. Em suma, podemos considerar que os alunos tiveram boa aceitação ao produto.

6.1.1 Primeiro encontro

Neste encontro, fez-se um levantamento de conhecimentos prévios dos alunos, categorização de conceitos, reflexões sobre a existência de questões que demandam conhecimento para um posicionamento crítico, leitura e análise de reportagens.

Observa-se, nos relatos do Apêndice C.2, que a atividade de levantamento de conhecimentos prévios sobre a palavra “Radiação” cumpriu o seu objetivo de motivar e engajar os alunos na abordagem do tema. Os alunos associaram radiação com termos como mutação, acidentes, bomba atômica, raios solares, entre outros.

Ao tomarem ciência da existência de questões controversas que envolvem aspectos CTS e ao tentarem opinar sobre o tema da proposta, os aprendizes perceberam a importância do conhecimento para um posicionamento crítico frente a questões importantes para a sociedade.

Na leitura e análise das reportagens, os alunos perceberam a diversidade de aspectos relacionados ao tema, bem como sua complexidade.

Pode-se considerar que estas atividades contribuíram para que os alunos participassem ativamente do tema desde sua introdução.

6.1.2 Segundo encontro

Neste encontro, os alunos manipularam a simulação “Fissão Nuclear” do site PhET, buscando responder as perguntas presentes no seu material. Esta interação com a simulação se deu sem um roteiro fechado.

Observa-se, nos relatos do Apêndice C.3, que a organização da atividade permitiu que os alunos investigassem os fenômenos em tempo hábil, sem a necessidade de um texto para consulta. Porém, em alguns casos, os alunos tiveram dificuldades de entender a pergunta, devido a equívocos de interpretação e/ou desconhecimento de alguns conceitos usados. No entanto, a atuação do professor, dialogando com os aprendizes, dirimiu estas dificuldades.

Considera-se que a atividade contribuiu para que os alunos aprendessem os conceitos de maneira mais autônoma e dinâmica, de modo que eles demonstraram motivação para estudarem o tema. Esta motivação teve seu ápice nos momentos em que eles conseguiram simular a bomba atômica, demonstrando bastante entusiasmo.

6.1.3 Terceiro encontro

Para este encontro, os alunos tiveram duas semanas para pesquisarem sobre questões sociais envolvendo energia nuclear. Em sala, eles assistiram uma reportagem do Fantástico, que compara as instalações de Angra com as de Fukushima e assistiram o primeiro bloco de um debate da TV Câmara sobre a energia nuclear. Entre o início da aula e o término da exibição dos vídeos, passaram-se cerca de 40 minutos. Durante esta exibição, os alunos anotaram comentários e questionamentos, que foram discutidos pela turma após os vídeos.

Houve uma tendência dos alunos colocarem questões estritamente de ordem técnica como: “Após um acidente nuclear, existe alguma maneira de para a radiação?”; “A radiação da usina pode fazer mal aos moradores de Angra?”. Isso pode sugerir que há uma predominância deste tipo de abordagem, nos meios de comunicação consultados, em detrimentos das discussões sociais envolvidas. Neste caso, é importante que o professor oriente os alunos a prolongarem e refinarem suas pesquisas, de modo a possibilitar que eles encontrem fontes com abordagem mais amplas sobre questões

controversas. Além disso, o professor pode introduzir estes aspectos na atividade, caso os aprendizes não os coloquem.

Observa-se também que esta atividade se integra com as atividades do primeiro encontro, o que se demonstra pelas associações que os alunos fizeram entre os conteúdos das mesmas. Estas conexões são importantes para consolidar o conhecimento dos alunos e para um melhor entendimento da realidade que os rodeia.

6.1.4 Quarto encontro

Neste encontro, os alunos estudaram um texto didático. Inicialmente, eles compararam as respostas dadas na atividade de simulação computacional no laboratório com as explicações do texto, o que corroborou as respostas deles. Após, continuaram a atividade, respondendo as questões ao final do texto.

A maioria dos alunos não tiveram dificuldades em desenvolver a atividade. Alguns estudantes apresentaram interpretações equivocadas quanto às informações e um desenvolvimento mais lento, o que foi sanado com as intervenções do professor e dos colegas. As dificuldades de interpretação demonstram a importância de se desenvolverem mais atividades de leitura nas outras disciplinas escolares, além da disciplina de português. Outros alunos executaram a atividade com tal rapidez, que passaram boa parte da aula ociosos.

Novamente, observou-se conexões feitas pelos alunos com as outras atividades. Alguns alunos associaram informações do texto com observações feitas na simulação computacional. Outros ligaram os aspectos apresentados em um trecho da constituição com argumentos presentes nos vídeos do terceiro encontro.

6.1.5 Quinto encontro

Neste encontro, aconteceu o debate.

Os alunos apresentaram uma considerável variedade de argumentos, tanto de ordem científico-tecnológica, quanto de ordem sócio-política. Alguns aspectos argumentados foram: lixo radioativo, planos de evacuação, o sentimento de medo da população, probabilidade de acidentes, independência do clima, produtividade e oportunidades de emprego. Esta diversidade de argumentos demonstra que o trabalho

contribuiu para a sensibilização dos aprendizes para os aspectos humanos envolvidos, além dos aspectos científicos.

Observa-se que a estrutura do debate dificultou a organização das argumentações dos alunos. Houve uma concentração da falas em alguns membros das equipes e um descumprimento dos momentos destinados às falas de cada grupo. Estas dificuldades indicam a necessidade de se ajustar as regras do debate.

A mediadora apresentou algumas dificuldades para manter algumas regras como, por exemplo, o respeito ao tempo reservado para a fala de cada grupo.

Uma solução para as dificuldades encontradas pelos grupos e pela mediadora é solicitar que os alunos estudem as regras e, no encontro anterior ao debate, apresentem seus entendimentos sobre as mesmas. Dessa forma, o professor poderá orientá-los de maneira mais eficiente, fazendo com que, por exemplo, os grupos reconheçam a autoridade do mediador na condução do debate. Outro aspecto seria orientar os membros dos grupos a observarem se seus colegas querem fazer colocações, evitando assim a monopolização das falas. Esta última orientação pode contribuir para o desenvolvimento de uma capacidade dos alunos dialogarem de maneira educada.

Ao final do encontro, os grupos fizeram algumas considerações sobre o debate. O grupo B (contra as usinas nucleares) apontou dificuldades de pesquisar argumentos para defenderem seu posicionamento. Os argumentos contrários se resumiram em impacto ambiental e risco a população. Enquanto que os argumentos favoráveis se concentraram em aspectos econômicos como aumento da demanda por energia e geração de empregos, o que, segundo eles são argumentos difíceis de serem refutados. Vemos novamente indícios de que há uma predominância de abordagem de aspectos técnico-científicos nos meios de comunicação, em detrimento de discussões sociopolíticas.

6.1.6 Sexto encontro

Neste encontro, os alunos foram submetidos a um instrumento avaliativo, cujas análises estão contidas na seção 6.2.

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