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ANÁLISE DOS RESULTADOS

No documento MESTRADO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (páginas 60-106)

Neste capítulo apresentamos a análise dos resultados obtidos. Toda a análise, ainda que com algumas variações, buscou atender fundamentalmente as características de uma investigação do tipo qualitativa de acordo com os critérios apresentados em Bogdan e Biklen (1994). Por se tratar de uma pesquisa qualitativa, os dados recolhidos são apresentados na forma descritiva, não se resumindo apenas a números. A nosso ver, esse processo de formação pelo qual as professoras passaram, teve resultados positivos, contudo, conforme pode ser verificado a seguir, a nossa atenção foi direcionada à análise do processo.

Como já mencionado no capítulo anterior, no último encontro do processo de formação, no final do primeiro semestre de 2013, solicitamos às professoras que realizassem um levantamento prévio sobre os softwares educativos disponíveis e que pudessem contribuir para o processo de ensino e aprendizagem da matemática. Optamos, nesse primeiro momento, por não intervir nesse processo de pesquisa proposto às professoras. Dessa forma, não foram dadas orientações mais específicas de como realizar esse levantamento.

No retorno às atividades do grupo durante o primeiro encontro de formação, previsto para o segundo semestre de 2013, as professoras apresentaram os resultados obtidos a partir da pesquisa proposta no final do primeiro semestre.

Foram apresentados pelas professoras alguns softwares educativos com vistas ao ensino da matemática. Com base na seleção dos softwares feita pelas professoras percebemos que a escolha foi direcionada para a escolha de jogos computacionais. Acreditamos que a escolha teve como critério, além do ensino da matemática, o aspecto lúdico que o jogo proporciona.

Os softwares selecionados tinham como objetivo, o desenvolvimento da lógica, as quatro operações, números decimais e geometria plana.

Ainda nesse primeiro encontro, as professoras responderam um questionário (anexo 1) com perguntas abertas. Apresentamos a seguir a análise de algumas das respostas que selecionamos.

4.1 - Percepções das Professoras sobre o uso de Software Educativo em Sala de Aula

Os dados coletados com as respostas ao primeiro questionário (anexo 1), aplicado no primeiro encontro do grupo de formação no início do segundo semestre de 2013, permitiram levantar informações sobre as percepções das professoras sobre o uso de software educativo em sala de aula. Além disso, possibilitou um diálogo com as observações e discussões realizadas nos encontros de formação que se seguiram.

Primeiramente, apontamos se as professoras apresentaram dificuldades para encontrar/selecionar softwares educativos (jogos, simuladores, etc) disponíveis para o ensino de matemática. De um lado, tivemos professoras, que em suas respostas demonstraram que não encontraram dificuldades, como pode ser verificado por meio das respostas dadas pelas professoras P1 e P3:

Não, pelo contrário! Tive muito interesse em realizar a atividade, pois acreditei que através dessa pesquisa poderia ampliar meus conhecimentos matemáticos de uma forma lúdica e repassá-los aos meus alunos. (P1, Questionário 1, 2013)

Não. Na área da educação infantil, há esta diversidade para o desenvolvimento das atividades para aprendizagem sendo um recurso rico. (P3, Questionário 1, 2013)

Ainda com base na resposta da professora P1, é possível verificar que ela entendeu a tarefa de buscar softwares como um momento de aprendizado, adquirindo novos conhecimentos para trabalhar com seus alunos.

Verificamos por meio da resposta da professora P3, o reconhecimento da importância do uso de softwares educativos como mais um recurso que pode contribuir para o processo de ensino e aprendizagem.

De outro lado, tivemos uma professora que encontrou algumas dificuldades, como pode ser verificado na resposta dada pela professora P2:

Houve algumas dúvidas. Encontrei e testei pessoalmente alguns jogos e aplicativos. Eis a minha dúvida: hoje vemos muitos aplicativos para crianças em relação à matemática e há jogos em alguns sites. Posso escolher tanto

um quanto o outro? Considero o aplicativo de uso individual, mas pode ser interessante para os alunos. Podem ser indicados? (P2, Questionário 1, 2013)

A professora P2 relata que teve dúvidas para realizar a tarefa, tendo em vista a grande oferta de softwares disponíveis na internet. A professora, ao se deparar com a grande quantidade de softwares que existem hoje, ficou na dúvida em como ela poderia utilizar em suas aulas. Se poderia ser de sites, uso individual ou em grupo. Pela variedade encontrada, a professora ficou em dúvida em qual escolher, nesse sentido, dizer que há muitas opções de repente para o professor é um empecilho para que ele utilize. Nessa perspectiva, verifica-se que o professor pode ter dificuldades para estabelecer critérios para selecionar um software educativo, para saber como usar e como avaliar em sua sala de aula.

Em relação ao papel do jogo na aprendizagem da matemática, primeiramente pudemos verificar que as professoras apresentavam entendimentos diferentes para a palavra jogo, e dificuldades em compreender as possibilidades de um jogo educativo computacional para ensinar matemática. É só para distrair? Não ensina nada? Serve para motivar? Não se trabalha conteúdo? As professoras P1 e P5 responderam que:

O papel do jogo é motivar e despertar no aluno uma aprendizagem significativa, real e prazerosa! (P1, Questionário 1, 2013).

Desenvolver o raciocínio lógico, entre outras habilidades, além de trabalhar a ludicidade. (P5, Questionário 1, 2013)

Essas respostas acabam revelando que algumas professoras têm uma percepção sobre o jogo um tanto quanto ampla e fundamentada em um discurso com aspectos pedagógicos, mas ainda, simultaneamente assentado no senso comum.

Já as respostas das professoras P2 e P3 revelam uma maior preocupação com o aspecto educacional no uso do jogo. Para a professora P2,

o jogo na aprendizagem da matemática é um ótimo recurso que amplia as possibilidades para que os alunos possam interagir mais facilmente, e desta

forma recreativa, alcançar os objetivos do aprendizado. (P2, Questionário 1, 2013)

A resposta apresentada pela professora P3 avança no conceito sobre o aspecto educacional do jogo do grupo de professoras. Para a Professora P3,

O jogo serve como uma atividade mais concreta para o aluno, mesmo quando apresentado virtualmente. Ele auxilia no raciocínio lógico da criança e trabalha habilidades de forma mais prazerosa para o aluno, pois possibilita desafios nos quais o aluno coloca em jogo, aquilo que sabe para descobrir ou resolver as questões ou problemas propostos pelo jogo. (P3, Questionário 1, 2013).

A professora P3, em sua resposta, declara que o jogo serve como uma atividade mais concreta, mesmo sendo apresentada virtualmente, e mais prazerosa. Neste ponto, entendemos como concreto “aquilo que auxilia no raciocínio lógico”, que apresenta, ainda que implicitamente, a preocupação com o desenvolvimento do conteúdo. Ou seja, sob essa perspectiva, o jogo propicia isso: auxilia no raciocínio lógico e trabalha habilidades, pois possibilita desafios.

Os dados coletados nos colocam dois pontos: um que é o papel lúdico do jogo sem uma preocupação explícita com o desenvolvimento do conteúdo e outro é trabalhar um conteúdo de uma maneira mais prazerosa, mas sempre tendo em vista a construção do conhecimento sobre determinado conteúdo matemático.

Ou seja, algumas professoras justificam as suas ideias fundamentadas em uma fala recorrente (senso comum). No entanto, verificamos que há professoras que avançam no conceito, pois exploram mais a ideia do papel do jogo no processo de ensino e aprendizagem. Verifica-se que não é visto apenas o conteúdo, ou somente o lúdico, mas sim uma integração/interação entre ambos os aspectos, desenvolvendo diversas habilidades.

Dessa maneira, as respostas apresentadas pelas professoras sobre o papel do jogo na aprendizagem da matemática fazem surgir a seguinte questão: “quando utilizamos um jogo computacional, essas perspectivas permanecem?”.

Sendo assim, foi perguntado também às professoras o que elas pensavam a respeito do uso de jogos computacionais e softwares no ensino de Matemática. A professora P1 argumenta que:

Após a pesquisa que fiz no mês de julho, percebi o quão rico e valoroso é o uso desses jogos nas aulas de matemática. Muitos conteúdos dados em sala de aula tornam-se simples, atraentes e claros quando são trabalhados no computador! (P1, Questionário 1, 2013)

A professora P1 revela em sua resposta que a tarefa proposta a elas contribuiu para que ela pudesse perceber a importância do uso de softwares educativos. Dessa forma, evidenciamos que um processo de formação como esse que apresentamos nesse trabalho pode produzir resultados logo no início, quando coloca o professor como protagonista ao realizar a pesquisa inicial.

Continuando com nossa análise, selecionamos a resposta apresentada pela professora P2: “É mais uma ferramenta para o professor e uma atividade prazerosa no ensino da matemática para o aluno”.(P2, Questionário 1, 2013).

A professora P2 revela em sua resposta que o software educativo é mais um recurso educacional que o professor pode utilizar e que pode contribuir para o processo de ensino e aprendizagem da matemática. Em nossa perspectiva, essa visão é importante, pois vai de encontro a uma visão equivocada de que os recursos computacionais, quando inseridos na sala de aula, devem ser utilizados com exclusividade, abrindo mão da utilização dos demais recursos.

A professora P5 reconhece os papéis lúdico e motivador do uso de softwares educativos. De acordo com a professora P5

[...] em primeiro lugar, um facilitador, uma vez que o aluno pode demonstrar mais interesse pelas atividades propostas. É uma maneira, também, de aprender brincando. Em geral, este aluno, ao jogar, desenvolve/executa diversas habilidades cognitivas e motoras. (P5, Questionário 1, 2013)

Com base nas respostas apresentadas, fica claro que as professoras compartilham da mesma visão e reconhecem a importância do uso de softwares educativos como um recurso com potencial para contribuir para o ensino e a aprendizagem da Matemática.

Até aqui se verifica, mediante as análises das respostas que temos, três categorias de visão do papel do jogo computacional: o papel somente lúdico, o papel somente para o desenvolvimento do conteúdo e o papel que integra ambos os aspectos, lúdico e desenvolvimento de conteúdo.

Dando sequência a nossa análise, sobre o possível uso de algum jogo computacional ou software em sala de aula. A professora P1 foi direta e respondeu que já trabalhou com jogos disponíveis em sites. Já as respostas das professoras P2 e P5 revelam uma realidade ainda existente em muitas escolas.

Nas escolas municipais o uso da sala de informática tem algumas restrições: os jogos que podem ser usados devem ser autorizados. Por isso, temos poucos jogos. (P2, Questionário 1, 2013)

Eu ainda não utilizo porque as aulas de informática são dirigidas pelo professor da disciplina e a sala (de computadores) não fica disponível para uso em outras aulas. Apenas por isso! Eu adoraria trabalhar com estes recursos se os computadores estivessem disponíveis. (P5, Questionário 1, 2013).

Essas respostas mostram que nas escolas há alguns fatores que funcionam como obstáculos para que ocorra o uso dos recursos computacionais, por exemplo, restrições de acesso ao uso de computadores e da sala de informática, somente alguns jogos podem ser utilizados, em muitos casos não é permitido ao professor instalar jogos no computador etc.

Verifica-se também que a sala de informática é direcionada somente para ser utilizada por um professor especialista da área de informática educacional. Essas dificuldades acabam desmotivando o professor quanto ao uso de softwares educativos e, consequentemente, das tecnologias disponíveis na escola. Não podemos deixar de mencionar que essas questões apareceram durante as

discussões realizadas nos encontros de formação e puderam ser observadas quando da realização das oficinas nas escolas.

Com o objetivo de aprofundar mais sobre o assunto, perguntamos às professoras se elas se sentiam confortável em trabalhar com softwares com seus alunos. Algumas professoras declararam em suas respostas que se sentem confortáveis em trabalhar com softwares (especificamente jogo computacional) com seus alunos, desde que haja um planejamento, uma preparação prévia. Como exemplo seguem as respostas das professoras P1 e P2.

Sim, acho muito tranquilo. O segredo é você se apropriar do conteúdo dos jogos, investigar e treinar. Depois, é necessário planejar uma aula com o conteúdo que está inserido do jogo escolhido. Depois é... SUCESSO. (P1, Questionário 1, 2013)

Sim. Gostaria muito de pesquisar e saber mais sobre outros jogos existentes, assim como quais habilidades cada jogo é capaz de trabalhar nos alunos com e sem deficiência. (P2, Questionário 1, 2013)

Vale destacar que a professora P2 revela uma preocupação em considerar o aspecto inclusivo do jogo computacional. Apesar de apresentarmos apenas a resposta da professora P2 com relação à preocupação do aspecto inclusivo, devemos destacar que esse é um pensamento inerente à prática pedagógica de todas as professoras que participaram desse processo de formação, assim como de todos os integrantes que fazem parte do grupo de formação.

Perguntamos às professoras se houve alteração no modo como elas pensavam o uso de softwares educativos no ensino de matemática após a realização da tarefa. A professora P1 respondeu que: “Sim! Eu não via a hora de experimentar a lição de casa com meus alunos. Foi um sucesso! Apliquei minha atividade e eles se saíram muito bem! AMARAM!” (P1, Questionário 1, 2013).

Com base nessa resposta, fica evidente que a tarefa teve um papel motivador para a professora, tanto que ela, por iniciativa própria, acabou por desenvolver a atividade com seus alunos.

Para a professora P2, a realização da tarefa permitiu a ela um movimento de reflexão, reconhecendo que: “Ainda tenho muitas dúvidas e considero que preciso

pesquisar e estudar mais”.(P2, Questionário 1, 2013).

Dessa maneira, tendo como referência o modelo de formação que aprimoramos, verificamos que as respostas obtidas nesse primeiro questionário (anexo 1) vão ao encontro ao que apresentamos e discutimos na primeira e na segunda etapa, denominadas respectivamente como o “Estudo” e “Decisão”.

Uma das professoras disse: “O segredo é você se apropriar do conteúdo dos

jogos, investigar e treinar”.(P1, Questionário 1, 2013). Os termos “investigar e

treinar” nos remetem à primeira etapa do modelo adotado, “Estudo”.

Como foi possível verificar, a análise das respostas revela que nesse momento, mediante o estudo inicial (realização da tarefa), as professoras encontraram subsídios que deram sustentação para que respondessem as questões fundamentais para o início de sua participação no processo de formação. Ou seja, com base no estudo realizado, as professoras puderam responder as questões essenciais dessa etapa: por que, para que e como utilizar determinado software educativo?

A partir da discussão nos encontros do grupo de formação, as professoras decidiram qual a atividade com software educativo, seria aplicada, utilizando os recursos disponíveis na escola. Vemos aqui a consolidação do que denominamos como segunda etapa “Decisão” do Modelo de formação RefleTic.

4.2 - Avaliação do uso de softwares educativos na escola e suas possibilidades

A análise anterior nos permitiu verificar a consolidação das etapas “Estudo” e “Decisão”. Com o objetivo de buscarmos respostas que evidenciassem as próximas etapas, seguimos com a análise das respostas do segundo questionário (anexo 2) que teve como temática, a discussão sobre o uso de softwares educativos na escola e suas possibilidades.

A análise das observações que realizamos durante os encontros para a preparação das atividades que foram apresentadas nas oficinas e da resposta do segundo questionário (anexo 2) nos permitiu reconhecer elementos das etapas “Preparação”, “Interação” e “Reflexão Individual” do modelo de formação que adotamos.

O segundo questionário (anexo 2) foi aplicado após a realização dos estudos para seleção dos softwares e da decisão das atividades a serem apresentadas nas oficinas. Esse questionário teve como objetivo, fazer uma avaliação sobre o processo de formação ocorrido até então. Além disso, buscou-se identificar as contribuições que as reflexões individuais e coletivas sobre esse processo proporcionaram à formação continuada das professoras ao se discutir sobre a temática da tecnologia na escola e suas possibilidades de uso dos softwares educativos estudados no grupo de formação.

Tendo como referência as etapas “Preparação”, “Interação” e “Reflexão Individual” que, respectivamente, representam a terceira, a quarta e a quinta etapa do modelo de formação adotado, destacamos algumas das respostas que exemplificam esses momentos.

A professora P2 destaca a importância dos trabalhos apresentados nos encontros de formação: “Foram apresentados trabalhos que enriqueceram nosso

conhecimento, tanto em questão de escolher qual trabalhar (software), como o caminho a ser percorrido antes e depois (desdobramentos)”. (P2, Questionário 2,

2013).

A professora P3 também destaca a importância dos trabalhos apresentados:

Através das apresentações, notou-se interesse do grupo pelo auxílio dos jogos/softwares no aprendizado da matemática, sendo assim, mais um estímulo para que o professor possa possibilitar ao aluno a compreensão do conteúdo. (P3, Questionário 2, 2013).

Sobre a importância da preparação da atividade, a professora P5 destaca que:

Esta temática nos permite rever conteúdos que já conhecemos e consolidá- los por meio dos jogos computacionais

[...] me fez ver que há uma infinidade de ferramentas a serem exploradas, embora, trouxemos um pouquinho delas. (P5, Questionário 2, 2013)

Um aspecto que consideramos fundamental, e que se fez presente nas observações que realizamos durante os encontros para a preparação das atividades e nas respostas das professoras P2 e P3, é o reconhecimento da importância e da necessidade de se apropriar de conteúdos matemáticos, bem como de processos didáticos que contribuem para se alcançar o aprendizado esperado.

A professora P3 revela em sua avaliação que ainda está realizando reflexões a respeito das possíveis estratégias de ensino de matemática utilizando softwares educativos.

[...] sinto ainda a necessidade de alguns encontros com parte direcionada ao entendimento das estratégias matemáticas propriamente dita; onde éramos também direcionados ao conteúdo matemático (verificando o que é importante e necessário do contexto à aprendizagem e como chegar lá). (P3, Questionário 2, 2013)

A professora P2, em sua resposta, vai além, destacando também a importância da fundamentação teórica quando da preparação da atividade. Para a professora P2.

Uma grande ideia foi trazer na fundamentação teórica a importância da tecnologia para o trabalho em sala de aula, quando usá-la, por que usá-la e como adaptar os conteúdos oferecidos pelo software ao programa de conteúdos, montando uma sequência didática. (P2, Questionário 2, 2013)

Outro ponto que vale destacar é o reconhecimento, também pelas professoras participantes, do potencial multiplicador que a preparação da atividade possibilita para as interações que ocorrem antes e durante as oficinas. Eis aqui uma das contribuições possibilitada por esse processo de formação apresentado ao longo deste trabalho. O reconhecimento desse potencial multiplicador pode ser verificado, mais claramente, através da resposta da professora P2 quando ela declara que:

Para nós, receber as pesquisas em forma de oficinas, assim como o aparato matemático (linguagem, conteúdos, possibilidades) foi muito importante e acredito que a multiplicação nas escolas também traga um retorno positivo quanto ao estudo da matemática. (P2, Questionário 2, 2013).

Dessa maneira, tendo como referência o modelo de formação que aprimoramos, verificamos que as respostas obtidas nesse segundo questionário (anexo 2) vão ao encontro do que apresentamos e discutimos nas etapas “Preparação”, “Interação” e “Reflexão Individual”.

Como foi possível verificar, as análises das respostas revelam que o processo de elaboração da atividade preparou para o desenvolvimento das oficinas nas escolas. E o momento de interação no grupo de formação, ao apresentar e discutir a atividade, contribuiu para que as professoras realizassem um movimento de reflexão coletivo e individual. Para algumas professoras, verificamos que esses processos não ocorreram de maneira linear, foi necessário passar pelas três etapas em diferentes momentos para que conseguissem finalizar a atividade. Dessa forma, percebemos que a realização dessas etapas ocorreu de maneira cíclica para algumas professoras.

4.3 Oficinas realizadas nas escolas

Com as atividades prontas, chegamos ao momento de realização das oficinas nas escolas. Esse é o momento em que se concretiza a sexta etapa do modelo de formação que adotamos, etapa esta que denominamos como “Prática na Escola”.

Para a análise desta etapa, utilizamos como referência os dados obtidos por meio das observações realizadas e gravações das oficinas. Além disso, utilizamos também as respostas ao terceiro questionário (anexo 3) aplicado aos professores das escolas que participaram das oficinas.

Esse terceiro questionário (anexo 3) foi aplicado ao final de cada uma das oficinas nas escolas e buscou identificar se o assunto abordado na oficina apresentou novas ideias para a prática em sala de aula dos professores participantes. Buscou-se, também, identificar percepções dos professores sobre o uso de softwares educativos no processo de ensino e aprendizagem da Matemática.

Apresentamos mais adiante a análise de algumas das respostas que destacamos do terceiro questionário (anexo 3), pois evidenciam a importância de se

falar sobre o tema softwares educativos e tecnologias para o ensino de Matemática em espaços de formação coletiva de professores.

Antes de partirmos diretamente para a análise das respostas, com objetivo de

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