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Encontrando-se concluído o estudo técnico sobre a desativação do transformador 3, é necessário, agora, verificar a viabilidade económica da implementação na prática desse mesmo estudo. De facto, o interesse em implementar esta medida será ditada (exclusivamente) por critérios económicos: de um lado, são contabilizados os encargos associados à nova ligação em BT, nomeadamente, com a aquisição do cabo elétrico, dos equipamentos de proteção e dos materiais para a instalação; do outro lado, deve-se pesar a verba anual (poupança), referente à faturação da potência contratada, cujo o valor descerá face ao valor atual; em rigor, deve-se ainda incluir, do lado dos encargos anuais, a energia de perdas na nova ligação, e que antes não existiam.

7.3.1. Estimativa do Investimento Inicial

Na Tabela 7.1, apresenta-se a estimativa dos encargos associados à construção da nova ligação entre o QGBT 1 e QGBT 3 (encargos com a aquisição de equipamentos/materiais).

Tabela 7.1 – Estimativa do investimento inicial provenientes dos encargos associados à construção da nova ligação em BT

Equipamento/Material Quantidade Preço

Unitário

Custo (c/IVA)

Cabo LSVV 4x185 mm2 (Eurocabos) 120 metros 17.189,50 €/km 2.537,17 €

Fusível NH1 gG 250A (Hager) 3 unidades 6,20 €/un. 22,89 €

Seccionador Porta Fusíveis 3x250A (NH1)

(Hager) 1 unidade 237,34 €/un. 291,81 €

Caminho de cabos prefurado 75x50 mm

(mais acessórios) (Eletricol) 90 metros 4,28 €/m 385,58 €

Tubo corrugado PEAD 110 mm vermelho

(PoliTejo) 25 metros 2,10 €/m 64,50 €

INVESTIMENTO INICIAL 3.301,95 €

Quanto ao valor do investimento estimado é importante salientar o seguinte:

• Não tendo sido possível obter um orçamento rigoroso do custo da mão de obra necessária à alteração, este não foi contabilizado para o cálculo do investimento inicial;

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• Contudo, em jeito de compensação, não foi incluído qualquer desconto ao valor final dos preços final dos equipamentos/materiais relativamente aos seus preços de catálogo104;

• Também, não foi incluído o (eventual) benefício que se poderá obteria com a venda do transformador 3 (que será desativado).

Assim, apesar de no investimento inicial estimado não se terem incluído alguns custos (de difícil avaliação), também, não se incluíram alguns benefícios que, à partida, poderiam anular (ou até ultrapassar) esses custos não contabilizados. Desta forma, considera-se que o investimento inicial calculado é justo.

Todavia, caso a empresa opte por avançar mesmo com a desativação do transformador 3,

recomenda-se que seja efetuada uma análise do investimento inicial mais detalhada que a efetuada neste estudo, envolvendo, principalmente, os custos da mão de obra e a receita com a (possível) venda do transformador.

7.3.2. Estimativa da Poupança

Como já foi referido, a poupança decorrente da desativação do transformador 3, será relativa à redução dos custos com o termo da potência contratada da fatura de eletricidade.

Na subsecção 6.2.3 fez-se a comparação entre a potência tomada e a potência contratada. Constata-se, pelos valores que se apresentam na Tabela 6.9, que a diferença mínima entre as potências tomada e contratada foi cerca de 106 kVA (mês de fevereiro). Assim, pode-se considerar que a desativação do transformador 3 permitirá reduzir a potência contrata em cerca de 100 kW105. Com base no exposto, obteve-se a estimativa da poupança anual através da expressão 7.16:

𝑃𝑜𝑢𝑝𝑎𝑛ç𝑎 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 = 365 𝑑𝑖𝑎𝑠×0,03936 €/𝑘𝑊×100 𝑘𝑊 = 1.436,64 € (7.16) Contudo, a construção da nova ligação em BT provocará um encargo anual adicional, proveniente da energia de perdas que antes não existia. Assim, em rigor, será necessário deduzir este custo à poupança calculada na expressão 7.16.

Estima-se que as perdas anuais na nova canalização representem um custo anual de 527, 46 €106. Desta forma, contabilizando este custo, a poupança anual será, efetivamente, de 909,18 €.

7.3.3. Resultado da Análise Económica

A análise económica foi realizada tendo em consideração os indicadores económicos já utilizados anteriormente. Esta apresenta-se na Tabela 7.2.

104 De facto, é prática comum os equipamentos/materiais serem avo de um desconto face ao preço de catálogo, que

poderá rondar (para maioria dos casos) os 40%.

105 De facto, perspetiva-se (com base nos valores de potência tomada que se encontram na Tabela 6.9) que a redução

da potência contratada poderá ser superior (a 100 kW). Por esta razão, reforça-se a ideia que a poupança considerada neste estudo constituiu um cenário pessimista.

106Para melhor se compreender como se chegou a este valor, ilustra-se, no Anexo E, o conjunto de cálculo efetuados

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Tabela 7.2 – Análise económica relativa à desativação do transformador 3 instalado na Nova Fundínio

Solução Investimento Poupança

(€/ano) VAL TIR

PRI (anos) Desativação do transformador

3, e construção de uma nova ligação em BT

3.301,95 € 909,18 € 5.309,17 € 24,44 % 3,8

Pela os resultados obtidos, que constam na Tabela 7.2, contata-se que a desativação do transformador 3, juntamente com a construção de uma nova ligação entre o QGBT 1 e o QGBT 3, é economicamente viável. De facto, com um investimento estimado de cerca de 3.302 € e

uma poupança anual de 909 €, o retorno do investimento ocorrerá, aproximadamente, em 4 anos.

7.4. Conclusões

Com base no estudo apresentado neste capítulo, chegou-se à conclusão que a desativação do transformador 3 da Nova Fundínio é economicamente viável. Este estudo permitiu, assim, confirmar as suspeitas, por parte dos responsáveis da empresa, de que a desativação deste transformador seria vantajosa. Note-se que, para além das poupanças já referidas, serão evitados os custos futuros da manutenção com o PT em causa.

Pode-se ainda dizer que, caso no futuro a empresa consiga reduzir a potência tomada (através de um melhor controlo dos “picos de consumo”, ou através da implementação de medidas que reduzam o consumo), a potência contratada poderá, devido à redução da potência instalada, reduzir até um limite mínimo de 525,45 kW (46,5% da nova potencia instalada – 1130 kVA). Isto representará uma redução na potencia contratada de 232,4 kW, face ao valor atual (757,85 kW). Esta (hipotética) redução representará, em termos económicos, uma poupança anual de 2.174,43

€.

Conclui-se, assim, que os resultados apresentados neste capítulo, serão ainda mais positivos, caso no futuro se tomem medidas extras visando a redução da potência tomada.

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Capítulo 8

Conclusões

O projeto que agora se conclui consistiu em identificar e avaliar medidas de racionalização energética em sistemas como a iluminação e a rede de distribuição em BT existente na instalação fabril da Nova Fundínio. Também, foram estudadas medidas de otimização da fatura energética que, apesar de não possuírem qualquer relevância em termos de eficiência energética (redução dos consumos energéticos), apresentaram um potencial económico considerável para empresa.

Para tal, efetuou-se um levantamento da rede elétrica e dos equipamentos de utilização de energia, um estudo de possíveis soluções e procedeu-se, também, à elaboração de recomendações que permitam construir um plano de eficiência energética para a instalação fabril da Nova

Fundínio.

O trabalho realizado apresentou-se como um grande e estimulante desafio pois, globalmente, verificou-se que na Nova Fundínio existe um potencial elevado de redução, quer de consumos de energia elétrica como de custos com a fatura energética. Assim, considera-se urgente investir numa política de eficiência energética que se enquadra inteiramente com os objetivos definidos pela Comissão Europeia para 2020.