• Nenhum resultado encontrado

A caracterização e análise dos consumos energéticos e da fatura da energia revelou que a

Nova Fundínio se apresenta como um consumidor intensivo de energia, cujo o consumo

ultrapassa os 1000 tep/ano. Os consumos energéticos encontram-se repartidos entre energia elétrica e gás natural, sendo que o consumo de energia elétrica apresenta o papel principal, correspondendo 62% do consumo energético total.

Utilizando um analisador de energia foi possível conhecer os consumos típicos dos vários equipamentos existentes nos setores de produção da empresa. Desta forma, foi possível efetuar a desagregação dos consumos de energia elétrica por setores, revelando-se a influência de cada setor no consumo total de energia elétrica.

Através do cruzamento entre os dados dos consumos dos equipamentos e os valores apresentados nas faturas de eletricidade, verificou-se que o setor da Fundição apresenta um forte consumo de energia elétrica (cerca de 65% do consumo total).

A implementação de sistemas que realizem a desagregação efetiva do consumos energéticos permite, nomeadamente: atribuir os custos energéticos aos vários setores e equipamentos;

136 Conclusão

estabelecer uma correta relação entre a produção e o consumo elétrico; quantificar desvios de consumo valor face a valores objetivos; estabelecer uma correta relação entre a produção e o consumo elétrico; identificar desperdícios de energia; possivelmente, identificar a degradação dos rendimentos de certos equipamentos. Como tal, recomendou-se a implementação de um sistema de contadores parciais de energia, que integrados numa plataforma informática (Sistema de

Gestão de Energia), permitem a análise e a recolha de dados energéticos.

A abordagem ao sistema de iluminação da Nova Fundínio revelou ser este o setor mais débil em termos de eficiência energética. Aquele apresenta-se bastante envelhecido e desajustado, na larga maioria dos setores. Por esta razão, é naquela instalação que as melhorias propostas são mais evidentes, apesar de, em alguns casos, o investimento inicial necessário ser relativamente elevado.

No estudo de soluções para a iluminação, optou-se por apresentar mais que uma solução por setor, com o objetivo de investigar o espectro de opções possíveis e resultados associados a cada uma. Foram realizados estudos de iluminação para 11 espaços. A implementação das soluções recomendadas permitirá uma redução de 39% do consumo energético atual e uma redução de 31% nos encargos com iluminação. Com um investimento de 32.100 € e uma poupança anual de 10.900

€ em relação à iluminação atual, o período de retorno do capital investido será de cerca de 3 anos.

A implementação das medidas recomendadas terá um peso significativo, não apenas a nível económico, mas também em termos de qualidade da iluminação, melhorando o nível de bem- estar e produtividade dos colaboradores da empresa.

A Nova Fundínio já realiza a compensação do fator de potência. Contudo, apenas se encontram instaladas baterias de condensadores em dois dos três PTs existentes (PT 1 e PT 2). Por esta razão, verifica-se que a parte da instalação alimentada pelo PT 3 consome energia reativa a partir da rede (a qual está sujeita a encargos mensais na fatura de eletricidade).

A compensação global do fator de potência da instalação alimentada pelo PT 3 da empresa, apresentou-se como uma solução viável. Estima-se que, a instalação de uma bateria de condensadores no QGBT daquele PT, permitirá uma poupança anual de 564 €. Face a um investimento inicial de cerca 1.452 €, o período de retorno será de aproximadamente 3 anos.

Realizou-se, ainda, o estudo de avaliação do potencial interesse em implementar a compensação setorial do fator de potência em detrimento da compensação global existente. A vantagem da compensação setorial, face à compensação global, reside na eliminação da energia reativa que circula nos circuitos de alimentação dos quadros parciais (QPs), através da instalação de baterias de condensadores nos QPs. Isto contribui, assim, para uma redução das correntes, das perdas e das quedas de tensão nos circuitos de alimentação dos QPs.

Com base nas medições realizadas em todas as saídas dos transformadores, foi possível comparar as perdas atualmente existentes, nos circuitos de alimentação dos QPs, com as perdas na eventualidade de se implementar a compensação setorial. Verificou-se que, a implementação da compensação setorial permitiria uma redução das perdas de 4,4 MWh/ano, possibilitando uma redução de 24% de perdas nos circuitos de alimentação dos QPs. Contudo, concluiu-se que, face ao elevado investimento inicial necessário (para aquisição das baterias de condensadores), não existe vantagem económica na substituição total de um tipo de compensação pelo o outro. Apenas em um dos quadros parciais a instalação de baterias de condensadores será viável (período de retorno inferior a 10 anos). Para este caso, face a um investimento de 1.750 € e uma poupança anual de 218 €, o retorno do capital investido será de 8,5 anos.

Conclusão 137

A análise das faturas de eletricidade juntamente com o diagramas de consumo da Nova

Fundínio, permitiu identificar medidas visando a otimização da gestão da fatura (redução de

custos).

Atualmente, a empresa tem um contrato de fornecimento de energia elétrica segundo uma contagem em ciclo semanal com feriados. Contudo, detetou-se ser bastante vantajoso proceder à alteração do ciclo horário atual para o ciclo semanal com feriados opcional. A partir da análise económica realizada, com base nos consumos do ano 2016, concluiu-se que, caso a empresa proceda à alteração do ciclo horário, poderá beneficiar de uma redução de cerca de 870 €, na fatura anual. Esta medida não requer qualquer investimento por parte da empresa, sendo por isso especialmente recomendável.

A análise ao diagrama de cargas dos dias de laboração da empresa, permitiu verificar que este se apresenta relativamente constante ao longo do dia, pois os principais setores consumidores de energia elétrica laboram 24 horas/dia. Verificou-se que seria bastante benéfico, na medida do possível, programar as paragens dos equipamentos para os períodos de hora de ponta, em que a energia é mais cara.

Concluiu-se, assim, que a análise periódica e cuidada das faturas se revela como uma mais- valia para a empresa, possibilitando detetar medidas que permitam uma redução dos encargos, cujo processo de implementação é, na maioria dos casos, relativamente simples.

A desativação do transformador 3 revelou ser uma solução bastante vantajosa para a Nova

Fundínio. De facto, existe uma desadequação entre a potência contratada e os consumos atuais da

instalação fabril. Contudo, a redução da potência contratada na Nova Fundínio só poderá ser realizada quando se proceder também à redução da potência instalada.

Como tal, verificou-se que, através da construção de uma nova ligação em BT (entre o QGBT 1 e QGBT 3), será possível desativar o transformador 3, ficando o PT 1 encarregue de “absorver” as cargas que atualmente são alimentadas pelo PT 3. A análise económica realizada demonstrou que esta medida possibilitará uma poupança anual de 909 €. Com um investimento de 3.302 €, o período de retorno será de aproximadamente 4 anos.

Em conclusão, as necessidades de implementar medidas que visam a eficiência energética são tão fundamentais quanto rentáveis. Considera-se, assim, urgente implementar diversas medidas de eficiência energética na Nova Fundínio. Contudo, apesar da necessidade de implementação de medidas de racionalização energética, se apresente como o maior aspeto a explorar, é igualmente necessário sensibilizar os colaboradores da empresa para o uso racional da energia, especialmente no que se refere à instalação e equipamentos elétricos.