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4.7 ANÁLISE ECONÔMICA DAS MISTURAS ASFÁLTICAS

Nesta etapa da pesquisa foi realizada uma comparação de custos entre as misturas asfálticas convencionais do tipo CAUQ com as misturas compostas com rejeito de mineração de ferro da região do Quadrilátero Ferrífero. A avaliação é baseada na composição de preço unitário dos concretos asfálticos.

Este tópico apresenta a composição do preço da tonelada do CAUQ, também conhecido no mercado como Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ). Os materiais avaliados que compõe a mistura asfáltica são a brita 0, o pó de pedra, o ligante asfáltico do tipo CAP 50/70 e os rejeitos de mineração de ferro. Para a composição do preço unitário, não foram considerados os gastos com transporte, mão de obra, energia, encargos sociais, equipamentos, benefícios e despesas indiretas (BDI) e outros. Ressalta-se que os valores são referentes apenas ao custo de aquisição dos materiais. Neste trabalho, foram considerados os preços da tonelada de agregados fornecidos por uma pedreira do município de Ouro Preto. O valor do Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP 50/70) foi baseado no preço médio do ligante no Estado de Minas Gerais e disponibilizado no site da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Combustível (ANP, 2016) referente a agosto de 2016. Para este material também não foi levado em consideração o BDI e encargos sociais. A avaliação realizada pressupõe que os rejeitos de mineração seriam doados, ou seja, sem custo de aquisição. As Tabelas 4.11 a 4.15 apresentam os valores médios do custo unitário por tonelada de cada material para composição do CAUQ.

Tabela 4.11 – Preço médio dos materiais utilizados no CAUQ convencional (Pesquisa de comércio no Estado de Minas Gerais, outubro de 2016)

Materiais

Composição do mistura MCG

(%) Unidade Custo Consumo

Custo Unitário

Brita 0 49,4 t 45 0,494 22,23

Pó de Pedra 45,6 t 35 0,456 15,96

CAP 50/70 5,0 t 1623,3 0,050 81,17

Tabela 4.12 – Preço médio dos materiais utilizados no CAUQ composto com rejeito de minério de ferro da mina de Fábrica (Pesquisa de comércio, outubro de 2016)

Materiais Composição do mistura CA1 (%)

Unidade Custo Consumo Unitário Custo

Brita 0 61,95 t 45 0,619 27,88

Pó de Pedra 18,11 t 35 0,181 6,34

Rejeito de minério de ferro 15,25 t 0 0,152 0,00

CAP 50/70 4,70 t 1623,3 0,047 76,30

Preço da mistura CA1 por tonelada (R$ / t) 110,51

Tabela 4.13 – Preço médio dos materiais utilizados no CAUQ composto com rejeito de minério de ferro da mina de Alegria (Pesquisa de comércio, outubro de 2016)

Materiais Composição do mistura CA2 (%)

Unidade Custo Consumo Custo Unitário

Brita 0 61,75 t 45 0,618 27,79

Pó de Pedra 19,95 t 35 0,200 6,98

Rejeito de minério de ferro 13,30 t 0 0,133 0,00

CAP 50/70 5,00 t 1623,3 0,050 81,17

Preço da mistura CA2 por tonelada (R$ / t) 115,94

Tabela 4.14 – Preço médio dos materiais utilizados no CAUQ composto com rejeito de minério de ferro da mina de Casa de Pedra (Pesquisa de comércio, outubro de 2016)

Materiais Composição do mistura CA3 (%)

Unidade Custo Consumo Custo Unitário

Brita 0 44,74 t 45 0,447 20,13

Pó de Pedra 44,74 t 35 0,447 15,66

Rejeito de minério de ferro 5,71 t 0 0,057 0,00

CAP 50/70 4,8 t 1623,3 0,048 77,92

Preço da mistura CA3 por tonelada (R$ / t) 113,71

Tabela 4.15 – Preço médio dos materiais utilizados no CAUQ composto com rejeito de minério de ferro da mina Oeste (Pesquisa de comércio, outubro de 2016)

Materiais

Composição do mistura CA4

(%) Unidade Custo Consumo

Custo Unitário

Brita 0 44,65 t 45 0,447 20,09

Pó de Pedra 44,65 t 35 0,447 15,63

Rejeito de minério de ferro 5,70 t 0 0,057 0,00

CAP 50/70 5,0 t 1623,3 0,050 81,17

Conforme mostrado na Figura 4.20, as misturas alternativas, contendo rejeito de mineração, apresentaram uma redução no custo unitário de composição do CAUQ. A mistura CA1 reduziu em 7,41% o custo unitário da mistura asfáltica, sendo a mistura mais econômica determinada nesta pesquisa. Apesar de provocar um aumento no consumo de brita 0, a mistura CA1 propiciou uma redução no consumo de pó de pedra e de ligante asfáltico. Como o ligante asfáltico é o componente mais caro das misturas asfálticas, a redução no teor de CAP reduz de forma significativa o custo do CAUQ.

Figura 4.20 – Custo unitário do CAUQ por tonelada (Preço comercial, outubro/2016)

A mistura CA2 diminuiu em 2,87% o custo do CAUQ. Mesmo apresentando granulometria semelhante à mistura CA1, a redução do custo foi menor, pelo fato do teor de projeto da mistura CA2 ser o mesmo para a mistura convencional (5,0%). Neste caso, a economia da mistura CA2 é garantida pela redução no consumo de pó de pedra se comparada com a mistura convencional (MCG).

As misturas CA3 e CA4, que possuem granulometrias semelhantes, apresentaram uma pequena redução no consumo de brita 0 e pó de pedra, quando comparadas com a mistura convencional (MCG). Como a mistura CA3 possui teor de projeto menor do que a mistura CA4, consequentemente seu custo unitário foi menor. As misturas CA3 e CA4 reduziam o custo da mistura asfáltica em 4,73% e 2,07%, respectivamente.

119,36 110,51 115,94 113,71 116,89 100 105 110 115 120 125

MCG CA1 CA2 CA3 CA4

Cus to Uni tári o d o CA UQ (R$ / t) Concreto Asfáltico

5. RESULTADO E ANÁLISE DOS PARÂMETROS

MECÂNICOS

Todos os resultados de caracterização e o desempenho mecânico das misturas alternativas, elaboradas com rejeito de minério de ferro do Quadrilátero Ferrífero, foram comparados com os resultados obtidos para a mistura convencional. Todas as misturas foram elaboradas com o mesmo tipo de ligante, mesmo procedimento de compactação dos corpos de prova. As variáveis a serem analisadas são referentes principalmente ao tipo de agregado utilizado e o teor de ligante, que apresentam pequenas variações entre si, mas dentro dos limites da faixa C especificados pelo DNIT.

Após um minucioso estudo sobre misturas asfálticas densas, GOUVEIA (2006) afirma que, tentar relacionar as propriedades dos agregados com o desempenho das misturas asfálticas não é uma tarefa fácil, tendo em vista que uma única propriedade desse material pode influenciar propriedades fundamentais das misturas, culminando em alterações complexas do todo.

5.1 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR