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Análise da entrevista com o Diretor da Escola Jackson de Figueiredo O Diretor da escola possui licenciatura plena em Geografia Tem 13 anos de

CAPÍTULO II O PROGRAMA NACIONAL DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO (PROINFO)

2.2. O Programa Estadual de Informática Educativa de Sergipe

3.1.7 Análise da entrevista com o Diretor da Escola Jackson de Figueiredo O Diretor da escola possui licenciatura plena em Geografia Tem 13 anos de

magistério e dois meses como diretor da escola. Disse não conhecer o ProInfo. Segundo ele, a implementação do ProInfo na Escola, pela idade dos computadores, tem mais de seis anos. E, quanto aos recursos tecnológicos, respondeu que a Escola precisava renovar o Laboratório, pois o mesmo está muito velho, por isso os computadores não acompanham e quebram toda hora. Mas mesmo assim a escola tinha o laboratório funcionando há seis anos, enquanto que na maioria das escolas, o Programa ainda estava começando a ser implantados, porém sem Internet. Mas, ressaltou que solicitou da Secretaria de Educação a substituição dos computadores, pois dos 20 que possui, oito funcionam e somente seis tem acesso à Internet. Solicitou, também, mais dois pontos de conexão, porque só possui um e, por isso, é muito lento. Com relação à Informática Educativa, disse estar presente no currículo da escola, porque via os professores participando dos projetos na Sala de Informática (questão 7).

220 FREIRE, 1983 221 CASTELLS, Op. Cit.

161 Quanto ao seu conhecimento acerca da Informática Educativa, segundo ele, não tinha nenhum, mas disse que como regente de sala de aula usava o recurso do computador mostrando, por exemplo, o movimento de rotação deixando o aluno inteirado e não imaginando como seria (questão 8).

No que se refere às competências que o professor precisa ter para colocar a educação lado-a-lado com as exigências da sociedade atual (questão 9), enfatizou que, em termos tecnológicos, o professor precisa aprender muito, pois não estava sabendo nem escrever no computador e muito menos usar a Internet. Para ele, o professor precisa saber usar os conhecimentos que passam pela Internet, senão ele estará fora do ambiente. E, em termos pedagógicos, o professor precisa interagir com o aluno e não chegar à sala de aula e ficar no quadro e giz sem sequer olhar no aluno. Teoricamente falando tem certa razão, mas contradiz quanto ao desconhecimento do ProInfo. Criticar o trabalho dos outros por criticar é fácil, mas, ao invés disso, porque não procurar se inteirar mais sobre as propostas de uso da tecnologia no ensino.

É importante frisar que todos utilizam uma forma de tecnologia nos sistemas educacionais, independente do enfoque instrumental que caracteriza a tecnologia apenas como o desenvolvimento de utensílios, aparelhos, ferramentas e técnicas instrumentais. Desse modo, a tecnologia pode proporcionar a interação entre professores e alunos no processo de aprendizagem quando bem utilizada para este fim.

Pode-se falar, também, que a tecnologia organiza a gestão das atividades, as relações humanas e o controle da aprendizagem. Assim, se a Educação for tomada como um processo de influência consciente e intencional sobre os indivíduos, para se colocar em prática esse processo requer-se um programa de ação, o qual nos remeterá para a acepção de conhecimentos na ação, isto é, a revolução tecnológica.

Castells222 discute os contextos cultural-institucionais e a ação social intencional que interagem de forma decisiva com o novo sistema tecnológico. Mas, esse sistema tem sua própria lógica embutida, caracterizada pela capacidade de transformar todas as informações em um sistema comum de informação, procedendo-as em velocidade e capacidade cada vez

162 maiores e com um custo cada vez mais reduzido em uma rede de recuperação e distribuição potencialmente ubíqua.

Desse modo, na sociedade da informação e conhecimento, para poder realizar uma boa prática de ensino, deve-se acompanhar os conhecimentos técnicos do meio tecnológico com análises dos pressupostos que prevalecem nas próprias crenças, concepções e práticas dentro do contexto político-econômico, social e cultural no qual se insere o trabalho docente.

No que se refere à interação professor-aluno mencionada pelo Diretor da Escola pode-se citar Piaget223quando diz que a criança constrói a noção de certos conceitos porque ela interage com objetos do ambiente onde ela vive. Para o autor, o conhecimento é gerado através de uma interação do sujeito com seu meio, a partir de estruturas existentes no sujeito.

Quanto ao que a Escola oferece ao professor para mantê-lo atualizado e capacitado (questão 10), o Diretor respondeu que a escola em si não, mas a Secretaria de Educação tem cursos de capacitação em convênios com as universidades, com os sindicatos, em todos os órgãos federais que oferecem cursos na área de informática. Enfatizou que todo professor estava recebendo seu computador, inclusive ele, já tinha recebido um e estavam sendo treinados para sabe usá-lo.

O Diretor considera a facilidade de acesso à Escola como ponto mais importante para o ensino do século XXI (questão 11). Porém, segundo ele, a escola precisa melhorar muito a sua qualidade de educação porque os alunos mal estão aprendendo a ler e escrever. Apesar de estar há pouco tempo na escola, ele disse ter participado do projeto “Meio Ambiente” desenvolvido pela Professora Articuladora (questão 12).

A maior contribuição que a tecnologia digital traz para a educação, segundo o Diretor (questão 13), é a velocidade das informações e o acesso, pois antigamente só as camadas privilegiadas tinham acesso à informação e hoje qualquer pessoa de qualquer nível de escolaridade, social e financeiro tem acesso às informações via Internet.

Numa perspectiva emancipadora da Educação, as tecnologias digitais estão, mesmo que a passos lentos, sendo inseridos nas escolas para democratizar o ensino. Nessa

163 perspectiva, a tecnologia contribui para a emancipação dos excluídos se for associada ao exercício da cidadania. Segundo Freire 224 ela pode contribuir na construção do homem- sujeito, ativo e criador de cultura; enfim um meio de expressão e libertação.

Quanto à questão de ter recebido capacitação para utilizar os recursos de informática no processo ensino-aprendizagem (questão 14), o Diretor disse ter 13 anos que ensina e nunca fez cursos oferecidos pelo Estado para usar o computador. Mas como trabalhou com computador há 20 anos, os textos utilizados sempre foram feitos no computador.

Sabe-se que as escolas públicas, na sua grande maioria, não possuem livros o suficiente para pesquisa, máquina fotocopiadora e impressora. Então, quando um professor traz para suas aulas um texto digitado, chama a atenção do aluno visto que este tem acesso a cópias, muitas vezes, ilegíveis. Todavia, a Informática na Educação não significa o professor utilizar um texto digitado para dar aulas. Mas fazer com que o aluno digite seu texto e possa agregar valor a partir deste.

3.2. Estudo de Caso II – O Colégio Presidente Emílio Garrastazu Médici