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A análise dos dados foi feita pela comparação da percepção subjetiva da autoeficácia geral e de memória, dos idosos por meio do confronto dos dados obtidos nos questionários de autoeficácia percebida, com os resultados oriundos dos testes da avaliação cognitiva.

Para a análise dos resultados dos instrumentos, os dados foram importados para uma planilha do programa estatístico Statistical Package for Social Science (SPSS) para Windows (versão 22.0).

Inicialmente foi realizada a análise dos dados descritivos para caracterização da amostra e a avaliação da normalidade, por meio do teste kruskal-wallis. Os dados foram representados por: média, mediana, desvio padrão e quartis.

O nível de significância adotado será de p≤ 0,05. Na análise do desempenho cognitivo e da percepção subjetiva da autoeficácia geral e de memória foram utilizados o teste ANOVA – oneway e Teste - T Studant.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estudo foi desenvolvidos com a população de idosos ativos, residentes do Distrito Federal. A amostra foi composta por 110 idosos, 90% mulheres (99) e 10% homens (11). A idade média foi de 70,25 (±7,65); idade mínima de 60 anos e máxima de 93 anos.

Interessante ressaltar que todos os indivíduos da amostra não eram naturais do Distrito Federal, na qual 80,80% dos idosos apresentaram naturalidade de cidades do Nordeste, 16,4% nasceu em Minas Gerais, 15,5% da Paraíba e 14,5% do Ceará. O tempo médio de residência no Distrito Federal foi de 38,40 anos (±9,63), sendo que o idoso com menor e maior tempo de moradia foi de 6 anos 68 anos, respectivamente.

A distribuição da residência dos idosos é de 51,8% (57) na cidade de Santa Maria, 16,4 (18) em Taguatinga, 7,3% (8) em Ceilândia, 7,3 (8) no Riacho Fundo e demais cidades 17,2% (Águas Claras, Vicente Pires, Samambaia, Guará e Braslândia).

Em relação ao estado civil obteve-se, 39,1% (43) casados, 32,7% (36) viúvos, 16,4% (18) solteiros e 11,8% (13) separados/desquitados. Sendo que, 29,1% (32) residiam com filhos, 20,0% (22) sozinhos, 15,5 % (17) com esposo(a) e filhos. A tabela 1 evidencia os dados referente a escolarização e profissão. A média de anos de estudo foi de 5,72 anos (±3,95), apresentando o tempo mínimo de educação formal de 1 ano e tempo máximo de 22 anos. Por sua vez, em relação a profissão 69,1% dos idosos são aposentados seguidos por 16,4% que são beneficiários (pensão), como demonstra a tabela 1.

A caracterização da amostra, em relação a atividade Física, 78,2% (86) dos idosos relataram que faziam atividade física, sendo a frequência semanal com média de 3,3 dias (±1,40), com o valor mínimo e máximo de 1 e 7 dias na semana. Estes dados revelam que pela classificação da Association American Sport Medicine (ACSM), os idosos são considerados sedentários, visto a frequência ideal é de 5 vezes por semana, com tempo médio de 30 em intensidade moderada.

Por fim, 90,9 % (100) dos idosos fazem uso regular de medicamentos, 30,0 % apresentam hipertensão arterial sistêmica, 14,4 % hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus e 11,8 % hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia.

Tabela 1: Dados demográficos de escolaridade e profissão dos idosos.

Escolaridade

Sujeitos %

Ensino Fundamental Incompleto 76 69,1

Ensino Fundamental Completo 8 7,3

Ensino Médio Incompleto 3 2,7

Ensino Médio Completo 14 12,7

Ensino Superior Incompleto 4 3,6

Ensino Superior Completo 5 4,5

Profissão Aposentado 70 63,6 Beneficiário 18 16,4 Não Trabalha 3 7,3 Trabalhando 4 5,5 Aposentado/trabalhando 5 4,5 Desempregado 2 1,8 Autônomo 1 0,9

Após a caracterização sóciodemográfica dos participantes da amostra, a descrição dos resultados e a será iniciada com a explanação dos resultados dos testes cognitivos. Inicialmente serão descritos o desempenho dos idosos nos testes de atenção (Trilhas, Cancelamento e Stroop), posteriormente os testes de avaliação da memória e finalizando com a percepção da autoeficácia.

O teste de Trilhas A e B, que se propões avalia a atenção sustentada e a dividida. A versão Montiel (2007), utilizada na pesquisa não apresenta dados normativos para a população idosa, sendo que os dados de referência existente, são para o seguimento da adolescência e adultos jovens. Em virtude disto, a comparação dos dados não é aconselhável, visto que a variável idade é um componente importante no desempenho cognitivo. A escolha pela versão Montiel foi em virtude que neste modelo se preconiza o desempenho do participante e não o tempo de execução, como nas outras versões. Por esta característica, esta versão focaliza mais as funções das habilidades atencionais, em contrapartida da outra que prioriza as funções executivas (flexibilidade mental, velocidade de processamento).

Observa-se um desempenho superior da trilha A, a média foi de 19,20 (±4,59) acertos, o valor máximo de 22, por sua vez na trilha B a média foi de 7,38 (± 5,00), o valor máximo de 22 também, como demonstra a tabela 2. Evidencia-se a diferença no desempenho entre os dois subtestes, visto que na trilha B o rendimento dos idosos foi bem inferior, quando comparado com o desempenho dos idosos na trilha A.

Tabela 2: Valores Descritivos do Teste de Trilha A e B

TRILHA A TRILHA B N 110 110 MÉDIA 19,20 7,38 DP 4,59 5,00 MEDIANA 22,00 7,00 MÍNIMO 0 0 MÁXIMO 22 22

Para melhor análise e visualização dos resultados, como não há dados normativos deste instrumento para a população idosa, foi realizada análise dos quartis, que pode auxiliar a compreensão do desempenho dos idosos. O valor do quartil inferior ficou ≤ 7, que corresponde a 28 indivíduos, pelo fato dos valores, do desempenho, serem muito próximos na classificação houve a junção do quartil médio e superior, com valor de ≥17.1, que abrange 82 idosos. O gráfico 1 demonstra o desempenho da trilha A.

Gráfico 1: Desempenho no teste Trilha A

Desempenho inferior Desempenho

médio/superior

Este subteste avalia principalmente a atenção sustentada, o que evidencia que a

maioria dos idosos apresentaram bom desempenho na atenção sustentada. O Gráfico 2 ilustra o desempenho do teste de trilha A, na qual observa- se que a maioria, dos idosos,

obtiveram o desempenho no quadrante superior, na curva de normalidade, confirmando que os idosos não demonstraram dificuldade na habilidade da atenção sustentada.

Gráfico 2: Curva de normalidade do desempenho dos idosos na Trilha A;

Em relação a trilha B, os resultados mostraram-se um pouco diferentes, na qual o quartil inferior foi ≤ 4, que corresponde a 36 idosos, quartil médio de 4,1 a 9,9, com 46 dos participantes e por fim o quartil superior com valor ≥10,0, com 28 participantes. No desempenho, dos idosos, 74,5% apresentaram um desempenho de médio a inferior, sendo que deste total 32,7% encontravam-se com o desempenho no quartil inferior, como elucida o gráfico 3.

Estes dados traduzem uma diminuição do desempenho dos idosos em tarefas que exigem a atenção alternada, evidenciando maior dificuldade na execução onde exija a alternância atencional, por parte destes indivíduos

Gráfico 3: Desempenho Teste Trilha B

.

O gráfico 4 ilustra muito bem este desempenho, no qual observa-se maior números de acertos no quartil médio e inferior. Isto demonstra um desempenho de ruim a médio na habilidade da atenção alternada, o que pode conferir um declínio desta habilidade cognitiva, entre os idosos da amostra.

Gráfico 4: Curva de normalidade do desempenho da trilha B

Desempenho inferior Desempenho médio Desempenho superior TRILHA B 27,70% 41,80% 25,50%

Na comparação, do desempenho dos idosos, no teste de Trilha A e B com a variável sociodemográfica – escolaridade, a amostra foi dividida em três grupos que variaram em: G1: 0 A 5 anos de escolarização, G2: de 6 A 10 anos de escolarização e G3: acima de 10 anos de escolarização, conforme tabela 3.

Tabela 3: Desempenho dos idosos no teste de Trilha A e B, conforme escolaridade.

G1 G2 G3

Trilha A Trilha B Trilha A Trilha B Trilha A Trilha B

n 73 73 24 24 13 13

Média 18,56 5,64 20,25 9,79 21,15 12,69

DP 5,24 3,48 2,67 5,42 1,82 6,16

Visto que o Teste de Trilhas A e B, não apresentam dados normativos para a população idosa, na análise estatística foi rodado os quartis, a tabela 4 e 5, ilustram estes desempenhos.

Tabela 4: Quartil Trilha A

TRILHA A G1 G2 G3 Quartil inferior ≤ 16 ≤ 18 ≤ 21 Quartil médio/superior ≥ 16,51 ≥ 18,1 ≥ 21,1

Tabela 5: Quartil Trilha B

TRILHA B

G1 G2 G3

Quartil inferior ≤ 3,0 ≤ 5,25 ≤

Quartil médio 3,1 a 7,9 5,26 a 12,9 7,1 a 18,9

O gráfico 5 demonstra o desempenho dos idosos no teste Trilha A, segundo a variável escolarização. Observa-se que independente dos anos de educação formal, os participantes apresentaram desempenho de média a bom, na habilidade da atenção sustentada.

Gráfico 5: Desempenho Trilha A, segundo a escolarização.

Por sua vez o gráfico 6, evidencia o desempenho do Trilha B, com resultados diferentes da trilha A. Observa-se nos idosos com escolarização de 0 – 5 anos, 71,20% apresentaram atenção alternada de ruim a média, nos indivíduo de 6 – 10 anos de educação formal este índice foi de 62,5% e por fim os participantes com mais de 11 anos de estudo apresentaram 76,9 % de desempenho ruim a médio. Importante ressaltar também, que na porcentagem do desempenho superior, da atenção alternada, há um decréscimo em relação ao grupo de idosos de 6 – 10 anos e os indivíduos com acima de 11 anos de escolarização, que passou de 37,5% para 23,10%. Ou seja, este dado sugere que os idosos com escolaridade acima de 11 anos apresentam maior dificuldade na execução de atividades que exigem a alternância do foco atencional.

Em virtude da escassez de estudos na temática da atenção e o processo de envelhecimento, não se verifica pesquisas que evidenciam o declínio atencional no idosos com maior grau de educação formal. Uma hipótese para justificar é que o maior grau de escolarização abre caminhos e a motivação para vários focos de conhecimento, e com o declínio do sistema do filtro atencional, as atividade que recrutem a atenção alternada fica prejudicada. Portanto, idosos com maior grau de instrumento podem apresentar maior

0 0 0

#REF! 0 0 0

#REF! 0 0 0

0 - 5 anos 6 - 10 anos Acima de 11 anos Desempenho inferior 24,70% 29,20% 23,10% Desempenho médio/superior 75,30% 70,80% 76,90%

dificuldade na atenção alternada. Vale ressaltar que estes dados evidenciados merecem estudos mais aprofundados, visto o número reduzidos de idosos com escolarização acima de 11 anos, bem como a complexidade do desenvolvimento da habilidade atencional no processo de envelhecimento.

Gráfico 6: Desempenho Trilha B, segundo a escolarização.

Na análise estatística, os dados não apresentaram destruição normal, sendo utilizado o teste não paramétrico Kruskal-Wallis, para amostras independentes, a qual evidenciou que a variável escolaridade não interfere no desempenho do teste de Atenção - trilha A, p = 0,15, visto que a atenção sustentada não sofre interferência pelos anos de estudo. Em contrapartida, houve relação com a trilha B, com significância de p= 0,001, na qual a educação formal tem influência sobre a atenção alternada.

Portanto, observa-se que quanto maior os anos de escolarização melhor o desempenho no teste de trilha B, ou seja, quanto menor a escolarização maior a dificuldade na atenção alternada, o que pode traduzir numa maior dificuldade do idoso no desempenho de tarefas que requeira a habilidade cognitiva da atenção alternada.

Em relação ao sexo, também não foi evidenciada diferença significativa entre homens e mulheres, no que se refere ao desempenho do Teste de Atenção – trilha A e B. Na análise estatística, foi realizado o Teste-t, para amostras independentes, com evidência para o teste trilha A de p = 0,19 e para o trilha B p = 0,66.

Outro instrumento utilizado para a avaliação da atenção foi o teste de atenção de cancelamento. Na execução deste teste, se exige do indivíduo que atenda a alguns estímulos

0-5 anos 6-10 anos Acima de 11 anos DESEMPENHO INFERIOR 32,90% 25,00% 30,80% DESEMPENHO MÉDIO 38,30% 37,50% 46,10% DESEMPENHO SUPERIOR 28,80% 37,50% 23,10%

(estímulo-alvos), enquanto ignora a presença de outros estímulos, denominado de distratores (BYRD et al, 2004; SILVA et al, 2011). Neste instrumento se preconiza a avaliação da atenção seletiva, sustentada, alternada, percepção visual e velocidade do pensamento (BRUCKI; NITRINI, 2008).

A tabela 6 demonstra os dados descritivos como média, mediana, desvio padrão, valor máximo, mínimo e os percentis.

Tabela 6: Dados descritivos do Teste de Atenção de Cancelamento

Tarefa 1 Tarefa 2 Tarefa 3

n 110 110 110 Mediana 46,0 2,0 25,0 Média 42,71 2,22 25,04 DP 8,89 1,50 11,92 Mínimo 10,0 0 1,0 Máximo 50,0 6,0 51,0

Em virtude do teste de cancelamento não ter parâmetros normativos para a população idosa, foi realizado a análise dos quartis, a tabela 7 elucida os valores do desempenhos dos participantes.

Tabela 7: Análise quartil Teste Cancelamento

Tarefa 1 Tarefa 2 Tarefa 3 Quartil inferior ≤ 38,7 (24,5%) ≤ 1 (37%) ≤ 16 (26,4%) Quartil médio 38,8 a 48,9 (45,5%) 1,1 a 2,9 (25,4%) 16,1 a 33,4 (49,1) Quartil superior ≥ 49 (30%) ≥ 3 (37,3%) ≥ 33,5 (24,5%)

No Teste de Atenção de Cancelamento, a tarefa 1 avalia a atenção seletiva, com pontuação máxima de 50 pontos, no qual a média, dos idosos, foi igual a 46,0 (± 8,89), mas ao analisar os quartis, observa-se que 70% dos idosos apresentaram um desempenho de atenção

seletiva entre médio/inferior, e somente 30% mostraram um desempenho da atenção seletiva boa (quartil superior).

Em relação a tarefa 2, que avalia mais precisamente a atenção sustentada, sendo a pontuação máxima de 7, também houve um desempenho de 62,4% dos idosos denotando uma classificação da atenção sustentada de médio a ruim. Por fim, a tarefa 3, com pontuação máxima de 52, que investiga a atenção alternada, o índice de desempenho, de ruim e médio, foi de 75,5%, entre os idosos. Importante salientar que 49,1% dos idosos tiveram desempenho médio, e observa-se um decréscimo dos indivíduos com índice de boa atenção alternada (24,5%). O gráfico 7, demonstra o desempenho dos participantes do teste de cancelamento divididos pelos quartis.

Os dados nos trazem a luz um percentual elevado de idosos que demonstraram um desempenho da atenção ruim, e significativamente maior com resultado de atenção ruim e média (tarefa 1: 70%, tarefa 2: 62,4% e tarefa 3: 75,5%). Estes dados podem sugerir uma dificuldade importante na atenção seletiva e sustentada, bem como na atenção alternada, o que vem de encontro também com o desempenho dos idosos no Teste de Atenção de Trilhas A e B. Portanto nos dois instrumentos que avaliam a atenção revelaram um declínio da atenção, tanto a seletiva como a alternada, de forma significativa e em todas as faixas etárias.

Gráfico 7: Desempenho Teste Atenção Cancelamento

O gráfico 8 elucida o desempenho dos idosos na curva de normalidade na tarefa 1 (atenção seletiva), tarefa 2 (atenção sustentada) e na tarefa 3 (atenção alternada). Observa-se que o desempenho na tarefa 2 e 3 há um maior número de acertos nos quadrantes inferior e médio.

Quartil Inferior Quartil Médio Quartil Superior Tarefa 1 24,50% 45,50% 30% Tarefa 2 37% 25,40% 37,30% Tarefa 3 26,40% 49,10% 24,50%

Segundo Silva et al (2011) observa-se uma escassez de estudos na temática da atenção, em especial com população saudável, que visem analisar a correlação da variável escolarização e desempenho atencional nos instrumentos de cancelamento. A variável escolarização evidenciou que o ensino formal infere como um fator protetivo dos processos cognitivos no início dos quadros neurodegenerativo, com maior evidência nos idosos e na investigação clínica. No entanto, não há estudos que identifiquem a correlação entre os anos de educação formal e o desempenho atencional no teste de cancelamento, o que evidencia a necessidade de novos estudos para que se possa inferir esta interrelação de forma mais efetiva.

Gráfico 8: Desempenho dos idosos no Teste Cancelamento, na curva de normalidade.

Na comparação do desempenho do Teste de Atenção de Cancelamento com a variável sexo, na amostra houve normalidade entre os grupos desta variável, que evidenciou somente significância na tarefa 1, com significância de p =0,001, como demonstrado na tabela 8.

Tabela 8: Desempenho dos homens e mulheres no Teste de Cancelamento

TAREFA 1 TAREFA 2 TAREFA 3

Mulher Homem Mulher Homem Mulher Homem

n 99 11 99 11 99 11

Média 43,26 37,73 2,23 2,09 25,12 24,27

dp 7,56 16,50 1,52 1,45 11,67 14,66

p 0,001 0,43 0,53

Observa-se que o desempenho dos homens na atenção seletiva é inferior, com média de 37,73 (± 16,50) acertos, quando comparado ao acertos das mulheres que foi de 43,26 (± 7,56), isto traduz que os homens, na atenção seletiva apresentaram uma maior dificuldade na atenção seletiva. Ao analisar o gráfico 9, nota-se o desempenho dos homens nas tarefas 2 e 3 discretamente inferior, quando comparado com o número de acertos das mulheres, principalmente na tarefa 3. Isto pode ser um indicativo de que os homens idosos apresentam um declínio também da atenção sustentada e em especial da alternada.

Gráfico 9: Desempenho dos homens e mulheres no Teste de Cancelamento

Em relação à escolaridade não houve diferença significativa na comparação entre os subtestes do Teste de Atenção de Cancelamento com os anos de escolarização. Na análise, utilizou-se o Teste-t, para amostra independentes.

O teste Stroop é um instrumento de avaliação da atenção, que avalia a atenção seletiva, flexibilidade cognitiva e fator de inibição de distratores. Neste teste também estão presentes

TAREFA 1 TAREFA 2 TAREFA 3

MULHERES 43,26 2,23 25,12

mecanismos subjacentes, que compreende a memória de trabalho, velocidade de processamento de informação e habilidade para resistir a uma resposta - efeito Stroop ou interferência (KLEIN et al, 2010). Este efeito é um paradigma que envolve o processo cognitivo de controle inibitório. Como foi observado, houve um aumento do tempo no desempenho, mas também um aumento do número de erros em cada subteste, de forma significativa.

Os teste é composto por três cartões e os resultados é quantificado no tempo de execução (segundos) e também o número de erros que cometeu na leitura de cada cartão. Os dados coletados, com o instrumento Stroop, são demonstrados na tabela 9, com análise dos dados descritivos de média, mediana, desvio padrão e valor máximo e mínimo, em cada subteste. Importante salientar que houve o aumento progressivo do tempo média para execução do cartão 1, 2 e 3, bem como o número de erros. Isto pode sugerir que conforme aumenta a complexidade e há a adição de estímulos distratores, os idosos apresentam maior dificuldade, com aumento do tempo para a realização, bem como o número de erros.

Tabela 9: Desempenho dos idosos no Teste Stroop

CARTÃO 1 ERRO 1 CARTÃO 2 ERRO 2 CARTÃO 3 ERRO 3 Interferência n 110 110 110 110 110 110 110 Média 24,37 ,96 33,63 1,15 45,77 5,15 21,58 Mediana 21,00 ,00 30,50 1,00 40,50 4,00 17,00 DP 9,88 1,48 14,76 1,60 20,879 5,27 21,61 Mínimo 11,0 ,0 16,0 ,0 17,0 ,0 -20,0 Máximo 60,0 8,0 122,0 10,0 116,0 32,0 99,0

Os grupos de idade não apresentaram distribuição de normalidade, na qual foi realizado teste não paramétrico Krusakl-wallis, utilizado teste Anova, na qual foievidenciado interferência significativa da idade no desempenho do cartão 1 (p = 0,012), 2 (p = 0,001), 3 (p= 0,001) e interferência (p= 0,033), do teste de Stroop. Os resultados evidenciaram que a variável idade interfere no desempenho do teste, ou seja, com o avanço da idade observa-se uma maior dificuldade atencional, o que faz com que os idosos tenham um desempenho inferior nas atividade que requeiram a atenção seletiva, bem como na inibição da informação irrelevantes (distratores) e a flexibilidade cognitiva.

Os dados demonstram um aumento do tempo de desempenho em todos os substestes, com aumento maior no subtestes cartão 2 e 3, o que novamente corrobora com o declínio da habilidade atencional, entre os idosos desta amostra. Neste mesmo contexto, houve acréscimo do tempo da interferência (efeito Stroop), na qual a média dos idosos de 60-69 anos foi de 16,84 (± 16,02), do grupo de 70-79 anos foi de 24,10 (±26,17) e por fim dos idosos acima de 80 anos foi de 35,15 (± 22,95), como elucidado na tabela 9. Estes dados evidenciam que com o aumento da idade, os idosos apresentam uma maior dificuldade de inibir os estímulos distratores, ou seja, uma maior dificuldade na seleção da informação – o que também confere uma dificuldade na seleção e manipulação dos estímulos na habilidade cognitiva da atenção.

Outro ponto importante é que todos os resultados apresentaram-se superiores aos dados de referência, tanto em relação ao tempo de desempenho, bem como o número de erros no índice de interferência. O gráfico 10 elucida o desempenho dos idosos, no cartão 1 (em tempo) e também os números de erros cometidos.

Tabela 9: Desempenho dos idosos, na variável idade, no Testes Stroop.

60 – 69 anos 70 – 79 anos + 80 anos Cartão 1 Amostra Referência Amostra Referência Amostra Referência

Média 22,84 18,42 24,77 21,85 30,00 28,25 DP 10,34 5,63 7,43 6,85 12,59 3,30 Erro 1,10 0,08 0,92 0,06 0,46 1,00 DP 1,62 0,27 1,44 0,24 0,78 0,82 Cartão 2 Média 29,38 23,74 35,90 28,83 45,77 31,75 DP 10,91 7,62 16,69 10,18 16,38 3,5 Erro 1,23 0,08 1,05 0,06 1,15 0,00 DP 1,74 0,27 1,59 0,24 0,99 0,00 Cartão 3 Média 39,34 40,38 48,87 55,90 65,15 56,75 DP 15,46 16,31 23,73 25,65 19,96 20,50 Erro 4,19 0,83 5,77 1,65 7,61 3,50 DP 2,81 1,55 7,30 2,02 5,85 3,11 Interferência 3º cartão/1º cartão Média 16,84 2,26 24,10 2,52 35,15 2,03 DP 16,02 0,85 26,17 1,12 22,95 0,72

Importante ressaltar que no tempo de desempenho, os idosos da amostra obtiveram tempo discretamente maiores. Em relação ao número de erro, observa-se que houve um aumento significativo nos valores entre as faixas etária de 60 – 69 anos e de 70 – 79 anos. Por sua vez, os idosos acima de 80 anos apresentaram um quantitativo de erros menor, comparados com os resultados de referência.

Portanto, nesta tarefa do teste, nota-se que os participantes apresentaram maior dificuldade da atenção seletiva, isto evidenciado pelo aumento de tempo para execução. Os idosos mostraram menor habilidade no manejo dos estímulos distratores, evidenciado pelo aumento significativo do número de erros, principalmente na faixa etária de 60 – 69 anos. Por outro lado os indivíduos acima de 80 anos, apresentaram discreta melhor no manejo das informações irrelevantes.

Gráfico 10: Desempenho dos idosos no Teste Stroop – cartão e erro 1

O gráfico 11 elucida o desempenho dos idosos no catão 1, comparativo com a curva de normalidade. Os resultados revelam que a maioria dos idosos (75,5%) encontram-se com desempenho nos quartis médio/inferior, e que 65,5% dos participantes apresentaram um desempenho abaixo da média (24,37). Estes dados reforçam a magnitude da habilidade cognitiva da atenção seletiva dos idosos, que apresenta um declínio importante, o que pode interferir na tarefas que requeiram deste constructo e também no processo da memória, visto que a atenção é o primeiro estágio do processo mnemônico (MALLOY-DINIZ et al, 2010).

60 – 69 anos 70 – 79 anos + 80 anos Amostra 22,84 24,77 30 Referência 18,42 21,77 28,25

CARTÃO 1

60 – 69 anos 70 – 79 anos + 80 anos Amostra 1,1 0,92 0,46 Referência 0,08 0,06 1

ERRO 1

Gráfico 11: Curva de desempenho dos idosos no Teste Stroop – cartão 1.

No cartão 2, o desempenho dos participantes foi similar aos demais, com resultados evidenciando desempenho da atenção inferiores aos dados normativos. Vale ressaltar a relação do números de erros, na qual houve um aumento significativo de erros dos participantes da amostra, comparados com o desempenho dos idosos dos dados de referência, como demonstra o gráfico 12. Importante ressaltar, que novamente os idosos acima de 80 anos apresentaram melhor habilidade de manejar os estímulos distratores, quando comparado com os indivíduos das outras faixa etárias.

Gráfico 12: Desempenho dos idosos no Teste Stroop – cartão 2

60 – 69 anos 70 – 79 anos + 80 anos Amostra 29,38 35,9 45,77 Referência 23,74 28,83 31,75

CARTÃO 2

60 – 69 anos 70 – 79 anos + 80 anos Amostra 1,23 1,05 1,15 Referência 0,08 0,06 1

ERRO 2

No cartão 3, o tempo de desempenho foi discretamente inferior comparado aos dados de referência, para o grupo de 60-69 anos e o de 70-79 anos, por sua vez, os idosos acima de 80 anos utilizaram um tempo maior para a conclusão da tarefa. Concomitante à lentificação

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