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3. MATERIAL E MÉTODOS 1 Localização, condições climáticas

3.8. Análise estatística

Quatro subdivisões (A, B, C, D) foram realizadas dentro dos grupos experimentais, para a análise dos dados, visando-se estudar:

A) Efeito da idade das fêmeas equinas sobre a fertilidade.

As fêmeas foram divididas em faixas etárias para comporem os seguintes agrupamentos, quando avaliou-se o efeito da idade sobre a fertilidade: 1. Fêmeas com idades de 2,5 a 5 anos (n = 40);

2. Fêmeas com idades de 6 a 10 anos (n = 57);

3. Fêmeas com idades de 11 a 14 anos (n = 50);

4. Fêmeas com idades maiores ou iguais a 15 anos (n = 24).

B) Efeito da categoria reprodutiva das fêmeas equinas sobre a fertilidade. As fêmeas foram agrupadas de acordo com a categoria reprodutiva a que pertenciam e analisadas quanto à fertilidade:

1. Potra: Fêmeas jovens que nunca gestaram (n = 28);

2. Égua solteira: Éguas vazias da estação anterior (n = 85);

3. Égua parida: Éguas com potro ao pé, inseminadas em um período acima de 20 dias após o parto (n = 34);

4. Égua no “cio do potro”: Éguas com potro ao pé, inseminadas em um período inferior a 20 dias após o parto (n = 24).

C) Efeito do intervalo da inseminação artificial (IA às segundas, quartas e sextas-feiras) até a ovulação, sobre a fertilidade das éguas, por meio dos agrupamentos:

1. 24 horas pré-ovulação (24P): todos os ciclos em que a ovulação foi detectada as terças, quintas e sábados, ou seja, a IA foi realizada em um período de até 24 horas antes da ovulação (n = 56); 2. 48 horas pré-ovulação (48P): todos os ciclos em que a ovulação foi detectada aos domingos, ou seja, a IA foi realizada em um período de até 48 horas antes da ovulação (n = 35);

3. 48 horas pré-ovulação e mais uma IA realizada em um período de até 24 horas pós-ovulação (48PP): todos os ciclos em que a ovulação foi detectada as quartas e sextas-feiras, ou seja, o intervalo entre as duas últimas inseminações foi de 48 horas (n = 64); 4. 72 horas pré-ovulação e mais uma IA realizada em um período de até 24 horas pós-ovulação (72PP): todos os ciclos em que a ovulação foi detectada as segundas-feiras, ou seja, o intervalo entre as duas últimas inseminações foi de 72 horas (n = 16).

D) Efeito do numero de inseminações artificiais por ciclo sobre a fertilidade. Avaliou-se o efeito do número de IAs/ciclo sobre a fertilidade, dentro dos grupos experimentais, de acordo com os seguintes agrupamentos:

1. Uma IA/ciclo (n = 52); 2. Duas IAs/ciclo (n = 97);

3. Três ou mais IAs/ciclo (n = 22). Para os delineamentos propostos, foram estudadas as seguintes características reprodutivas:

72  número de ciclos: refere-se ao

número de repetições (“n”) utilizado em cada tratamento;

 idade: idade média das éguas em cada tratamento, sendo todas as fêmeas avaliadas por cronologia dentária ao início da estação reprodutiva;

 número de ciclos/égua: refere-se ao número de ciclos utilizados de cada égua;

 número de ciclos/égua gestante: refere-se ao número de ciclos por égua necessários para que cada fêmea ficasse gestante;

 número de IA/ciclo: refere-se ao número médio de inseminações artificiais realizadas por ciclo, considerando-se todos os ciclos de cada tratamento (positivos e negativos);

 número de IA/ciclo positivo: refere- se ao número médio de inseminações artificiais realizadas por ciclo, considerando-se apenas os ciclos que resultaram em gestação;  número de IA/ciclo negativo: refere-

se ao número médio de inseminações artificiais realizadas por ciclo, considerando-se apenas os ciclos que não resultaram em gestação;

 número de ciclos/gestação: refere-se ao numero de ciclos necessários para a obtenção de cada gestação;  taxa de gestação/ciclo: refere-se ao

número de éguas gestantes em relação ao numero de éguas trabalhadas em cada ciclo (valor percentual);

 taxa de gestação total: refere-se ao numero de éguas gestantes em relação ao número de éguas trabalhadas em cada tratamento (valor percentual);

 eficiência de prenhez: Por esse método, atribuíram-se pontos a cada ciclo inseminado, da seguinte forma: dez pontos para a gestação no primeiro ciclo; oito para a gestação no segundo ciclo; seis para o terceiro ciclo; quatro para o quarto ciclo e zero para os ciclos em que não houve gestação. Dessa forma, obteve-se um valor numérico médio para cada grupo experimental, denominado de Eficiência de Prenhez (Voss et al., 1975);

 volume de sêmen/dose inseminante: volume médio de sêmen utilizado em cada tratamento, dependente da concentração espermática de cada ejaculado;

 volume de diluidor/dose inseminante: volume médio de diluidor utilizado em cada tratamento, dependente do volume de sêmen/dose inseminante;

 concentração espermática à IA: número total de espermatozoides móveis na dose inseminante no momento da IA;

 motilidade espermática à IA: percentual de espermatozoides móveis na dose inseminante no momento da IA (0-100%);

 vigor espermático à IA: vigor espermático da dose inseminante no momento da IA (0-5);

 tempo coleta-diluição: tempo, em minutos, decorrido entre a coleta do sêmen e o momento da sua diluição com o diluidor determinado;

 tempo coleta-resfriamento: tempo, em minutos, decorrido entre a coleta do sêmen e o momento do fechamento do contêiner para início do resfriamento das doses inseminantes;

 tempo coleta-abertura contêiner: tempo decorrido, em horas, entre a

73 coleta do sêmen e o momento da

abertura do contêiner, transcorrido o mínimo de 12 horas de armazenamento das doses inseminantes;

 tempo resfriamento-IA: tempo decorrido entre o início do resfriamento do sêmen e a inseminação artificial de cada égua;  tempo coleta-IA: tempo decorrido

entre a coleta do sêmen e o momento da inseminação artificial de cada égua.

Os resultados do experimento serão apresentados considerando-se dois tipos de parâmetros, de acordo com o proposto por Valle (1997), a saber, os parâmetros de controle e os parâmetros de resultados. De acordo com o autor, definem-se como parâmetros de controle aqueles que prestam apenas informação sobre a homogeneidade dos tratamentos, não constituindo em si resultados dos experimentos e incluem: número de éguas, número de ciclos, idade da égua, número de ciclos/égua, número de IA/ciclo, número de IA/ciclo positivo, número de IA/ciclo negativo, volume de sêmen/dose inseminante, volume de diluidor/dose inseminante, concentração espermática à IA, motilidade espermática à IA, vigor espermático à IA, tempo coleta- diluição, tempo coleta-resfriamento, tempo coleta-abertura do contêiner, tempo resfriamento-IA, tempo coleta- IA. Os parâmetros de resultados traduzem os resultados dos trabalhos, sendo representados pelas seguintes variáveis: número de IA/ciclo positivo, número de IA/ciclo negativo, número de ciclos/concepção, taxa de concepção/ciclo, número de ciclos/égua gestante e eficiência de prenhez.

As variáveis numéricas foram testadas quanto à normalidade, pelo procedimento “Proc Univariate Normal (SAS, 1997)” e avaliadas quanto à

probabilidade (p>0,05) de normalidade. Variáveis com distribuição não paramétrica foram transformadas pelo log (x+1) ou, quando os valores eram percentuais, pelo arcoseno√x. Estas transformações objetivaram a homocedasticidade das variáveis. Após transformação, os dados foram novamente submetidos ao “Proc Univariate” para verificação do efeito da transformação sobre a normalidade. Como a transformação não teve efeito sobre a normalidade das variáveis, estas foram comparadas pelo teste de Kruskal-Wallis (três ou mais médias) ou pelo teste de Wilcoxon (duas médias) (Tabela 3.10).

Os dados proporcionais (taxa de concepção ao primeiro ciclo, taxa de concepção/ciclo, taxa de concepção total), referentes à fertilidade, foram avaliados pelo teste de Qui-Quadrado. Todas as análises foram realizadas pelo programa Statistical Analyses Systems (SAS, 1997), após tabulação em programa Excel®. Considerou-se a probabilidade de 95% (p<0,05) para significância.

74 Tabela 3.10: Valores de probabilidade, no teste de normalidade, brutos e após transformação para todas as variáveis e teste estatístico aplicado.

Variável

Valores de probabilidade (p)

Teste de normalidade Teste estatístico utilizado Dados brutos Após

transformação

Número de ciclos por égua 0,0001 0,0001 KW ou Wilcoxon

Idade das éguas 0,0001 0,0001 KW ou Wilcoxon

Volume de sêmen por dose inseminante

0,0001 0,0001 KW ou Wilcoxon

Volume de diluidor por dose inseminante

0,0001 0,0001 KW ou Wilcoxon

Concentração espermática à IA 0,0001 0,0001 KW ou Wilcoxon

Motilidade espermática à IA 0,0001 KW ou Wilcoxon

Tempo coleta-diluição do sêmen 0,0001 0,0001 KW ou Wilcoxon Tempo coleta-resfriamento do sêmen 0,0001 0,0001 KW ou Wilcoxon Tempo coleta-abertura do contêiner 0,0001 0,0001 KW ou Wilcoxon

Tempo resfriamento-IA 0,0001 0,0001 KW ou Wilcoxon

Tempo coleta-IA 0,0001 0,0001 KW ou Wilcoxon

Número de IA por ciclo 0,0001 0,0001 KW ou Wilcoxon Número de IA por ciclo positivo 0,0001 0,0001 KW ou Wilcoxon Número de IA por ciclo negativo 0,0001 0,0001 KW ou Wilcoxon Eficiência de prenhez 0,0001 0,0001 KW ou Wilcoxon

75 Figura 3.2: A,B,C,D: Troncos utilizados para contenção das éguas; E,F: Éguas sem raça definida utilizadas no experimento

76 Figura 3.3: A: Piquetes onde eram soltos os reprodutores; B,D: Jumenta em cio contida através de peias de contenção; C: Égua em cio contida através de peias de contenção; E: Realização de coleta utilizando, como manequim, fêmea em cio contida através de peias de contenção.

A B

C D

77 Figura 3.4: A,B: Preparação dos diluidores, ovos lavados e esterilizados com álcool, separação da gema com passagem por papel filtro; C,D: Material utilizado para avaliação do sêmen e preparação das doses inseminantes; E,F: Diluição do sêmen com a utilização de pipeta graduada

A B

C D

78 A B C D E

Figura 3.5: A,D: Tubos de vidro contendo as doses individualizadas, identificadas e colocadas no contêiner; B: Centro refrigerador colocado no contêiner após os tubos contendo as doses; C: Fechamento do contêiner e identificação quanto aos reprodutores; E: Contêiner proposto por Palhares (1997).

79 Figura 3.6: Classificação do edema uterino intramural: A,B: Edema grau 3; C,D: Edema grau 2; E,F: Edema grau 1; G: Vesícula embrionária aos 11 dias de gestação; H,I: Acúmulo de líquido intrauterino.

A B D C E F G H I.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO