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5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA PROPRIEDADES MECÂNICAS

A partir dos resultados obtidos determinou-se a Análise de Variância (ANOVA) da influência do teor de ADF sobre a resistência à compressão axial, assim como as idades das amostras, bem com um nível de significância 0,05, que significa um grau de confiança superior a 95%.

Entre os itens descritos nas Tabelas 21 a 32, a coluna SQ representa o somatório dos quadrados, gl é o número de graus de liberdade e MQ é a média dos quadrados (MQ = SQ/gl). O termo F, conhecido como “parâmetro de Fisher”, quantifica o grau de atribuição de variância na variável explicada, ou parâmetro (neste caso, as misturas), causado por cada um dos fatores analisados (neste caso, relação idade). O termo F é resultado da razão entre a variância de um parâmetro (misturas) e a variância esperada se o parâmetro e o fator (idades) estiverem correlacionados. Quanto maior for o valor de F, maior será a correlação existente entre o parâmetro e o fator (WERKEMA et al., 1996; HARRIS, 19945 apud MANCIO et al., 2010).

Com a justificativa de identificar o efeito significativo dos fatores de controle sobre as variáveis de resposta, a substituição de ADF, a incorporação de adições minerais e tempo, foram realizados testes de Análise de Variância (ANOVA), sendo os resultados apresentados nas Tabelas 37 a 42. Foram realizados testes de

ANOVA para dois fatores, com repetição, utilizando os resultados de resistência à compressão para todas as idades.

A Tabela 21 demonstra o resultado na análise dos resultados das misturas em igualdade de resistência. Considerando as variáveis independentes, idade e traço.

Tabela 21 – ANOVA resistência a compressão - 30 Mpa para as idades de 07, 28 e 91 dias

ANOVA Fator Duplo com repetição

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Misturas 98,64715 3 32,88238 12,97476 6,72E-06 2,866266 Idade 1560,413 2 780,2067 307,8547 2,29E-23 3,259446 Misturas * Idade 211,9339 6 35,32231 13,93751 3,98E-08 2,363751

Dentro 91,23602 36 2,534334

Total 1962,23 47

Fonte: Elaborada pela Autora (2018).

Através da avaliação dos resultados da Análise de Variância contida na Tabelas 21, pode-se perceber que o valor de F, para o fator idade, foi muito superior ao F crítico, para todos as misturas analisadas, o que indica que a variável idade tem uma significativa influência estatística na resistência do concreto. Além disso, os baixos resultados obtidos para o valor-P (menores que 0,01), em todos as misturas indicando que há significância entre as misturas e as idades, com 99% de confiança.

A Tabela 22 demonstra o teste Tukey realizado para as idade de 28 dias .

Tabela 22 – Teste Tukey aos 28 dias para o FCK 30 Mpa

REF 75%ADF 25%CCA 25%CV

REF 0,00 0,00 0,00

75%ADF 7,98 0,01 0,00

25%CCA 13,35 5,38 0,92

25%CV 14,25 6,27 0,90

Fonte: Elaborada pela Autora (2018).

Os resultados do Teste de Tukey confirmam que a substituição do cimento por adições minerais em misturas binárias e ADF pode resultar em variações significativas de resistência aos 28 dias comprovando o decréscimo significativo de resistência devido a adição da areia de descarte de fundição e como a reação pozolânica acontece em idades tardias ele não havia se manifestado ainda

demonstrando que aos 28 dias todos os traços apresentaram resistências menores que o traço REF. Aos 28 dias todas as misturas tiveram diferença significativa com a de referência. Apenas entre a mistura 25CV e 25CCA não houve diferença significativa.

Confirmando o que foi dito anteriormente, a reação pozolânica, segundo MEHTA (2014), ocorre de forma lenta, assim como a taxa de desenvolvimento de resistência e o calor de hidratação associado a essa reação.

Por outro lado, a hidratação do C3S do cimento Portland é rápida, e portanto a

taxa de desenvolvimento da resistência e o calor de hidratação são altos. Nota-se ainda que a reação de hidratação do cimento produz hidróxido de cálcio, enquanto a reação pozolânica consome.

A reação pozolânica tem início entre 7 e 15 dias após a mistura, quando a hidratação do cimento se apresenta já em estado avançado. Assim, as reações do clínquer e da pozolana podem ser investigadas separadamente, sendo consideradas as influências mútuas dos dois processos.

Tabela 23 – Teste Tukey aos 91 dias para o FCK 30 Mpa

REF 75%ADF 25%CCA 25%CV

0,52 0,67 0,06

1,98 0,99 0,47

1,62 0,36 0,34

4,09 2,11 2,47

Fonte: Elaborada pela Autora (2018).

Aos 91 dias os resultados foram diferentes demonstrando ação das pozolanas, os resultados aos 91 dias apresentaram em todas as misturas p > 0,05 demonstrando que as resistências à compressão axial das misturas com adição mineral e inclusive a mistura que continha apenas ADF apresentaram resistências maiores que o traço REF. Sinal que as pozolanas já tinham se desenvolvido a ponto de igualar ao cimento.

A Tabela 24 apresenta os resultados da Análise de Variância, pode-se perceber que assim como no fck 30 MPa que o valor de F, para o fator idade, foi

muito superior ao F crítico, para todos as misturas analisadas, o que indica que a variável idade tem uma significativa influência estatística na resistência do concreto. Além disso, os baixos resultados obtidos para o valor-P (menores que 0,01), em

todos as misturas indicando que há significância entre as misturas e as idades, com 99% de confiança. Quanto maior a diferença entre F e Fcrítico maior será a

significância daquela variável analisada confirmando o parâmetro idade mais relevante que as misturas em si assim como já havia sido comprovado com fck

menor. Nota-se que o Fcalculado é maior do que o Fcrítico, , dessa maneira, rejeita-se a

hipótese de que as médias sejam iguais, o que significa que a ADF e as adições minerais usadas em cada traço está influenciando nas medidas das suas respectivas resistências.

Tabela 24 – ANOVA resistência à compressão - 40 Mpa

ANOVA

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico

Misturas 77,57409 3 25,85803 6,81321 0,000938141 2,866266 Idade 3359,114 2 1679,557 442,5386 4,53019E-26 3,259446 Misturas * Idade 817,6423 6 136,2737 35,90612 9,07611E-14 2,363751 Dentro 136,63 36 3,795278

Total 4390,961 47

Fonte: Elaborada pela Autora (2018).

A partir do Teste Tukey foi possível realizar o agrupamento dos resultados homogêneos considerando cada variável. A Tabela 25 e 26 apresenta o Teste Tukey para 28 e 91 dias.

Tabela 25 – Teste Tukey aos 28 dias para o FCK 40 Mpa

REF 75%ADF 25%CCA 25%CV

REF 0,39 0,66 0,66

75%ADF 2,34 0,96 0,96

25%CCA 1,64 0,70 1,00

25%CV 1,64 0,70 0,00

Fonte: Elaborada pela Autora (2018).

Tabela 26 – Teste Tukey, valores de p aos 91 dias para o FCK 40 Mpa

REF 75%ADF 25%CCA 25%CV

REF 0,92 0,00 0,00

75%ADF 0,90 0,01 0,01

25%CCA 6,69 5,80 1,00

25%CV 6,69 5,80 0,00

Já para 40 MPa o comportamento é diferente. Aos 28 dias o valor p>0,05 pois nesses traços o consumo de cimento foi maior e como a reação pozolânica é tardia ela não havia iniciado ainda, ou seja, não havia C-S-H disponível ainda para ação das pozolanas presentes nas misturas. Assim como p > 0,05 não foi possível identificar nenhuma variação significativa segundo teste Tukey.

Aos 91 dias para os traços onde continha pozolanas houve. Os traços que continham adições minerais 25CV e 25CCA foram diferentes em relação a de referência e a 75ADF. Resultados de valor-p menores que 0,05 indicam que a variação de resistência entre as misturas analisadas foi significativa

Mas o traço que continha apenas areia de fundição teve um valor de p > 0,05, comprovando que apenas os traços com pozolanas apresentaram ganho de resistência. A reação de hidratação do cimento produz hidróxido de cálcio, enquanto a reação pozolânica consome. Aos 91 dias o hidróxido de cálcio disponível é consumido pela reação pozolânica assim comprovando o aumento de resistência em comparação ao REF. Como no traço com 75ADF não possuía adições minerais, não houve reação pozolânica assim os produtos de hidratação disponíveis já haviam sido consumidos comprovando o baixo aumento ou a estagnação de resistência de 28 para 91 dias.

Também foram verificados significância para os ensaios de tração por compressão diametral, módulo de elasticidade e retração.

A Tabela 27 demonstra o resultado da análise de variância para o ensaio de tração por compressão diametral. As análises misturas e FCK demonstraram valor de

F> que F crítico demonstrando significância nos resultados, mas quando a em função

do valor de F calculado ter sido inferior ao valor de F crítico, é possível afirmar que não apresenta influência estatística significativa sobre os valores quando analisado os traços e o Fck.

Tabela 27 – ANOVA das misturas 30 e 40 Mpa – tração por compressão diametral

ANOVA

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Misturas 24,00323 3 8,0010781 31,1 1,952E-08 3,0087866 Fck 7,990003 1 7,9900031 31,06 9,822E-06 4,2596773 Misturas x FCK 0,419784 3 0,1399281 0,544 0,6569375 3,0087866 Dentro 6,174225 24 0,2572594 Total 38,58725 31

A Tabela 28 demonstra o Teste Tukey realizado para o ensaio de tração por compressão diametral para os dois Fck aos 28 dias. Com relação ao traço REF para

o FCK 30MPa, os traços que apresentaram valores de p < 0,05 foi apenas o traço que

continha 75ADF25CCA que foi o traço que obteve o pior desempenho comparado aos outros da mesma classe de resistência, pois devido adição pozolana que traz benefícios mais tardiamente, a diminuição do cimento para sua substituição afetou assim demonstrando um baixo desempenho.

Com relação aos traços da classe 40 Mpa, as misturas que apresentaram p < 0,05 foi a 75ADF40 pois devido a adição de areia de fundição, foi um dos traços que ao ser dosado para conseguir chegar na classe de resistência 40Mpa teve um aumento de consumo de cimento considerável em comparação aos traços da classe 40, fazendo assim com que houvesse um melhor desempenho na tração diametral.

Tabela 28 – Teste Tukey, valores de p para 30 e 40 Mpa – tração por compressão diametral

Tukey - Tração Diam etral