• Nenhum resultado encontrado

5. RESULTADOS

5.2.2. Análise do grupo focal

Apresentaremos o resultado do expressado no grupo focal pelos participantes do mesmo, por categorias gerais e específicas, fazendo a junção dos dados obtidos nos depoimentos e no grupo focal, para análise final.

5.2.2.1. Categorias gerais do grupo focal

A - Qualidade de vida

Como foi o foco do grupo, obteve o maior número de manifestações. Para os participantes do grupo, qualidade de vida é:

-Ser ativo: “Eu faço mil e uma coisas. Sou muito feliz porque gosto de

participar de tudo! Sou criativa e gosto de poder proporcionar a todos muita alegria. Eu me sinto muito bem quando tenho serviço para fazer” (mulher de 72 anos, separada).

-Ser feliz: “Vivi muito! Vivi muito feliz, vivi intensamente, desde a

minha meninice” (mulher de 78 anos, viúva).

-Ter um bom relacionamento familiar: “Criei minha filhas, agora

meus netos e isto me orgulha muito, este relacionamento familiar” (mulher de 78 anos, viúva).

-Ter boa saúde (física e mental) “Eu tenho 73 anos e agora então eu

cuido de mim (depois de ter cuidado dos filhos e netos)” (mulher viúva).

-Ser alegre: “ALEGRIA é o segredo para viver bem”.

-Ter bom-humor: “Viver bem é ter bom-humor” (mulher de 78

-Ter hábitos de vida saudável: “Eu tenho boa disposição: eu faço

ginástica, eu faço caminhada, um bom relacionamento familiar e eu não tenho do que me queixar da vida” (mulher de 78 anos, viúva).

-Descobrir o novo (aprender): “Você está sempre aprendendo,

sempre aprendendo” (homem de 64 anos, casado).

- Gostar da vida e de si mesmo: “Gosto da vida e gosto do jeito que

eu sou” (mulher de 78 anos, viúva).

- Ser livre: “Ser diferente a cada dia, sentir-se vivos e alvoroçados

como na poesia. Ter liberdade!” (mulher de 69 anos, separada)

- Amar: “O significado da vida é o AMOR. Eu quero viver, eu estou

correndo atrás da vida. Quanto mais eu vivo, eu gosto mais de mim, dos outros, eu AMO MAIS. Eu acho que o AMOR é tudo, não é?” (mulher de 78 anos, separada).

- Ter gratidão a Deus: “Eu sou muito feliz e agradeço a Deus”

(mulher de 78 anos, separada).

B- Envelhecimento

Os idosos encaram o envelhecimento:

- Com aceitação: “Eu vou fazer 70 anos, mas estou muito feliz por ter

chegado nesta idade como estou” (mulher casada).

- Destacam a importância da independência como componente do envelhecimento ativo “O sonho de 30 anos atrás era ter uma velhice

mais um sonho”.“Eu não vejo a hora de ter 80 anos. Cheguei até 80 anos! Tô aqui, tô andando!” (mulher de 78 anos, viúva).

- Carência afetiva:” A gente esperava mais, que eles (filhos e netos) tivessem assim...um aconchego mais. Mas não pode, então eu não posso cobrar. Todo mundo trabalha!” (mulher de 76 anos, viúva)

- Como renovação: “Ser diferentes a cada dia, sentir-se vivos e

alvoroçados, como na poesia”. (mulher de 69 anos, casada)

- Com ambivalência de sentimentos: aceitação e rejeição: “Às

vezes eu me sinto assim como uma pessoa que não tem personalidade: uma hora eu acho que sou da terceira idade e às vezes eu sou obrigado a agir como se fosse da segunda idade, na faixa dos 30 anos, porque as pessoas com quem eu trabalho são pessoas desta faixa etária” (homem de 64 anos, casado).

- Como perda: “A gente primeira casa, tem os filhos pequenos,

depois eles crescem, as coisas vão mudando... Essas coisas vão se derretendo, porque de repente não tenho mais filhos, eu voltei a ficar sozinho” (homem de 64 anos, casado).

- Choque de ser considerado velho pelos demais: “De vez em

quando levanta uma mulher, uma jovem, mocinha, levanta para dar lugar para a gente. A gente leva este choque” (homem de 62 anos, casado).

- Percepções de restrições, limites do envelhecimento: “Tinha

uma memória ótima e agora estou começando a usar uma agenda” (homem de 62 anos casado).

- Medo de envelhecer: “Todos temos medo de envelhecer! Estamos

C –Saúde

Foi destacada pelos participantes do grupo como:

- Fazer atividades físicas: natação, caminhada: “Eu tenho

medalhas de natação. Fiz 30 anos de ginástica. Eu acho que isso ajuda muito na saúde e em tudo. Mente sã, corpo são” (mulher de 78 anos, viúva).

- Boa saúde é não usar medicamentos: “Não uso medicamento,

não gosto de medicamento e eu acredito que eu tenho boa saúde” (mulher de 78 anos, viúva).

- Saúde é viver bem: “Saúde é viver bem” (mulher de 69 anos,

separada).

- Saúde é aprender a ter uma alimentação saudável: “Eu fui

orientado a não comer tanta gordura. Agora eu estou comendo muita fruta, troquei o refrigerante pelo suco” (homem de 62 anos, casado).

- A saúde (física e mental) depende de boas condições econômicas: “Saúde (física e mental), ter boas condições econômicas, é o

segredo da vida” (homem de 62 anos, casado).

- Mudar de atitude: “Quando eu ficava doente, eu me desesperava, ia ao médico, tomava tranqüilizante e tudo, aí eu falei: não, assim não pode ser. Então comecei a mudar a minha vida”. “Eu faço como a V., em vez de ficar me lamentando de alguma coisa, procuro agradecer” (mulher de 78 anos, viúva).

5.2.2.2. Categorias específicas do grupo focal

As categorias específicas que surgiram no grupo focal foram: manifestação de pertença ao grupo, empregabilidade e funções dos gamistas e pós-gamistas, as quais serão descritas a seguir.

A - Manifestação de pertença ao grupo Houve sete manifestações:

Verbalização de felicidade por estar junto com as outras colegas do grupo (duas mulheres idosas).

Manifestação da oportunidade de aprendizado: “Aprendi muitas coisas

aqui hoje” (homem aposentado, porém exercendo atividade profissional).

Agradecimento pela oportunidade de estar presente ao grupo, destacando-a como privilégio (mulher de 72 anos, viúva).

Manifestação de satisfação por estar presente ao grupo, no meio de tantos amigos (mulher de 67 anos, separada).

Destaque à importância de ter entrado para o GAMIA, de ter feito amizades, de ter adquirido conhecimentos (mulher de 69 anos, casada).

Valorização por ter sido convidada para participar da reunião (mulher de 69 anos, separada).

B - Empregabilidade

“Não quero parar!” (idosa que está sem ocupação atual e que foi

Valoriza a atividade profissional e a falta de trabalho lhe faz infeliz, sentindo-se velho (engenheiro aposentado, 64 anos, trabalhando como autônomo na mesma profissão).

C - Funções dos gamistas e pós-gamistas

O Sr. H.M.F. (62 anos, casado) disse que “A função dos gamistas (denominação dada aos idosos que participam do programa do GAMIA) e

pós gamistas (ex-participantes do GAMIA) é ser agente multiplicador, passar esta experiência”.