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3.2 TIPOS E MÉTODOS DE CÁLCULO

3.2.1 Análise Horizontal e Vertical

O processo de comparação entre valores de uma mesma conta ou grupo de contas em períodos distintos é chamado de análise horizontal. Segundo Iudícibus (2010, p.83), “A finalidade principal da análise horizontal é apontar o crescimento de itens dos Balanços e das Demonstrações de Resultados (bem como de outros demonstrativos) através dos períodos, a fim de caracterizar tendências.”.

Assaf Neto (2010, p.93) salienta que a análise horizontal é um processo de avaliação temporal. “A análise horizontal é a comparação que se faz entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais.”.

Ao longo do tempo, esta metodologia de análise aborda a evolução dos itens que compõem a demonstração financeira, de maneira a evidenciar tendências. Pelo método de percentagens horizontais apresentado por Braga (2009, p.151), “...,determina-se a tendência dos valores absolutos ou relativos das grandezas monetárias, apurando-se o percentual de crescimento ou declínio de valores de uma mesma conta ou grupo de contas, entre duas datas e/ou períodos considerados.”.

Assaf Neto (2010, p.98) esclarece o intuito da análise horizontal na Demonstração do Resultado do Exercício. “Nas demonstrações de resultados, a análise horizontal procura identificar, prioritariamente, a evolução dos custos e despesas em relação ao volume de vendas, e seus reflexos sobre os resultados do exercício.”.

Também conhecida por análise horizontal nominal, a metodologia horizontal de cálculo é abordada por Padoveze (2009, p.440). “Tomam-se como 100% todas as contas de um determinado período e se faz uma relação percentual em cima dos dados deste período. O novo número relativo indica quanto o dado do período subsequente é maior ou menor que do período anterior.”.

Assaf Neto (2010) classifica a análise horizontal do Balanço Patrimonial em três segmentos. A evolução dos ativos (investimentos) e passivos (financiamentos) de curto prazo avalia a existência de folga financeira (liquidez de curto prazo); já a evolução do ativo permanente produtivo cogita a capacidade de produção e vendas de uma empresa; e a evolução da estrutura de capital analisa o modo como estão financiados os investimentos em ativos.

Padoveze (2009, p.440) complementa com a necessidade da análise horizontal real. “Esta técnica é totalmente recomendável quando se utilizam mais de dois períodos, ou, sempre, em caso de ambiente conjuntural com altas taxas de inflação permanentemente.”. Por considerar a inflação da moeda no período, Padoveze e Benedicto (2010, p.202) recomendam o emprego de um índice econômico geral de inflação ou um indicador governamental relacionado aos preços do consumidor final, como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e o INPC (Índice Nacional de Preços).

A análise vertical evidencia a participação percentual dos elementos das demonstrações contábeis, bem como avaliação da estrutura da composição dos seus itens e a sua evolução no tempo. Assaf Neto (2010, p.101), assegura que “Dessa forma, dispondo-se dos valores absolutos em forma vertical, pode-se apurar facilmente a participação relativa de cada item contábil no ativo, no passivo ou na demonstração de resultados, e sua evolução no tempo.”.

Para o método vertical de avaliação, o autor Braga (2009, p.153) esclarece a relação dos valores das contas com o montante de seu respectivo grupo. “Nesse caso, a apuração dos percentuais é feita, individualmente, em cada uma das demonstrações oferecidas para análise, após o que os percentuais obtidos para uma mesma finalidade serão comparados entre si, de modo que se evidenciem as modificações ocorridas em cada um dos elementos observados ao longo do período analisado (diversas datas/períodos).”.

Na relação percentual no Balanço Patrimonial são considerados os valores do ativo e do passivo total. Já para a Demonstração do Resultado, a base totalitária é a Receita Operacional Líquida. Padoveze (2009, p.439) enfatiza a importância da análise vertical para a mensuração de custos e margens de lucratividade. “A análise vertical da Demonstração de Resultados é muito mais significativa do que a do Balanço Patrimonial, pois, pelo fato de atribuir 100% à receita operacional, permite

uma visão da estrutura de custos e despesas da empresa, em termos de média sobre as vendas.”.

Enquanto a análise vertical possibilita avaliar a participação percentual da estrutura empresarial, a análise horizontal verifica as variações ocorridas entre períodos consecutivos. Padoveze e Benedicto (2010, p.195) justificam esta afirmação. “A primeira caracteriza-se como uma análise de estrutura ou participação, e a segunda consiste em uma mensuração da variação de crescimento ou decréscimo do valor dos elementos constantes das demonstrações financeiras.”.

Complementando a relação entre a análise horizontal e vertical, Matarazzo (2010, p.176) apresenta os objetivos destes dois métodos de avaliação.

“Análise Vertical: mostrar a importância de cada conta em relação à demonstração financeira a que pertence e, através da comparação com padrões do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos anteriores, permitir inferir se há itens fora das proporções normais. Análise Horizontal: mostrar a evolução de cada conta das demonstrações financeiras e, pela comparação entre si, permitir tirar conclusões sobre a evolução da empresa.”

Assaf Neto (2010, p.103) aborda uma dificuldade presente na análise horizontal e vertical: o poder aquisitivo da moeda, ou seja, a inflação. Para solucionar este possível problema, é necessária a padronização dos valores em uma unidade monetária constante. “A comparação de valores em épocas distintas não oferece base confiável para a verificação do desempenho real ocorrido, dado que a instabilidade monetária depreciou o poder de compra da moeda, ocasionando, consequentemente, um incremento artificial (aparente) desses valores.”.

Assim como a análise horizontal consiste na mensuração da variação do aumento ou redução dos componentes constantes nas demonstrações contábeis, a análise vertical é caracterizada pelo exame da estrutura ou da participação destes elementos. Iudícibus (1998, p.96) conclui: “As análises horizontal e vertical são muito importantes como etapa preparatória à análise por quocientes propriamente dita.”.