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O TJRS dispõe acórdãos em concordância com os alimentos gravídicos, conforme segue;

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALIMENTOS

GRAVÍDICOS. FIXAÇÃO. Em ações dessa espécie, o juiz, de regra, vê-se diante de um paradoxo: de um lado, a prova geralmente é franciscana e, de outro, há necessidade premente de fixação da verba, sob pena de tornar-se inócua a pretensão, pois, até que se processe a instrução do feito, o bebê já terá nascido. Assinale-se, também, que, de acordo com o que ensinam as regras da experiência, são percentualmente insignificantes os casos em que uma ação investigatória de paternidade resulta improcedente, o que confere credibilidade, em geral, à palavra da mulher, na indicação do pai de seu filho. DERAM PROVIMENTO EM PARTE. UNÂNIME. (RIO GRANDE DO SUL, 2016).

Tal acórdão fixa os alimentos gravídicos em 20% do salário do genitor e em caso de desemprego fixa em 20% do salário mínimo.

É obrigação do genitor assistência à genitora e sua prole, TJRS nos trás um caso de gravidez de risco, onde a obrigação do genitor é bem maior, já que é reponsabilidade dele e da genitora a proteção do nascituro.

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALIMENTOS

GRAVÍDICOS. O plano de saúde ao qual, ao que parece, estava vinculada a agravada como dependente, foi cancelado por falta de pagamento, de forma que é inviável a reinclusão. Conforme relato da agravada na inicial da ação de alimentos, que não foi, no ponto, objeto de inconformidade neste recurso, sua gravidez é de alto risco, gerando, por certo, despesas elevadas, mormente considerando que não dispõe de plano de saúde. De outra banda, o alimentante é empresário, de forma que é difícil a averiguação de sua capacidade financeira, sendo certo, outrossim, que declaração de imposto de renda não se presta para comprovar ganhos, em face de seu caráter unilateral. Certo é que o agravante é jovem, empresário, com plena capacidade laboral, e deve se esforçar para alcançar à agravada valor mínimo para enfrentar a gravidez de alto risco, contribuindo para o nascimento de

seu filho. DERAM PROVIMENTO EM PARTE. UNÂNIME. (RIO GRANDE DO SUL, 2017).

TJRS nos trás ainda, a respeito do genitor pedir a minoração dos alimentos gravídicos, no entanto, ele precisa provar a sua incapacidade, ou qualquer outro motivo de hipossuficiência.

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO.

1. ALIMENTOS GRAVÍDICOS. LEI Nº 11.804/08 - ART. 6º. POSSIBILIDADE DIANTE DE INDÍCIOS DA PATERNIDADE. 2.

REDUÇÃO DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS. DESCABIMENTO.

AUSÊNCIA DE PROVA DA ALEGADA IMPOSSIBILIDADE

FINANCEIRA. DECISÃO AGRAVADA MANTIDA. 1. Diante

da existência de indícios da paternidade apontada, mostra-se cabível a fixação de alimentos em favor do nascituro, destinados à mantença da gestante, até que seja possível a realização do exame de DNA. 2. Descabe a redução dos alimentos, vez que inexistente prova - cujo encargo cumpria ao alimentante - de que o cumprimento da obrigação se mostra impossível e o levaria à condição de miserabilidade. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO. (RIO GRANDO DO SUL, 2017).

Os alimentos gravídicos após o nascimento da criança são convertidos em alimentos provisórios, sendo comprovada a paternidade através de DNA. O TJRS também dispõe acerca disso;

EMENTA: INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. FIXAÇÃO

DE ALIMENTOS. ADEQUAÇÃO DO QUANTUM. 1. É cabível a fixação de alimentos gravídicos quando existem indicativos da paternidade e, nascendo a criança, transformando-se a ação de alimentos em ação de investigação de paternidade, os alimentos gravídicos transformam-se em alimentos provisórios. 2. Os alimentos devem ser fixados de forma a atender as necessidades do filho, dentro das possibilidades do genitor, o que constitui o binômio alimentar de que trata o art. 1.694, §1º, do CC. 3. É cabível a redução da pensão alimentícia, quando o valor fixado sobrecarrega em demasia o alimentante, o que se infere da sua modesta atividade laboral. Recurso provido em parte. (RIO GRANDE DO SUL, 2016).

Sendo assim, podemos afirmar que a gestante e sua prole estão protegidos por lei, sendo amparados naquilo que se entende necessário, cabendo à comprovação dos indícios de paternidade para obter a fixação dos alimentos gravídicos, convertendo-os em alimentos provisórios após o nascimento do bebê, com vida.

Portanto, podemos concluir que a lei de alimentos gravídicos veio em favor da genitora, em proteção a ela e sua prole, tento solucionados alguns casos de desamparo por

32 parte do genitor, já que este tem o dever de sustento da prole também. Sendo tais afirmações comprovadas por lei e pelo Tribunal de Justiça do estado.

CONCLUSÃO

Os alimentos surgiram como uma forma de amparo para quem os recebe, seja no desenvolvimento da criança e do adolescente, como na prestação de auxílio ao adulto ou idoso necessitado.

Os alimentos gravídicos vieram como forma de amparo à genitora, pois quando uma criança não é planejada e vem inesperadamente, em alguns casos é difícil, tanto para mãe, quanto para o pai, aceitarem esta gestação, isto, consequentemente, em algumas vezes acarreta no abandono por parte do genitor, ficando essa mãe desamparada com a prole.

Sendo assim, a lei dos alimentos gravídicos vem para que esse genitor não abandone essa prole, pois todos têm direito a educação, cultura, etc., tendo o nascituro também seus direitos decretados em lei.

Por isso, é dever do genitor o auxílio à genitora, em busca de um sustento adequado a futura criança, dando a possibilidade de a gestante ter um cuidado especial no que for necessário, seja para cuidados médicos ou psicológicos enquanto durar a gestação.

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REFERÊNCIAS

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RIO GRANDE DO SUL. Agravo de Instrumento Nº 70070371182, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Julgado em 15/09/2016.

______. Agravo de Instrumento Nº70070195300, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Julgado em 15/09/2016.

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______. Agravo de Instrumento Nº 70073404006, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sandra Brisolara Medeiros, Julgado em 31/05/2017.

______. Apelação Cível Nº 70070522818, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, Julgado em 28/09/2016.

______. Habeas Corpus Nº 70073851545, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro, Julgado em 25/05/2017.

______. Habeas Corpus Nº 70073427726, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Julgado em 31/05/2017.

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