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3.6 Fauna e Flora

5.1.4 Análise Laboratorial

Os procedimentos relacionados a análise sedimentológica foram realizados no Laboratório de Geografia Física da UFRN – LabGeoFis. No LabGeoFis, as amostras passaram apenas pela quantificação de teor de carbonato de cálcio.

Foi utilizada a metodologia proposta por Suguio (1973), de secagem em estufa a 100°C, em seguida foram quarteadas obtendo-se frações representativas para os procedimentos de peneiramento, teor de carbonato e teor de matéria orgânica (figura 19) .

Figura 20 - Secagem das amostras após a lavagem

Fonte: Maria Ayanne (2015).

- Quantificação de Teor de Carbonato de Cálcio (CaCO3)

A determinação do teor de carbonatos nas amostras possui importância no que se refere às análises em amostras clásticas, assim, subtraíram-se os carbonatos de cálcio das amostras aqui trabalhadas, que consistiu na separação de 10g de amostra representativa e ataque com ácido clorídrico diluído a 10%. As amostras passaram 24 horas sob ação do ácido dentro de beckers. Após este procedimento, as amostras foram lavadas, para retirada do ácido, e em seguida foram encaminhadas para estufa para posterior pesagem e quantificação do carbonato: peso final menos peso inicial (SUGUIO, 1973). (tabelas 3 a 5).

Tabela 3 - Resultado do ataque do sedimento com ácido no Pós Praia.

Ponto Compartimento

DATA Peso inicial Peso final em gramas

% P1 Pós Praia 14/08/2015 10g 0 100.00% P2 Pós Praia 14/08/2015 10g 0 100.00% P1 Pós Praia 22/08/2015 10g 0 100.00% P2 Pós Praia 22/08/2015 10g 0.0042 99.95% P1 Pós Praia 29/08/2015 10g 0 100.00% P2 Pós Praia 29/08/2015 10g 0.0033 99.97% P1 Pós Praia 05/09/2015 10g 0 100.00% P2 Pós Praia 05/09/2015 10g 0 100.00%

Fonte: Maria Ayanne, 2015.

Tabela 4 - Resultado do ataque do sedimento com ácido no Estirâncio.

Ponto Compartimento DATA Peso inicial Peso final em gramas % P1 Estirâncio 14/08/2015 10g 0,003 99,97% P2 Estirâncio 14/08/2015 10g 0 100% P1 Estirâncio 22/08/2015 10g 0,0048 99,95% P2 Estirâncio 22/08/2015 10g 0 100% P1 Estirâncio 29/08/2015 10g 0 100% P2 Estirâncio 29/08/2015 10g 0 100% P1 Estirâncio 05/09/2015 10g 0 100% P2 Estirâncio 05/09/2015 10g 0 100%

Fonte: Maria Ayanne, 2015.

Tabela 5 - Resultado do ataque do sedimento com ácido na antepraia.

Ponto Compartimento DATA Peso inicial Peso final em gramas % P1 Antepraia 14/08/2015 10g 0 100% P2 Antepraia 14/08/2015 10g 0 100% P1 Antepraia 22/08/2015 10g 0 100% P2 Antepraia 22/08/2015 10g 0 100% P1 Antepraia 29/08/2015 10g 0,0008 100% P2 Antepraia 29/08/2015 10g 0 100% P1 Antepraia 05/09/2015 10g 0,0034 99,96% P2 Antepraia 05/09/2015 10g 0,0024 99,97%

Fonte: Maria Ayanne, 2015.

Após o ataque com CaCO3 foi observado que em 5 das 24 amostras de sedimentos coletadas em campo, apresentaram material diferente de carbonatos. Ao analisar as tabelas é

possível observar que na Lua Nova no P1 a porcentagem de carbonatos não é 100%, apenas no compartimento estirâncio, apresentando o peso final de 0,003g. Na lua crescente o P2 no compartimento pós Praia, apresentou 99,95% de carbonatos e o P1 99,95% no estirâncio. Na lua cheia, apenas o P2 apresentou um valor diferente da totalidade de carbonatos, sendo 99.97%, no compartimento pós praia. Na lua minguante no compartimento antepraia, O P1 e P2 apresentaram 99,96% e 99,97% de carbonatos, respectivamente.

Nas tabelas é possível observar que a grande maioria dos sedimentos analisados são de origem carbonática, proveniente principalmente da deposição dos organismos formadores do Atol.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No âmbito da ciência geográfica é de extrema relevância a correlação precisa entre os agentes, os processos, o ser humano e o meio ambiente. O Geógrafo, ao analisar todos os fatores envolvidos em determinado fenômeno, busca compreender, em diferentes espaços, a influência que cada elemento exerce sobre o outro. Por isso, é prudente e importante ir a fundo na caracterização geoambiental de ambientes ímpares, como é o caso do Atol das Rocas, indo desde sua origem e formação geológica, passando por todo seu processo evolutivo, chegando os dias atuais. É importante analisar os mais diversos elementos que influenciam na dinâmica da ilha vulcânica. Estudos que abordem essa temática acabam se tornando importantes tanto para as entidades responsáveis pela proteção e manejo das unidades de conservação quanto para outros pesquisadores que procurem relacionar as suas pesquisas com os dados presentes nesses estudos.

Após as análises dos dados climatológicos coletados em campo, foi possível observar que as temperaturas variaram entre 25,5º e 28,8º, a umidade variou entre 85% e 88.6% e a velocidade média do vento foi de 5 m/s. Em relação a velocidade da corrente litorânea e o período de ondas, houve uma variação entre 0,38m/s e 0,49 m/s e um período médio de 15 ondas por minuto, respectivamente.

Nas análises dos perfis praiais é possível observar que o Ponto 1 teve uma menor dinâmica quando relacionado com o Ponto 2, que teve modificações mais significativas a cada fase lunar. Sendo assim, o ponto 1 apresentou uma configuração mais estável, no que diz respeito a retirada e deposição de sedimentos. Na sedimentologia do Atol, grande parte das suas partículas são formadas por carbonatos de origem biológica.

Os resultados aqui apresentados nos dão respostas das condições da vulnerabilidade do meio do Atol das Rocas, quanto a sua fragilidade de acesso a ações antrópicas, principalmente pela sua alta produtividade biológica. Quanto aos aspectos físicos, nota-se que a dinâmica oceânica, principalmente correntes e ventos, são os principais agentes modificadores do relevo no Atol. A continuidade da pesquisa por um período maior e contínuo ao longo de no mínimo 10 anos, é importante, pois só assim será possível entender a morfodinâmica e o crescimento da ilha do farol, deixando registrado e monitorando os pontos de erosão e deposição de sedimentos. É importante também o monitoramento em outros pontos da Ilha do Farol, para que ao término dos anos estudados se faça uma comparação.

REFERÊNCIAS

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ANEXO A - FICHA DE NIVELAMENTO TOPOGRÁFICO Data: Hora de Início: Hora de Término:

Az: Coordenadas UTM:

Hora da Maré: Altura da Maré

Estação Distância (m) Ré (mm) Vante (mm) Al. Cota Obs

Obs:_______________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Fonte: (Lima 2006)

ANEXO B - FICHA DE CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE PRAIAL

PÓS - PRAIA

Minerais pesados: ( ) SIM ( ) NÃO ESCARPA DA BERMA

Altura: __ Lagura: __ Inclinação__ Est. Sedimentar ( ) Sim ( ) Não PRAIA (ESTIRÂNCIO)

Erosão: ( ) Sim ( ) Não Lagura:_____ Inclinação_______ ANTEPRAIA

Tipos de Onda: ( ) Mergulhante ( )Deslizante ( ) Frontal ( )Ascendente

OBS:_______________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

ANEXO C - FICHA DE DADOS HIDRODINÂMICOS

DATA: ___________________ HORA INÍCIO: ___________ HORA FIM: ________

OBSERVAÇÕES DE ONDA (fazer 12 observações consecutivas, descartar as duas maiores e realizar uma médias das outras restantes)

ALTURA H (m)

PERÍODO T (min) (fazer 12 observações consecutivas, descartar as duas maiores e realizar uma médias das outras restantes)

VELOCIDADE DA CORRENTE LITORÂNEA (V=∆S/T): T1:_____ T2:_____ T3:_____ Obs: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ________________________________________________________________ Fonte: Lima (2006)

ANEXO D - DADOS METEOROLÓGICOS

Data: _________ Início: ______ Fim:_______ Alt.:______ Ponto:______

Tipo Estação 1 Estação 2

Umidade Conforto térmico Ponto de Orvalho Velocidade do Vento Velocidade Máxima do Vento

Velocidade Média do Vento

Temperatura

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