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CAPÍTULO 5 PERCURSO METODOLÓGICO

5.7 Modelagem do Sistema de Indicadores de resiliência Organizacional

5.7.2 Modelagem II Validação Multiprofissional

5.7.2.3 Análise qualitativa da validação

Baseando-se nos resultados e na discussão evidenciada no item anterior, foram estabelecidos alguns critérios para o julgamento das respostas dos especialistas:

I. Foram mantidos no sistema os indicadores cujas somas das respostas sobre utilização (parcialmente e totalmente) e importância (importante e muito importante) tiveram percentual ≥ 70%.

II. Para os indicadores que tiveram uma ou mais respostas negativas para utilização (não utilizaria) e/ou importância (sem importância), nos casos de exclusão ou modificação do indicador ou da métrica, considerou-se com maior relevância os comentários e justificativas de gestores e pessoas em posições-chaves com experiência mais consolidada em proteção e defesa civil.

O Quadro 3 sintetiza os resultados da análise qualitativa das respostas dos especialistas para os 47 indicadores propostos. Nos casos de exclusão e modificação dos indicadores e métricas, é explicitado o argumento do validador no qual foi baseada a exclusão ou modificação.

Quadro 3 - Resultado da validação dos especialistas (continua)

Fase Indicador Situação do

indicador/métrica Justificativa

1- Prevenção e mitigação

1.1 Alterado

O indicador foi alterado para: “Levantamento e atualização de informações sobre riscos de desastres na cidade”. A métrica foi alterada para: “Realização regular de levantamentos, monitoramento e atualização dos riscos de desastres da cidade”.

1.2 Excluído

A exclusão baseou-se no seguinte argumento: “Entende-se que um Plano de Contingências (PC) pode ser feito sob dois prismas: o do risco específico ou da cidade considerada. No caso do risco específico, toda a área vulnerável deve ser contemplada. No caso da cidade, toda ela deve ser considerada. Esse PC do município está mais focado no papel de cada instituição instalada na cidade. Foca a metodologia de gestão e o papel de cada órgão nas ações de defesa civil. Logo o percentual da cidade não proporciona informação importante”

1.3 Mantido Aceitação ≥ 70% 1.4 Mantido Aceitação ≥ 70% 1.5 Mantido Aceitação ≥ 70% 1.6 Mantido Aceitação ≥ 70%

Quadro 3 – Resultado da validação dos especialistas (continuação)

Fase Indicador Situação do

indicador/métrica Justificativa

1- Prevenção e mitigação

1.7 Excluído

A exclusão baseou-se no seguinte argumento: “Quando se tem uma defesa civil sistêmica, todos os órgãos fazem parte e custeiam ações de prevenção/mitigação. Isso, geralmente, não está discriminado no orçamento. A partir dos contratos existentes e das demandas do órgão de defesa civil, tais instituições empregam recursos necessários para a gestão competente dos riscos. Se preciso de uma intervenção da Secretaria de Obras para mitigar um risco em uma passarela, por exemplo, isso será feito por um contrato de manutenção existente. Não necessariamente por um recurso orçamentário exclusivo para RRD”.

1.8 Mantido Aceitação ≥ 70%

1.9 Excluído

A partir da sugestão de um validador com vasta experiência e tendo em vista que reuniões com a comunidade é um meio de articulação dos NUPDEC´s sugeriu-se que se acrescentasse a métrica sobre capacitações realizadas pelo NUPDEC. Sendo assim como havia sido criado o indicador (1.25) que tratava de capacitações em comunidades vulneráveis, acrescentou-se na métrica do indicador 1.25 o tópico sobre reuniões. 1.10 Mantido Aceitação ≥ 70% 1.11 Mantido Aceitação ≥ 70% 1.12 Mantido Aceitação ≥ 70% 1.13 Mantido Aceitação ≥ 70% 1.14 Mantido Aceitação ≥ 70% 1.15 Mantido Aceitação ≥ 70%

1.16 Excluído Esse indicador se sobrepõe ao 4.7 1.17 Mantido Aceitação ≥ 70%

1.18 Mantido Aceitação ≥ 70%

1.19 Excluído A exclusão baseou-se no seguinte argumento: “difícil estabelecer critérios mensuráveis para esse indicador”

1.20 Mantido

O indicador foi mantido. Entretanto, as métricas foram excluídas. Estabeleceu-se a nova métrica: “A instituição demanda obras de prevenção e recuperação aos órgãos competentes”

1.21 Alterado

Para melhor compreensão observou-se a necessidade de modificação do indicador e da métrica. O indicador foi redefinido para: “Relação do órgão municipal de proteção e defesa civil (em alguns municípios denominados de Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil- COMPDEC) no âmbito municipal’. A métrica foi redefinida para:” Articulação, direta ou indireta do órgão municipal de proteção e defesa civil (ou COMPDEC) com o prefeito e com líderes comunitários para desenvolver, implementar e realizar as políticas municipais de proteção e defesa civil no município”.

1.22 Excluído

A exclusão baseou-se nos seguintes argumentos: 1.” Para efeito de "resiliência organizacional" não vejo importância nenhuma. É muito importante para o Sistema Nacional tomar conhecimento, para futuros planejamentos. Mas para o órgão municipal faz pouquíssima diferença. Não traz resultado prático nenhum, a não ser quando se trata de grave desastre

Quadro 3 – Resultado da validação dos especialistas (continuação)

Fase Indicador Situação do

indicador/métrica Justificativa

1- Prevenção e mitigação

1.22 Excluído

que demanda decretação de anormalidade”.

2. “Mesmo sendo competência do município o repasse de informações ao CENAD, não vejo a importância desse indicador”.

1.23 Alterado

Percebeu-se que a disponibilidade das equipes que compõem o órgão de proteção e defesa civil é uma questão mais importante do que o estabelecimento de um tempo. Sendo assim o indicador foi alterado para: “Disponibilidade de equipes 24h por dia, durante os 365 dias do ano”. A métrica foi redefinida para: “A instituição possui equipes em plantão 24h em todos os dias do ano”. O indicador foi movido para a fase de preparação.

1.24 Alterado

Aceitação ≥ 70%. A partir das sugestões dos validadores a métrica foi modificada para: “A instituição possui plano de comunicação e possui bom relacionamento com a comunidade e a imprensa “. 1.25 Mantido Aceitação ≥ 70%

1.26 Mantido Aceitação ≥ 70%. Indicador realocado para a fase de preparação

1.27 Excluído

A exclusão baseou-se no seguinte argumento: “Isso seria na fase de preparação e não Prevenção e Mitigação. Cada ente federado tem de ter seus recursos para isso. Isso pode ser um indicador para avaliação de resiliência do município não de uma organização.

1.28 Alterado

Para melhor compreensão, o indicador foi redefinido para: “Participação da instituição nas diretrizes e planos para a recuperação de desastres”. A métrica foi redefinida para: “A instituição colabora com outras instituições na definição de diretrizes para o plano de recuperação das áreas afetadas pelos desastres”. O indicador foi realocado para a fase de preparação.

2- Preparação

2.1 Excluído

A exclusão baseou-se no seguinte argumento: “O número de agentes de defesa civil não é o fator importante no simulado. A realização de simulado sim”.

2.2 Mantido Aceitação ≥ 70%

2.3 Alterado

A partir da sugestão de um validador, a métrica foi alterada para: “Realização de treinamentos e exercícios simulados de preparação com os membros de comunidades escolares, hospitalares, de unidades de saúde, organizações da indústria e comércio”.

2.4 Alterado

Por meio da análise das respostas dos validadores, percebeu-se a necessidade de alteração da métrica para: “A Instituição propicia a participação dos funcionários (agentes de proteção e defesa civil) em programas de capacitação para a resposta aos desastres, realizando regularmente, treinamentos e exercícios simulados”.

2.5 Alterado

Renomeado para: “Treinamentos simulados de preparação para enfrentamento de desastres”. A métrica foi redefinida para: “Número de treinamentos simulados realizados, com base no Plano de Contingência”.

2.6 Alterado

Inclui-se na métrica os simulados de mesa. A métrica foi alterada para: “Realismo dos cenários utilizados nos simulados de campo e de mesa”.

Quadro 3 – Resultado da validação dos especialistas (conclusão)

Fase Indicador Situação do

indicador/métrica Justificativa

2- Preparação 2.7 Excluído

A exclusão baseou-se no seguinte argumento: “Simulados nunca conseguem avaliar esse tipo de indicador. Por uma razão simples: não dominam todas as variáveis. Geralmente são feitos em um ambiente tranquilo, sem ocorrência de outros eventos. Tudo está disponível em quantidade suficiente. Desastres não são assim. São múltiplos, em vários locais da cidade, com intensidades diferentes e os recursos precisam ser divididos. O trânsito está congestionado e até os horários vão influenciar nesse indicador”.

3- Resposta

3.1 Mantido Aceitação ≥ 70% 3.2 Alterado

A métrica foi alterada para: “A instituição mobiliza outras secretarias e órgãos, comunidades vulneráveis e voluntários para as ações de resposta”.

3.3 Mantido Aceitação ≥ 70% 3.4 Alterado

A métrica foi alterada para: “A equipe se reúne no início e durante a resposta para repassar (baseado no plano de contingência) os detalhes da ação e ajustar se for o caso, as ações de respostas”.

3.5 Mantido Aceitação ≥ 70% 4- Recuperação e Reconstrução 4.1 Alterado

A métrica foi alterada para: “A instituição procura influenciar os planos e normas de reconstrução para edificações afetadas para que os órgãos competentes adotem padrões de construção/reconstrução melhor do que os de antes”

4.2 Alterado

O indicador foi alterado para: “Fundos para recuperação” e a métrica foi modificada para: “O órgão se mobiliza para garantir recursos destinados à recuperação e reconstrução de áreas afetadas”.

4.3 Excluído

Entendeu-se que diretrizes bem como o plano de recuperação são definidos por outros órgãos do município, a exemplo da secretaria de obras.

4.4 Excluído

A exclusão baseou-se nos seguintes comentários: 1. “Não me parece ser possível pré-definir a ordem de prioridades de reconstrução nos desastres. Isso dependerá da magnitude de cada dano em cada tipo de área considerada. Por exemplo: reconstruir hospital seria uma prioridade lógica, mas se as vias de acesso ao hospital estiverem intransitáveis essa será a prioridade. Reconstruir uma escola seria uma prioridade lógica, mas se a ponte que permite aos alunos acessar a escola não estiver reconstruída de nada adiantará. Além disso é uma decisão do sistema de defesa civil e não de um determinado órgão.

2. Nem sempre é possível que a COMPDEC garanta a ordem de prioridade das obras de recuperação. Ela pode mostrar e sugerir, a Secretaria de Obras.

4.5 Mantido Aceitação ≥ 70%

4.6 Excluído A mesma justificativa de exclusão do indicador 4.3. 4.7 Alterado

Após as análises o indicador foi alterado para: “Atualização dos planos de contingências” e removido para a para a fase de prevenção e mitigação.

A validação dos indicadores pelos especialistas evidenciou que os Órgãos de Proteção e Defesa Civil de cidades diferentes possuem suas particularidades. Em muitos casos, os respondentes afirmavam que não utilizariam determinado indicador porque este não se aplicava ao contexto daquela região. Entretanto, em alguns casos, o indicador foi mantido, uma vez que, diante da diversidade de riscos e eventos extremos com os quais os Órgãos de Proteção e Defesa Civil de diversas partes do Brasil lidam, essas instituições podem utilizar os indicadores que forem pertinentes à sua realidade, tendo em vista que, de alguma forma, todos os indicadores propostos neste sistema são de fato, importantes.