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Análise quantitativa da comunicação do evento Correntes D’Escritas

Capítulo 4 Resultados obtidos

4.2. Análise quantitativa da comunicação do evento Correntes D’Escritas

4.2.1. Análise dos Media Values das Correntes D’Escritas nos anos 2010 e

2011

As Correntes D’Escritas têm vindo a crescer ao longo dos últimos anos, dessa forma, o seu lugar na comunicação social também foi ganhando mais destaque. Como num evento é importante a gestão do orçamento, que na conjuntura económica actual em que vivemos não permite que seja muito avultado, utilizam-se algumas ferramentas para perceber qual o impacte financeiro mediático. Com os Media Values consegue-se “identificar a notoriedade do evento Correntes D’Escritas através da sua exposição editorial nos media”(Pinto, 2010). Ou seja, quando a comunicação social faz notícias sobre o evento, está automaticamente a fazer-lhe publicidade, poupando a organização de o fazer.

Com o crescimento do evento, a empresa CISION – “líder mundial na disponibilização de serviços para planeamento, contacto, monitorização e análise de media”(Ibidem.). Esta empresa já espalhada por três continentes “disponibiliza serviços integrados de Media Intelligence e Reputation Management em 90 países em simultâneo” (Ibidem.) foi contratada pela organização para fazer um estudo de impacte financeiro / AEV.

A sigla “AEV” significa Adversting Equivalent Value que em português é valor

monetário das notícias. Este valor “tem como base de quantificação o custo publicitário

de um milímetro quadrado em cada publicação. A fonte de cálculo são as tabelas de publicidade das publicações” (Ibidem.). Quando se atribui um valor a uma notícia “este valor diz respeito ao objecto de análise e não propriamente à notícia. Uma notícia tem necessariamente valores diferentes em função de objectos de análise diferentes”

(Ibidem.).

Como a questão de estudo se centra na forma como a comunicação social projecta o evento, decidiu-se que seria interessante perceber qual a tradução da projecção do evento na comunicação social, ao nível económico. A análise feita será unicamente aos anos 2010 e 2011 pois foram os únicos anos que o estudo foi feito. Apesar de ser uma amostra pequena, o seu conteúdo é muito relevante para ter uma noção de quanto um evento deste género gera em publicidade.

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Este estudo tem a vantagem de fornecer vários indicadores. Para além de fornecer valores monetários, fornece o número de notícias publicadas (Frequência), permite descodificar qual o meio de comunicação social que mais projecta as Correntes D’Escritas, o número de contactos provocados com as notícias em função da soma da audiência dos órgãos de comunicação social (Reach) o Top10 de órgãos de comunicação social ao nível do número de notícias publicadas sobre o evento, e por fim, quais os jornalistas que mais publicaram ou falaram sobre as Correntes D’Escritas.

Em 2010, o período de análise decorreu entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro. Foram analisados cerca de 1600 meios de imprensa, 14 canais de televisão, entre eles: RTP 1, RTP2, SIC, TVI, Porto Canal e SIC Notícias. Ao nível das rádios foram analisadas quatro estações: Rádio Renascença, Antena 1, Rádio Comercial e TSF e por fim, na internet foram analisados 35 meios online. Ao nível da frequência, foram publicadas no total 377 notícias sobre o evento, sendo que 202 foram veiculadas pela imprensa, 116 pela internet, 36 pela televisão e 23 pela rádio. O reach foi de 47 milhões de contactos e o AEV equivaleu a 438.444€. Os meses de Janeiro, Fevereiro e Março foram os meses onde se verificou um maior fluxo de notícias. Dos 438.444€, 347.067€ foram de notícias publicadas unicamente em Fevereiro. O mês com menos representação, tendo só uma notícia, foi o mês de Outubro. A nível dos meios de comunicação social verifica-se que a imprensa é a que mais projecta o evento (54%) ao contrário da rádio que é o meio que projecta menos (6%). No entanto, a percentagem do número de notícias publicadas/ transmitida não tem directamente com o impacte financeiro porque cada órgão tem um valor. Neste sentido, apesar de a televisão ter transmitido menos notícias que a imprensa, teve um impacte financeiro maior, representando 55% do valor (234.809€), seguindo depois a imprensa com 36% (156.622€), a rádio com 7% (29.815%) e por fim, a internet com 2% (8.198€). No Top10 de órgãos de comunicação social que dão destaque ao evento encontram-se nos três primeiros lugares o Diário

Digital Online, a RTP2 e o Comércio da Póvoa de Varzim. Nos últimos lugares do Top

aparece o Jornal de Letras, Artes e Ideias, a Renascença e por fim, a Póvoa Semanário. Por fim, os jornalistas que assinaram mais notícias do evento em 2010 foram Ana Trocado Marques do Jornal de Notícias, Maria João Costa da Renascença e por fim Isabel Coutinho do Público. (Ibidem.).

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Em 2011, o período de análise foi o mesmo do ano anterior. Foram também analisados cerca de 1600 meios de imprensa, desta vez 15 canais de televisão, entre eles: RTP 1, RTP2, SIC, TVI, Porto Canal e SIC Notícias. Ao nível das rádios foram analisadas quatro estações: Rádio Renascença, Antena 1, Rádio Comercial e TSF e por fim, na internet foram analisados 35 meios online. Ao nível da frequência, foram publicadas no total 470 notícias sobre o evento, sendo que 240 foram veiculadas pela imprensa, 132 pela internet, 68 pela televisão e 30 pela rádio. O reach foi de 57 milhões de contactos, mais dez que no ano anterior, e o AEV equivaleu a 572.744€. Os meses de Janeiro, Fevereiro e Março voltaram a ser os meses onde se verificou um maior fluxo de notícias. Dos 572.744€, 452.293€ foram de notícias publicadas unicamente em Fevereiro. O mês com menos representação, tendo só uma notícia, desta vez foi o mês de Novembro. A nível dos meios de comunicação social verifica-se novamente que a imprensa é a que mais projecta o evento (51%) ao contrário da rádio que é o meio que projecta menos (6%). A nível do impacte financeiro, a televisão voltou a ser o órgão com maior impacte, representando 54% do valor (310.850€), seguindo depois a imprensa com 30% (169.756€), a rádio com 12% (66.550%) e por fim, a internet com 4% (25.587€). No Top10 de órgãos de comunicação social que dão destaque ao evento encontram-se nos três primeiros lugares novamente o Diário Digital Online mas no entanto os seguintes foram alterados, passando a ser o Público e a RTP Informação. Nos últimos lugares do Top aparece o Jornal de Notícias, a Antena 1 e por fim, o Diário do

Minho, não correspondendo minimamente ao ano anterior. Por fim, os jornalistas que

assinaram mais notícias do evento em 2011 foram Maria João Costa da Renascença, Ana Trocado Marques do Jornal de Notícias, e por fim Alberto Serra da RTP1, RTP

Informação. (Pinto, 2011).

Através da análise dos dois anos verifica-se que houve um aumento do interesse dos

media resultando num maior retorno de publicidade para o evento. Este aumento de

interesse pode estar relacionado com os autores convidados. Através desta ferramenta conclui-se que a maior parte das notícias são dadas na altura do evento: no mês em que acontece, no mês que antecede e no mês seguinte. Só em publicidade o evento conseguiu poupar meio milhão de euros em 2011, um valor bastante significativo. Se a tendência se tiver mantido, hoje em dia, o evento consegue muito mais.

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Capítulo 5 - Análise do trabalho efectuado no âmbito do estágio