5. ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE AS INTERVENÇÕES
5.3. ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE AS ESTRATÉGIAS ACIONADAS
resolver um problema (Strauss & Corbin, 2008) isto é, constituem o conjunto de técnicas específicas acionadas com a finalidade de permitir alcançar os objetivos definidos, por forma a reduzir ou resolver as necessidades identificadas (Imperatori & Giraldes, 1993; Tavares, 1992).
Uma vez fixados os objetivos, estudaram-se então as estratégias de intervenção possíveis de serem aplicadas, as quais equacionaram a realização das atividades planeadas com o alcance dos resultados pretendidos.
5.3.1. Análise Reflexiva sobre as Estratégias Acionadas – População-Alvo de EESMO
Na população-alvo dos profissionais de enfermagem, para dar resposta às atividades descritas anteriormente, foram ativadas as seguintes ações estratégicas:
Distribuição do instrumento de colheita de dados, especificamente, numa fase inicial e posteriormente na fase de avaliação do projeto;
O início de um projeto, frequentemente, caracteriza-se pelo aprofundamento das necessidades, correspondendo à fase de arranque da intervenção, pelo que acionar esta estratégia foi de crucial importância, pois como explicado, possibilitou recolher, tratar, analisar e dar a conhecer informação pertinente sobre o diagnóstico da situação e examinar as dinâmicas de mudança. Como referem Idañez e Ander-Egg (2008), o diagnóstico consiste na investigação da natureza ou da causa de um problema e uma vez realizado, deve incluir o resultado da análise efetuada, assim como as conclusões que permitirão orientar as alternativas sugeridas para novas intervenções.
Na última etapa do projeto, a referida estratégia permitiu reavaliar as práticas de enfermagem, determinando a eficácia da intervenção implementada.
Envolvimento dos EESMO no projeto de intervenção;
O desenvolvimento de um projeto passa muitas vezes pelo envolvimento com outras pessoas, por forma a estabelecerem-se parcerias. Os colaboradores ou intervenientes demonstram capacidade para trabalhar em conjunto, criando relações de confiança e de partilha de conhecimento, privilegiando os interesses de atuação e
tendo em vista as intervenções dirigidas às necessidades identificadas (Ornelas & Moniz, 2007).
Uma vez que os EESMO se constituem como os principais e diretos agentes na promoção das práticas de deambulação e de incentivo ao posicionamento vertical na mulher em TP, considerou-se fulcral a sua implicação, nas várias ações de caracter informativo e/ou formativo, privilegiando-se a troca de conhecimentos, saberes e experiências entre os profissionais, bem como a sua parceria no estudo com as parturientes, capacitando-os assim a corrigirem e aperfeiçoarem as suas intervenções.
Produção de recursos informativos de orientação à prática assistencial; A estratégia definida conduziu à atividade relacionada com a preparação do material educativo, destinado às grávidas e parturientes que acedem ao SUOG. Os folhetos elaborados e quando disponíveis foram distribuídos pelas mulheres, no momento do seu internamento, encontrando-se também afixados em placard informativo na zona de Admissão do Bloco de Partos, o que permitiu o seu fácil acesso para visualização e leitura.
Os folhetos informativos são considerados como um recurso complementar disponível, que deve ser utilizado pelo enfermeiro, na efetividade da comunicação com as grávidas. O seu conteúdo ajuda na tomada de decisões relacionadas com os cuidados, de acordo com as suas preferências (Araújo, 2006). A consideração das expetativas e valores das grávidas, durante o processo de cuidado no TP e parto, é essencial para o seu empoderamento (APEO, 2009), pelo que esta ação estratégica ao disponibilizar a transmissão de informação sobre as vantagens da mobilidade e do posicionamento vertical, pretendeu capacita-las nas escolhas destas práticas.
Criação de uma rede de divulgação acerca do projeto de intervenção. Sabendo que a ampla divulgação de um projeto contribui para a mobilização de todos os agentes em torno da consumação dos objetivos e atividades nele consagrados, deve-se recorrer a meios e estratégias diversificadas de difusão e publicação de modo a torná-lo disponível não só a toda a comunidade envolvente, como também a torná-lo acessível a quem pretenda consultá-lo para formar um conhecimento mais apurado (Azevedo et al., 2011). Neste sentido, a efetivação desta estratégia conduziu ao conhecimento do projeto desenvolvido, a nível intra e extra- hospitalar, tal como explicado, aquando da fundamentação das atividades delineadas.
5.3.2. Análise Reflexiva sobre as Estratégias Acionadas – População-Alvo de Parturientes
A realização das atividades dirigidas para as parturientes seguiu as estratégias: Distribuição do instrumento de recolha de dados, durante o período de
execução do estudo;
Tal como na população-alvo de EESMO, esta medida estratégica possibilitou o reconhecimento das necessidades entre as parturientes e a apreciação das suas perceções quanto aos cuidados recebidos. Como destacam Silva e Santos (2009), reconhece-se a importância de considerar as parturientes utilizadoras de cuidados, como os elementos-chave na avaliação da realidade da qualidade assistencial.
Desenvolvimento de um fluxo permanente de difusão de informação. Os profissionais de saúde em todas as oportunidades possíveis, ou seja, em qualquer contato com as grávidas e parturientes, devem assumir a postura de educadores que compartilham saberes, com o objetivo de devolver a estas mulheres a autoconfiança na vivência da sua gravidez, TP e parto (Rios & Vieira, 2007). Neste projeto, a estratégia supramencionada para a transmissão e partilha de conhecimentos, como vem sendo referido, integrou diferentes tipos de recursos e ações educativas, os quais instituídos desde o CPP (através da lecionação de aulas), ao momento em que a parturiente se encontrava na sala de espera do SUOG (com a informação expressa no poster) e até à sua admissão e internamento (mediante a entrega e respetiva leitura de brochuras e folhetos).
Sem dúvida que a preparação para o parto, ministrada pelos EESMO, aumenta o conhecimento e as competências da mulher, ao permitir-lhe a aquisição da informação, que visa prepará-la e encorajá-la a ter um papel mais ativo no desenrolar do seu TP (Conde, Figueiredo, Costa, Pacheco & Pais, 2007). De outra forma, a sala de espera, sendo o lugar onde as grávidas aguardam o atendimento dos profissionais de saúde, é um território dinâmico, onde os enfermeiros, através de diferentes meios, podem desenvolver processos informativos e de troca de experiências entre as mulheres (Santos, Andrade, Lima & Silva, 2012). Relativamente ao atendimento da mulher na Maternidade, outros autores reforçam ainda que, no seu acolhimento, deve ser garantida a informação e o aconselhamento com competência profissional (Versiani, Mendonça, Vieira & Sena, 2008).