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Analisando a Tabela 12 e os dados da instalação percebe-se que as barras em estudo não apresentam nível de incidente crítico, sendo que ficaram abaixo de 1 cal/cm², tanto para níveis de curto-circuito máximo e mínimo. Um ponto interessante para análise é que a resistência de arco elétrico reduziu a corrente de falta, mas não significativamente, devido ao nível de curto não ser tão elevado e o tempo de atuação das proteções considerado ser baixo.

Apesar do nível baixo de energia incidente, o uso de materiais de proteção é indispensável. Para a instalação em estudo recomenda-se o uso de equipamentos categoria de risco zero, ou seja, o usuário deve estar munido de roupa de proteção em fibra natural, não tratada e não fundível, camisa de manga comprida, calças compridas, óculos de segurança, protetor auricular e luvas de couro.

O principal problema da instalação encontra-se no dimensionamento da subestação e nas proteções da instalação, como mostrado no coordenograma (Figura 16), o sistema encontra- se totalmente descoordenado, apresentando chave fusível, dimensionamento do transformador, conforme cálculo de demanda, tipo de medição e coordenação dos disjuntores em desacordo com as normas vigentes da concessionária. Tais problemas de dimensionamento do sistema pode ocasionar em problemas graves de sobrecarga no sistema, podendo danificar o transformador, cabos elétricos, proteções e, podendo até danificar os aparelhos ligados à instalação.

5 CONCLUSÃO

Tendo em vista o aumento do número de acidentes com trabalhadores e usuários de instalações elétrica, resultando em lesões para as pessoas, danos materiais para empresas, e até mesmo fatalidades, é que se percebeu que os estudos de arco elétrico e energia incidente deveriam ser aprofundados. Desde as primeiras abordagens a respeito do tema, apresentadas por Ralph Lee, e tendo como base os dados de aumento do número de acidentes, muito se evoluiu e, paralelamente, as medidas de controle ao risco do mesmo. No entanto, tomando como base o cenário nacionail, faz-se necessário desenvolver normas que detalhem o assunto da energia incidente e as medidas de proteção.

O arco elétrico apresenta um comportamento caótico, devido a forças de atração e repulsão criadas pelas correntes elétricas. Esse comportamento faz com que o seu estudo e determinação de sua impedância seja onerosa. Também, como resultado desse comportamento caótico, os trabalhadores estão expostos aos riscos associados a ele como fumaça tóxica, luz intensa, onda de pressão dos gases em expansão e enormes ondas de calor, sendo esta a maior causadora dos maiores prejuízos à saúde das pessoas.

As formas de proteção do trabalhador contra os efeitos da energia incidente podem se dar de diferentes formas, sendo pela utilização de roupas de proteção, caracterizando-se como uma barreira de proteção para o indivíduo, ou eliminando o risco. Para casos onde não há a possibilidade de eliminação do risco, emprega-se técnicas de diminuição da corrente de curto- circuito através da diminuição do tempo de atuação dos dispositivos de proteção, sempre observando o correto funcionamento do sistema, reduzindo consideravelmente os níveis de energia incidente.

Com o objetivo de determinar os níveis de energia incidente, foram apresentados diferentes métodos de cálculo. Tais métodos possuem limites de aplicação e são indicados para determinadas situações, de acordo com as características do sistema. O método IEEE-1584 apresenta uma metodologia que amplia os limites de aplicação do cálculo de energia incidente e que acabou sendo utilizada para o desenvolvimento deste trabalho. Os resultados obtidos servem de base para a determinação das medidas aplicáveis para diminuição dos níveis de energia incidente e especificação das vestimentas antichamas.

No estudo realizado os níveis de energia incidente foram baixos, sendo utilizado somente a forma de controle do uso de EPIs categoria de risco “0” (zero). O principal problema encontrado diz respeito ao dimensionamento da instalação, onde é evidente estar completamente desatualizada tendo em vista a carga instalada e o tipo de fornecimento do local. 5.1 PROPOSTA DE CONTINUIDADE

Como proposta de continuidade do estudo apresentado, sugere-se realizar um novo projeto da subestação da instalação, observando as normas vigentes da concessionária, estabelecendo a coordenação do sistema de proteção. Após o projeto da subestação realizar novamente o estudo de energia incidente nas barras da instalação, considerando todos os tempos de atuação das proteções, para, por fim, determinar as medidas de segurança necessárias.

Os cálculos de curto-circuito podem ser realizados através das metodologias IEC, ANSI e COMPREENSIVE. Dessa forma pode-se analisar os níveis de energia incidente para diferentes correntes de curto-circuito.

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