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Após a análise, observou-se que ambas publicações alcançaram resultados semelhantes. Mesmo com os diferentes métodos utilizados para aferir as temperaturas, ambas detectaram a presença de ilhas de calor nas regiões centrais (Avenida Miguel Sútil, Morro da Luz, Avenida Mato Grosso), onde existe a maior ocupação do solo e sua impermeabilização. Esse desconforto fomenta o questionamento da presença do cidadão na rua.

Se não há conforto ambiental e segurança, nada motiva o usuário a procurar os passeios das cidades. Os parques mais recentes que tem sido incluso em região urbana seguem o mesmo padrão: um lago artificial envolto por muito concreto, e árvores apenas nas regiões limítrofes do parque, como uma moldura.

Os parques recentes impossibilitam que seus usuários possam transitar durante o dia, devido à falta de estrutura e de vegetação que possa estimular que eles sejam usados sem que os cidadãos tenham desconforto.

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do estresse térmico urbano, porém, algumas delas, como os parque estaduais Zé Bolo Flô, localizado no bairro Cophema, e o Parque Massairo Okamura, localizado no bairro Morada do Ouro, possuem aspectos que permite que os usuários não se sintam seguros, devido a falta de policiamento e movimentação de mais pessoas na região.

Uma exceção é o Parque Mãe Bonifácia, localizado no bairro Santa Rosa, que é a maior concentração de área verde dentro do perímetro urbano, porem seu acesso é difícil, o que impossibilita a que seja acessível a toda sociedade.

Estes resultados indicam a necessidade da inserção de vegetação e tratamento dos leitos fluviais, já que são nesses pontos em que a cidade apresenta clima mais ameno. Porém, em conjunto é necessário estudo de segurança pública, para que essa inserção da sociedade de volta nas ruas, seja feita de forma efetiva.

Figura 16 - Parque da família

Fonte: Olhar direto (2019).

8 Considerações Finais

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este sofre influências definitivas das atividades humanas. Os comparativos feitos neste artigo revelam a problemática decorrente ao intenso desenvolvimento urbano sem devida

preocupação com os sistemas naturais, que resultam em problemas como o alto índice de temperatura da superfície em pontos específicos da cidade, onde a densidade urbana é intensa, o que confirma a existência de ilhas de calor no município.

Tornar verídico a existência das ilhas de calor foi de extrema importância, visto que permite encontrar soluções e conscientizar a organização da cidade a fazer um melhor planejamento do município, visando a rearborização da cidade que no passado já teve como título “Cidade Verde”.

Referências

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FROTA, A.B.; SCHIFFER, S.R. Manual de conforto térmico. São Paulo: Studio Nobel, 2001.

BARROS, M.P. Dimensão fractal e ilhas de calor urbanas: uma abordagem sistêmica sobre as implicações entre a fragmentação das áreas verdes e o ambiente térmico do espaço urbano. Cuiabá: Universidade Federal de Mato Grosso, 2012.

RODRIGUES, G.G.D.S.; BROCANELI, P.F. Calçadas, vegetação e controle térmico: a condição microclimática no Parque da Luz. Vitruvius, v.1, n. , p.1-1, 2019.

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CAPÍTULO 06

Uso Exagerado de Compensadores Térmicos em Ambientes Públicos de Alta Circulação

Ananda Resende Marroni: Graduanda em Arquitetura e Urbanismo, Universidade de

Cuiabá - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Charlston Sanches Sandhas: Graduando em Arquitetura e Urbanismo, Universidade de

Cuiabá - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

João Lucas Bassam: Graduando em Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá -

Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Fabiane Krolow: Mestre em Estudos de Cultura Contemporânea, Docente no Curso de

Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Marcela Cebalho: Mestranda em Engenharia de Edificações, Coordenadora do Curso Design

de Interiores, Universidade de Cuiabá

Paula Roberta Ramos Libos: Mestre em Física Ambiental, Coordenadora do Curso de

Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Resumo

Os estudos a respeito do conforto térmico vêm sendo cada vez mais necessários em projetos arquitetônicos. Isso ocorre devido a necessidade de oferecer um ambiente agradável e que gere bem-estar às pessoas. O bem-estar da população está diretamente ligado à qualidade de vida e, consequentemente, à saúde. É comum, em locais onde a média de temperatura dos ambientes externos seja muito elevada, que se faça o uso excessivo de ar condicionado em ambientes internos para diminuir a temperatura e causar uma sensação de frescor. Entretanto essa prática pode acabar gerando um desconforto, e, por vezes até desencadear doenças. Essa situação é muito comum no Município de Cuiabá, principalmente em espaços de alta circulação de pessoas, como por exemplo shoppings centers. Nesse estudo foram analisadas as diferenças de temperaturas entre os ambientes externos e internos de dois shoppings centers da cidade, para mostrar o que é comum o uso de ar condicionado de maneira exagerada, sujeitando as pessoas a um choque térmico.

Palavras-chave: Conforto Térmico. Ar Condicionado. Temperatura. 1 Introdução

O uso do ar condicionado em locais de alta temperatura inicialmente serviria para trazer maior conforto. Entretanto para compensar as altíssimas temperaturas registradas no município de Cuiabá é comum fazer o uso do ar condicionado de maneira exagerada, configurando-o para alcançar temperaturas muito baixas. De uma maneira geral há alguns estudos muito amplos e diversificados de uma análise da necessidade a ser atendida, onde se leva em consideração o número de pessoas presentes no local, assim como a área total do mesmo e a presença de possíveis aparelhos ou portas que possam levar a esse consumo de compensação.

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públicos com circulação de pessoas de intensidade variada ao longo do dia, com intuito de avaliar a variação da temperatura dos ambientes internos em relação aos ambientes externos.

2 Conceitos

Um dos aspectos mais importantes que controla a qualidade de vida do ser humano, no que diz respeito à saúde, é a temperatura corporal. O sistema responsável por esse controle é chamado de termorregulador. Esse sistema busca a homeostase através da troca de calor do corpo humano com o ambiente, tendo o hipotálamo (cérebro) como agente controlador. Dentro desse sistema são desenvolvidas atividades metabólicas as quais são encarregadas da dissipação de calor responsável por manter equilíbrio térmico corporal (ASHRAE, 2001).

O equilíbrio entre a temperatura do ambiente e do corpo humano é feito através do balanço térmico. Esse balanço consiste na quantidade de energia produzida pelo corpo sendo igualada a quantidade de energia sendo dissipada para o meio físico em forma de calor.

Quando as temperaturas do ambiente, seja ele externo ou interno, estão muito diferentes da temperatura do corpo humano ocorre a sensação de desconforto. O mesmo ocorre quando o corpo está em equilíbrio com a temperatura do ambiente em que está, e passa para outro ambiente de temperatura muito diferente, como é o caso de uma pessoa estar em um lugar com ar condicionado e ir para um lugar quente e exposto ao sol.

De uma maneira geral, as pessoas estão a maior parte do tempo dentro de ambientes internos (escritórios, por exemplo). Esses ambientes comumente são fechados, com pouca iluminação natural e ventilação externa. Isso faz com que ocorra a necessidade do controle mecânico do clima interno em relação ao externo, porém nem sempre esse controle é feito de maneira adequada. Ocorrem casos onde a temperatura interna, ou sensação térmica, seja muito inferior a aquela do ambiente externo, e a aquela ideal para que ocorra o equilíbrio natural do corpo humano.

A susceptibilidade do organismo humano a essa mudança de temperatura é uma consequência da mudança de ambiente e hábitos. O sedentarismo e os péssimos hábitos alimentares deixam as pessoas mais vulneráveis, resultando em baixa imunidade. Como consequência o humano se tornou mais predisposto a enfermidades antes incomuns.

No cotidiano as pessoas passam de um ambiente a outro em questão de minutos ou até mesmo segundos. Culturalmente no município do presente estudo, Cuiabá, tende-se a colocar baixíssimas temperaturas em ambientes internos, fazendo o controle mecânico do clima interno de maneira exagerada, com intuito de compensar as altas temperaturas

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frequentemente registradas na área externa. Outra situação muito comum que ocorre em Cuiabá é quando a pessoa entra em um automóvel estacionado em ambiente aberto e sem estar protegido do sol, que acaba apresentando condições similares a uma estufa, onde ao abrir a porta do carro é perceptível a massa de ar quente se deslocando para o ambiente interno. Ao entrar no automóvel e o ligar para dirigir, o ar condicionado é ligado em potência máxima, para compensar o calor, gerando a mistura de duas massas térmicas opostas. O tempo que o automóvel leva para “refrescar” geralmente é o tempo de viagem até o destino desejado, fazendo com que o ciclo se inicie novamente ao sair do carro.

Essas situações acarretam uma transição muito brusca de temperatura para as pessoas, o que pode causar certo desconforto, além do desconforto vivenciado pelas pessoas que ficam um período longo expostas a essas baixas temperaturas. A mudança de temperatura pode ser tão brusca que resulta em um choque térmico corporal, causando desmaios, resfriados, falta de ar e outras consequências para o organismo. Os sistemas mais afetados por essa troca de temperatura, são o respiratório e cardiovascular, além da saúde mental. O sistema cardiovascular é afetado pela pressão baixa, a qual ocorre como consequência do espessamento sanguíneo em decorrência da oscilação da temperatura. A saúde mental é afetada principalmente pela ocorrência do Transtorno Afetivo Sazonal (um tipo de depressão). As consequências para o sistema respiratório são relacionadas à queda de imunidade, onde podem ocorrer doenças como pneumonia e rinite alérgica.

No caso da mudança de temperatura as doenças respiratórias são as mais comuns. Isso ocorre devido à presença vírus, bactérias e alérgenos (ácaros) na maioria dos ambientes. Esses microrganismos são “beneficiados” pela mudança de temperatura, sendo comuns na situação vivida pela população de Cuiabá. Como consequência ocorrem as rinites alérgicas que afetam o epitélio respiratório (Figura 1). Os principais sintomas dessa condição são comichão nas orelhas e garganta, olhos vermelhos ou lacrimejantes, tosse, fadiga, perda de concentração, falta de energia por perda de sono, dores de cabeça ou sensibilidade facial (não típicos).

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Figura 1 - Imagem ilustrativa do epitélio

respiratório, atingido diretamente pela rinite alérgica

Fonte: Letras da vida (2018).

Além das doenças relacionadas ao sistema cardiorrespiratório e mentais, ocorrem consequências mais brandas, principalmente nos olhos (Figura 2), tais como ardor, coceira, irritação, olhos vermelhos, visão turva, sensação de corpo estranho ou areia nos olhos e até mesmo desconforto ao ler, assistir televisão e trabalhar em frente ao computador por um período longo. Tudo isso ocorre pelo fato de os ares condicionados retirarem a umidade do ar, para que haja uma maior eficiência térmica.

Figura 2 - Imagem de um olho sendo lubrificado com o

auxílio de um colírio, comumente utilizado para minimizar o desconforto causado pela baixa humidade

Fonte: Ophtalmologytimes (2018).

De uma maneira geral os comércios usam da refrigeração por intermédio do ar condicionado para tornar os ambientes mais agradáveis para o consumidor. O frescor gerado faz com que os clientes tenham mais vontade de permanecer no local, consequentemente aumentando o consumo. Devido a intensidade do fluxo de pessoas e frequência da abertura de portas desses locais é necessário fazer uso de cortinas de ventos (Figura 3) que auxiliam a manter a temperatura sempre constante no interior do estabelecimento. Entretanto essa cortina

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de vento cria uma “barreira de vento fria” que causa um choque térmico quando as pessoas entram em contato com a mesma. As partes mais sensíveis do corpo humano são as mais afetadas por esse dispositivo, sendo elas a cabeça, nuca, olhos e sistema respiratório.

Figura 3 - Imagem ilustrativa de um ambiente com ar condicionado

interno (A) e cortina de vento (B) usada para barrar as temperaturas externas.

Fonte: Fluxo consultoria (2019).

3 Local de Estudo

O estudo foi realizado em ambientes públicos de alta circulação de pessoas, com variação na intensidade do fluxo ao longo do dia. Para tal foram escolhidas as respectivas entradas de dois shoppings centers, sendo eles o Shopping Estação Cuiabá e a entrada da loja Riachuelo, que se encontra no Shopping Três Américas.

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Figura 4 - Ambientes públicos escolhidos para realização da

medição. Shopping Estação Cuiabá, localizado no bairro Santa Rosa (A). Shopping Três Américas, localizado no bairro Jardim das Américas (B).

A B

Fonte: Adaptado, StreetView Google maps ( 2019).

Figura 5 - Mapa referente ao município de Cuiabá, com

aproximação da localização dos Shoppings selecionados para o estudo. Shopping Estação Cuiabá no canto superior esquerdo e Shopping 3 Américas no Canto inferior direito.

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4 Material e Métodos

As medições foram feitas com um termômetro INSTRUTHERM-modelo HT-750 (Figura 5), onde as temperaturas foram medidas em graus célsius (C°). Cada estabelecimento teve as temperaturas medidas três vezes ao dia (manhã, tarde e noite), assim como a temperatura do ambiente externo no entorno dos mesmos.

Figura 5 - Foto do equipamento de medição de

temperatura, (A) frente e (B) verso

A B

Fonte: Dados da pesquisa.

A medição foi feita ao longo de três dias, onde foi contemplado o intervalo entre os dias 10 de abril de 2019 a 20 de abril de 2019. Nos dias 10, 12 e 20 foram feitas as medições do Shopping Estação Cuiabá, nos pontos apontados pelo croqui e fotos (Figuras 6 e 7).

Figura 6 - Croqui da entrada da loja Riachuelo (Shopping Três Américas)

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Figura 7 - Pontos de amostragem de temperaturas do Shopping Três Américas. Vista lateral

esquerda da entrada da loja Riachuelo (1). Vista interna da entrada da loja Riachuelo (2). Vista lateral direita da entrada da loja Riachuelo (3).

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