• Nenhum resultado encontrado

Fabiane Krolow Marcela Cebalho Sales (Organizadoras)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Fabiane Krolow Marcela Cebalho Sales (Organizadoras)"

Copied!
68
0
0

Texto

(1)

Fabiane Krolow

Marcela Cebalho Sales

(Organizadoras)

Coletânea de Estudos em Conforto Térmico e Acústico:

Estudos e Propostas de Intervenções para Cuiabá e Região

Editora Científica

2020

(2)

Coletânea de Estudos em Conforto Térmico e Acústico:

Estudos e Propostas de Intervenções para Cuiabá e Região

Universidade de Cuiabá – UNIC

Reitoria

Maria Angélica Motta da Silva

Coordenação do Arquitetura e Urbanismo

Paula Roberta Ramos Libos

Organizadoras

Fabiane Krolow

Marcela Cebalho Sales

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Selma Alice Ferreira Ellwein – CRB 9/1558

K94c

Krolow, Fabiane.

Coletânea de estudos em conforto térmico e acústico: estudos e propostas de intervenções para Cuiabá e região. / Fabiane Krolow, Marcela Cebalho Sales. – Londrina: Editora Científica, 2020.

ISBN 978-65-00-10667-1 .

1. Arquitetura e Urbanismo. 2. Trabalhos Acadêmicos. 3. Unic. I. Krolow, Fabiane. II. Sales, Marcela Cebalho. III. Título. .

CDD 720

Editora Científica 2020

(3)

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ...

Fabiane Krolow

Paula Roberta Ramos Libos

04

Capitulo 01

Estudo de Níveis de Ruído e Tempo de Reverberação de Restaurante em Cuiabá

Amanda Santos Fernanda Romanoski Maria Eduarda Copini Fabiane Krolow Marcela Cebalho

Paula Roberta Ramos Libos

05

Capitulo 02

Especificação de Conforto Acústico em Salas de Aula (UNIC) Visando Melhorias nos Níveis de Ruídos e seus Respectivos Materiais ...

Igor José Ferreira da Silva Isabelle Oliveira

Giovanny Santiago Joanysson Braz Fabiane Krolow Marcela Cebalho

Paula Roberta Ramos Libos

13

Capitulo 03

Ruídos em Facção Residencial ...

Bruna Brígida Cabral Padilha

Bruna Caroline do Prado Garcia de Carvalho Fabiane Krolow

Marcela Cebalho

Paula Roberta Ramos Libos

26

Capitulo 04

Avaliação e Proposta de Readequação do Auditório da UNIC Beira Rio I ...

Hiago Alves

João Vicente de Arruda Jorge Moreno Magalhães Maria Eduarda Copini

Fabiane Krolow

Marcela Cebalho

Paula Roberta Ramos Libos

(4)

Capitulo 05

Estudo Comparativo Sobre Ocorrências de Ilhas de Calor no Município de Cuiabá-MT ...

Lívia Xavier Duarte

Lucas Andrei Lopes Bernardo Fabiane Krolow

Marcela Cebalho

Paula Roberta Ramos Libos

39

Capitulo 06

Uso Exagerado de Compensadores Térmicos em Ambientes Públicos de Alta Circulação ...

Ananda Resende Marroni Charlston Sanches Sandhas João Lucas Bassam

Fabiane Krolow Marcela Cebalho

Paula Roberta Ramos Libos.

(5)

4

APRESENTAÇÃO

Este livro digital é resultado dos esforços e trabalhos desenvolvidos pelos discentes e docentes, vinculados ao Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de Cuiabá – FAU/UNIC. O curso de Arquitetura e Urbanismo foi criado em 1997, sendo o segundo curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo do estado de Mato Grosso. Em sua trajetória, formou a maior parte dos arquitetos e urbanistas atuantes no estado de Mato Grosso que contribuíram para o processo de desenvolvimento das cidades do interior e da capital – Cuiabá.

O livro digital, intitulado Coletânea de estudos em Conforto Térmico e Acústico,

estudos e propostas de intervenções para Cuiabá e região, é fruto de trabalhos acadêmicos

desenvolvidos nas disciplinas de conforto ambiental térmico e acústico do curso de graduação e que foram aprimorados por um grupo de trabalho integrado por organizadores e docentes orientadores. A presente edição reúne sete trabalhos que foram elaborados no decorrer do ano de 2018.

As propostas apresentadas, constituem-se em contribuições oferecidas, a partir da identificação de demandas reais que geram a inquietação dos estudantes de arquitetura e urbanismo e provocam a atitude proativa no sentido de criar um repertório de soluções possíveis.

Professoras Fabiane Krolow e Paula Roberta Ramos Libos Organizadoras

(6)

5

CAPÍTULO 01

Estudo de Níveis de Ruído e Tempo de Reverberação de Restaurante em Cuiabá

Amanda Santos: Estudante no curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá. Fernanda Romanoski: Estudante no curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de

Cuiabá.

Maria Eduarda Copini: Estudante no curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de

Cuiabá.

Fabiane Krolow: Mestre em Estudos de Cultura Contemporânea, Docente no Curso de

Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Marcela Cebalho: Mestranda em Engenharia de Edificações, Coordenadora do Curso Design

de Interiores, Universidade de Cuiabá

Paula Roberta Ramos Libos: Mestre em Física Ambiental, Coordenadora do Curso de

Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Resumo

Os maiores problemas encontrados em restaurantes, tem como origem a escolha de matérias de revestimentos, as consequências de restaurantes com deficiência acústica resultam em níveis sonoros elevados na área interna, afetando a audição e a compreensão da fala. A proposta desse artigo foi analisar e propor um maior conforto acústico para o público que frequenta o restaurante. Para obter os dados objetivos foram realizadas medições acústicas nas áreas internas do mesmo visando caracterizar aspectos como os níveis sonoros. Também foi feito cálculo do tempo de reverberação para a propor uma readequação, assim melhorando o conforto de tal.

Palavras-chave: Conforto Acústico. Som. Proposta.

1 Introdução

Este artigo tem como principal objeto realizar um estudo de níveis de ruído e tempo de reverberação do restaurante Café & Cia, a partir disto fazer uma análise dos materiais que o espaço contém, fazer medições de volume, contagem de materiais para realizar os cálculos para encontrar os resultados do tempo de reverberação e prosseguir com comparativo de valores para conferir se está adequado ao permitido de acordo com as normas.

O estudo tem como objetivo a averiguação dos erros obtidos no planejamento deste restaurante e após identificar será realizado um estudo de possíveis materiais para uma suposta reforma do local.

Desta forma o estudo aprofundado deste tema trará uma solução que pode ser inclusive adotada para outros projetos de outros ambientes, pois mostrará uma forma de melhoramento acústico que não faça tantas alterações no ambiente, mas que solucione e demonstre eficácia.

(7)

6

2 Desenvolvimento 2.1 Conceitos

Acústica é a ciência do som, que contém estudos sobre a reflexão e absorção sonora. Os restaurantes são geralmente ambientes que podem ser isolados ou anexos a outros estabelecimentos tais como hotéis, shopping center, galerias, mercados, entre outros. São locais destinados a preparação e comércio de refeições e são espaços coletivos onde estão dispostas mesas e cadeiras, o que pode trazer praticidade para o cotidiano de diversas pessoas. Neste momento da refeição faz toda a diferença um local com tratamento acústico, para isso é recomendado pela NBR 10152 que o valor mínimo de 40dB e máximo de 50dB.

O condicionamento acústico em restaurantes também influência na realização de pedidos que caso o local possua muitos ruídos podem acontecer erros de comunicação, nas conversas de clientes também pode se tornar algo cansativo e incomodo. E isso influência diretamente nas vendas do local, pois quando uma pessoa se sente confortável em um local há maior probabilidade de permanecer no local e assim consumir mais.

Pesquisas mostram que as condições acústicas são a segunda maior causa de queixas dos clientes.

A faixa de ruídos toleráveis ao ouvido humano é entre 0dB e 120dB, acima disso pode ser danoso à saúde.

Caso o estabelecimento não esteja nos padrões exigidos realizaremos uma possível proposta de tratamento acústico.

Quanto maior o coeficiente de absorção sonora, menor será a energia sonora refletida. Quanto maior a absorção da energia sonora, menor será o tempo de reverberação, pois sobrará menos energia a ser refletida e permanecer por maior tempo no ambiente.

Tempo de reverberação é o tempo que energia sonora permanece no ambiente depois que a fonte cessa sua emissão. Quando um som é emitido, ele reflete diversas vezes nas superfícies presentes em um ambiente, sejam elas cadeiras, mesas, pessoas, paredes, tapetes, entre outros. A cada vez que a energia sonora reflete, ela diminuirá. Para cada local e sua devida funcionalidade existe um tempo de reverberação ideal.

As normas brasileiras são muito importantes quando se trata de conforto acústico, pois são nelas que estão os principais fatores que direcionam para as melhores decisões projetuais em relação a acústica. As principais para o desenvolvimento deste artigo são:

A NBR 10151 é de junho de 2000 e aborda a avaliação do ruído em áreas habitadas, visando ao conforto da comunidade.

(8)

7

A NBR 10152 é de dezembro de 1987 e aborda sobre os níveis de ruído para conforto acústico.

A NBR 12179 é de abril de 1992 e aborda sobre tratamento acústico em recintos fechados.

O isolamento acústico impede que o som passe de um ambiente para o outro e são utilizados abafador de ruídos, barreira acústica, cabine de proteção, entre outros. Já revestimento acústico é feito com materiais como lã de vidro, lã de rocha e absorve os sons emitidos, evitando problemas como o longo tempo de reverberação. O tratamento acústico é a aplicação de materiais para tratar os ruídos de um determinado local.

2.2 Local de estudo

O restaurante Café & Cia está localizado na cidade de Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso e inserido na rua Hungria que fica disposta entre as ruas Itália e Alemanha no bairro Jardim Europa. Um dos principais pontos de referência é a Universidade de Cuiabá.

Figura 1 – Localização

Fonte: Google maps (2018).

O maior público deste local são os estudantes da UNIC Beira Rio I. Os dias de funcionamento são de segunda-feira a sexta-feira e o horário de maior fluxo é de 11 da manhã ao meio-dia.

Estes restaurantes contem mesas de madeira compensada sendo um total de 66 mesas e 132 cadeiras de fibra sintética, sendo assim tendo capacidade para 132 pessoas sentadas. As janelas estão dispostas tanto na frente em sua fachada principal quanto ao fundo, são compostas por madeira e vidro e totalizam em 6 unidade (4 na fachada frontal e 2 na fachada

(9)

8

posterior). Possui 3 portas, de diferentes tamanhos sendo a da cozinha e do banheiro de madeira e a porta da entrada principal de vidro e madeira. A parede lateral direita possui espelhos fixados em 3 diferentes pontos, dando ao ambiente aspecto de maiores dimensões.

Figura 2 - Imagem do restaurante

Fonte: Os autores.

Figura 3 - Imagem da área de atendimento/serviço

Fonte: Os autores.

.

As bancadas onde são servidas as refeições são de mármore e se localizam ao lado esquerdo do restaurante. A bancada do caixa também é de mármore. Próximo a bancada do buffet contém um freezer de bebidas e próximo ao caixa possui um freezer de picolés.

Contém três aparelhos de ar condicionado, que também agregam ruídos ao local. A porta do banheiro está localizada ao fundo do restaurante e a da cozinha mais ao centro da

(10)

9

lateral esquerda.

O ambiente conta com um local onde os clientes possuem higienizar suas mãos antes de iniciar sua refeição. Ao lado se encontra um armário de madeira onde ficam os pratos. Além disso dispõe de uma chapa e coifa que elevam ainda mais o nível de ruído.

Figura 4 - Planta baixa do restaurante

Fonte: Os autores.

.

(11)

10

As medições foram realizadas no mês de outubro de 2018 no período matutino com o uso de decíbelímetro digital model DEC-350, com faixa de medição entre 30 a 130 Db e trena a laser Bosch GLM 20 Professional.

Foram feitas medições em 3 pontos diferentes do restaurante sendo eles: • Ponto 1 Parte da frente (próximo ao caixa);

• Ponto 2 Parte do meio (onde estão dispostas as mesas); • Ponto 3 Parte do fundo (próximo a porta do banheiro).

Foram efetuadas a aproximadamente a 0,90m acima do nível do piso e nos pontos médios quando relacionadas as paredes laterais esquerda e direita.

Quadro 1 – Níveis de Ruído Restaurante Café e Cia

Fonte: Dados da pesquisa.

Os valores das medições foram resultantes da junção de ruídos tais como: • Chapa;

• Ar condicionado;

• Fala dos funcionários e clientes; • Pratos e talheres;

• Celulares;

Nota-se que neste local de estudo a parte externa não tem uma influência significante nos ruídos. Levando a compreender que a solução a ser desenvolvida é de tratamento acústico e não isolamento. Sendo assim será necessário análise e cálculos de tempo de reverberação e posteriormente realizar pesquisas a respeito de materiais ou volumes que possam reduzir este TDR.

4 Resultados e Discussão

No processo do projeto Foi estudado os níveis de ruídos do restaurante, sendo assim notou se uma deficiência acústica no local.

A partir disso foram realizados cálculos e comparações para solucionar a problemática de tal problema, o resultado a partir dos cálculos feitos mostra um tempo de reverberação de 3,6 segundos, o que é acima do aceitável para um ambiente com este. Os

Local Vazio Local Cheio

Pontos Dias 09/10 10/10 26/10

1 52dB 71Db 72Db 71Db

2 53dB 74Db 75Db 73Db

(12)

11

maoires problemas que geram esse tal desconforto são as vozes das pessoas, bem como barulho de prato e talheres e a coifa.

Para melhorar o conforto uma proposta de readequação foi sugerida. Para se ter um resultado mais rápido e também com um custo mais baixo foi escolhido para a adequação a alteração do forro. O forro a ser inserido é o foorro advantage 50mm. Sendo assim o tempo de reverberação mudaria para 0,5 segundos, uma diferença de 1.8 segundos.

Figura 5 - Imagem de readequação

Fonte: Os autores.

5 Considerações Finais

O principal ruído é dos níveis da fala, são eles que mais atrapalham na acústica do restaurante, diante disso concluímos que além do tempo de reverberação estar muito acima do recomendado, os materiais precisam ser revistos, trocando-os de maneira a chegar num conforto acústico.

Referências

AKKERMAN, Davi.Conheça soluções acústicas que melhoram o conforto em restaurantes. Disponível em https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/conheca-solucoes-acusticas-que-melhoram-o-conforto-em-restaurantes/Acesso em 31 de outubro de 2018.

ASTOLFI, A; FILIPPI, M: GoodAcousticalQuality in Restaurants: a CompromiseBetween Speech IntelligibilityandPrivacy. 18º Congresso Internacional de Acústica, Kyoto, Japão, 2004, Anais... Kyoto, ICA 2004.

CARVALHO, Régio Paniago. Acústica Arquitetônica. 2. ed. Brasília, 2010.

MOJOLA, Roberto; LOPES, Odilio U.;DIAS, Lilian L.; BERTOLLI, Stelamaris R. Conforto acústico em um restaurante universitário. 2013. 10 f. Artigo (Pós-graduação) - Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo – UNICAMP.

(13)

12

NBR 10152 - Níveis de ruído para conforto acústico. Rio de Janeiro, 1987.

NBR 12179 – Tratamento acústico em recintos fechados. Rio de Janeiro, 1992.

BITTAR, W. S. M.; VERÍSSIMO, F. S. 500 anos da casa no brasil: as transformações da arquitetura e da utilização do espaço de moradia. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.

BRAGA, G. B.; LOHMAN, A.; POZZO, R. R. O projeto arquitetônico do espaço destinado a pessoas com deficiências auditivas e visuais: estudo de caso na associação de apoio aos deficientes auditivos e visuais de Campos Novos/SC (acadav). Laguna, SC, 2013.

CLAUDIO, J. P.; XAVIER NETA, C. N. O mundo surdo infantil. In: VI Congresso Internacional de Educação – Educação e Tecnologia: sujeitos (des)conectados?. São Leopoldo: Casa Leiria, 2009. v. nº1. p. 898-899.

Department for children, schools and families. Designing for disabled children and children with special educational needs: Guidance for mainstrem and special schools. In Building Bulletin 102.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010. Disponível em < http://censo2010.ibge.gov.br> acesso em 21 de set de 2015.

KOWALTOWSKI, D. C. C. K. Humanization in Architecture: analysis of themes through high school building problems. 1980. 152 f. Tese (Doutorado em Arquitetura) - College of Environmental Design, University of California Berkeley, 1980, p. 111-130.

MUNICÍPIO DE CUIABÁ. Lei de Uso e Ocupação do Solo do Município de Cuiabá. Lei complementar nº 389 de 03 de novembro de 2015.

NORTH AMERICAN MONTESSORI CENTER. The five great lessons for Montessori Elementary. 2009.

(14)

13

CAPÍTULO 02

Especificação do Conforto Acústico em Salas de Aula (UNIC) Visando Melhorias nos Níveis de Ruídos e seus Respectivos Materiais

Igor José Ferreira da Silva: Estudante no Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade

de Cuiabá.

Isabelly Oliveira: Estudante no Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá. Giovanny Santiago: Estudante no Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de

Cuiabá.

Joannyson Braz: Estudante no Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá. Fabiane Krolow: Mestre em Estudos de Cultura Contemporânea, Docente no Curso de

Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Marcela Cebalho: Mestranda em Engenharia de Edificações, Coordenadora do Curso Design

de Interiores, Universidade de Cuiabá

Paula Roberta Ramos Libos: Mestre em Física Ambiental, Coordenadora do Curso de

Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Resumo

Em suma este artigo propõe apresenta uma proposta de melhoria na acústica das salas a qual foram avaliadas na Universidade de Cuiabá (UNIC). Foram realizadas etapas na qual obteve os levantamentos de dados, os materiais necessários para a melhoria do condicionamento acústico dos recintos educacionais. Com essas avaliações obteve-se resultados como a redução dos níveis de pressão sonora e por consequência o aperfeiçoamento do conforto acústico. Realizada essas etapas, concluiu-se que as salas de aulas se encontram dentro dos padrões exigidos pela NBR 10152, com isso, houve uma melhoria do conforto acústico e a compreensão dos universitários e professores.

Palavras-chave: Inteligibilidade. Universidade. Levantamento.

1 Introdução

Este trabalho tem por finalidade apresentar os devidos problemas acústicos e abordar uma proposta para melhoria dos níveis de pressão sonora em determinadas salas de aula da Instituição Educacional, Universidade de Cuiabá (UNIC).

Tem por objetivo analisar as diferenças de níveis de ruído entre as salas de aulas presentes em comparação com o padrão de intensidades sonoras indicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 10152 (norma que estabelece os níveis de ruído para conforto acústico) e a reverberação necessária para que se tenha um bom convívio, visto que a exposição a ruídos por determinado intervalo de tempo podem acarretar problemas psicológicos e físicos, como por exemplo dores de cabeça, perda de concentração, irritabilidade, stress, entre outros.

Portanto, é fundamental o condicionamento acústico do recinto utilizando materiais com alto coeficiente de absorção, minimizando o nível de Decibels (dB) e consequentemente

(15)

14

o Tempo de Reverberação.

Uma das principais características sugeridas neste artigo realizado são as escolhas dos devidos materiais que possam ser adequados ao espaço, com objetivo de melhorar a inteligibilidade e o aprendizado entre os estudantes, pois existem algumas reclamações quanto a acústica do local.

Os levantamentos utilizados para o desenvolvimento deste trabalho, baseou-se em etapas que auxiliaram para obter os dados necessários para que pudesse chegar em tal resultado, resultado esse que as salas não apresentaram o conforto acústico essencial para o ambiente de estudo, que por consequência afetou o entendimento dos alunos.

Foram utilizadas as seguintes referências:

• Efeito das características acústicas de salas de aula na inteligibilidade de fala dos

estudantes.

Este artigo, foi realizado em nove salas de aula onde a faixa etária varia de quatro anos a nove anos de idade, a maior parte das salas não atenderam os padrões indicados pela NBR 10152, podendo trazer falhas no aprendizado dos alunos e afetando futuramente sua vida profissional.

• NBR 10152: Níveis de ruído para conforto acústico.

De acordo com a NBR utilizada, o nível de ruído aceitável em salas de aula é de 40 a 50 dB.

• NBR 12179: Tratamento acústico em recintos fechados.

Esta NBR refere-se ao tratamento acústico, na qual podem ser utilizadas em recintos fechados que não possuem uma acústica adequada para o ambiente escolar.

1.1 Local de Estudo

Localizado na região Leste da cidade de Cuiabá, a Universidade de Cuiabá-MT, situada na Avenida Beira Rio, próximo ao Museu Dom Aquino, a Instituição de Ensino Superior UNIC foi o local do artigo realizado em duas salas de aula presentes no Bloco ‘’D’’.

As respectivas salas adotadas para a realização do levantamento de conforto acústico, foram as salas:

SALA 121: capacidade para 100 pessoas, com uma área total de aproximadamente 96 m².

A sala possui uma largura (interna) correspondente de 8,09 metros e um comprimento (interno) de 11,88 metros. O pé direito da sala é de 2,73 metros, logo sua volumetria total é de aproximadamente 262,38 m³.

(16)

15

Figura 1 – Croqui da composição da sala 121

Fonte: Os autores.

.

Figura 2 – Perspectiva da sala 121.

Fonte: Os autores.

SALA 178: capacidade para 24 pessoas, com uma área total de aproximadamente 72 m².

A sala possui uma largura (interna) correspondente de 8,09 metros e um comprimento (interno) de 8,85 metros. O pé direito da sala é de 3,52 metros, logo sua volumetria total é de aproximadamente 252 m³.

(17)

16

Figura 3 – Croqui da composição da sala 178

Fonte: Os autores.

Figura 4 – Perspectiva da sala 178

Fonte: Os autores.

2 Material e Métodos

Os materiais utilizados para o levantamento dos níveis de ruídos nas salas foram o Sonômetro, mais conhecido como Decibelímetro, capaz de detectar a intensidade dos sons/ruídos, o qual estava calibrado e ponderado na curva A, ou seja, dB(A), solicitados na

(18)

17

Norma da ABNT. Foram realizados nos recintos três medições para avaliar os condicionamentos sonoros desses ambientes.

Outro material importante para tal levantamento, foi a Trena Laser que serviu para obter o dimensionamento do ambiente.

As normas empregadas para o estudo dos ambientes, foram a NBR 10152, a qual se trata dos níveis de ruído para o conforto acústico e a NBR 12179 que estabelece o tratamento acústico de um ambiente para o conforto humano.

A sala 121 possui superfícies expostas como lousa, esquadrias, cadeiras de estudantes, mesa de madeira e forro em placas. á a sala 178 abrange de lousa, esquadrias, pranchetas de desenho, cadeiras de estudantes, mesa de madeira e laje exposta.

Algumas etapas foram utilizadas, tais como:

• Etapa 1: Levantamento de Dados (Dimensionamento) Aferição do comprimento, largura e pé direito; • Etapa 2: Nível de Pressão Sonora

Verificação dos níveis de decibels.

Os métodos aderidos para a melhoria da reverberação e diminuição dos níveis de pressão sonora para aperfeiçoar o entendimento dos alunos e professores, foram estudados para que houvesse uma adequação que esteja nos padrões exigidos pela NBR 10152.

3 Análise e Diagnóstico

A coleta de medidas do local ocorreu no período matutino ás 8 horas e 30 minutos do dia 09 de outubro de 2018, em uma terça-feira.

Ao realizar as dimensões do ambiente da sala 121, observou-se que a propagação das ondas sonoras da fala do professor até os alunos que se localizam na parte central e ao final da sala chegam prejudicadas, dificultando o entendimento dos estudantes.

O índice de ruído correspondente do espaço educacional retratou 57,30 dB. Logo, esse índice se apresenta fora dos padrões estipulados pela NBR 10152.

De acordo com a norma utilizada para avaliar o conforto acústico do ambiente, no Brasil, o nível máximo de ruído aceitável em salas de aula é de 50 Db.

Já a sala 178 exibe 72 dB, a qual se encontra acima dos níveis sonoros indicados para o conforto acústico do recinto.

Em comparação com a sala 121, a diferença apontada foi de 18,70 dB.

(19)

18 como: • Pé direito; • Número de assentos; • Placas de Forro; • Localização do ambiente; • Falhas na Esquadrias (janelas); • Fluxo de pessoas nos corredores.

Após os levantamentos de dados que foram efetuados com as medições do local, constatou-se que através dos cálculos de Tempo de Reverberação, a sala 121 possui 0,63 segundos de T.R.

Cálculo de Reverberação da sala 121: SALA 121

Largura 8,09 Altura 2,73 Comprimento 11,88 Volume Total 262,38

Materiais Utilizados Medidas Quantidade Total

Piso 8,09 X 11,88 1 96,11 Teto (Forro) 8,09 X 11,88 1 96,11 Cadeiras Universitarias - 100 100 Porta 0,80 X 2,10 1 1,68 Janela 1,74 X 5,30 2 18,44 Quadro 1,22 X 5,00 1 6,10 Parede 2,73 X 11,88 2 64,86 Parede 2,73 X 8,09 2 44,17 Todas as Paredes - 4 109,03 Paredes Sem Superficies - 4 88,91

Coeficiente de Absorção das Superfícies

Materiais Tamanho (M²) T.A. TOTAL Piso 96,11 0,02 1,92 Teto (Forro) 96,11 0,58 55,74 Cadeiras Universitárias 100 0,02 2,00 Porta 1,68 0,09 0,15 Janela 18,44 0,27 4,98 Quadro 6,1 0,01 0,06

Paredes Sem Superfície 88,91 0,03 2,67 Soma de todas as Superfícies 67,52

(20)

19

Tempo de Reverberação

Constante 0,161 Volume 262,38 Total Das Superfícies 67,52

TR Total 0,63

Cálculo de Reverberação da sala 178:

Dados da Sala 178

Largura 8,09 Altura 3,52 Comprimento 8,85 Volume Total 252,02

Materiais Utilizados Medidas Quantidade Total

Piso 8,09 X 8,85 1 71,60 Teto (Forro) 8,09 X 8,85 1 71,60 Cadeiras Universitárias - 24 24 Porta 0,80 X 2,10 1 1,68 Janela 1,74 X 5,30 2 18,44 Prancheta de Desenho - 24 24 Quadro 1,22 X 5,00 1 6,10 Parede 2,73 X 11,88 2 64,86 Parede 2,73 X 8,09 2 44,17 Todas as Paredes - 4 109,03 Paredes sem Superfícies - 4 88,91

Coeficiente de Absorção das Superfícies

Materiais Tamanho (M²) T.A. Total Piso 71,60 0,02 1,43 Teto (Forro) 71,60 0,1 7,16 Cadeiras Universitárias 24 0,02 0,48 Porta 1,68 0,09 0,15 Prancheta De Desenho 24 0,18 4,32 Janela 18,44 0,27 4,98 Quadro 6,1 0,01 0,06

Paredes Sem Superfície 88,91 0,03 2,67 Soma de todas as Superfícies 21,25

Tempo De Reverberação

Constante 0,161 Volume 252,02 Total das Superficies 21,25

TR Total 1,91

(21)

20

infraestrutura, a qual é prejudicial para o estudo e compreensão dos alunos.

Não existiu um cuidado para a construção do recinto, sendo que alguns materiais adotados que compõe esse ambiente desfavoreceram a inteligibilidade, aumentando a reverberação das ondas sonoras na sala e consequentemente aumentando a dificuldade de entendimento.

O volume diferenciado apresentado pelas salas (121 e 178) é um dos pontos que interferem na acústica do ambiente, uma vez que quanto maior o volume maior o tempo que essa reverberação permanece no recinto.

Outro fator que também afeta é onde essas salas se encontram, pois, a sala 121 situa-se no pavimento térreo, um local muito movimentado devido ao acesso dos alunos pelo corredor do bloco.

Já a sala 178, por se encontrar no último pavimento, é uma região menos movimentada, mas que também gera uma interferência na acústica, outro grande fator que atinge o ambiente, é a sala voltada para o estacionamento que se encontra ao lado da instituição (UNIC).

Proposta de Readequação

Através do estudo realizado por intermédios de levantamentos técnicos, constatou-se que a readequação proposta para a sala 121, a qual se situa no pavimento térreo da instituição do Bloco D como dito anteriormente,

Foi proposta a substituição das esquadrias (janelas) com a inserção de cortina nas janelas, aplicação do método construtivo com o aumento do reboco nas paredes.

A seguir, os tipos de materiais escolhidos para a readequação do recinto:

Janela de vidro duplo insulado que expõe uma taxa de absorção alta em relação aos demais tipos de esquadria, o qual possui taxa de absorção de 0,49.

(22)

21

Figura 5 - Sistema de vidro duplo

Fonte: HJB Vidros (2014).

Figura 6 - Esquadria para vidro duplo

Fonte: Archi Expo (2018)

Sendo a Cortina proposta de algodão esticada com dobras em 50% de sua área que absorve uma taxa de 0,49.

Além da proposta da janela e cortina, o estudo sugere o uso de Bloco de concreto, argamassa de assentamento 1,50 cm, argamassa 2,50 cm para as alvenarias.

Figura 7 - Cortina

(23)

22

Figura 8 - Alvenaria com bloco de concreto

Fonte: Clique Arquitetura (2017).

Após a proposta de readequação com os devidos materiais a serem utilizados para a melhoria do conforto acústico, inteligibilidade e nível de pressão sonora entre 40 e 50 decibels, o novo cálculo apresentou:

Sala 121

Largura 8,09 Altura 2,73 Comprimento 11,88 Volume Total 262,38

Materias Utilizados Medidas Quantidade Total

Piso 8,09 X 11,88 1 96,11 Teto (Forro) 8,09 X 11,88 1 96,11 Cadeiras Universitarias - 100 100 Porta 0,80 X 2,10 1 1,68 Janela 1,74 X 5,30 2 18,44 Cortina 1,94 X 5,80 2 11,25 Quadro 1,22 X 5,00 1 6,10 Parede 2,73 X 11,88 2 64,86 Parede 2,73 X 8,09 2 44,17 Todas as Paredes - 4 109,03 Paredes Sem Superficies - 4 88,91

Coeficiente de Absorção das Superficies

Materiais Tamanho (M²) T.A. Total

Piso 96,11 0,02 1,92 Teto (Forro) 96,11 0,95 91,30 Cadeiras Universitarias 100 0,56 56,00 Porta 1,68 0,09 0,15 Cortina 11,25 0,49 5,51 Janela 18,44 0,27 4,98 Quadro 6,1 0,01 0,06

(24)

23 Paredes Sem Superficie 88,91 0,1 8,89

Soma de Todas as Superfícies 168,82

Tempo De Reverberação

Constante 0,161 Volume 262,38 Total Das Superfícies 168,82 TR Total 0,25

Já na sala 178, as adequações necessárias para melhoria da reverberação foram os mesmos materiais empregados na sala 121, no entanto houve um rebaixamento do pé direito, ficando com 2,73 metros como na sala 121 e inserção de forro para que esse tempo de reverberação seja reduzido, progredindo na clareza e entendimento entre professor/aluno.

Logo, o novo tempo de reverberação com os devidos materiais aplicados apresentou: Sala 178 Largura 8,09 Altura 2,73 Comprimento 8,85 Volume Total 195,46

Materias Utilizados Medidas Quantidade Total

Piso 8,09 X 8,85 1 71,60 Teto (Forro) 8,09 X 8,85 1 71,60 Cadeiras Universitarias - 24 24 Porta 0,80 X 2,10 1 1,68 Janela 1,74 X 5,30 2 18,44 Quadro 1,22 X 5,00 1 6,10 Prancheta De Desenho - 24 24 Cortina 1,94 X 5,80 2 11,25 Parede 2,73 X 8,85 2 48,32 Parede 2,73 X 8,09 2 44,17 Todas as Paredes - 4 92,49

Paredes Sem Superficies - 4 72,37

Coeficiente de Absorção das Superficies

Materiais Tamanho (M²) T.A. Total Piso 71,60 0,02 1,43 Teto (Forro) 71,60 0,95 68,02 Cadeiras Universitarias 24,00 0,56 13,44 Porta 1,68 0,09 0,15 Janela 18,44 0,49 9,04 Prancheta De Desenho 24,00 0,18 4,32

(25)

24 Quadro 6,10 0,01 0,06

Paredes Sem Superfície 72,37 0,10 7,24 Cortina 11,25 0,49 5,51 Soma de todas as Superfícies 109,21

Tempo De Reverberação

Constante 0,161 Volume 195,46 Total Das Superfícies 109,21 Tr Total 0,29

4 Considerações Finais

Com o propósito de adaptar as salas 121 e 178 da Universidade de Cuiabá (UNIC), foram realizadas fases nas quais obtivesse os devidos dados que seriam necessários para alcançar o conforto acústico ideal que vai de 40 a 50 dB para salas de aula.

Referências e materiais de medições foram fundamentais para obter o desenvolvimento do artigo.

O local das salas de aula foram um dos pontos estudados para a escolha dos materiais necessários para que não interferissem na estrutura total, com a seleção dos materiais, a obra terá um curto tempo de execução.

Através dos métodos aderidos, conclui-se que houve uma melhoria na mudança de alguns aspectos na sala de aula, tais como:

• Entendimento entre aluno e professor; • Diminuição dos dB;

• Redução dos ruídos sonoros;

• Aspectos físicos e psicológicos causados nos alunos e professores.

Como problemática, houve um investimento financeiro na inserção de materiais que absorvem os níveis de ruídos, ocorrendo um decréscimo na reverberação do ambiente.

Com o estudo da disciplina de Conforto Térmico, Acústico e Lumínico, houve o desenvolvimento de um entendimento formal sobre o que deveria ser abordado e o que poderia ter sido executado para uma melhoria no local. Assim propondo uma readequação para o recinto que necessita de um aperfeiçoamento para chegar ao nível de ruído adequado para o ambiente.

Referências

(26)

25

em: http://www.scielo.br/pdf/codas/v26n5/pt_2317-1782-codas-26-05-0360.pdf

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10151: Tratamento acústico em recintos fechados: Referências. Rio de Janeiro, p. 05. 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10151: Tratamento acústico em recintos fechados: Referências. Rio de Janeiro, p. 07. 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10151: Tratamento acústico em recintos fechados: Referências. Rio de Janeiro, p. 09. 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10152: Níveis de ruído para conforto acústico: Referências. Rio de Janeiro, p. 09. 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12179: Níveis de ruído para conforto acústico: Referências. Rio de Janeiro, p. 02. 1987.

VOITILLE, N. Comparativo térmico: parede de tijolos cerâmicos X blocos de concreto. 2017. Disponivel em: http://www.cliquearquitetura.com.br/artigo/comparativo-termico-parede-de-tijolos-ceramicos-x-blocos-de-concreto.html

(27)

26

CAPÍTULO 03

Ruídos em Facção Residencial

Bruna Brígida Cabral Padilha: Estudante no Curso de Arquitetura e Urbanismo,

Universidade de Cuiabá

Bruna Caroline do Prado Garcia de Carvalho: Estudante no Curso de Arquitetura e

Urbanismo, Universidade de Cuiabá

Fabiane Krolow: Mestre em Estudos de Cultura Contemporânea, Docente no Curso de

Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Marcela Cebalho: Mestranda em Engenharia de Edificações, Coordenadora do Curso Design

de Interiores, Universidade de Cuiabá

Paula Roberta Ramos Libos: Mestre em Física Ambiental, Coordenadora do Curso de

Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Resumo

Como todos sabem, as indústrias em geral, obtém maquinas que, quando estão em grande quantidade ligadas, produzem em grande “barulho” e se não utilizar equipamentos de proteção (EPI’s), pode causar algum dano para a saúde auditiva. As fabricas de produção têxtil ocorre muito desses transtornos auditivos por conta da grande quantidade de maquinas ligadas ao mesmo tempo (máquina de costura, corte, para embalar produtos prontos, etc.), porem se tiver poucas em funcionamento, pode não trazer tanto problema para o usuário. Neste estudo iremos tratar sobre a evolução das maquinas de costura e suas empresas que as utiliza e fazer um levantamento e uma solução para poder amenizar algo que está incomodando o trabalhador.

Palavras-chave: Conforto. Ruído Sonoro. Confecção de Roupa. Vestuário. 1 Introdução

Sabemos que antigamente não existia maquinas de costura, e que era fabricado tudo a mão as roupas e isso poderia levar muito tempo para ser feita, além de exigir de muitas pessoas para poder produzir e a chegada das maquinas industriais veio para diminuir o tempo de produção e aumentar o rendimento da fábrica. Alguns lugares dizem que o “inicio” das maquinas surgiu em 1775, porem nunca foi visto o tal projeto da mesma e não se sabe se chegou a ser executado.

Ao longo do tempo foi surgindo outros projetos, porem em 1830 que o alfaiate francês Barthelemy Thimonnier patenteou uma máquina que funcionasse. Muitos alfaiates e costureiras não gostaram muito desta inovação e fizeram um motim e destruíram a máquina, mas isso não deixo que Barthelemy ganhasse prêmios em feiras e exposições, porem ele morreu em sua profissão e na pobreza. Mas quatro anos depois o americano Walter Hunt produziu uma máquina que funcionasse, mas com medo da represaria, não a fez patente e preferiu não seguir com o avanço na máquina que so costurava em linha reta, sem curvas,

(28)

27

zigue-zagues, voltas ou rendas.

Durante o decorrer da época, houve surgimentos de novos equipamentos, como o de Elias Howe que criou e patenteou um sistema de costura de pesponto duplo, e Issac Singer veio com programas melhores e assistência técnica as maquinas, onde revolucionou o mercado com os equipamentos mais baratos e eficientes. E ao passar dos anos os aprimoramentos aconteceu cada vez e facilitou as industrias em questão de produção em grande escala e com unificação em seus pontos. A Singer trouxe a primeira loja de maquinas de costura para o brasil somente em 1858 e logo em seguidas, outras empresas trouxeram suas mascas para cá também.

Mas porque abordar essa história? Para podermos ter a noção de quanto foi feita melhorias nesses equipamentos para poder melhorar o uso deles, e isso equivale para os ruídos que a mesma traziam também.

1.1 Local de estudo

O local onde iremos fazer o estudo fica em um bairro afastado do centro da cidade, em uma área 100% residencial. Localizado na Rua: Beija-flor, Qd. 75, n° 07 no Bairro Dr. Fabio Leite II (Figura 1).

Figura 1 - Localização

Fonte: Google maps ( 2018).

Segundo a NBR 10151, o nível de ruído permitido para indústrias e áreas residenciais, em determinados horário, são:

(29)

28

Tipos de áreas Diurno (dB) Noturno (dB)

Área mista, predominantemente residencial 55 50 Área predominantemente industrial 70 60

Como já vimos, o local que está localizado a facção com as maquinas de costura é em área residencial, então iremos levar em base os limites que predomina área residencial. O cômodo não é 100% fechado, somente uma parte dele é aberta e de livre acesso para todos os que convive no local. Com uma área de 65m² (13m X 5m), seu revestimento é de tijolo de barro com cimento e três lados e um vão aberto de 13 metros, onde há 2 pilares para sustentação do telhado, como a Figura 2 e 3.

Figura 2 - Local do estudo.

Fonte: Os autores.

.

Figura 3 - Planta esquemática do local

(30)

29

2 Material e Métodos

Por meio dos dados normativos e com a ajuda de um aplicativo de celular (Decibelimetro) podemos concluir que em um intervalos de 5 minutos tivemos uma variação de ruído:

Min. AVG Max. 39 dB 60 dB 71 dB

Não muita alteração de medidas no decorrer do dia e em outros dias da semana, só há alteração quando há mais de uma sendo utilizada.

Min. AVG Max.

42 dB 63 dB 77 B

3 Análise e Proposta de Adequação

Porém, podemos concluir que, conforme a NBR 10151, o limite máximo de ruído, se for ficar por muito tempo exposto, pode causar algum dano ao nosso ouvido. E para poder prevenir esses danos, nada melhor que a utilização de equipamentos de proteção industrial (EPI’s).

Figura 4 - Protetor auditivo de silicone – Cordão de Silicone

Fonte: Nova Protect (2018).

Todas as empresas têm a consciência de que deve ser utilizada esses utensílios, mas no caso, como está localizada em uma área residencial, o que podemos fazer, primeiramente é uma isolação, para que o “barulho”, fique somente naquele local, não se dissipe para outro.

Em seguida, podemos levar em consideração a uma pesquisa que fizemos, onde está anexada no final deste artigo, que o ruído não atinge tanto aos usuários, pois não se utiliza em muito tempo as maquinas.

(31)

30

absorve este ruído de tal forma que não dificulte o deslocamento dos usuários. E/ou podemos também posicionar as maquinas de formas em que amenize os ruídos.

4 Considerações Finais

Analisando a situação, concluímos que, apesar de passar do limite estabelecido pela NBR151, não é uma medida tão alta, porém a exposição constante pode danificar a audição e até causar surdez. No caso, poderia ser utilizado pelos trabalhadores o protetor auditivo e também, o uso de materiais para o isolamento do ruído, para que não incomode os moradores vizinhos e nem os moradores da residência.

Referências

AUDACES (São Paulo). A história da máquina de costura: Inovação e polêmica. 2015. Disponível em: <https://www.audaces.com/historia-da-maquina-de-costura-inovacao-e-polemica/>. Acesso em: 10 out. 2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10151: Tratamento acústico em recintos fechados: Referências. Rio de Janeiro, p. 05. 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10151: Tratamento acústico em recintos fechados: Referências. Rio de Janeiro, p. 07. 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10151: Tratamento acústico em recintos fechados: Referências. Rio de Janeiro, p. 09. 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10152: Níveis de ruído para conforto acústico: Referências. Rio de Janeiro, p. 09. 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12179: Níveis de ruído para conforto acústico: Referências. Rio de Janeiro, p. 02. 1987.

(32)

31

CAPÍTULO 04

Avaliação e Proposta de Readequação do Auditório da Unic Beira Rio 1

Hiago Alves: Graduando em Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá - Curso de

Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

João Vicente de Arruda: Graduando em Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá -

Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Jorge Moreno Magalhães: Graduando em Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá

- Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Maria Eduarda Copini: Graduanda em Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá -

Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Fabiane Krolow: Mestre em Estudos de Cultura Contemporânea, Docente no Curso de

Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Marcela Cebalho: Mestranda em Engenharia de Edificações, Coordenadora do Curso Design

de Interiores, Universidade de Cuiabá

Paula Roberta Ramos Libos: Mestre em Física Ambiental, Coordenadora do Curso de

Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Resumo

Buscando propor uma readequação e troca dos aparelhos utilizados, além de estabelecer uma melhor eficiência energética em relação ao consumo, o trabalho propõem um estudo sobre reabilitação térmica. O local abordado tratar-se de um auditório de faculdade, que não tem em sua composição estética e por questões acústicas na maioria das vezes a presença de esquadrias que são capazes de dar passagem para as correntes de ar fazendo proveito da predominância dos ventos favoráveis. O estudo propõe a observação das características do local e análise do conforto térmico.

Palavras-chave: Conforto térmico. Eficiência energética. Conforto.

1 Introdução

O espaço do local a ser trabalhado tem sua forma quadrangular e utiliza de elementos artificiais como o ar condicionado para garantir um conforto térmico para os usuários, porém não é sempre que as soluções tomadas estão de acordo com o planejado. Os aparelhos de ar artificial acabam direcionando o vento frio para algumas partes do local, segregando a temperatura do ambiente somente em alguns pontos. A quantidade de aparelhos de ar não é sinônimo de total eficiência, isso na maioria das vezes induz a cliente ou investidor a comprar mais de um aparelho e não apenas o que seria ideal para aquele tipo de ambiente específico. Para isso, será feita uma visita técnica ao auditório onde serão feitas as devidas avaliações e uma melhor proposta a ser dada em relação ao conforto ambiental térmico.

(33)

32

2 Conceitos

Segundo o artigo “Projeto de Reabilitação térmica de um Edifício antigo em Viseu” de Steven Ferreira Fernandes da FEUP (Faculdade de Engenharia Universidade do Porto) a reabilitação térmica nada mais é do que fazer uma intervenção na estrutura de uma edificação com o objetivo de causar melhorias na economia energética e no seu conforto térmico, que nesse caso a edificação é o Auditório. A economia energética é fundamental para qualquer edifício, assim como o conforto térmico, e vários são os métodos existentes para essa patologia. Segundo o artigo de um estudante de Engenharia Civil da ISEL (Instituto Superior de Engenharia de Lisboa), essas são as formas de classificar os métodos de acordo com as estações predominantes do ano:

• Em condições de Inverno:

• a.1- Determinar, em edifícios com ocupação permanente, o fluxo de calor a fornecer e a potência do aquecimento necessária para que a sua temperatura interior seja aproximadamente constante, ou superior a determinado valor mínimo;

• a.2- Determinar, em edifícios com ocupação parcial, o fluxo de calor a fornecer e potência do equipamento necessária para que a sua temperatura interior permaneça aproximadamente constante, em torno de determinado valor limite inferior, ao longo de um determinado período do dia.

• Em condições de Verão:

• b.1- Determinar o fluxo de calor necessário evacuar do edifício e definir a potência do equipamento de arrefecimento para que a temperatura do ar interior não exceda determinado valor limite;

• b.2- Determinar a temperatura no interior do edifício, na ausência de meios de climatização artificial.

(34)

33

Figura 1 - Diagrama de ilustração do conforto térmico

Fonte: Zambrano (2018).

Segundo Oswaldo Lucon em uma matéria no site da USP (Universidade de São Paulo) o consumo energético no mundo é um problema gravíssimo e que está preocupando cientistas e pesquisadores, pois hoje aparelhos eletrônicos são ainda mais usados do que no século passado e isso tem causado a procura por soluções que diminuem esse consumo excessivo, ajudando também o meio ambiente.

Segundo o PROCEL (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), em alguns países na Europa o programa PROCEL, apresenta como das soluções, a imposição de que os futuros projetos arquitetônicos passem por uma avaliação para medir sua sustentabilidade e economia de energia e só assim serem aprovados e classificados de acordo com sua eficiência. O projeto de avaliação já chegou no Brasil com a ajuda do PROCEL e do INMENTRO (Instituto Nacional de Metrologia, qualidade e tecnologia), e até mesmo na cidade de Cuiabá, onde o Centro de Sustentabilidade do Sebrae recebeu a maior nota da categoria da avaliação, a nota A. Nada mais justo que outras edificações na cidade e no país acompanhem também esse processo de inovação sustentável, mesmo sendo um edifício já antigo como a Unic Beira Rio 1, logo já começando pelo seu auditório, que é um elemento fundamental na espaço da universidade. A seguir está a tabela feita pela PROCEL em parceria com o INMETRO, com a classificação dos projetos de acordo com seu nível sustentável e econômico classificado em A, B, C, D e E (Figura 2).

(35)

34

Figura 2 - Classificação do PROCEL

Fonte: Eletrobrás (2018).

O artigo de Reabilitação Arquitetônica, Sustentabilidade e Design, feito pela Ana Paula Oliveira de Araújo Pinheiro da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, apresenta os critérios utilizados nos diferentes países na realização do equilíbrio de energia são muito diversos.

Um edifício de energia quase zero para alcançar os seus objetivos pode dar mais ênfase aos sistemas passivos de eficiência energética ou aos sistemas de geração de energia mais ativos que utilizem fontes renováveis.

Assim, as técnicas passivas tais como isolamento térmico ou a utilização do calor solar ou do calor metabólico gerado pelos ocupantes podem conseguir que o consumo energético destinado a climatizar um edifício seja reduzido entre 70% a 90%, sem necessidade de sistemas de produção de energia.

Por outro lado, os sistemas ativos para produzir eletricidade e calor baseados em energias renováveis oferecem várias possibilidades, tais como painéis solares, turbinas eólicas, biocombustíveis, biomassa ou pilhas de combustível baseadas em hidrogénio: um edifício que só incorpore painéis fotovoltaicos pode conseguir uma redução das suas necessidades energéticas entre 15% e 30%.

(36)

35

3 Material e Métodos

De acordo com os critérios e referencial apresentado, o local em avaliação é o auditório da instituição de ensino superior UNIC (Universidade de Cuiabá), onde sua estrutura é composta de alvenaria, contendo forro de gesso em placas e para o equilíbrio térmico nove aparelhos de ar condicionados. Para avaliar este espaço utilizaremos desde normas até aparelhos de medições, obtendo comparações de materiais ou aparelhos para melhor adequação do ambiente.

A NBR 15220- Desempenho térmico de edificações, é dividia em três partes, onde na primeira mostra definições, símbolos e unidades, já a segunda mostra métodos de cálculo da transmitância térmica, da capacidade térmica, do atraso térmico e do fator solar de elementos e componentes de edificações, e a terceira e última, condiz com a parte de zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas edificações em suas respectivas zonas. Para avaliar construções já existentes deve-se fazer medições in-loco das variáveis representativas do desempenho.

Para o nosso local de estudo que está localizado na região Centro-oeste, na cidade de Cuiabá-MT, que através da NBR 15220 tem como diretrizes construtivas recomendadas na Zona Bioclimática 7. Sendo assim, é indicado as aberturas de ventilação deveram ser médias e conter sombreamento, as vedações externas devem ter paredes pesadas e cobertura leve isolada, ela nos traz também estratégias de condicionamento térmico passivo divido em duas estações do ano, já que nessa região só há essas estações bem definidas, para o verão é indicado o resfriamento evaporativo e massa térmica para resfriamento, juntamente com a ventilação seletiva (nos períodos quentes em que a temperatura interna seja superior á externa) e para o inverno vedações internas pesadas (inércia térmica).

4 Estudo e Análise do Local

O auditório acadêmico da faculdade UNIC, é precedente da realização de vários eventos, como colação de grau de formandos, palestras acadêmicas e outros acontecimentos. Com toda esta movimentação em seu interior, espera-se que tenha um clima ameno e agradável para os participantes e os visitantes terem uma boa experiência térmica no local.

O edifício tem sua fachada voltada para o SUL, onde suas aberturas não recebem nem um tipo de rajada de calor, mas, sua parede posterior, recebe uma maior radiação. Pessoas que trabalham na instituição reclamam de muito calor dentro do local, mesmo com os ares-condicionados ligados, o ambiente ainda fica abafado e “quente’’.

(37)

36

Em sua estrutura interna não á aberturas para liberar este calor que fica em seu interior, deixando o local mais abafado e até mesmo sufocante dado a variação do horário e de cada atividade realizada e também do número de pessoas que participam dessas atividades no interior do auditório.

Figura 3 - Imagem do auditório

Fonte: Os autores.

.

Figura 4 - Imagem panorâmica do auditório

Fonte: Os autores.

Figura 5 - Imagem do hall do auditório

Fonte: Os autores. Análise e proposta de readequação

(38)

37

Capacidade: 660 lugares, sendo 10 PCD Aparelhos: Nove Ares condicionados

• 36.600 BTUS • Classe D

• Consumo Energético: 81,7 Kw/h Temperatura:

• Média de 30° celsius com os ares condicionados desligados, de acordo com a ferramenta Thermometer e do aparelho medidor térmico anemômetro.

• Média de 41% de umidade, de acordo com o aplicativo HygroMeter. • Média de 27° celsius com as portas abertas e os aparelhos desligados. • Média de 25° celsius com apenas os aparelhos do fundo ligados. Mais informações pertinentes a respeito do auditório:

• O camarim não possui ar condicionado, nem janelas para a entrada do ar. • O palco não recebe ventilação de forma direta.

• O foyer contém dois aparelhos de ar do tipo janela, que emite um barulho considerável quando está em uso.

5 Considerações Finais

Foi proposto um sistema de baixo custo de condicionamento térmico com eficiência térmica e energética para utilização em auditório. O sistema proposto foi o de ar condicionado central sendo preciso retirar todos os outros nove aparelhos, trocando por três novos Ar Condicionado Split Cassete 48000 BTUs Komeco Frio 380V Trifásico KOCP 48FC. Está proposta foi desenvolvida para melhoria do auditório que está inserido na zona bioclimática do Brasil, que na cidade de Cuiabá apresenta um clima tropical de grande elevação térmica no decorrer do ano. Foi utilizado sistema de resfriamento do ar que apresentam flexibilidade de uso para diferentes estações e de fácil controle pelo usuário. Para melhor uso do sistema foi priorizado o uso de aparelhos com baixo custo que visam tornar o ambiente mais acessível e sustentável. As conclusões e decisões tomadas são para uma melhor eficiência e o alcance do conforto térmico em relação ao espaço e aos usuários. Conferindo com a medição e elencando também a sensação presencial dada pelos avaliadores deste artigo, notasse que a quantidade de ar frio naquele espaço é insuficiente não pela quantidade de aparelho, e sim pelo gasto elevado quando está em uso, além de não cobrir internamente o auditório como um todo. Com isso buscamos suprir com a deficiência através de estratégias de climatização para

(39)

38

proporcionar uma inteligibilidade ao local através da sensação e renovação do ar. Essa estratégia e solução se dá pelo uso por massa térmica para os períodos de calor evitando o aumento de gastos com energia. O sistema proposto tem facilidade e rapidez em sua instalação, sendo sua aplicação viável para condicionamento térmico em ambientes internos propicio para o silêncio, contribuindo com a egrégora das atividades que ali forem executadas.

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220: Desempenho térmico de edificações – Parte 3: zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social. Rio Janeiro, 2005.

COSTA, E. Arquitetura ecológica: condicionamento térmico. São Paulo: Edgard Blücher, 1982.

LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F.O.R. Eficiência energética na arquitetura, São Paulo: PW, 1997.

RORIZ, M. Apostila de conforto térmico. São Carlos: Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos, 1995.

(40)

39

CAPÍTULO 05

Estudo Comparativo Sobre Ocorrências de Ilhas de Calor no Município de Cuiabá-MT

Lívia Xavier Duarte: Graduanda em Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá -

Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Lucas Andrei Lopes Bernardo: Graduando em Arquitetura e Urbanismo, Universidade de

Cuiabá - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Fabiane Krolow: Mestre em Estudos de Cultura Contemporânea, Docente no Curso de

Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Marcela Cebalho: Mestranda em Engenharia de Edificações, Coordenadora do Curso Design

de Interiores, Universidade de Cuiabá

Paula Roberta Ramos Libos: Coordenadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Cuiabá.

Resumo

Devido ao incentivo dos militares em ocupar o Oeste Brasileiro, Mato Grosso recebeu muitos imigrantes, e sua capital, Cuiabá sofreu um intenso processo de urbanização sem planejamento a partir de 1970, de forma que perdeu grande parte de sua cobertura vegetal nos últimos 30 anos (MAPBIOMAS, 2019). Um reflexo disso, são as Ilhas de Calor, que são formadas quando existe intensa substituição da vegetação nativa por construções, calçamentos e pavimentação, provocando alterações na temperatura da superfície terrestre e do ar adjacente. Foram comparadas duas publicações (Maranholi e Gonzalez (2018) e Santos e Nogueira (2012), que analisaram as já formadas ilhas de calor diferentes pontos de Cuiabá. O resultado foi a respeito de sua manutenção e a paulatina mudança na temperatura da cidade que a ausência de planejamento acarretou, resultando em um crescente abandono das vias públicas

Palavras-chave: Clima Urbano. Umidade Relativa. Amplitude Térmica.

1 Introdução

A urbanização que impulsionou a economia mato grossense, a partir da década de 1970, após a “Marcha para o Oeste”, fruto de um plano militar para ocupar o estado que até então possuía pouco mais de 1 milhão de habitantes, fez de com que o município de Cuiabá fosse um ponto de apoio para a criação de polos, que hoje são os grandes impulsores agrícolas.

A colonização de cidades como Colíder, Alta Floresta, Sinop são frutos Após a intensa urbanização decorrente do impulso agrícola que o centro oeste brasileiro recebeu a partir da década de 1970, fruto da “Marcha para o Oeste”.

Devido a esse acelerado processo, Cuiabá recebeu um alto fluxo imigratório, expondo feridas que até hoje não foram sanadas, devido a parca legislação, falta de interesse dos governantes e do desconhecimento da população sobre quais os mecanismos existentes

(41)

40

reivindicar melhorias a cidade.

Uma das maiores problemáticas, vivenciadas pela população que ocupa a zona urbana de Cuiabá e atestadas através de investigações científicas, são as Ilhas de Calor, que segundo Frota e Schiffer (2001) “basicamente, são geradas a partir das modificações impostas à drenagem do solo, notadamente pelo seu revestimento por superfície de concreto e asfalto.”

Considerando os tópicos citados acima, foi desenvolvido este trabalho para analisar o avanço das ilhas de calor no perímetro urbano do município de Cuiabá com o decorrer dos anos, sendo o levantamento mais longevo datado em 1986. Por meio deste, também serão propostas possíveis soluções que forneçam subsídios e melhorias para a implantação de projetos urbanos que proporcionem o conforto ambiental para a população.

Figura 1 - Cuiabá em 1920

Fonte: Ramos ( 2002).

Figura 2 - Cuiabá em 1970

(42)

41

Figura 3 - Cuiabá atualmente

Fonte: G1 (2018).

2 Objetivos

As cidades, que como Cuiabá, apresentaram densa urbanização são frontalmente acometidas pelo efeito de Ilhas de Calor, episódio que causa o aumento da temperatura do local e diminui a umidade relativa do ar.

Portanto, a condição microclimática das cidades influência nos hábitos de deslocação, sejam de cunho recreativo ou não, dos cidadãos pedestres. Para Rodrigues e Brocaneli (2019): “[...] se faz necessário investigar como as condições microclimáticas influenciam nos hábitos diários dos cidadãos, visto que esse fenômeno aumenta os problemas respiratórios e cardiovasculares, afetando assim, a saúde da população.”

Figura 4 - Situação dos passeios urbanos

(43)

42

Como componente estruturador dos espaços urbanos, a vegetação é um elemento componente dos espaços públicos, com capacidade de alterar o microclima, a refrigeração e umidificação. Sua ausência é motivo de preocupação, tendo em vista, o objetivo deste artigo é analisar o reflexo da perda de mais de 50 mil hectares de árvores no decorrer dos últimos 30 anos (MAPBIOMAS, 2019).

Figura 5 - Gráfico de análise dos dados correntes sobre área verde em Cuiabá.

Fonte: Dados da pesquisa.

3 Conceitos

Segundo Frota e Schiffer (2001) o conceito de clima urbano é que:

Uma aglomeração urbana não apresenta, necessariamente, as mesmas condições climáticas relativas ao macroclima regional na qual está inserida. Estas alterações estão diretamente relacionadas com o tamanho e setores predominantes de atividade do núcleo urbano e podem ser dimensionadas através de avaliação comparativa com o clima do campo circunvizinho.

A ilha de Calor é uma manifestação do clima urbano, quando não há o planejamento apropriado para o local. Santos e Nogueira (2012) proferem que:

O fenômeno ilha de calor é formado através das diferenças do balanço de energia entre a cidade e o campo, sendo uma anomalia térmica, com dimensões horizontais, verticais e temporais. Suas características estão relacionadas com a natureza da cidade (tamanho,densidade de construções, uso do solo) e com as influências externas (clima, tempo e estações) (OKE, 1982). Há várias causas que originam as ilhas de calor e dentre elas destacam-se: o armazenamento de calor durante o dia na cidade, oriundas das propriedades térmicas e caloríficas dos materiais de construções

(44)

43 e sua devolução para a atmosfera durante a noite; a produção do calor antropogênico (circulação de veículos e pessoas); a diminuição da evaporação decorrente da substituição da superfície original por concreto e asfalto e a canalização fechada de rios e córregos e a menor perda de calor sensível, devido à redução da velocidade do vento originada pelas edificações.

O uso do solo urbano pode ser entendido como a interferência dos revestimentos do solo nas condições climáticas, “quanto maior for a umidade do solo, maior será sua condutibilidade térmica”. (FROTA; SCHIFFER, 2001).

Sendo o ar mau condutor térmico, quando há pouca aquosidade no solo, maior o potencial de obtenção de calor do solo, acarretando que haja maior captação de calor durante o dia, mas à noite o calor que foi armazenado volta com muita rapidez ao ambiente, acarretando na alta amplitude térmica. Este fato é bastante significativo nas modificações climáticas sentidas a nível urbano, uma vez que os materiais de revestimento do solo, não só nos calçamentos das ruas, mas a nível das edificações, alteram sobremaneira as condições de porosidade e, conseqüentemente, de drenagem do solo, acarretando alterações na umidade e pluviosidade locais. (FROTA; SCHIFFER, 2001)

4 Local de Estudo

Cuiabá, capital do Estado de Mato Grosso localizada na porção central da América do Sul, situada entre as coordenadas geográficas de 15º10’, 15º50’ de latitude sul e 50º50’, 50º10’ de longitude oeste, na região central do Brasil, às margens do rio que recebe seu nome, foi fundada por bandeirantes paulistas em 1719 época em que o ouro jorrava em abundância no local.

A cidade nasceu de um arraial denominado Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá, onde foram construídas casas, igrejas e comércio para suprir o abastecimento de seus habitantes que só tinham como ocupação a mineração.

“Com o declínio da produção aurífera nas minas no final do século XVIII ocorreu a emigração de boa parte dos habitantes da vila. A estagnação econômica, a Guerra do Paraguai (1865 – 1870) e um mal trazido pelos combatentes, ainda pior que a própria guerra, a varíola, refletiram diretamente sobre a vida da cidade.”¹ (BARROS, 2012)

Ao final do século XIX e início do século XX iniciou-se no estado o desenvolvimento da agricultura, inicialmente com a exploração da erva-mate, poaia e borracha, que veio acarretar o desenvolvimento econômico em Mato Grosso.

(45)

44

Figura 6 - Mapa altimétrico do local de estudo.

Fonte: Dados da pesquisa.

5 Clima do Local

Mato Grosso é um estado privilegiado em termos de biodiversidade, o estado é o único do Brasil a possuir três biomas de extrema importância para a sustentabilidade do ecossistema a nível global, sendo eles: Amazônia, Cerrado e Pantanal. De um lado planícies inundadas, lagos e rios habitados por uma infinidade de animais e pássaros, e de outro lado, paredões rochosos, cachoeiras, montanhas e canyons (Pantanal e Chapada).

Imerso nessa pluralidade, Cuiabá apresenta um clima que é classificado como Tropical semi-úmido, característico por inverno seco, que abrange os meses de maio a setembro e verão chuvoso, que engloba o restante do ano. Entre os meses de agosto e outubro, a estação quente predomina, com a temperatura máxima média diária acima de 34 °C.

Os dias mais quentes do ano são os de setembro, cuja temperatura máxima média é de 35 °C e a mínima média é de 22 °C. A estação seca permanece entre maio e julho, com temperatura máxima diária em média abaixo de 31 °C. Os dias mais frios do são em julho, com média de 18 °C para a temperatura mínima e 32 °C para a máxima.

Cuiabá apresenta baixa frequência e velocidade média dos ventos, devido a sua acentuada declividade topográfica em relação à outras áreas ao seu entorno.

Referências

Documentos relacionados

QUANDO TIVER BANHEIRA LIGADA À CAIXA SIFONADA É CONVENIENTE ADOTAR A SAÍDA DA CAIXA SIFONADA COM DIÂMTRO DE 75 mm, PARA EVITAR O TRANSBORDAMENTO DA ESPUMA FORMADA DENTRO DA

Promovido pelo Sindifisco Nacio- nal em parceria com o Mosap (Mo- vimento Nacional de Aposentados e Pensionistas), o Encontro ocorreu no dia 20 de março, data em que também

Esta declaração refere-se às demonstrações contábeis e suas notas explicativas de 31 de dezembro de 2020 da Universidade Federal de Jataí (Órgão 26453 / UG 156678).

Dessa forma, os níveis de pressão sonora equivalente dos gabinetes dos professores, para o período diurno, para a condição de medição – portas e janelas abertas e equipamentos

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

Esta pesquisa discorre de uma situação pontual recorrente de um processo produtivo, onde se verifica as técnicas padronizadas e estudo dos indicadores em uma observação sistêmica

O enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar em saúde, possui respaldo ético legal e técnico cientifico para atuar junto ao paciente portador de feridas, da avaliação

Se continuar a fazer o que está a fazer, duas coisas vão acontecer, ou muda a sua meta, ou começa a fazer alguma coisa diferente para ganhar mais e então reduzir o tempo de