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Análise dos Resultados de Intervenção

2. Implementação do Plano de Intervenção Pedagógico-didática

2.5. Análise dos Resultados de Intervenção

Após a lecionação de cada regência, foi aplicado aos alunos um inquérito anónimo por questionários27 (Anexo 25 - 29) para avaliar a regência em apreço. Por ser uma atividade antes da regência formal, o questionário da regência 0 visou apenas uma avaliação geral da atividade realizada. Entretanto, os questionários aplicados nas regências 1 e 2 apresentaram uma estrutura mais completa: incluem não só a parte acerca da avaliação geral das unidades letivas, como também a parte destinada à avaliação das atividades de CO. Os questionários da regência 3 procuraram avaliar os aspetos específicos das novas explorações implementadas.

Para além da análise dos dados obtidos nos questionários, recorremos ainda à observação direta da professora estagiária e aos comentários da professora orientadora e dos colegas estagiários para complementar a avaliação das regências implementadas, o que se torna, especialmente relevante e necessário, em relação à avaliação da regência 3, devido aos poucos dados recolhidos por parte dos alunos. Tendo em conta que as regências foram realizadas junto de duas turmas diferentes e de modo distinto, os resultados das regências foram analisados individualmente. Além disso, não obstante um conjunto de questões constatadas nos questionários, a nossa análise incidiu nas questões relevantes para a averiguação dos resultados sobre o desenvolvimento da compreensão oral dos alunos, atendendo ao objetivo

27 Os questionários da regência 0 e regência 1 foram aplicados em suporte de papel, enquanto que os

86 principal do nosso projeto de investigação-ação.

2.5.1. Regência 0

Na regência 0, todos os alunos da turma responderam ao questionário (Anexo 25), tendo 12 amostras28.

De forma geral, os alunos revelaram-se satisfeitos com a atividade de CO. Relativamente à questão “Pensa que as atividades foram úteis para si?”, todos afirmaram positivamente, um aluno indicou ainda que “Preciso de praticar a compreensão oral, mas é melhor aprender primeiro as palavras novas.”29.

À pergunta “Pensa que aprendeu coisas novas nesta aula?”, todos os alunos responderam afirmativamente também. Um aluno adicionou que “Aprendi pouco nas explicações sobre vocabulário necessário.”.

Em relação à pergunta aberta “O que foi mais fácil?”, registou-se as seguintes respostas: “Compreender as instruções da professora e ler.”, “Falar e ouvir.”, “Os áudios 1, 2 e 3 são fáceis e o áudio 4 é mais difícil.”, “A atividade foi fácil de fazer.”, “Aprender vocabulário.”, “Aprender mais vocabulário.” e “Compreender a professora.”. Dois alunos referiram que não houve aspetos fáceis. Portanto, ouvir, aprender vocabulário, compreender as instruções da professora estagiária foram os aspetos mais fáceis para os alunos em causa.

Enquanto à pergunta “O que foi mais difícil?”, os alunos referiram: “Gramática.”, “Algumas palavras novas.”, “´É difícil perceber os áudios mas é importante e necessário.”, “Ouvir os áudios.”, “Compreender o primeiro áudio.”, “Ouvir e compreender porque é muito rápido.”, “Ouvir o áudio com palavras novas.”, “Compreensão da pronúncia do último áudio.”, “Compreender algumas coisas dos áudios.” e “Os exercícios.”. Dois alunos não responderam. Sintetizando, percebe-se que para a grande maioria dos alunos, ouvir e compreender os áudios foram tarefas difíceis, especialmente no caso de haver mais palavras novas. Apesar disso, através

28 Um dos alunos desistiu do curso a partir do primeiro terço do curso.

da observação direta sobre o desempenho dos alunos, especialmente na correção dos exercícios, verificámos que os alunos tinham conseguido responder corretamente à maioria das perguntas colocadas.

Quanto à pergunta “No geral, gostou das atividades?”, 10 alunos responderam afirmativamente e dois deram respostas negativas.

Em relação à pergunta aberta “Do que é que gostou mais?”, obtivemos as seguintes respostas: “Aprender vocabulário útil e expressões típicas.”, “Fazer exercício, perguntas e respostas.”, “Gostei mais da técnica usada na aula de usar áudios e imagens coloridas de aspeto físico para estudar.”, “Aprender palavras novas.”, “Praticar a compreensão oral.”, “Ouvir.’, “Aprender vocabulário mais informal.”, “A professora é muito calma.” e “A maneira de falar.”. Resumindo, o que os alunos gostaram mais foi: aprender vocabulário, especialmente o mais informal, e praticar a compreensão oral.

À pergunta contrária “Do que é que gostou menos?”, os alunos referiram: “Pouco tempo para pensar.”, “O exercício realizou-se muito rápido.”, “Atividade lenta, precisa de mais dinamismo.”, “Não tem tempo suficiente para este exercício.”, “Não explicou muito vocabulário além exercícios.”, “Acho que precisa de uma revisão sobre o uso de estereótipos e ter mais sensibilidade intercultural na aula e nos materiais apresentados.” e “O uso de muitos estereótipos, alguns dos quais considero ofensivos.”. Dois alunos indicaram “Nada.”. Sintetizando, o que os alunos menos gostaram da atividade esteve relacionado com o fator do tempo, pois vários alunos afirmaram ter tido pouco tempo disponível para realizar toda a atividade. Nota-se ainda a questão de estereótipos apontada por dois alunos. É de admitir que abordar o aspeto físico possa causar mal-entendidos no caso da falta de considerações sobre a forma de abordagem, sobretudo junto dos aprendentes com diferentes contextos socioculturais. No entanto, com base nos comentários dos outros alunos e de acordo com as observações da professora orientadora e dos colegas estagiários, os materiais utilizados e as atividades realizadas não demonstraram falta de sensibilidade aos estereótipos.

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constatámos as seguintes respostas: “Melhorar a pronúncia de falar”, “Usar explicações mais simples e claras.”, “Boa preparação da atividade.”, “Bom trabalho, é melhor falar mais alto.”, “Boa preparação da atividade.”, “Muito bem, é melhor buscar exemplos mais simples para explicar diferenças entre as palavras.”, “Primeiro dar a folha de vocabulário, depois fazer os exercícios.”, “O aspeto físico é geralmente uma questão sensível, por isso é importante ser reflexivo sobre a maneira como ensinamos.” e “Tentar não reproduzir certas normas sociais que contribuem para a discriminação e a desigualdade.”. Dois alunos não responderam. Observamos que as sugestões remeteram para a explicação de palavras novas e a sensibilidade intercultural.

A partir da análise das opiniões dos alunos, pode concluir-se que, de forma geral, os resultados da atividade de CO foram positivos: a maioria dos alunos gostaram da atividade e afirmaram ter gostado de praticar a compreensão oral. No entanto, esta competência constituiu também uma dificuldade para muitos alunos. De alguma forma, esta dificuldade deveu-se ao facto do desconhecimento do vocabulário novo dos áudios, o que se revelou pertinente para a realização das regências seguintes, ou seja, estudar vocabulário novo antes da audição pode provavelmente reduzir o grau de dificuldade da compreensão oral. Relativamente a isto, a capacidade de explicar bem palavras por parte da professora estagiária também foi assinalada pelos alunos como um aspeto a melhorar. Para além disto, é preciso programar tempo suficiente para a realização das atividades de CO. Importa referir ainda que, através dos comentários dos alunos sobre a questão de estereótipos, obtivemos também mais consciência sobre a importância da sensibilidade intercultural no ensino- aprendizagem de línguas.

2.5.2. Regência 1

O questionário aplicado no final da regência 1 (Anexo 26) foi respondido por 10 alunos, de um total de 12.

Relativamente à questão “Pensa que as atividades foram úteis para si?”, todos os inquiridos responderam afirmativamente.

À pergunta “Pensa que aprendeu coisas novas nas aulas?”, 9 alunos deram respostas positivas, enquanto um aluno respondeu que não, justificando que “Foi para revisões.”.

À pergunta “O que foi mais fácil?”, os alunos referiram: “Legendar os alimentos.”, “Exercícios.”, “O vocabulário da comida é fácil.”, “Compreender.”, “Dar exemplos, discussão.” e “Vocabulário.”. Por isso, verifica-se que o vocabulário do tema de alimentação foi fácil para vários alunos.

Quanto à pergunta “O que foi mais difícil?”, obtivemos apenas três respostas: “Falar sobre as coisas da rotina.”, “Gramática.” e “O áudio.”.

Em relação à pergunta “No geral, gostou das aulas?”, todas as respostas foram positivas. À “Do que é que gostou mais?”, foram registadas as seguintes respostas: “Gostei de praticar a compreensão oral.”, “Tudo que a professora explicou.”, “Boa explicação.”, “A Dália é uma boa pessoa e preocupa-se porque percebemos tudo.”, “Gostei de tudo, explicou muito bem.”, “Conversar, dialogar, ouvir.”, “As expressões frequentes.” e “Os exercícios.”. Dois alunos não responderam. Sumarizando, os alunos mostraram-se satisfeitos com a atividade de CO e as explicações dadas pela professora estagiária.

Quanto à pergunta “Do que é que gostou menos?”, foram indicados apenas dois aspetos: “Gostei de falar.” e “Exercícios fáceis.”, tendo um dos alunos afirmado “Nada.”.

À pergunta sobre sugestões e comentários, os alunos referiram: “Eu gostei, muito bem.”, “Tudo bem.”, “Gostei muito, obrigada.”, “Melhorar a pronúncia.” e “Tudo bem.”. Assim, salvo a sugestão de melhorar a pronúncia, os alunos fizeram apenas apreciações positivas.

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Para além da avaliação geral das unidade letivas, o questionário incluiu ainda uma parte que teve como função avaliar os materiais de CO30, nomeadamente o grau de dificuldade dos recursos áudios e audiovisuais, por meio dos diferentes parâmetros.

Gráfico 9 - Grau de dificuldade do áudio de "Ida ao supermercado"

No que diz respeito ao grau de dificuldade do áudio de “Ida ao supermercado”, o Gráfico 9 evidencia que os alunos não encontraram dificuldade com a compreensão deste áudio, tendo a maioria das pessoas assinalado como “fácil” e “normal”, tanto em termos do vocabulário e sentido, como a nível da pronúncia e ritmo de fala. Consideramos que isto pode justificar-se pela pré-atividade realizada antes da audição, na qual os alunos tinham aprendido o vocabulário relacionado com o tema, facilitando assim a compreensão.

30 Devido à diferente assiduidade dos alunos nas aulas, o número de respostas desta parte foi variada.

0 1 2 3 4 5 6

Vocabulário Sentido do texto completo

Pronúncia Ritmo de fala(p.e. rápido)

Fácil de mais Fácil Normal Difícil Muito difícil

0 1 2 3 4 5 6 7

Vocabulário Sentido do texto completo

Pronúncia Ritmo de fala (p.e. rápido)

Fácil de mais Fácil Normal Difícil Muito difícil

Quanto ao áudio de “Receita de rabanadas” (Gráfico 10), a maioria dos alunos afirmou que o grau de dificuldade deste áudio foi “normal”, sobretudo a nível de ritmo de fala, no que todos os participantes chegaram a um consenso. Entretanto, a nível vocabular, os alunos manifestaram atitudes variadas, desde “fácil de mais” a “difícil”. Como já referimos, este áudio, para além de desenvolver a CO, teve como objetivo o aprofundamento da aprendizagem do item gramatical – o modo Imperativo. À pergunta “Acha que este áudio ajudou a compreender o uso de verbos no modo Imperativo numa receita culinária?”, obtivemos respostas todas afirmativas.

0 1 2 3 4 5 6

Vocabulário Sentido do texto completo

Pronúncia Ritmo de fala (p.e. rápido)

Fácil de mais Fácil Normal Difícil Muito difícil

Gráfico 12 - Grau de dificuldade do áudio de "Na pastelaria"

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Vocabulário Sentido do texto completo

Pronúncia Ritmo de fala (p.e. rápido)

Fácil de mais Fácil Normal Difícil Muito difícil

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Como se verifica através do Gráfico 11 e 12, na perspetiva panorâmica, os dois áudios de “Na pastelaria” e “No restaurante” apresentaram, para os alunos, um grau de dificuldade semelhante e demonstraram-se adequado ao nível de proficiência da esmagadora maioria dos alunos, sendo que o campo “normal” foi destacado entre as respostas. Além disso, em relação à contribuição para o desenvolvimento de outras competências, todos os inquiridos manifestaram atitudes positivas às perguntas “Acha que estes áudios ajudaram a comunicar numa pastelaria/num restaurante?” e “Acha que estes áudios ajudaram a aprender vocabulário e expressões específicas dos pedidos numa pastelaria/num restaurante?”.

Analisando os dados obtidos, consideramos que, de forma geral, a implementação da regência 1 foi bem-sucedida. Todos os alunos manifestaram ter gostado das aulas e das atividades de CO. Convém referir que vários alunos mencionaram positivamente a explicação dada pela professora estagiária, o que demonstrou um progresso em relação à regência 0. Quanto aos materiais de CO, verificamos que, exceto o áudio de “Ida ao supermercado”, que vários alunos afirmaram ser “fácil”, os restantes áudios foram considerados, pela maioria dos alunos, muito adequados ao seu nível de proficiência, ao assinalar “normal” no grau de dificuldade. Além disso, pode concluir-se ainda que os materiais de CO contribuíram também para o desenvolvimento das outras competências comunicativas, como competência gramatical, lexical e expressão oral.

A partir da observação direta, podemos também confirmar que o modelo aplicado nesta regência, isto é, desenvolvimento da competência lexical na pré-atividade, compreensão oral durante a atividade e expressão e interação oral na pós-atividade, foi aplicado com sucesso. A aprendizagem do vocabulário antes da audição facilitou imenso a compreensão dos áudios, como se pode verificar nos resultados acima analisados. Os alunos participaram positivamente nas atividades de interação oral solicitadas, mostrando a capacidade de transformar o conteúdo do input no output. No entanto, nesta regência destaca-se ainda a questão da gestão de tempo das atividades, pois na unidade letiva II, a dramatização da atividade de interação oral teve de ser adiada para a aula seguinte, devido ao pouco tempo disponível no final da aula.

2.5.3. Regência 2

O questionário aplicado no final da regência 2 (Anexo 27) foi respondido por 8 alunos, num total de 16.

Às perguntas “Pensa que as atividades foram úteis para si?” e “Pensa que aprendeu coisas novas nas aulas?”, todos os alunos responderam afirmativamente.

No que concerne à pergunta “O que foi mais fácil?”, dois alunos indicaram “Rotina diária.”, outros ainda referiram “Fazer exercícios de preencher o comics.” e “Exercícios escritos, porque preciso de tempo para responder e é mais fácil ler e compreender. Falar continua ser difícil para mim.”.

À questão “O que foi mais difícil?”, obtivemos as seguintes respostas: “É difícil ouvir o diálogo.”, “Pronúncia.”, “Compreender completamente o discurso, falar continua ser difícil.” e “Fazer frases gramaticais.”. Assim, a dificuldade dos alunos esteve relacionada com a compreensão oral, pronúncia e gramática.

Com a pergunta “No geral, gostou das aulas?”, todas as respostas foram positivas. Quanto à pergunta aberta “Do que é que gostou mais?”, registámos as seguintes respostas: “Corrigir os nossos erros de pronúncia.”, “As aulas foram muito boas.”, “Gostei do vídeo de ‘rotina diária’.”, “A Dália explicou tudo muito bem.”, “A chance de praticar a compreensão oral e falar, mas é difícil.” e “Rotina diária.”.

À questão “Do que é que gostou menos?”, obtivemos apenas uma resposta efetiva: “A Dália falou rápido para mim.”, tendo outra resposta “Eu gostei de tudo.”.

À pergunta sobre sugestões e comentários, apenas um aluno respondeu: “Entender que alguns alunos não têm competências linguísticas suficientes, de modo que ela possa desacelerar um pouco.”.

No que diz respeito aos materiais de CO, o vídeo “Rotina diária” mostrou-se adequado para o nível de proficiência da maioria dos inquiridos (Gráfico 13). No entanto, também se observa que este vídeo já constituiu um determinado grau de dificuldade para alguns alunos, em termos de pronúncia e ritmo de fala, o que também se verificou pelo comentário redigido por um aluno - “Não sou capaz de acompanhar a velocidade de fala.”. À pergunta “Acha que este vídeo ajudou a

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aprender vocabulário e expressões relacionados com a rotina diária?”, 7 alunos afirmaram “Sim” e um respondeu “Não”.

Já relativamente ao vídeo “Entrevista sobre a rotina diária”, o Gráfico 14 demonstrou que este vídeo também correspondia ao nível de proficiência da maioria dos inquiridos. Aliás, mostrou ainda menor grau de dificuldade comparando com o vídeo anterior, o que foi muito compreensível, pois o tema tinha sido abordado previamente. Todos os inquiridos responderam positivamente à questão “Acha que este vídeo ajudou a aprender vocabulário e expressões relacionados com a rotina diária?”. Deixaram ainda os comentários: “Os vídeos serviram para aprender.”, “Isto é bom.” e “Geralmente, é bom.”.

0 1 2 3 4 5 6 7

Vocabulário Sentido do texto completo Pronúncia Ritmo de fala (p.e. rápido) Fácil de mais Fácil Normal Difícil Muito difícil

Gráfico 13 - Grau de dificuldade do vídeo "Rotina diária"

0 1 2 3 4 5 6 7

Vocabulário Sentido do texto completo Pronúncia Ritmo de fala (p.e. rápido) Fácil de mais Fácil Normal Difícil Muito difícil

Face ao exposto, torna-se evidente que, em geral, a maioria dos alunos revelou-se satisfeito com a regência em apreço. Com base na observação direta na sala de aula, constatámos ainda que os alunos, na generalidade, tinham conseguido realizar as atividades planificadas. Especialmente na unidade letiva II, devido ao imprevisto do confinamento social, as atividades tiveram de ser realizadas online. Mesmo assim, os alunos esforçaram-se por completar todas as tarefas, tanto os trabalhos realizados no Google Classroom, como as atividades de expressão e interação oral no WhatsApp. Os dois vídeos criados mostraram-se adequados ao nível de proficiência dos alunos. Por serem semiautênticos, conseguiram também captar a maior atenção dos alunos e assim contribuíram para a realização bem-sucedida das atividades de CO. Porém, é de notar que houve alunos que tiveram um determinado grau de dificuldade relativamente à velocidade de fala dos vídeos utilizados e da professora estagiária.

2.5.4. Regência 3

Na regência 3, aplicámos dois questionários, sendo um deles depois da realização da atividade II (Anexo 28) e outro após a atividade IV (Anexo 29). Porém, foram recolhidas poucas respostas aos questionários, especificamente, apenas duas respostas em ambos os inquéritos. Por conseguinte, os dados obtidos através dos questionários não nos permitiram fazer uma avaliação completa sobre a regência 3, na perspetiva dos alunos. Neste caso, optámos por recorrer à observação direta e aos comentários da professora orientadora e dos colegas estagiários para apurar os resultados das atividades levadas a cabo na regência 3.

A atividade I e II basearam-se principalmente na realização autónoma dos exercícios de vídeo interativo, com recurso a dois vídeos autênticos. Tendo em consideração a dificuldade dos materiais autênticos e o nível de proficiência dos alunos, na fase da planificação, procurámos diminuir o grau de dificuldade das tarefas. Assim, uma das coisas que fizemos foi a criação de uma série de flashcards para cada atividade. Consequentemente, baseado nas respostas de dois inquiridos e na parte do esclarecimento de poucas dúvidas na aula, assumimos que os alunos conseguiram

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estudar de forma autónoma as palavras novas com flashcards, quer dizer, conseguiram compreender o significado das palavras através dos áudios, imagens e frases de exemplo. Evidentemente, isto beneficiou imenso a compreensão em relação aos vídeos. Além disto, os dois inquiridos dos questionários afirmaram ter gostado de estudar as palavras por meio de flashcards.

Quanto aos exercícios de vídeo interativo, na generalidade, os alunos conseguiram realizar de forma bem sucedida os exercícios, a maioria dos alunos teve respostas erradas em duas ou três perguntas, tendo um ou dois acertado na totalidade. À pergunta “Conseguiu responder às perguntas na primeira visualização?”, os únicos dois inquiridos responderam de forma negativa. A partir disto, é possível inferir que para a maioria dos alunos, a compreensão oral na primeira vez não foi muito completa. Assim, tornou-se evidente a necessidade de visualizar mais vezes o vídeo após a realização do exercício, como foi proposto nas tarefas. Em relação a este aspeto, um dos colegas estagiários destacou também as múltiplas visualizações recomendadas aos alunos no sentido de terem uma compreensão mais completa do vídeo.

No que toca ao grau de dificuldade dos dois vídeos autênticos, através de duas amostras de questionários, é possível constatar que os alunos sentiram mais dificuldade a nível da pronúncia e ritmo de fala, do que a nível do vocabulário e sentido do texto completo. Isto pode justificar também os resultados otimistas obtidos pelos alunos nos exercícios. Apesar de os discursos autênticos apresentarem mais dificuldades a nível da pronúncia e ritmo de fala, a compreensão do sentido global do texto pode ser garantida, desde que as tarefas estejam de acordo com o