Para cada um dos 10 cenários sísmicos estudados, verificou-se quantas vezes ocorreram situações de “ausência de alarme/vigilância”, “vigilância” e “alarme”, nas duas regiões e dois períodos de tempo analisados. Registaram-se os resultados no quadro 5.2.1.2.2.1. (Cada • representa uma ocorrência da correspondente situação).
C.I. nº ausência de
alarme/vigilância vigilância alarme
1 • • • • 2 • • • • 3 • • • • 4 • • • • 5 • • • • 6 • • • • 7 • • • • 8 • • • • 9 • • • • 10 • • • •
Quadro 5.2.1.2.2.1 - Situações que ocorreram nos 10 cenários sísmicos estudados
Verifica-se que as situações menos preocupantes correspondem aos cenários números 2 e 4, em que, ambos os valores de Gi-2 e Gi-1 têm um valor “médio”, o valor de Dti-1 é “elevado” e Ei-1 tem
um valor “médio”.
Note-se que nas condições iniciais nºs 1 a 4, Gi-2 e Gi-1 têm valores “médios, Ei-1 tem um valor
“médio” , distinguindo-se os quatro cenários nos valores de Dti-2 e Dti-1. Os dois cenários menos
preocupantes encontram-se entre estes.
As situações mais preocupantes correspondem aos cenários sísmicos números 6, 8 e 9. Nestes cenários, registou-se sempre um valor de gaCI correspondente a uma situação de alarme.
Os cenários números 6 e 8 encontram-se entre o conjunto de condições iniciais cujos valores de Dti-2 e Dti-1 são “médios” e Ei-1 tem um valor “médio”. Nas condições iniciais correspondentes ao
cenário número 6, Gi-2 tem um valor “baixo” e Gi-1 um valor “alto”, ao passo que nas condições iniciais
correspondentes ao cenário número 8 ambos os valores de Gi-2 e Gi-1 têm valores “elevados”. De
notar a contribuição de valores elevados de magnitude da(s) última(s) ocorrência(s) para situações de alarme associadas ao precursor Condições Iniciais.
Por último a situação número 9, em que Dti-2 e Dti-1 são “médios”, Gi-2 e Gi-1 também são
“médios” e Ei-1 tem um valor “baixo”, provocou também uma situação de alarme associada ao
precursor Condições Iniciais. Tal significa, que se deve dispensar especial atenção a situações em que, tanto Dti-2 e Dti-1 como Gi-2 e Gi-1 têm valores próximos do valor médio das correspondentes
Estudaram-se 10 tipos de condições iniciais (ver quadro 5.2.1.2.1.2), cujos valores foram gerados aleatoriamente dentro de certos intervalos. Estes 10 tipos de condições iniciais constam essencialmente de três tipos:
1º Grupo - condições iniciais nºs 1 a 4, em que Gi-2 e Gi-1 têm valores próximos do valor
médio da distribuição empírica de G e Ei-1 tem um valor “médio”. Os quatro cenários
distinguem-se pelos valores que Dti-2 e Dti-1 podem tomar.
2ª Grupo - condições iniciais nºs 5 a 8, em que Dti-2 e Dti-1 têm valores próximos do valor
médio da distribuição empírica de Dt e Ei-1 tem um valor “médio”. Os quatro cenários
distinguem-se pelos valores que Gi-2 e Gi-1 podem tomar.
3º Grupo - condições iniciais nºs 9 e 10, em que, tanto Dti-2 e Dti-1 como Gi-2 e Gi-1 têm
valores próximos do valor médio das correspondentes distribuições empíricas. Os dois cenários distinguem-se pelos valores que Ei-1 pode tomar.
Verifica-se que, o menor número de situações de alarme se verificou no 1ª Grupo e o maior no 2ª e 3ª Grupos.
As situações mais preocupantes são aquelas em que a(s) última(s) ocorrência(s) têm valores elevados de magnitude. Merece ainda especial cuidado o cenário sísmico em que, tanto Dti-2 e Dti-1
como Gi-2 e Gi-1, têm valores próximos do valor médio das correspondentes distribuições empíricas,
5.3 - Conclusão
Apresentou-se uma metodologia que permite determinar o grau de alarme do precursor Condições Iniciais - gaCI.
Construiu-se um modelo que, para cada valor de
s
- número médio de ocorrências demagnitude maior ou igual a G0, que ocorreram na região X, durante o período de tempo T0, sabendo- se que se partiu de um determinado cenário sísmico, faz corresponder um valor de grau de alarme
do precursor Condições Iniciais.
cenário sísmico grau de alarme do precursor
Condições Iniciais
cenário sísmico normal ausência de alarme/vigilância
cenário sísmico moderadamente
preocupante
vigilância
cenário sísmico preocupante alarme
Figura 5.3.1 - Relação de
s
com gaCIA cada valor de
s
deve ser associado um grau de alarme, de tal modo que, quanto maior fors
maior seja o grau de alarme.Utilizou-se a teoria dos Conjuntos Vagos para definir conjuntos associados às variáveis
s
egaCI, bem como regras lógicas que os associem.
Estudaram-se duas regiões sísmicas:
• Lisboa (a que correspondem a zonas sísmicas números 1 e 7) e • Andaluzia (a que correspondem a zonas sísmicas números 2 e 3)
e dois horizontes temporais: 7 e 15 dias, tendo-se considerado apenas os sismos com magnitude Richter maior ou igual a 4.
Efectuaram-se experiências com condições iniciais reais (que ocorrerem na Península Ibérica e constam do catálogo (Sousa, Martins e Oliveira, 1992) e condições iniciais fictícias (cujos valores foram gerados aleatoriamente dentro de certos limites).
Das 12 condições iniciais reais utilizadas, 6 para cada região estudada, 4 precederem sismos de fraca magnitude (valores de magnitude entre 3 e 4) e 8 precederam sismos de forte magnitude (valores de magnitude superior ou igual a 5).
O modelo desenvolvido neste capítulo foi calibrado com base nestas 12 condições iniciais reais, e no pressuposto de que:
• condições iniciais que precederam sismos de fraca magnitude devem produzir situações de ausência de alarme/vigilância ou situações de vigilância;
• condições iniciais que precederam sismos de forte magnitude devem produzir situações de alarme/vigilância ou situações de alarme;
Tanto para as condições iniciais reais como para as condições iniciais fictícias, efectuaram-se 10000 simulações do processo de ocorrências sísmicas na Península Ibérica, contabilizando-se as ocorrências de magnitude maior ou igual a 4.