Análise Situacional do Esgotamento Sanitário

A análise situacional do Esgotamento Sanitário de Várzea da Palma foi realizada utilizando-se os resultados do universo do Censo Demográfico 2010.

Na Tabela 42 são apresentadas algumas informações que caracterizam o destino dado pela população aos esgotos sanitários domésticos gerados.

Tabela 42: Destino do esgoto sanitário da população de Várzea da Palma.

Localização /

Rudimentar Vala Rio, Lago ou Mar

Fonte: Censo Demográfico – IBGE, 2010.

Antes de apresentar os dados é importante apresentar algumas das informações contidas na publicação do IBGE (2010) que acompanha a divulgação dos resultados do Censo. O Tipo de Esgotamento Sanitário “rede geral de esgoto ou pluvial”

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relaciona a coleta de dejetos (banheiro) e das águas servidas (lavatórios de banheiros, cozinhas e outras instalações hidro sanitárias), além disso, não significa que tal esgoto é tratado. As demais tipologias são basicamente para coleta dos dejetos, sendo as águas servidas, em geral, lançadas a céu aberto.

Na Tabela 43 é apresentada a quantidade de domicílio particular permanente (exclusivo à habitação) por tipologia, caracterizando a forma utilizada pelos moradores de cada domicílio.

Tabela 43: Quantidade de domicílios por tipo de esgotamento sanitário.

Localização /

Rudimentar Vala Rio, Lago ou Mar

Fonte: Censo Demográfico – IBGE, 2010.

Analisando-se os dados apresentados anteriormente pode-se verificar que 2,4%

(846 habitantes) dos habitantes de Várzea da Palma não possuem banheiro em suas residências, o que demonstra a falta da unidade mais elementar no que diz respeito ao adequado acesso da população aos serviços de Esgotamento Sanitário e que ilustra um pouco as condições precárias de saneamento básico que uma parcela da população brasileira vive. Estes habitantes estão distribuídos em 294 domicílios (2,7% do total), estando a grande maioria deles localizados na zona rural do Município.

Dentre as cinco principais formas de acesso ao esgotamento sanitário definido pelo IBGE a que predomina na zona urbana de Várzea da Palma é a fossa rudimentar, pois 84,2% (26.353 habitantes) da população urbana despejam seus esgotos nestas estruturas. Já na zona rural predominam as fossas rudimentares por estarem presentes em 82,8% dos domicílios, abrangendo 3.743 habitantes, ou seja, 83,3%

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da população rural. Considerando a totalidade do Município predominam as fossas rudimentares representando 84% da população total (30.096 habitantes).

Em 2015, segundo dados fornecidos pela COPASA, na área urbana, o número de ligações à rede coletora de esgotos é de 1.866 (20,05%). A Tabela 44 mostra a evolução de adesão à rede coletora no período de 2008 a 2013. Verifica-se um aumento gradativo do índice de esgotos coletados, embora este percentual ainda seja bastante baixo.

Tabela 44: Informações sobre população atendida por esgotamento sanitário

Ano

No tocante a infraestrutura construída que mais se aproxima aos objetivos definidos pela Lei nº 11.445/2007 para o Esgotamento Sanitário, pode-se destacar o tipo de esgotamento “rede de esgoto ou pluvial” definido pelo IBGE, pois caracterizaria a coleta e o transporte dos esgotos. Em Várzea da Palma existem apenas 1.143 domicílios (10,6%) dispondo seus dejetos e águas residuárias em rede de esgoto ou pluvial, ou seja, são 3.846 habitantes (10,7%) utilizando-se dessa forma de disposição.

Na Figura 45 apresentam-se, de forma espacializada por setor censitário, a distribuição da quantidade domicílios atendidos com rede de esgoto ou pluvial. A título de caracterização dos setores censitários foram inseridas as localizações de importantes localidades rurais.

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Figura 45: Domicílios com esgotamento sanitário tipo rede geral de esgoto ou pluvial.

Fonte: Adaptado por GESOIS. IBGE, 2010.

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Observando a figura anterior é possível constatar que apenas os setores onde se localizam a Sede Urbana e o Distrito de Guaicuí existem uma quantidade de domicílios superior a 91 unidades atendidas com rede geral de esgoto ou pluvial. A grande maioria dos demais setores não possui nenhum domicílio com esta tipologia de esgotamento.

Após apresentadas informações sobre os domicílios que lançam seus esgotos em rede geral, na Figura 46 ilustram-se aqueles que utilizam fossas rudimentares.

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Figura 46: Domicílios com esgotamento sanitário por fossa rudimentar.

Fonte: Adaptado por GESOIS. IBGE, 2010.

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Através da análise da figura anterior é possível perceber que tanto nas áreas urbanas, quanto rurais há uma utilização em massa das fossas rudimentares. Em 19 setores urbanos o percentual de cobertura chega a registrar índices superiores a 90% de utilização dessa estrutura de esgotamento sanitário, já em setores rurais tal quadro permanece inalterado, pois esse número também é superior a 90%, em 4 dos 11 setores cadastrados.

Já na Figura 47 ilustram-se as regiões onde está localizado o maior número de domicílios sem banheiro de uso exclusivo dos moradores.

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Figura 47: Domicílios sem banheiro exclusivo.

Fonte: Adaptado por GESOIS. IBGE, 2010.

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A partir da Figura 47 anterior percebem-se quais regiões do Município tem o maior déficit em relação a banheiros particulares.

Na Tabela 45 a seguir é apresentada uma análise comparativa dos níveis de cobertura de acordo com os tipos de esgotamento sanitário utilizado pela população residente em domicílios particulares permanentes (), entre os Municípios de Buritizeiro, Francisco Dumont, Jequitaí, Lagoa dos Patos, Lassance, Pirapora e Belo Horizonte.

Tabela 45: Tipos de esgotamento sanitário da população de Várzea da Palma e outros Municípios Mineiros.

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1 O resultado de alguns setores censitários não foram publicados o que altera um pouco as informações.

Analisando-se as informações expostas na tabela anterior é possível notar que o Município de Várzea da Palma é o que apresenta, percentualmente, o quarto menor déficit de banheiros exclusivos para a população, pois 2,4% dos cidadãos não possuem sanitários frente aos 0,05% de Belo Horizonte, 0,6% de Pirapora e 1,5% de Buritizeiro.

Todos os municípios analisados com exceção de Belo Horizonte possuem como principal tipologia para o esgotamento sanitário as fossas rudimentares. Em Várzea da Palma o percentual chega a 84% da população total, em Pirapora a 78,6%, em

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Lassance 90,4%, Jequitaí 87%, Buritizeiro 95,2%, Lagoa dos Patos 88,8% e Francisco Dumont 76,5%.

No tocante ao esgotamento por rede de esgoto ou pluvial Flores apresenta a terceira melhor cobertura (10,7%) sendo menor, apenas, que os Municípios de Pirapora (15,5%) e Belo Horizonte (95,2%). Desse modo os Municípios de Lassance, Jequitaí, Buritizeiro, Lagoa dos Patos e Francisco Dumont apresentam uma cobertura por rede inferior a Várzea da Palma.

Importante ressaltar que dentre os Municípios avaliados, Várzea da Palma apresenta o melhor IDHM, perdendo apenas para Pirapora. Densidade demográfica superior a todos os municípios, com exceção de Pirapora. PIB Per Capita superior, a todos os municípios, com exceção apenas de Pirapora e Lassance, respectivamente. . Dessa forma, em relação aos seus Municípios limítrofes, e a Belo Horizonte, as variáveis em análise (IDHM, densidade demográfica e PIB Per Capita) são favoráveis a indicação de melhores serviços de Saneamento Básico.

A utilização de fossas sépticas em Várzea da Palma é, percentualmente, maior que Jequitaí, Lagoa dos Patos e Belo Horizonte, esta que seria a melhor forma de destinação dos dejetos e águas residuárias quando ainda não existe a infraestrutura adequada de coleta, transporte e tratamento dos esgotos sanitários.

Cabe colocar ainda, segundo informações do SNIS, que até 2013 a capital mineira, Lagoa dos Patos, Várzea da Palma e Francisco Dumont possuíam tratamento de uma parcela dos esgotos coletados, a saber, 89,3%, 95,6%, 98,1% e 98,8, respectivamente. O município de Pirapora, no mesmo ano, possuía tratamento de todo esgoto coletado. Vale mencionar que o volume de esgoto coletado é inferior ao volume faturado. A análise engloba apenas os Municípios inseridos na análise, mencionados acima, além de Buritizeiro, que não possuía serviço de coleta e tratamento de esgoto, e ainda Jequitaí e Lassance que não apresentaram informações referentes ao tratamento de efluentes sanitários.

No âmbito do Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) (MCIDADES, 2013) Várzea da Palma encontra-se com déficit (atendimento precário) no setor de

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Esgotamento Sanitário. Conhecendo a realidade de Várzea da Palma, pode-se afirmar que praticamente 100% da população é atendida com déficit.