Figura 23: Revestimento feito com a composição padrão. (Imagem do autor)
Figuras 26 e 27: Produto final dos filitos F3 e F4 e suas respectivas composições. (Imagem do autor)
Figura 30: Comparação entre C4 (pior produto), C6 (composição com o filito usado atualmente pela empresa) e C7 (composição de melhor desempenho); Figura 17: Semelhança entre C1 (composição
padrão) e C7 (composição de melhor desempenho). (Imagem do autor)
As fotos evidenciam um maior aparecimento de defeitos nas composições C2, C3, C5 e C6, devido a baixa dilatação das matérias-primas. Essas amostras apresentaram furos e pequenos rasgões. A composição C7 não apresentou defeitos, sendo ela a mais parecida visualmente coma a amostra padrão. A C4 apresentou o pior desempenho.
Apesar da C6 ter tido bons resultados nos testes, sua dilatação não foi suficiente para que não haja defeitos no produto final. Essas peças defeituosas são vendidas a preço de custo de produção e não dão o lucro esperado a empresa. Assim, peças que não apresentem defeitos, como a C7 e a C1 (amostra padrão) são vendidas a um preço mais alto que as demais. O bom desempenho da C7 em relação ao aspecto visual se dá devido a sua excelente dilatação, que acompanha a dilatação do esmalte, chamado acordo esmalte- suporte.
7 CONCLUSÕES
Para conseguir trabalhar obtendo os menores custos de produção, avaliamos as seguintes características: é necessário chegar a uma menor quantidade de resíduo possível, para que tenha uma melhor praticidade na moagem e menor desgaste do maquinário. A composição que mais se aproximou da formulação padrão foi a referente ao filito F4 (C5).
Os valores de umidade ideais estipulados pela empresa para que haja uma boa conformação estão entre 8,3 e 8,6%. Valores menores de umidade demandarão menos energia do secador, portanto, a formulação C6 desempenhou melhor função comparada a C1.
Os resultados obtidos mostram valores inversamente proporcionais de absorção e carga de ruptura. Os filitos F5 e F6 possuem essa característica de absorção mais baixas que os demais, precisando de forças maiores, sendo a formulação referente ao F6 mais adequada em relação a amostra padrão.
De acordo com a NBR 13818, a composição C4 não pode ser utlizada para a fabricação de revestimentos semi porosos, sendo considerado um material poroso, como mostrado na tabela 3.
Quanto a retração, quanto menor esse valor, maior tende a ser a temperatura utilizada no forno para que a peça final alcance o tamanho desejado. Assim, entre as duas formulações que mais se aproximaram da amostra padrão (C6 e C7), a C6, referente ao filito F5, exigirá menor energia do forno durante o processo de sinterização.
Valores mais baixos de perda ao fogo são ideiais para que haja um menor consumo de matéria prima. A formulação referente ao filito F6 apresentou melhor resultado de perda ao fogo comparado a formulação padrão.
Para não haver uma grande quantidade de defeitos na peça, como explicado anteriormente, é preciso optar por materiais que possuam dilatação maior. O gráfico apresentado mostra que a C7 possui uma maior dilatação, muito parecida com a da C1, referente a amostra padrão.
Os filitos F2 e F5 possuem composições muito parecidas, evidenciadas, de acordo com a tabela 7, por serem encontrados em jazidas próximas. De acordo com a tabela 6, a única desvantagem do F2 em relação ao F5 é uma maior perda ao fogo
Análises visuais mostram que, apesar dos resultados experimentais positivos do filito F5 em relação a umidade, retração e absorção, o mesmo apresentou muitos defeitos na peça esmaltada. Sendo assim, o filito F6 se torna a melhor alternativa dentro da massa cerâmica, aliando seu custo de processo ao excelente desempenho do produto final, atendendo a todos os aspectos. Houve maior aparecimento de defeitos nas composições C2, C3, C5 e C6, com furos e pequenos rasgões. A composição C7 não apresentou defeitos. A C4 apresentou o pior desempenho.
Em relação as demais matérias primas, pode-se observar que, apesar de barato, os filitos F1 e F2 não apresentam boa dilatação, o que pode gerar defeitos com o passar do tempo. Além disso, o quartzo presente na composição do F5 causa entupimento do moinho, parando a produção.
O filito F4 apresentou um bom desempenho nos testes, porém sua jazida não possui uma estabilidade adequada em relação ao controle de umidade, podendo variar ao longo do tempo.
Não é possivel trabalhar com o F3, pois o mesmo não fundiu e se degradou ao longo do processo.
De acordo com a tabela 8, os filitos que apresentam menor preço são F3 e F4, que também estão a uma menor distância da fábrica. O filito F6 possui maior custo e maior distância.
SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Descobrir a causa do entupimento do moinho pendular, causado pela F5;
Fazer testes com outras porcentagens de matérias primas na composição;
Fazer um estudo mais aprofundado das características de MP1 e MP2;
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