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Mediante a conclusão da coleta dos dados, teve início o processamento dos dados coletados através da digitação e processamento no programa SPSS 21.0.

A análise estatística das variáveis categóricas foi através de descrição dos números absolutos (n°) e relativos (%) e para as variáveis quantitativas. A leitura ocorreu por meio da medida de posição (média) e de variabilidade (desvio padrão), teste de associação do ҳ² (Qui-quadrado) que verificou a associação das variáveis entre as categorias identificadas e o teste “t” para as amostras independentes verificou as diferenças das médias. Em ambos os testes, o nível de significância será de 5%.

4.8 ASPECTOS ÉTICOS

O trabalho foi submetido à apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Católica de Brasília (UCB), CAAE: 02422612.8.0000.0029, tendo como situação parecer APROVADO, de acordo com a determinação da Resolução n. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (ANEXO-B).

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS

A amostra do estudo foi composta por 80 indivíduos. Previamente, estabeleceu-se a divisão dos sujeitos em duas categorias: heterossexuais, para os que se auto-declararam homens e homossexuais, para os que afirmaram ser gays. Em busca do equilíbrio da amostra, intencionalmente optou-se pela prevalência de 40 (50%) pessoas de cada grupo.

1 - Resultados relativos ao questionário sócio econômico (APENDICE – A)

Em relação à faixa etária, há uma prevalência significativa de pessoas com idade de 50 a 60 anos, sendo 58 (73,42%) do total. Dos demais, 17 (21,52%) possuem de 61 a 70 anos e apenas 4 (5,06%) têm 70 anos ou mais. Portanto, observa-se uma maior prevalência de idosos “mais jovens” ou com idade menos avançada na pesquisa.

Essa prevalência de idosos “mais jovens” talvez se explique pelo próprio critério de inclusão da amostra que é a auto-declaração sobre a opção sexual e também pelo ambiente onde se selecionou a amostra como reuniões de grupos gays. A questão da sexualidade tende a ter pouca significância, seja por aspectos físicos ou psicológicos, com o passar dos anos e a chegada da velhice avançada.

Apesar de autores como Santos (2006) defenderem que não é correto afirmar que os idosos percam a capacidade de amar ou de ter uma vida sexual, esse mesmo autor considera a influência da hereditariedade e das relações sociais e culturais na sexualidade dos idosos. Nesse contexto, a sociedade moderna ainda é envolta de preconceitos e restrições que fazem o idoso, principalmente, aqueles bem mais velhos negarem a sua sexualidade e mesmo a sua capacidade de envolvimento afetivo e emocional. Este pode ser um fator determinante para que uma grande maioria de idosos mais jovens prevaleça em um estudo sobre qualidade de vida de homossexuais.

Em relação ao estado civil, um dado importante é o equilíbrio entre a quantidade de casados e solteiros, ou seja, 35 (43,75%) de participantes para cada grupo. No que se refere às demais categorias, 5 (6,25%) são viúvos, 3 (3,75%) possuem União Estável, 3 (1,25%) são divorciados e 1 (1,25%) é convivente.

Considerando que a amostra contém 50% de heterossexuais e 50% de homossexuais, os dados obtidos em relação ao estado civil podem evidenciar que ser solteiro não significa necessariamente uma opção, mas um impedimento religioso e/ou legal. Pois, no Brasil, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é proibido pela Igreja a qual, segundo Alves (2006), promove a exclusão religiosa da homossexualidade.

Como afirmou Araújo (2013), a partir de 2011 o Supremo Tribunal Federal passou a autorizar a união estável entre pessoas do mesmo sexo e o art. 1.723 do Código Civil, que dispõe sobre a união estável deixou de se restringir à relação homem e mulher, possibilitando a formalização do casal homoafetivo. A conversão da união estável em casamento civil ou a habilitação direta só passou a ser autorizada com a Resolução n. 175 do STF de 14 de maio de 2013. Portanto, esses novos acontecimentos históricos poderão tornar o casamento uma opção para os homossexuais brasileiros, uma vez que o impedimento legal restringia o direito dessas pessoas e os obrigavam a permanecer solteiros.

Nesse sentido, tornou-se essencial o estudo detalhado do perfil da amostra de acordo com cada grupo em estudo para melhor detalhar os aspectos relacionados ao estado civil (ver Tabela 1).

Quanto à escolaridade, um pouco mais da metade dos participantes ou 42 (52%) possuem ensino médio incompleto ou completo e uma parcela significativa ou 25% concluíram algum curso superior. Portanto, observa-se um bom nível de escolaridade entre os participantes, principalmente, ao se considerar que o estudo envolve pessoas de 50 anos ou mais, as quais viveram uma época de dificuldade de acesso à escola muito maior do que na atualidade. O perfil da escolaridade evidenciou ainda que 11 (13,75%) possuem ensino fundamental incompleto e completo, apenas 6 (7,50%) deixaram de concluir um curso superior e somente 1 (1,25%) é analfabeto.

Ao se tratar da renda mensal, observou-se que a amostra é composta, principalmente, por pessoas da classe média, uma vez que 34 (42,50%) ganham de 2 a 5 salários mínimos e 21 (26,25%) têm renda de 1 a 2 salários mínimos, enquanto que 15 (18,75%) possuem renda de 5 a 10 salários mínimos, sendo que apenas 8 (10%) situam-se na classe mais baixa com até 1 salário e somente 2 (2,50%) dos sujeitos estão em melhores condições de ganhos com mais de 10 salários mínimos de renda mensal.

Com o propósito de se obter os detalhes da amostragem por grupo, de modo a se estabelecer o Perfil dos idosos homossexuais e dos heterossexuais, realizou-se o detalhamento tomando por base a opção sexual dos envolvidos na pesquisa, como se demonstra na Tabela 1:

Tabela 1 - Características sociodemográficas na amostra de idosos homossexuais e heterossexuais por opção sexual, faixa etária, escolaridade, renda mensal no município de Teresina - PI – dez. 2012 – jun. 2013

Opção sexual Total

Heterossexuais Homossexuais Nº %

% %

Faixa etária ... 50 a 60 anos 31 79,49 27 67,50 58 73,42 61 a 70 anos 6 15,38 11 27,50 17 21,52 70 e mais anos 2 5,13 2 5,00 4 5,06 Estado civil ... Solteiro 2 5,00 33 82,50 35 43,75 Casado 34 85,00 1 2,50 35 43,75 Viúvo 4 10,00 1 2,50 5 6,25 Divorciado - - 1 2,50 1 1,25 União Estável - - 3 7,50 3 3,75 Convivente - - 1 2,50 1 1,25 Escolaridade ... Ensino fundamental

incompleto/ completo 6 15,00 5 12,50 11 13,75 Ensino médio incompleto/ completo 25 62,50 17 42,50 42 52,50 Superior incompleto 4 10,00 2 5,00 6 7,50 Superior completo 5 12,50 15 37,50 20 25,00 Analfabeto - - 1 2,50 1 1,25 Renda mensal ... Até R$ 678,00 1 2,50 7 17,50 8 10,00 R$ 678,01 a R$ 1.356,00 10 25,00 11 27,50 21 26,25 R$ 1.356,01 A R$ 3.390,00 18 45,00 16 40,00 34 42,50 R$ 3.390,01 a 6.780,00 11 27,50 4 10,00 15 18,75 Mais de R$ 6.780,00 - - 2 5,00 2 2,50 Total ... 40 100,00 40 100,00 80 100,00

Fonte: Pesquisa Direta.

Detectou-se a grande prevalência de idosos na faixa de 50 a 60 anos para ambos os grupos, uma vez que 31 (79,49%) dos heterossexuais e 27 (67,50%) dos

homossexuais situam-se na referida faixa etária. Porém, na faixa etária de 61 a 70 anos há maior prevalência de homossexuais do que heterossexuais, sendo 11 (27,50%) e 6 (15,38%), respectivamente. Além disso, há o equilíbrio na faixa etária de 70 anos ou mais com 2 (5%) dos participantes de cada grupo.

Em relação à faixa etária, é preciso ressaltar o preconceito contra os idosos homossexuais por causa da idade e da negação da sua sexualidade, fatores ressaltados por Vieira e Medeiros (2012). Se ser homossexual no Brasil é uma opção difícil de se declarar, que exige muita coragem e certeza das suas convicções, ser homossexual e idoso tornou-se um tabu muito mais complexo, frente aos preconceitos que envolvem os organismos sociais.

Em relação ao Estado Civil, observou-se a grande prevalência de solteiros no grupo dos homossexuais 33 (82,50%) e a considerável ocorrência de pessoas casadas no grupo dos heterossexuais 34 (85%), assim como, maior número de viúvos nessa categoria com 10% do total de pessoas que se relacionam com o sexo oposto contra 1 (2,50%) de viúvos cuja opção sexual é a homossexualidade.

Esses dados confirmam as suspeitas evidenciadas na Tabela 1 em relação ao casamento com pessoas do mesmo sexo. Ser solteiros não é exatamente uma opção, mas um impedimento religioso e legal. Além disso, a própria Igreja católica mas também a evangélica e o Islamismo nega a homossexualidade e a sexualidade do idoso (ALVES, 2006; SANTOS, 2006), existem tabus e preconceitos históricos expostos por Trevisan (2011). Cabe ressaltar que o advento da AIDS evidenciado, entre outros autores, por Terto Júnior (2002), aumentou consideravelmente a resistência social contra a homossexualidade.

Assim, somente na década de 1980, é que ideias transformadoras baseadas em pensadores como Michael Foucault e a luta dos movimentos sociais iniciadas na década de 1970 destacados por Carrara e Simões (2007), conseguem obter avanços em relação ao rompimento de preconceitos e conquistas de direitos adquiridos pelos homossexuais. Todavia, no Brasil, as pessoas com opção sexual pela homossexualidade, especialmente o idoso, como enfatizou Silva (2007), ainda viveram à margem da sociedade por longos anos.

Um exemplo disto é o fato dos estudos reprodutivos da década de 1990 se focarem apenas nas mulheres e desconsiderarem a relação familiar homossexual, especialmente, na terceira idade como problematizou Alves (2010). Além disso, enquanto a União Civil entre homossexuais ganhava espaço na Europa na década

de 1990, como expôs Mello (2005), essa conquista ainda é uma novidade para o Brasil.

No quesito escolaridade observa-se que os homossexuais apresentam-se em vantagens em relação aos heterossexuais. Pois, apesar de 25 (62,50%) dos heteros e 17 (42,50%) dos homossexuais possuírem ensino médio incompleto ou completo, na primeira categoria apenas 5 (12,50%) possuem curso superior completo, enquanto que 37,50% dos gays possuem esse grau de escolaridade. Além disso, a maioria de ambos os grupos possuem renda de 2 a 5 salários mínimos, com 18 (45%) de heteros e 16 (40%) de homossexuais, sendo que os primeiros possuem maior número de pessoas com ganhos de 5 a 10 salários mínimos 11 (27,50%), enquanto que apenas 4 (10%) dos homossexuais possuem essa renda.

Pelo perfil em estudo, é possível observar que os homossexuais, em sua maioria, são idosos mais jovens de 50 a 60 anos, solteiros. Possuem bom grau de escolaridade, com ensino médio ou superior completo, e renda mensal de 2 a 5 salários mínimos, pertencendo à classe média de distribuição de renda.

Em busca da adequada identificação do nível de qualidade de vida dos idosos homossexuais, a pesquisa teve como critério a observância aos hábitos de vida dos sujeitos. Portanto, questionou-se acerca do tabagismo, conforme expõe Tabela 2:

Tabela 2 – Resultados do número de idosos tabagistas por opção sexual, faixa etária, escolaridade e renda mensal no município de Teresina - PI – dez. 2012 – jun. 2013

Tabagista Total

Sim Não %

% %

Opção sexual ... Heterossexuais 5 12,50 35 87,50 40 100,00 Homossexuais 15 37,50 25 62,50 40 100,00 Faixa etária ... 50 a 60 anos 15 25,86 43 74,14 58 100,00 61 a 70 anos 4 23,53 13 76,47 17 100,00 70 e mais anos 1 25,00 3 75,00 4 100,00 Escolaridade ... Ensino fundamental

incompleto/ completo 4 36,36 7 63,64 11 100,00 Ensino médio

incompleto/ completo 12 28,57 30 71,43 42 100,00 Superior incompleto - - 6 100,00 6 100,00 Superior completo 3 15,00 17 85,00 20 100,00

Analfabeto 1 100,00 - - 1 100,00

Tabagista Total

Sim Não %

% %

Renda mensal ... Até R$ 678,00 5 62,50 3 37,50 8 100,00 R$ 678,01 a R$ 1.356,00 3 14,29 18 85,71 21 100,00 R$ 1.356,01 A R$ 3.390,00 8 23,53 26 76,47 34 100,00 R$ 3.390,01 a 6.780,00 3 20,00 12 80,00 15 100,00 Mais de R$ 6.780,00 1 50,00 1 50,00 2 100,00 ________________ _________________ _____ ______ _____ _____ _____ _______ Total ... 20 25,00 60 75,00 80 100,00

Fonte: Pesquisa Direta.

Observa-se que a maioria dos envolvidos na pesquisa de ambos os grupos não possuem o hábito de fumar cigarros. Por outro lado, dos que possuem esse vício, a maioria dos tabagistas são homossexuais no total de 15 (37,50%) contra 5 (12,50%) de heterossexuais.

A pesquisa evidenciou que a maioria dos que possuem esse hábito possuem baixo grau de escolaridade atingindo 36,36% dos que possuem ensino fundamental incompleto e completo e ganho de até 1 salário mínimo, envolvendo 62,50% de pessoas com essa renda mensal.

No que se refere ao tabagismo, estudo de Pernin (2008), evidencia que as motivações para esse vício, assim como, o combate ao mesmo, depende da história de vida de cada sujeito, além das suas crenças, mitos e medos. Portanto, pode-se considerar que o tabagismo é influenciado pela situação pessoal do indivíduo, sendo importante estudá-lo em relação ao nível socioeconômico. Há de se considerar também que cessar esse vício na velhice é um desafio muito maior, já que depende muito da força de vontade e da mudança de percepção do sujeito sobre a sua qualidade de vida.

Em continuidade ao estudo dos hábitos dos envolvidos na pesquisa, a Tabela 3 expõe os resultados pertinentes ao uso de bebida alcoólica:

Tabela 3 – Resultados do número de idoso que ingerem bebida alcoólica por opção sexual, faixa etária, escolaridade e renda mensal, no município de Teresina – PI – dez. 2012 – jun. 2013

Toma bebida alcoólica Total

Sim Não %

% %

Opção sexual ... Heterossexuais 23 57,50 17 42,50 40 100,00 Homossexuais 29 72,50 11 27,50 40 100,00 Faixa etária ... 50 a 60 anos 38 65,52 20 34,48 58 100,00 61 a 70 anos 11 64,71 6 35,29 17 100,00 70 e mais anos 2 50,00 2 50,00 4 100,00 Escolaridade ... Ensino fundamental

incompleto/ completo 8 72,73 3 27,27 11 100,00 Ensino médio incompleto/ completo 26 61,90 16 38,10 42 100,00 Superior incompleto 5 83,33 1 16,67 6 100,00 Superior completo 12 60,00 8 40,00 20 100,00 Analfabeto 1 100,00 0 ,00 1 100,00 Renda mensal ... Até R$ 678,00 6 75,00 2 25,00 8 100,00 R$ 678,01 a R$ 1.356,00 13 61,90 8 38,10 21 100,00 R$ 1.356,01 A R$ 3.390,00 24 70,59 10 29,41 34 100,00 R$ 3.390,01 a 6.780,00 8 53,33 7 46,67 15 100,00 Mais de R$ 6.780,00 1 50,00 1 50,00 2 100,00 Total ... 52 65,00 28 35,00 80 100,00

Fonte: Pesquisa Direta.

Verifica-se que o consumo de bebida alcoólica é bem maior para ambos os grupos do que o uso de cigarros, abrangendo 23 (57,50%) dos heterossexuais e 29 (72,50%) dos homossexuais.

A ingestão de bebidas alcoólicas envolve idosos de todas as idades, com percentuais de 38 (65,52%), 11 (64,71%) e 2 (50%) para as faixas de 50 a 60 anos, 61 a 70 anos e mais de 70 anos, respectivamente. Não se observou diferenças significativas entre as pessoas com menores graus de escolaridade, pelo contrário, 5 (83,33%) dos que possuem curso superior incompleto consomem bebidas alcoólicas, assim como, 8 (72,73%) dos que possuem ensino fundamental incompleto ou completo e 13 (61,90%) dos que possuem ensino médio incompleto

ou completo. Também não foram observadas diferenças significativas para a classe social, pois esse consumo acomete 6 (75%) dos idosos que ganham até 1 salário mínimo, 13 (61,90%) dos que ganham de 1 a 2 salários mínimos e 24 (70,59%) dos que ganham de 5 a 10 salário mínimos. Enfim, o consumo de bebida alcoólica é um problema que independe do grau de escolaridade e do nível social dos idosos, que têm significativa influência na sua qualidade de vida.

Como a saúde, a opção sexual dos homossexuais está relacionada ao advento da AIDS, e mais tarde pesquisas como a de Silva et al. (2011) provaram a crescente ocorrência de casos entre heteros, considerou-se importante abordar a qualidade de vida em relação ao uso de Drogas Ilícitas. O uso de seringas compartilhadas é uma das formas de contaminação do vírus HIV, apesar de que a via sexual é, na atualidade e conforme o Ministério da Saúde (2012), a principal via de transmissão da doença. Seguem os resultados na Tabela 4:

Tabela 4 – Resultados do número de idosos que relataram uso de drogas ilícitas por opção sexual, faixa etária, escolaridade e renda mensal no município de Teresina - PI – dez. 2012 - jun. 2013

Uso de droga ilícita Total

Sim Não %

% %

Opção sexual ... Heterossexuais - - 40 100,00 40 100,00 Homossexuais 12 30,00 28 70,00 40 100,00 Faixa etária ... 50 a 60 anos 8 13,79 50 86,21 58 100,00 61 a 70 anos 3 17,65 14 82,35 17 100,00 70 e mais anos 1 25,00 3 75,00 4 100,00 Escolaridade ... Ensino fundamental

incompleto/ completo 3 27,27 8 72,73 11 100,00 Ensino médio incompleto/

completo 7 16,67 35 83,33 42 100,00 Superior incompleto - - 6 100,00 6 100,00 Superior completo 1 5,00 19 95,00 20 100,00 Analfabeto 1 100,00 - - 1 100,00 Renda mensal ... Até R$ 678,00 4 50,00 4 50,00 8 100,00 R$ 678,01 a R$ 1.356,00 3 14,29 18 85,71 21 100,00 R$ 1.356,01 A R$ 3.390,00 4 11,76 30 88,24 34 100,00 R$ 3.390,01 a 6.780,00 1 6,67 14 93,33 15 100,00 Mais de R$ 6.780,00 - - 2 100,00 2 100,00

Total ... 12 15,00 68 85,00 80 100,00

Os resultados demonstram que uma pequena parte dos participantes da pesquisa fez uso de drogas ilícitas, sendo que 40 (100%) dos heterossexuais afirmaram não ter usado essas drogas. Dos homossexuais, 12 ( 30%) usaram algum tipo de drogas ilícitas e 70% não a usaram.

O uso de drogas ilícitas foi maior em idosos com 61 a 70 anos com 3 (17 %) e idosos com mais de 70 anos, atingindo o índice de 25%, mas há de se considerar que essa é a faixa etária com o menor número total de idosos. Observa-se que quanto maior a escolaridade menor o uso de drogas ilícitas, atingido apenas 1 (5%) dos que possuem curso superior completo e 3 (27,%) dos que possuem ensino fundamental incompleto ou completo. Além disso, quanto mais baixa a renda, maior o número de pessoas que fazem uso de drogas ilícitas, sendo 50% dos que ganham até 1 salário mínimo e 3 (14%) dos que têm renda de 1 a 2 salários mínimos. As drogas que foram citadas são maconha 7 (58,33%), loló 4 (33,33%), lança perfume 1 (8,33%) e crack 1 (8,33%).

Em busca de respostas sobre a qualidade de vida relacionada à saúde, a Tabela 5 aborda aspectos referentes à prática de exercícios físicos:

Tabela 5 – Resultados do número de idosos que praticam exercício físico por opção sexual, faixa etária, escolaridade e renda mensal, no município de Teresina - PI – dez. 2012 - jun. 2013

Prática de exercício físico Total

Sim Não %

% %

Opção sexual ... Heterossexuais 24 60,00 16 40,00 40 100,00 Homossexuais 16 40,00 24 60,00 40 100,00 Faixa etária ... 50 a 60 anos 28 48,28 30 51,72 58 100,00 61 a 70 anos 10 58,82 7 41,18 17 100,00 70 e mais anos 2 50,00 2 50,00 4 100,00 Escolaridade ... Ensino fundamental

incompleto/ completo 4 36,36 7 63,64 11 100,00 Ensino médio incompleto/

completo 20 47,62 22 52,38 42 100,00

Superior incompleto 3 50,00 3 50,00 6 100,00 Superior completo 13 65,00 7 35,00 20 100,00

Analfabeto - - 1 100,00 1 100,00

Prática de exercício físico Total

Sim Não %

% %

Renda mensal ... Até R$ 678,00 2 25,00 6 75,00 8 100,00 R$ 678,01 a R$ 1.356,00 9 42,86 12 57,14 21 100,00 R$ 1.356,01 A R$ 3.390,00 18 52,94 16 47,06 34 100,00 R$ 3.390,01 a 6.780,00 10 66,67 5 33,33 15 100,00 Mais de R$ 6.780,00 1 50,00 1 50,00 2 100,00 Total ... 40 50,00 40 50,00 80 100,00

Fonte: Pesquisa Direta.

Verificou-se que os heterossexuais se sobressaem em relação aos homossexuais na prática de exercício físico, com prevalência de 24 (60%) para 16 (40%), respectivamente. Em estudo realizado por Pereira et al. (2011), com 211 idosos de ambos os sexos, em município do sudeste do Brasil, o índice de prática regular de exercício físico foi de 55% .

Observa-se também que a maioria dos idosos ou 30 (51,72%), na faixa de 50 a 60 anos, não realizam atividade física, enquanto que, a maioria dos idosos mais velhos, na faixa de 61 a 70 anos, pratica essa atividade, sendo 10 (58,82%) do total. Constatou-se que quanto menor o grau de escolaridade menos se pratica exercício físico. Dos que possuem ensino fundamental, apenas 36,36% realizam essa atividade, enquanto que 13 (65%) dos que possuem curso superior completo fazem essa prática. Além disso, quanto maior a renda, maior o número de pessoas que se exercitam, no total de 18 (52,94%) dos que possuem de 2 a 5 salários mínimos, 66,67% dos que ganham de 5 a 10 salários mínimos, enquanto que apenas 2 (25%) dos que têm renda de até 1 salário mínimo realizam atividade física.

A aparência física torna-se um problema e uma rejeição na velhice, segundo Loureiro (2011), mas o estudo da prática de exercício físico deve considerar não apenas a questão da aparência, mas a saúde que pode proporcionar ao idoso, especialmente, se realizado dentro dos parâmetros da idade e das condições físicas de cada sujeito. O grau e renda pode ser um fator decisivo para essa prática, porque no Brasil o exercício físico custa caro e poucas vezes o idoso de baixa renda terá

acesso ao mesmo. Uma alternativa é a instalação de aparelhos de ginástica em locais públicos, mesmo assim, tem a questão do acompanhamento por profissional competente.

Como exposto na literatura, a análise da qualidade de vida deve ser estudada sob óptica das várias dimensões que envolvem o ser humano. Portanto, este estudo considerou quatro domínios básicos – psicológico, físico, social e ambiental – de acordo com cada grupo de opção sexual.

2 - Dados relativos ao WHOQOL – Bref. (ANEXO-A)

A Tabela 6 expõe os dados relativos à média, mediana, valor máximo e mínimo, desvio padrão e amplitude por tipo de domínio para o grupo dos heterossexuais:

Tabela 6 – Resultados do WHOQOL-Bref média, mediana, valor máximo e mínimo, desvio padrão e amplitude por tipo de domínio para o grupo dos heterossexuais no município de Teresina - PI – dez. 2012 – jun. 2013

Heterossexuais

Média Mediana Máximo Mínimo Desvio

padrão

Amplitude

Domínio psicológico ... 3,98 4,00 4,67 3,00 ,47 1,67 Domínio físico ... 3,86 4,00 4,86 2,14 ,58 2,71 Domínio social ... 4,01 4,00 5,00 3,00 ,42 2,00 Domínio meio ambiente . 3,52 3,50 4,38 2,25 ,46 2,13

Fonte: Pesquisa Direta.

Observa-se, na Tabela acima, tendo-se como base as médias do Whoquol bref, que o grupo dos heterossexuais tem, numericamente, melhor qualidade de vida somente no domínio ambiental.

O estudo dessas quatro dimensões torna-se relevante, uma vez que segundo Silva et al. (2011) o homossexualismo masculino deve ser estudado sob a óptica dos aspectos sociais e culturais, além da perspectiva das políticas de saúde públicas.

Assim, considera-se relevante, para este estudo, estudar essas médias de forma comparada, sendo que a Tabela 7 expõe os valores para o grupo dos homossexuais:

Tabela 7 - Resultados do WHOQOL-Bref média, mediana, valor máximo e mínimo, desvio padrão e amplitude por tipo de domínio para o grupo dos homossexuais no município de Teresina - PI – dez. 2012 – jun. 2013

Homossexuais

Média Mediana Máximo Mínimo Desvio

padrão

Amplitude

Domínio psicológico ... 3,93 4,00 4,83 2,50 ,56 2,33

Domínio físico ... 4,06 4,14 5,00 2,71 ,50 2,29

Domínio social ... 3,76 4,00 5,00 2,33 ,68 2,67

Domínio meio ambiente .. 3,30 3,25 4,63 2,00 ,59 2,63

Fonte: Pesquisa Direta.

Observa-se na Tabela 7, de acordo com as médias do Whoquol bref, que o grupo dos homossexuais, numericamente, apresenta uma melhor qualidade de vida nos domínios psicológico, físico e social, enquanto o grupo dos heterossexuais tem, numericamente, melhor qualidade de vida somente no domínio ambiental, como visto na Tabela anterior.

Este resultado surpreende, pois de acordo com o relatório sobre violência homofóbica, no Brasil 2011, o Piauí é a unidade da federação que apresentou maior taxa de violação contra a população LGBT denunciadas ao poder público por 100 mil habitantes.

Verifica-se também que os valores da escala, em ambos os grupos, tem amplitude de variação que chega ao máximo de aproximadamente 3 pontos e desvio padrão menor que 1 ponto na escala. Tal dado sugere que a escala de qualidade de vida utilizada não demonstrou variação quando aplicada nos 2 grupos.

Sabe-se que, quando o valor da média encontra-se próximo ao valor da mediana observada na pesquisa, significa dizer que essas medidas de posição sintetizam bem a qualidade de vida demonstrada nessas duas estatísticas.

Em seguida, calculou-se o desvio padrão entre as médias estimadas de qualidade de vida por domínio para detectar a existência de diferenças estatísticas entre o grupo dos heterossexuais e dos homossexuais, como demonstra a Tabela 8:

Tabela 8 – Resultados do WHOQOL-Bref2013 média por domínio e grupo e P valor por tipo de domínio para o grupo dos heterossexuais e homossexuais no município de Teresina - PI – dez. 2012 – jun. 2013

Domínio Heterossexuais Homossexuais

P. Valor Média Média Físico 3,86 4,06 0,092 Psicológico 3,98 3,93 0,664 Social 4,01 3,76 0,051 Ambiental 3,52 3,30 0,077

Fonte: Pesquisa direta.

De acordo com a Tabela acima, utilizando o teste “t” para amostras independentes, considerando o valor para o desvio padrão de p < 0,05, constatou-se que não há diferença estatística entre as médias estimadas de qualidade de vida dos 4 domínios quando comparadas nos dois grupos.

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