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Análises de pesquisa de campo com usuários

No documento thiago boeno pessoa ramos (páginas 42-71)

Gráfico 01:

A análise dos dados referentes à faixa etária dos usuários confirma a suposição levantada na introdução, a respeito da elaboração de ações específicas em relação ao atendimento dos jovens. Percebe-se que à medida que se aumenta a idade, reduz-se a freqüência no parque. No entanto, a população da terceira idade representou apenas 8% dos entrevistados.

Idade

6,00% 8,00% 34,00% 22,00% 18,00% 12,00% 0,00% 20,00% 40,00% 18 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos 60 anos ou mais

Gráfico 02:

Em relação ao gênero dos entrevistados, não houve surpresas. Há uma pequena diferença de 4% entre usuários masculinos e femininos, com vantagem para este ultimo gênero. Isso apenas confirma o maior interesse das mulheres por atividades que proporcionam o aumento na qualidade de vida. Gráfico 03: 4,00% 6,00% 4,00% 4,00% 10,00% 6,00% 40,00% 8,00% 18,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% Artur Alvim Cidade Tiradentes Itaquera Patriarca São Mateus Tatuapé Vila Inhocuné Vila Novo Horizonte Guaianases

Bairro

48,00% 52,00% 40,00% 50,00% 60,00% Feminino Masculino

Gênero

Também não houve surpresas na análise da procedência dos usuários. A região de Itaquera concentra a maior parte dos usuários entrevistados, em razão da localização do parque. Os demais usuários concentram-se nas regiões circunvizinhas ao parque. Destacou-se o bairro de Artur Alvim, com 18% dos entrevistados. Outro destaque foi o bairro do Tatuapé, com 6% dos entrevistados. Esse índice chama a atenção pela distância do bairro em relação ao parque.

Gráfico 04:

A maioria dos usuários entrevistados (31%) declarou possuir o Ensino Médio Completo e 22 % dos entrevistados declararam possuir Ensino Superior Completo. Os dados recolhidos no sítio eletrônico da subprefeitura de Itaquera, e evidenciados na introdução desta pesquisa, demonstram que, no Distrito do Parque do Carmo, 57% das pessoas possuem o Ensino Fundamental Incompleto, 13% completaram o Ensino Médio e apenas 2% concluíram curso superior.

Escolaridade

8,00% 22,00% 10,00% 6,00% 1,00% 12,00% 10,00% 31,00% 0,00% 20,00% 40,00% Doutorado Ensino fundamental completo Ensino fundamental incompleto Ensino Médio Completo Ensino Médio incompleto Ensino Superior Completo Ensino Superior Incompleto Mestrado

Nesse caso, detectou-se diferenças entre as estatísticas da prefeitura e os dados recolhidos por meio do questionário. Das pessoas que se declararam moradores de Itaquera, 10% revelaram possuir Ensino Médio Completo, e o mesmo percentual declarou possuir o Ensino Superior Completo.

Gráfico 05:

Na análise dos dados referentes à ocupação, destaca-se o alto índice de pessoas que declararam estarem desempregadas. Enquanto dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam que, em março de 2007, 15,9% da população economicamente ativa da região metropolitana de São Paulo encontrava-se desempregada, esse número é de 20% dos entrevistados no Parque do Carmo.

Ocupação

12,00% 2,00% 38,00% 18,00% 20,00% 10,00% 0,00% 20,00% 40,00% Autônomo Desempregado Estudante Funcionário de empresa privada Funcionário público Profissional liberal

Gráfico 06:

A renda familiar mensal pode ser considerada elevada se comparada com os dados disponíveis no sítio da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), que demonstram que, no ano de 2000, 24,39 % da população do município de São Paulo possuía uma renda familiar de 2 a menos de 5 salários-mínimos e 25,97% de 5 a menos de 10 salários-mínimos. A concentração de renda em 88% nas faixas de 1 a 5 e 6 a 10 salários-mínimos pode ser explicada pelo maior grau de escolaridade dos entrevistados. Ainda assim, as faixas que representam uma renda familiar alta somam apenas 6%. 44,00% 6,00% 44,00% 4,00% 2,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00%

Até 1 salário mínimo De 1 a 5 salários mínimos de 11 a 15 salários mínimos De 16 a 20 salários mínimos De 6 a 10 salários mínimos

Gráfico 07:

Quanto à freqüência de visitação ao parque, a maioria afirmou que vai ao parque com regularidade, representando 46% dos entrevistados, seguido de 28% que vão ao parque constantemente e 26% que raramente o freqüentam.

Gráfico 08:

Dentre os percentuais da avaliação da infra-estrutura, 100% dos usuários entrevistados a avaliaram de regular para ótima, ainda que a categoria regular tenha obtido maioria de 62%. A infra-estrutura recebeu uma avaliação positiva, já que as opções “ruim” e “péssima” não foram assinaladas.

36,00% 2,00% 62,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% Boa Ótima Regular

Avaliação da Infra-estrutura

46,00% 26,00% 28,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% às vezes Raramente Sempre

Freqüência

Gráfico 09:

Quarenta e oito por cento dos entrevistados responderam que se sentem inseguros ao visitar o parque. Esse é dado é sustentado no histórico de pequenos delitos ocorridos no parque.

Gráfico 10:

Estes dados demonstram que há um percentual considerável (36%) de usuários que consideram o parque pouco importante. Embora 64% tenham respondido que o parque é importante em seus dia-

28,00% 22,00% 2,00% 48,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% Entretenimento Limpeza Outra - todos os itens Segurança

Aspecto mais defasado do parque

64,00% 36,00%

0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00%

Importante Pouco importante

a-dia, a alternativa “Muito Importante” não obteve nenhum apontamento, o que leva a crer que os usuários do parque não o consideram como tal.

Gráfico 11:

Os exercícios físicos, como caminhada e musculação e as atividades recreativas ao ar livre, como ciclismo, futebol e patinação são os maiores responsáveis pela motivação de ir ao parque, representando 72% do total. Esse dado confirma a hipótese de que o parque deve corresponder à necessidade da comunidade em relação a espaços que garantam o direito a esses tipos de atividades de lazer. As atividades culturais cobradas pelos usuários foram shows, peças teatrais e eventos e correspondem aos 28% dos entrevistados que responderam que o aspecto “Entretenimento” é o mais defasado no parque, como se pode observar no gráfico 9.

14,00% 72,00% 2,00% 12,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% Atividade cultural Exercícios físicos Nenhum Relações sociais

Atividade praticada

Gráfico 12:

Nesse aspecto, a maioria absoluta dos usuários (98%) respondeu que o parque corresponde às suas expectativas apenas parcialmente. Isso se dá em razão da baixa qualidade dos equipamentos de lazer, e da falta da promoção de eventos regularmente. Com isso, pode-se considerar que a avaliação é apenas relativamente positiva, ficando predominantemente em uma faixa intermediária de satisfação, pois 2% dos entrevistados optaram pela alternativa “Plenamente”, e a alternativa “Não”, que representava total insatisfação com o parque, não foi assinalada.

Gráfico 13: 98,00% 2,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% 120,00% Em partes Plenamente

Correspondência às expectativas

80,00% 20,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% Importante Muito importante

Oitenta por cento dos usuários responderam que a presença do parque na comunidade é um aspecto positivo na identidade da comunidade. O parque pode ser considerado como um instrumento de lazer bem aceito, já que 20% dos usuários responderam que o consideram muito importante na identidade da comunidade, e a opção “Sem Importância” não alcançou nenhum apontamento.

Gráfico 14:

Nesse sentido, pode-se entender que o parque poderia contribuir ainda mais para o aumento da auto-estima da comunidade, já que apenas 4% responderam “Ruim”, 32% avaliaram essa representação como “Boa” e 64% avaliaram essa representação como “Regular”. Os extremos das opções – “Ótima” e “Péssima” - não receberam apontamentos.

Essa avaliação está em acordo com os dados apresentados no Gráfico 12, que revela que não houve apontamentos para a opção de atendimento pleno das expectativas dos usuários do parque.

32,00% 64,00% 4,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% Boa Regular Ruim

Gráfico 15:

Mesmo com a insatisfação em relação aos equipamentos de lazer, a maioria dos entrevistados respondeu que Lazer (60%) é a opção mais significativa na representação do parque, seguido por Bem estar, com 34% das citações. Economia e Beleza obtiveram 4% e 2%, respectivamente.

Gráfico 16: 2,00% 34,00% 4,00% 60,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% Beleza Bem estar Econômica Lazer

Opção mais significativa nesta representação

54,00% 46,00%

40,00% 60,00%

Importante Muito importante

Pode-se considerar que a questão da preservação ambiental é bem compreendida pelos usuários do parque, uma vez que 54% dos usuários assinalaram “Importante” e 46% “Muito importante”. A opção “Sem importância” não obteve nenhum apontamento.

Gráfico 17:

Da mesma forma do que foi apresentado no gráfico 8, sobre a infra-estrutura, pode-se concluir que a avaliação dos serviços prestados pelos funcionários obteve uma avaliação positiva, mas que pode ser melhorada, já que 60% dos usuários responderam “Regular” e 36% responderam “Boa”. A opção “Péssima” não foi assinalada por nenhum dos entrevistados.

Gráfico 18: 54,00% 2,00% 44,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% Não Raramente Sim

Freqüência a outros parques urbanos

36,00% 2,00% 60,00% 2,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% Boa Ótima Regular Ruim

A análise deste item revelou dados interessantes a respeito do capítulo 1.4. Parques urbanos: Análises sobre oferta e demanda, contido na introdução deste trabalho. Cinqüenta e quatro por cento dos entrevistados responderam que não costumam freqüentar outros parques urbanos, sendo a distância apontada como o maior motivo pelo desinteresse por parte dos usuários. Dentre os 44% que disseram visitar outros parques urbanos, a maioria demonstrou interesse pela maior infra- estrutura de lazer destes parques, como exposições, eventos e festas.

Gráfico 19:

A maioria dos usuários entrevistados (88%) respondeu que acredita que o lazer está disponível a toda a sociedade. Nesse caso, foram ignoradas pelos usuários questões como renda, moradia, emprego e escolaridade. Os usuários interpretam que, independente dessas questões, sempre há uma possibilidade da prática do lazer, mas que esse acesso é diferenciado quando as questões acima são consideradas.

12,00%

88,00%

0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00%

A poucos A todos

Gráfico 20:

Na análise do gráfico anterior percebeu-se que a maioria dos usuários acredita que o lazer está disponível a todos os cidadãos, no entanto, 58% declararam ter pouco tempo livre, 42% ter tempo regular e nenhum dos entrevistados declarou ter muito tempo livre, o que leva a conclusão de que, mesmo possuindo acesso a alguma opção de lazer, esses usuários não usufruem dele regularmente. Gráfico 21: 58,00% 42,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% Pouco tempo Tempo regular

Tempo livre

58,00% 22,00% 20,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% Importante Muito importante Pouco importante

Embora 58% dos usuários entrevistados tenham respondido que o lazer é um fator importante, e 22% responderem ser o lazer muito importante na formação do índice de qualidade de vida, 20% acreditam que o lazer tem pouca importância nesse sentido, havendo outros fatores considerados mais importantes para o aumento desse índice.

Gráfico 22:

Como um dos instrumentos para verificação da presença do parque no cotidiano dos usuários e a percepção que estes possuem quanto ao índice de popularidade deste, questionou-se a freqüência com que os usuários costumam citar o parque como ponto de referência. Para esta análise, foram consideradas as informações obtidas por meio do gráfico 3, alusivo aos bairros de origem dos usuários. Mesmo considerando a distância um fator preponderante para a resposta a estas perguntas, notou-se uma resistência dos usuários em apontar o parque como ponto de referência, já que, dos 36% dos usuários que assinalaram a opção “Nunca”, 30% se declararam moradores do bairro onde o parque está localizado.

54,00% 36,00% 10,00% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% Às vezes Nunca sempre

Gráfico 23:

Ainda com relação à distância, 62% dos usuários declararam que se o parque fosse mais distante de suas residências suas freqüências seriam menores dos que as atuais, 12% disseram que não o freqüentariam mais e 26% responderam que seriam as mesmas que as atuais. Com a apresentação destes números, conclui-se que acesso e distância são fatores determinantes para a escolha do parque enquanto espaço público de lazer.

26,00%

62,00% 12,00%

0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00%

A mesma qua a atual Menor que a atual Não viria

3 Análise e discussão dos resultados

Com os resultados obtidos, passa-se às suas análises e interpretações, para que se possa dar subsídios às sugestões de melhorias.

Embora o Parque do Carmo esteja localizado em uma região periférica da cidade de São Paulo, e os indicadores sociais da região demonstrem que o entorno do parque é uma região carente, percebe-se que os usuários do Parque do Carmo entrevistados possuem um nível de escolaridade que pode ser considerado alto, quando comparados aos indicadores municipais, e são possuidores de uma renda familiar superior à estimada para a região, conforme os resultados apresentados pelos dados referentes ao perfil do usuário (gráficos 4 e 6), recolhidos por meio de instrumento de coleta de dados.

Considerando que a maioria dos usuários entrevistados declarou possuir entre 18 e 24 anos, diminuindo-se o número de usuários à medida que se aumenta a faixa etária, conforme apresentado no gráfico 1, acredita-se na confirmação da hipótese da necessidade do aumento da oferta destinados ao público jovem, levantada nesta pesquisa.

Muito embora se tenha observado um índice satisfatório de aprovação à estrutura de lazer do parque (gráfico 8), assim como uma boa avaliação dos serviços prestados pelos funcionários do parque (gráfico 17), além do reconhecimento de sua importância no desenvolvimento da identidade da comunidade, conforme apresentado no gráfico 13, é importante ressaltar que a maioria absoluta dos usuários do parque declarou-se atendida parcialmente em suas expectativas em relação ao parque (gráfico 12).

Considerando a criação e utilização dos parques urbanos como um instrumento de elevação da qualidade de vida dos usuários, e, considerando-se também, a questão da preservação ambiental e da conscientização de novas formas de uso de recursos naturais, notou-se que, entre os usuários do Parque do Carmo entrevistados nesta pesquisa, há uma conscientização quanto a esta questão, já que 54% declararam considerá-la importante, enquanto 46% declararam considerá-la muito importante, conforme os dados apresentados no gráfico 16. Quanto ao papel do lazer no desenvolvimento individual e na promoção do bem estar coletivo da população, 58% dos usuários declararam dar importância, e 22% declarar dar muita importância ao lazer nessa relação (gráfico 21).

Ainda que 80% dos usuários entrevistados acreditem que a presença do parque é muito importante na identidade da comunidade, e que 64% dos usuários entrevistados considerem o parque importante no cotidiano deles (gráfico 10), quando se analisa os resultados com maior atenção, percebe-se que, embora este alto percentual possa representar uma satisfação com o parque, os dados apresentados no gráfico 12 revelam que 98% dos usuários entrevistados declararam que o parque atende apenas parcialmente às suas expectativas. Ainda nesse sentido, 62% dos usuários entrevistados responderam que visitariam o parque com menor freqüência caso ele fosse mais distante de suas residências (gráfico 23), mesmo com 60% dos usuários declarando ser o lazer o aspecto mais significativo na representação do parque, conforme apresentado no gráfico 15.

Notou-se, também, uma deficiência em relação aos eventos realizados no parque. Vinte e oito por cento dos usuários entrevistados responderam que a questão da promoção do entretenimento no Parque é o seu aspecto mais defasado, conforme os dados apresentados no gráfico 9. As maiores reclamações dos usuários são em relação à falta de promoção de eventos. Nesse sentido, a pesquisa bibliográfica desta pesquisa foi ao encontro dessas reivindicações, já que houve muita

dificuldade na localização da divulgação e realização de eventos de grande porte no parque. Ainda segundo os usuários, o aspecto mais defasado do parque é a segurança, com 48% dos apontamentos. A limpeza do parque foi apontada como o aspecto mais defasado do parque por 22% dos usuários entrevistados.

Mesmo com as dificuldades a serem superadas, apresentadas nos parágrafos anteriores, 88% dos usuários entrevistados disseram que acreditam que o lazer está disponível a toda a população (gráfico 19).

Dessa forma, com este grande percentual, e, considerando que a pergunta referente a este assunto não restringia a forma de lazer a ser avaliado, assim como não descrevia o lazer utilizando-se de um critério predeterminado, nota-se que há uma grande demanda efetiva na região do parque, consumidora de experiências de lazer, que usufrui dos benefícios dos demais parques e atrativos da cidade e que anseia pela melhoria da oferta no Parque do Carmo.

4 Conclusão

Após a realização de levantamento e análise de material bibliográfico, e pesquisa de campo com os usuários do atrativo, conclui-se que, segundo avaliação dos usuários, pode-se considerar a oferta de lazer do Parque do Carmo como sendo suficiente, mas não ideal, porém, capaz de desempenhar seu papel na questão da promoção do desenvolvimento individual e da promoção do bem estar coletivo, no que tange à função do lazer no cotidiano dos moradores.

Ainda assim, pode-se dizer que esta pesquisa comprovou que, embora o Parque do Carmo seja um dos maiores parques urbanos da cidade de São Paulo, este ainda não corresponde plenamente às expectativas de seus usuários. Do mesmo modo que há um consenso entre todos os setores produtivos da sociedade, a respeito da superação das expectativas de seus clientes (aqui, denominados “usuários”), e, em especial atenção ao setor turístico, que é detentor da agravante da intangibilidade do produto, torna-se indispensável a formulação de programas que resultem em um avanço desta superação.

Portanto, acredita-se que, com base nas informações recolhidas, deva ser elaborado plano de ação para que o parque contemple as necessidades dos seus usuários e atenda às expectativas destes. Este plano deverá ser baseado em ações que aumentem a oferta de equipamentos de lazer, consolidando a estrutura existente e diversificando-a com novos produtos.

Para isso, sugere-se que este plano contenha ações direcionadas à segurança, à limpeza - principais reclamações dos usuários em relação à defasagem da infra-estrutura – e a projetos educacionais. A questão da segurança no interior do parque deve ser tratada com prioridade, pois representa o aspecto com o maior índice de insatisfação. Nesse sentido, sugere-se que as ações sejam elaboradas em conjunto com a prefeitura da cidade de São Paulo, por meio da Guarda Civil

Metropolitana, que já atua no atrativo, de forma a diminuir o índice de insatisfação com a segurança no interior do atrativo (44%).

Durante as diversas etapas de levantamento de dados e bibliografia, referentes ao presente objeto de estudo, verificou-se a ausência de informações disponíveis ao público em geral. Esta ausência revela uma questão essencial ao desenvolvimento do parque: a forma com que a questão da publicidade dele é tratada.

Assim, sugere-se que seja elaborada uma estratégia de divulgação da imagem do parque, por meio de parcerias com empresas de promoção de eventos e com os órgãos públicos responsáveis, como a São Paulo Turismo. Esta estratégia deverá ser composta por um programa de gerenciamento e divulgação do parque nas mídias impressas e eletrônicas, em especial a Internet, já que todos os parques urbanos do município de São Paulo possuem um espaço descritivo no sítio eletrônico da Secretaria do Verde e Meio Ambiente da cidade de São Paulo.

Sugere-se, ainda, um aperfeiçoamento do canal de comunicação entre sociedade civil e a administração do parque. Esse canal servirá de base para o aprimoramento das relações entre parque e os interessados em contribuir com o aumento da sua qualidade, da mesma forma que poderá estreitar a comunicação entre sua administração e os outros órgãos públicos responsáveis pela promoção do lazer, como a Secretaria Estadual da Juventude, Esporte e Lazer.

Durante os contatos realizados no desenvolvimento deste projeto, a secretaria supracitada justificou a ausência de promoção de eventos no parque em razão da administração do atrativo não ser de sua responsabilidade (anexo 2). O próprio autor deste projeto sentiu dificuldades quando contatou a administração do parque, que se revelou entusiasmada com o projeto, mas pouco se propôs a ajudar quando acionada.

Pode-se concluir que os usuários reconhecem a importância do parque na comunidade, mas acreditam que o espaço reservado a ele ainda é insuficientemente aproveitado, pois, quando se compara os índices apresentados no gráfico 18, nota-se que 44% dos usuários disseram que visitam outros parques urbanos em razão da maior infra-estrutura de lazer e entretenimento.

Isto posto, acredita-se que a elaboração e implantação de projetos educacionais, desenvolvidos em conjunto com os agentes formuladores de opinião e tendência, como a mídia televisiva e impressa, os profissionais da área de lazer e turismo e os educadores das escolas da região, possam servir de base para o aumento na satisfação geral por parte dos usuários, além de complementar a questão educacional referente às novas propostas de utilização dos recursos naturais e das questões relativas à preservação ambiental.

Ou seja, o parque é reconhecido como um fator positivo, mas a atuação dos gestores deve se direcionar aos aspectos considerados insuficientes, para que haja melhoria do atrativo neste conceito, e, conseqüentemente, para aumentar a qualidade de vida da comunidade do seu entorno em razão de sua presença.

Esta pesquisa buscou encaminhar metas a serem atingidas pelos gestores para o aumento da qualidade dos serviços do atrativo. Sugere-se a ampliação da pesquisa, com vistas ao aumento na qualidade da prestação de serviços de segurança, limpeza, cultura, e, principalmente, lazer, para a otimização do parque enquanto equipamento de lazer e recreação.

No documento thiago boeno pessoa ramos (páginas 42-71)

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