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Análises do dossiê e do conteúdo das falas dos sujeitos-gestores

5. O PRÊMIO NACIONAL DE REFERÊNCIA EM GESTÃO ESCOLAR

5.3 Prêmio Nacional de Referências em Gestão Escolar – segundo os

5.3.2 Análises do dossiê e do conteúdo das falas dos sujeitos-gestores

A escola investigada mostra estar em um contexto de ensino relativamente pequeno, principalmente se comparado a outras unidades, cujo atendimento supera a marca das mil matrículas. Uma escola pequena acena

para um desafio diferente de gestão, em que uma demanda menor pode possibilitar um maior controle, uma administração mais fluída, e uma melhor organização e atuação da coletividade. Uma escola pequena acaba aproximando bem mais seus interlocutores, situações do cotidiano tendem a repercutir nas partes e no todo, transformando aquele contexto em espaços e tempos em que todos sabem mais de todos e de tudo.

O que se quer apontar é que um envolvimento maior pode ser acenado, dentre outros fatores, mediante às facilidades que um universo menor possui de reunir e de persuadir o grupo acerca de algum propósito. Se uma escola pequena vier a contar com um trabalho de gestão que estimule o comprometimento e a adesão a certas prioridades e campanhas, ela certamente concorrerá para obter muitos êxitos. A premiação estudada, nesse caso, encontra terreno fértil para conseguir, ainda com mais sucesso, cooptar os sujeitos à participação, na medida em que, os atores já vinham se comprometendo com muitas práticas e encaminhamentos demandados pelo concurso.

Tanto a fala dos sujeitos-gestores, como o dossiê elaborado, e ainda, uma possível visitação à escola, são reveladores acerca do empenho e do amplo trabalho desenvolvido naquela conjuntura educativa, em se tratando de uma realidade que vem sendo construída ao longo de uma década de atuação. Para além da participação no concurso, a candidatura concretizou o desejo do grupo em expor suas práticas e trabalhos com vistas a angariar uma maior legitimidade, principalmente no meio onde a escola está inserida.

Corroborando com as análises acima incluo uma importante fala a respeito das atuações da escola

(...) uma escola como a nossa, modéstia a parte, não por ser da escola, mas a nossa escola é muito bem conceituada na rede municipal. É uma escola que no momento que se promove alguma coisa, que se faz uma campanha, que se promove um encontro, que se promove um almoço, enfim, que se faz alguma coisa, qualquer coisa, para angariar recursos mesmo, até por que a rede é pública precisa desses recursos. Então é almoço, é mocotó, é rifa, essas coisas assim, enfim, a gente tá sempre correndo atrás, e a gente sente esse prestígio da comunidade. Acho que este prêmio foi interessante para a escola, foi muito bom, até porque a nossa escola passa a ser cada vez mais reconhecida pela comunidade.

Foi pela divulgação, a secretaria de educação também reconheceu isso. Isso para nós, nos dá uma estabilidade melhor na escola, nos dá uma sensação de reconhecimento, acho que principalmente de reconhecimento. (Carlos)

É importante indicar que realizei visitações à escola investigada, nos anos de 2009 e 2010, período posterior à realização do concurso. Nesses períodos foi fácil constatar não somente as boas condições de organização e de funcionamento que a escola se encontrava, como do trabalho sério que a equipe diretiva da escola vinha gestando. Adentrando o dia-a-dia da escola e ainda dialogando com a equipe diretiva da escola, se fez notório o empenho daquela comunidade para com um bom desenvolvimento dos trabalhos escolares. A equipe diretiva, sujeitos com quem pude ter contato mais diretamente, relatou reiteradas vezes, a respeito do empenho e da dedicação despendidos por parte dos profissionais da escola e de muitos membros da comunidade, em prol da manutenção e da atuação qualificada da escola.

A diretora, em especial, além de demonstrar o desempenho de um papel bastante ativo, significativo e preponderante naquele contexto de ensino, também foi citada em alguns relatos, como a pessoa que manifesta, de diferentes formas, e nos mais diversos momentos, muito apreço pela escola, no zelo constante com as questões que envolvem o prédio e a normalidade das atividades, bem como com as pessoas que por lá trabalham ou estudam.

É importante dissertar sobre quão importante o papel do gestor passou a ser estratégico na garantia da efetividade das transformações que a política reformista direcionou para o contexto das escolas públicas. O diretor da escola foi um dos atores que mais angariou destaque e visibilidade nessas últimas décadas, devido, em grande parte, à intensificação de suas funções e responsabilidades. Esse cargo foi alvo de investidas no campo da formação continuada, em nível de graduação e de especialização, bem como sob o formato de cursos de capacitações constantes, além de convites para participações em premiações e em projetos (BALL, 2005; AZEVEDO, 2009; GOMES, SANTOS e MELO, 2009).

A idéia esteve centrando-se na possibilidade de cooptação desse sujeito, provido da mais alta posição hierárquica da escola, e de legitimidade histórica na comunidade, para fins de canalização do seu tempo, da sua energia e de sua dedicação na formulação de respostas quanto às demandas e às orientações postas à escola pública brasileira. A premiação em questão, reitera tais propósitos, dentre outros, ao convocar o gestor, em especial, à produção de práticas eficazes de gestão, voltadas ao sucesso dos resultados de aprendizagem. A premiação faz veicular, de modo a tornar senso comum, que o desafio atual tem girado em torno da capacidade de gerenciamento das direções escolares acerca de suas demandas e não proveniente de tantos outros fatores internos e externos à escola (GENTILI, 1996; DOURADO, 2007).

Um diretor que acredita e que aposta em sua escola, que procura se ocupar cada vez mais das diversas atividades do cotidiano, complexificando e auto-intensificando seu papel e sua função, e que consegue mobilizar os demais sujeitos da escola para concretizarem essas investidas, para além de convergir com o que a premiação objetiva estabelecer nos contextos escolares, por intermédio das fases e do material a ser produzido, justifica em muito a escolha da escola para participar do referido concurso. O que quero aqui afirmar é que esta unidade de ensino, que já vinha empenhando-se nas suas melhorias, e a evolução das suas taxas de aprendizagem podem ser traduzidas como um exemplo, bem como vinha também se detendo em angariar papel de destaque na rede municipal de ensino, estabelece uma situação de consonância com os propósitos do prêmio.

Ao participar da premiação a escola busca uma legitimação maior acerca do que vem realizando, na tentativa de tornar-se referência nacional em gestão escolar e, assim, certificar-se de estar, digamos, no caminho certo, realizando o que deve ser feito, o que vem se esperando que ela realize. A premiação, por sua vez, ao legitimar essas práticas, cumpre a sua função de reiterar para os diversos contextos escolares a adoção de um modelo de gestão gerencialista e de responsabilização, o qual imputa para os contextos locais a função de gerir seu universo de demandas e de desafios (DOURADO, 2007; BROOKE, 2006 e 2008). Mesmo as escolas que não participam da premiação são informadas e/ou comunicadas acerca daqueles que são

apresentados como referenciais em termos de educação, de escola e de gestão.

Neste caso da escola, até os poucos anos de gestão contribuiu para a participação na premiação e para a obtenção da classificação geral em nível estadual, pois em muitos casos quanto menor o tempo de experiência maior a sensação de atravessar um estágio inicial de construção da gestão, em que os sujeitos tendem a se sentir mais seduzidos a tentar, a se arriscar, a inovar, a participar, a competir. O grupo de trabalho há pouco tempo junto, experiencia um contexto composto por menos amarras e vícios e, por isso, pode acabar impondo menos resistências, justamente por se entender atravessando um começo de percurso, composto por entusiasmos e por desafios tão próprios dessa etapa.

Nesse ínterim, a premiação se constitui para a escola um misto de tudo isso. Um desafio a se auto-propor, uma busca por legitimar-se, mais um projeto da escola a ser gestado assim como tantos outros, e ainda como possibilidade de angariar realizações e vitórias, e de conquistar a valorização, bastante almejada, da comunidade, e dos profissionais da educação daquele educandário. Este conteúdo da análise apontado pode ser exemplificado nas falas de um dos coordenadores e da diretora da escola, quando questionados a respeito da importância de participarem da premiação

Eu acho bem importante, eu acho que é importante até porque desperta, eu acho que é uma coisa assim, que dentro de um projeto de escola, daquilo que a escola se propõe, ele desperta o interesse de buscar, de melhorar a qualidade, de superar os índices, por exemplo, de reprovação, índice de evasão, (...) Mas eu acho assim que é uma coisa importante, é um estímulo a mais, é um recurso a mais que as escolas têm para lutar pela qualidade, para que o professor que abraça a carreira, aquele que acredita na educação, se empolgue, e tente cada vez mais melhorar. Eu acho que é muito válido sim, acho importante. (Carlos)

Eu acho que para a escola e para os nossos colegas, eu acho que enche o ego de qualquer um, né? Porque ele [prêmio] mostra assim, o que que tu realmente estás fazendo na escola. (...) Então, eu acho que, assim, nesse momento, ele preenche também esse ego, que todo mundo precisa. Não trabalha em cima de pessimismo, trabalha em cima de otimismo, trabalha em cima de elogios, tu trabalhas em cima daquilo que tu és capaz de fazer. Então a gente vê que é capaz. (...) E por que é que não pode ser nós? Podemos, nós somos uma escola como outra qualquer. Então a gente tem que

sonhar, acho que na educação tu tens que sonhar, tu tens que ser mais tu, tens que ser mais ousado, e acho que essa ousadia faz a diferença. (Lúcia)

Aproprio-me das falas acima para escrever um pouco do processo vivenciado por aquele coletivo da escola, não muito diferente do atravessado pelos demais contextos de ensino do país. As novas exigências do campo da educação foram inseridas nas escolas por meio de diferentes mecanismos, gerando a diversificação e a intensificação de funções e de papéis. Os sujeitos foram tomando mais decisões e se envolvendo muito mais com o cotidiano de trabalho da escola, e isso não vem se efetivando apenas porque a conjuntura tem imposto, mas também porque o coletivo das escolas vem tomando para si essas responsabilidades, numa espécie de consentimento acerca dessas novas tendências. Principalmente os gestores e os professores têm acreditado e assumido que essa nova realidade educacional precisa ser de fato implementada nas unidades educativas (BALL, 2001, 2002 e 2004; BORGES e OLIVEIRA, 2006; CATTONAR, 2006).

As políticas, os documentos, os textos, e essa premiação em especial, apontam para uma certa valorização dos profissionais da educação ao interpelá-los como agentes principais das transformações necessárias à garantia da qualidade do ensino público do país. Esses sujeitos são elevados então à condição de protagonistas, por meio do encorajamento suscitado a serem atores fundamentais em seus contextos de trabalho, a garantir o sucesso, não somente de seus que-fazeres, como também da qualidade de um bem público, o qual oportuniza melhorias para o futuro da sociedade (BALL, 2001, 2002, 2004 e 2010). Nesse sentido, a premiação age de dentro para fora, bem como de fora para dentro, ao se tornar um grande atrativo, em que, por meio dela, a escola, ou melhor, a equipe diretiva, consegue cumprir vários propósitos, os quais tem-se colocado a assumir como, por exemplo, as exigências postas pelo meio educacional, as expectativas cada vez mais impostas pela comunidade, e, ainda, a necessidade de experienciar e de manter um grupo fortalecido, unido, mobilizado, reconhecido publicamente.

Uma outra fala a respeito da importância de participar dessa premiação reitera essas análises

(...) E a premiação se encaixa aí, eu acho que é uma forma de dar visibilidade, e as escolas precisam disso. Tem gente que tenta fazer um trabalho o melhor possível, mas não sabe vender seu peixe. É uma questão de auto-marketing, nós temos que nos convencer disso, e também de marketing externo, a comunidade tem que acreditar nisso. Por que quando uma escola como a nossa recebe um prêmio desses, há um reconhecimento sim. E quando há esse reconhecimento a comunidade também acredita mais. Não é só eu que estou acreditando na escola do meu filho, não, porque aí tu vês na tevê, tu ouves no rádio. Bom, então a comunidade acredita também, e eu me sinto mais seguro, e sinto mais vontade de participar, porque parece que ficou mais claro para onde a escola quer ir. Bom, se eu sei para onde a escola quer ir, eu posso ir junto. (...) (Diogo)

Como as questões relativas à política gerencialista, à performatividade, à meritocracia e à política de responsabilização se encontram muito imbricadas, na constituição dos documentos, dos discursos e das práticas requeridas às instituições educativas e escolares, na prática os atores do processo escolar testemunham essas relações intrínsecas e as falas acima são um exemplo disso. Os relatos sinalizaram não somente a responsabilização imputada e absorvida pelos sujeitos locais e o mérito julgado e obtido na instauração dos movimentos empreendidos na premiação, como há também nesses relatos um conteúdo latente a respeito da lógica empresarial importada para o campo da educação, ao constatar-se a utilização de vocábulos próprios do universo das empresas e de discursos bastante próximos das perspectivas do mundo dos negócios.

Se o coordenador remeteu-se ao uso de um auto-marketing e de um marketing externo, a diretora, por sua vez, fez uso de uma fala lembrando que a premiação trabalha com o otimismo, com o elogio, com a capacidade, com o sonho, com a ousadia e com a diferença. A política empresarial gerencialista trabalha substancialmente com o tempo e com a atuação produtivos, geradores de lucro e de resultados positivos, e com o estabelecimento permanente de metas. As empresas trabalham na perspectiva do sucesso, no que tem e no que vai dar certo, alocando os sujeitos no papel de colaboradores e de sócio-

colaboradores, forjando maiores comprometimentos por meio de objetivos que supostamente passam a ser assumidos como desses sujeitos (GENTILI, 1996;

SANTOMÉ, 2004; SHIROMA, CAMPOS e GARCIA, 2005; DOURADO, 2007). A premiação, nesse sentido, faz reafirmar os propósitos empresariais nos contextos escolares, ao passo que as gestões tendem fortemente a adotar essas perspectivas de trabalho, nas quais os sujeitos dispensam muito mais empenho e dedicação cotidianamente, apostando na recompensa e no sucesso, voltados a ações que possam garantir resultados satisfatórios, redobrando a confiança, a certeza e o auto-convencimento nesses propósitos e nas ações mobilizadas para atingirem os mesmos. Essas gestões vão se dispondo a alocar suas escolas em projetos competitivos, que primam pela exposição de seus trabalhos ao crivo de um concurso externo, o qual não possui qualquer compromisso com a natureza de seus condicionantes e de suas limitações sociais, políticas e culturais.

A premiação irá julgar a capacidade da escola de se auto-administrar, o quanto ela consegue desenvolver suas aptidões internas, individual e coletivamente organizadas, para promover transformações no sentido de readequar comportamentos, potencializar lideranças e iniciativas e realizar articulações. O concurso é mais um mecanismo de incentivo comprometido com a geração de desempenhos performáticos e competitivos, por meio dos quais o crescimento da instituição norteará preponderantemente as práticas escolares. O êxito da escola tem sido contabilizado por meio desses imperativos, no número e no grau de recrutamento atingido, nos processos dinâmicos gerados e no quanto essas investidas podem vir a ser transformadas em resultados e índices. A premiação não foca nos dilemas enfrentados pela escola, na insuficiência de recursos, nos desafios da aprendizagem, nas reivindicações das categorias, trabalha na transferência direta da administração e da resolução desses condicionantes à escola e à comunidade local (BALL, 2002 e 2010).

Numa perspectiva de educação mercadológica, a premiação funciona para esse contexto pesquisado, diretamente, como uma certificação, uma espécie de ISO da escola, para que ela, munida – seja da classificação ou das

diplomações propriamente ditas –, possa vender bem sua prestação de serviço, atestando para a sociedade sua qualificação, como bem disse um dos coordenadores da escola. Isso faz revelar que as escolas, na conjuntura dada, acabam precisando de premiações como essa para se reafirmarem, para provarem acerca das transformações promovidas e dos resultados alcançados. A classificação no Prêmio Nacional de Referência em Gestão Escolar acaba corroborando para propagandear a favor da escola, realizando um falar bem da mesma, conferindo uma espécie de aceite público das propostas e das práticas por lá efetivadas, demonstrando que com as mesmas condições materiais das outras escolas públicas pode-se fazer um bom trabalho.

A candidatura da escola ao Prêmio Nacional de Referência em Gestão Escolar proporcionou aos sujeitos a experiência de investirem numa campanha coletiva para o sucesso da escola, os quais mobilizados por objetivos e metas comuns, estiveram unidos em um pensar único, representando, perante as comissões julgadoras, uma coesão e coerência interna (SHIROMA, CAMPOS e GARCIA, 2005). O envolvimento com o concurso despontou para um tempo escolar a ser vivenciado sem a instauração de conflitos, de resistências, de contestações, de críticas e de divergências, no qual as buscas coletivas acomodaram interesses mediante a mobilização constante de colaborações para apresentar junto à competição a melhor escola possível, o que a escola tem de bom (BEZERRA, 2008). Concorrer ao prêmio tornou-se a grande causa a defender e a se empenhar, possibilitando relegar para segundo plano as lutas por outras causas tão importantes à escola, aos seus profissionais e à sua comunidade.

A elaboração do dossiê, condição posta à participação na premiação, para fins de comparação e de prestação de contas em nível estadual e nacional, demandou para aquela comunidade, em especial para aquela equipe diretiva, inúmeros e intensos movimentos. A escola foi palco de um tempo composto por diversas investidas, no qual a reunião constante de diferentes grupos deu origem a organizações e a execuções de diferentes atividades. A construção da auto-avaliação, o preenchimento minucioso do documento, a elaboração do texto, a seleção das fotos, a apresentação de gráficos, a organização de atas e depoimentos, a realização de discussões e de reflexões,

o reforço na pintura da escola, a programação de eventos, dentre outros, atestaram, no contexto da prática, a mobilização de desempenhos performáticos, como forte tentativa de responder a uma política de responsabilização implícita e explicitamente veiculada pelas proposições e pelas orientações da premiação.

Esses trabalhos concretizaram uma boa parcela dos desempenhos mobilizados principalmente pelos sujeitos-gestores da escola, o que veio a exemplificar o caráter local assumido pela escola no enfrentamento das demandas educacionais postas pela conjuntura nacional (DOURADO, 2007). Essa imposição da esfera do local como principal resposta ao novo contingente educacional, promovido na ampliação do acesso e da permanência na escola, apontou para a aparição de uma participação produtiva, construtora de uma cultura escolar performativa (BALL, 2001 e 2004; CAMPOS, 2005).

Quando perguntado aos sujeitos-gestores a respeito do envolvimento que teria demandado a participação na premiação, os relatos fizeram emergir as mobilizações, o consenso, a crença.

Olha, posso te dizer assim, que meu envolvimento foi total, eu me dediquei assim muito ao projeto, queria muito que a gente chegasse lá, que a gente conseguisse o prêmio, eu não vou negar, na época era um bom dinheiro. Mas uma das coisas que me levou assim, foi mostrar o trabalho que a nossa escola faz. (...) Te digo assim, foi um movimento de sábado, de domingo, e depois toda a organização da escola, pintando, arrumando, porque a gente sabia que o pessoal da comissão vinha para a escola. Então a gente trabalhou muito, muito, muito mesmo, e depois todo o envolvimento pedagógico, que foi dar aulas diferenciadas, porque eles (a comissão) queriam ver aulas diferentes, e eles assistiram, eles assistiram nossas crianças dançando, viram várias coisas, passaram toda à tarde, viram todo o andamento da escola. (Lúcia)

O envolvimento foi muito bom, nos fez nos questionar, e fez com que os professores também tivessem uma posição. Bom, nós queremos participar? Queremos. Então o que nós faremos para isso? Porque nos viemos fazendo uma escola, e essa escola é metódica, sistemática, e a gente acaba se envolvendo nessa metodologia e ousando pouco. Acho que o principal ganho desse concurso foi nos ensinar a nos enxergarmos e a ousarmos mais, principalmente no pedagógico. Nós temos uma escola bem organizada, bem estruturada, mas precisamos que os nossos resultados pedagógicos sejam melhores. (Diogo)

A direção da escola toda se envolveu, nos tivemos o apoio da secretaria, e como era um concurso mais ligado à gestão, a parte