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REVISÃO DA LITERATURA

2.5 Processo de fabricação de produtos cerâmicos

3.1.3 Análises química, mineralógica, granulométrica e térmica/gravimétrica

Para realização da caracterização da argila, os seguintes procedimentos específicos foram adotados:

Análise química – consiste em determinar a composição química de uma matéria-prima, fornecendo os percentuais de óxidos presentes e também os valores de perda ao fogo. Pode ser realizada através de métodos químicos ou físicos. Os métodos químicos geralmente são através de reações de precipitação seletiva e reações de formação de complexos corantes. Os métodos físicos podem ser através de espectrofotometria ou ainda por fluorescência de raios X. Atualmente a fluorescência de raios X é frequentemente utilizada para determinar a composição química em materiais cerâmicos por ser um método rápido, preciso e não destrutivo.

Nesta pesquisa, a amostra da argila foi passada em peneira ABNT n° 200 (0,074mm) e submetida à análise química por fluorescência de raios X. O espectrômetro (Figura 3.7) de fluorescência de raios X determina semi quantitativamente os elementos presentes em uma determinada amostra, mediante a aplicação de raio X na superfície da amostra e a posterior análise dos raio X fluorescentes emitidos em equipamento EDX 720 da Shimadzu (Figura 3.7). A geração de raios X é feita por meio de um tubo com alvo de Rh.

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Análise mineralógica (por difração de raio X) – Corresponde a uma das principais técnicas de caracterização, pois além de ser possível determinar os parâmetros da célula unitária e pontos de simetria. Possibilita a identificação dos minerais presentes, e também permite estudar as características cristalográficas destes minerais. O equipamento de difração de raios X (Figura 3.8) é basicamente um tubo emissor de raios X, uma câmara circular onde se situa a amostra (goniômetro) e um detector que recebe os raios difratados. A técnica de ensaio consiste em incidir um feixe de raios X (de comprimento de onda conhecido), sobre uma camada fina de pó, que gira no centro do goniômetro. Como consequência o feixe se difrata e reflete com ângulos que são característicos do retículo cristalino, obtendo-se o correspondente difratograma.

Ao se caracterizar argilominerais, a utilização da técnica de difração de raios X torna-se ainda mais indicada, pois uma análise química reportaria os elementos químicos presentes no material, mas não a forma como eles estão ligados. Uma vantagem é que o difratograma apresenta um número grande de picos, o que facilita a identificação, principalmente no caso de misturas, onde pode haver superposição de alguns picos.

Com a caracterização da argila e a determinação das suas propriedades fica fácil estudar os beneficiamentos que devem ser feitos para alterar uma ou várias propriedades do corpo cerâmico, o que causa melhoramento nas propriedades do produto final.

A análise por difração de raios X da amostra, na forma seca, foi realizada em equipamento XRD 6000 da Shimadzu. A radiação utilizada foi Kα do Cu (cobre), tensão de 40kV, corrente de 30 mA, a velocidade do goniômetro foi de 2°/min e passo de 0,02°.

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Figura 3.8 – Difratometro de raios x.

Análise granulométrica – está técnica de caracterização é muito utilizada em diversos ramos industriais devido a sua facilidade de operação, rapidez e amplitude de leitura. Para realização desta caracterização a argila foi submetida a um ensaio por difração a laser de acordo com as instruções operacionais do granulômetro CILAS 1064 LD (2007) (Figura 3.9). A amostra foi passada no peneirador de malha nº 200 e dispersa em 150 ml de água destilada como o desflocante hexametafosfato de sódio na proporção indicada pela norma da ABNT. A preparação da dispersão foi realizada em agitador Hamilton Beach N5000 à velocidade de rotação de 17.000 rpm durante 20 minutos, seguida por um repouso durante 24 h. Após este período, a dispersão foi novamente agitada durante 5 minutos e colocada no equipamento CILAS modelo 1064, em modo úmido, até atingir a concentração ideal que é de 150 unidades de difração/área de incidência.

A análise granulométrica por difração de laser utiliza o método de dispersão de partículas em fase liquida associado com um processo de medida óptica através de difração de laser. Neste método, é combinada a relação proporcional entre a difração do laser e a concentração e tamanho de partículas.

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Figura 3.9 – Granolômetro a laser (CILAS 1064).

Análises térmica diferencial (ATD) e termogravimétrica (ATG) – Engloba uma série de técnicas nas quais as propriedades físicas de uma substância e/ou seus produtos de reação são medidas de forma contínua em função da temperatura em um ciclo térmico controlado.

O método de análise térmica diferencial (ATD) é de uso mais frequente no Brasil no estudo de argilas, visando principalmente à identificação dos argilominerais presentes.

Esta técnica permite observar as transformações que geram trocas energéticas, devido a fenômenos físicos ou químicos. Estas trocas energéticas podem ser endotérmicas (onde ocorre absorção de calor) ou exotérmicas (onde ocorre liberação de calor). Para cada troca energética, aparece um pico no gráfico, e de acordo com a temperatura desses picos e sua direção, pode-se identificar o mineral, ou a transformação ocorrida com a amostra. Assim, identifica-se existência de minerais essenciais às argilas e que influenciam as propriedades finais da peça.

Outra técnica bastante utilizada é a análise termogravimétrica (ATG) que determina a perda ou ganho de massa que uma amostra sofre em função da temperatura e /ou tempo. A amostra é aquecida de maneira controlada, até uma temperatura pré determinada, com velocidade constante. Este método de análise complementa a análise térmica diferencial por fazer

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distinção entre as reações onde ocorre perda de massa e as reações onde não ocorre.

As análises térmicas diferenciais (ATD) e as termogravimétricas (ATG) das amostras foram realizadas em equipamento BP Engenharia Modelo RB 3000 (Figura 3.10), operando a 12,5°C/min. A temperatura foi de 1000°C e o padrão utilizada nos ensaios de ATD foi o óxido de alumínio (Al2O3) calcinado.

Figura 3.10 – Equipamento utilizado para análise térmica - BP Engenharia Modelo RB

3000.