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13.6.1 Fluxo de Caixa

“A administração da liquidez é uma das atividades mais importantes do administrador financeiro. Para desempenhar essa função, o profissional de finanças utiliza um dos principais instrumentos de análise e controle financeiro, o fluxo de caixa” (FRAUCHES, 2014, p. 32)

Para Gomes et al (2013, p. 2), o fluxo de caixa apresenta-se como:

[...] um instrumento que relaciona o futuro conjunto de ingressos e de desembolsos de recursos financeiros pela empresa em determinado período. Basicamente, a análise do fluxo de caixa mostrará a relação entre a despesa decorrente do cumprimento das obrigações e a receita obtida pela venda de produtos. A partir daí, pode-se observar que a combinação de entradas e saídas de dinheiro pode resultar em saldo positivo ou negativo.

A abordagem estratégica, descrita acima, está relacionada com o nível de negócios da empresa não só a curto prazo, mas principalmente a longo prazo. (FREZATTI, 1997 apud FRAUCHES, 2014, p. 32).

A má estruturação de um fluxo de caixa, pode levar uma empresa a adquirir certas dificuldades sobre a deliberação de sua liquidez, ou até mesmo levará a não compreensão da mesma. De acordo com Frauches (2014, p. 32):

“A interpretação do fluxo de caixa pode ser feita através de simulações onde se considera que todas as contas que venceram no período foram pagas e todas as faturas vencidas nesse mesmo período foram recebidas [...]. Outras simulações podem ser feitas considerando apenas as saídas ou apenas as entradas”.

Dessa forma, como garantia para uma boa gestão empresarial, fez-se o fluxo de caixa da PETFIBER, como ferramenta de controle. O fluxo de caixa da empresa foi feito para dez anos, o qual é descrito nos apêndices 47, 48, 49 e 50. Vale ressaltar que o período de dez anos para o fluxo de caixa foi determinado, pois este corresponde a depreciação máxima, referente ao tempo em que os equipamentos da produção e mobílias em geral serão

desvalorizados. Nos apêndices 43, 44 ,45 e 46, o fluxo de caixa do primeiro ano é detalhado mês a mês.

A fim de elaborar o fluxo de caixa da PETFIBER foi necessário primeiramente averiguar em qual regime tributário a empresa se enquadraria. Tendo uma receita estimada para o primeiro ano de R$36.750.339,40 a empresa se enquadra no regime de Lucro Presumido para empresas com a receita até R$78.000.000,00 por ano. Este regime tributário apresenta algumas vantagens como as alíquotas de PIS e COFINS são menores quando comparadas ao Lucro Real, tem seu imposto de renda calculado com base no lucro da empresa e a vantagem de ser um regime tributário simplificado que pode ser muito interessante para pequenas empresas como a PETFIBER.

Os impostos sobre a receita e suas respectivas taxas são: ICMS (17%), ISS (4%), COFINS (3%) e PIS (0,65%). Ainda para o cálculo do fluxo de caixa considerou-se a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), com uma taxa de 12% e o imposto de renda equivalente a 25% em cima do lucro obtido pela empresa.

13.6.2 Taxa Mínima de Atratividade (TMA)

“A Taxa Mínima de Atratividade é a taxa requerida como a taxa mínima de juro que a empresa exige para aceitar um projeto, conhecida também como custo de oportunidade” (LAPPONI, 2007, p. 37 apud MALLMANN, 2012, p. 23)

Para Casarotto Filho e Kopittke (2010, p. 97 apud MALLMANN, 2012, p. 23):

Ao se analisar uma proposta de investimento deve ser considerado o fato de se estar perdendo a oportunidade de auferir retornos pela aplicação do mesmo capital em outros projetos. A nova proposta para ser atrativa deve render, no mínimo, a taxa de juros equivalente à rentabilidade das aplicações correntes e de pouco risco. Esta é, portanto, a Taxa Mínima de Atratividade.

Para os posteriores cálculos dos indicadores de viabilidade, a TMA utilizada foi de 15%, de acordo com a taxa SELIC de 6,5% junto a taxa de risco de 8,5% a qual foi determinada pelo empreendedor.

A Taxa Interna de Retorno consiste na taxa de desconto que iguala o valor atual líquido dos fluxos de caixa de um projeto a zero. Em outras palavras, a taxa que com o valor atual das entradas seja igual ao valor atual das saídas. (CARVALHO, 2017)

A TIR calculada, com auxílio do programa Microsoft Excel, foi de 43,19% projetada para um período do fluxo de caixa ,10 anos. O resultado da taxa interna de retorno é maior que a taxa mínima de atratividade, o que significa que os investimentos da PETFIBER renderão mais que dispêndio de recursos, logo o projeto é rentável.

13.6.4 Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM)

O método da TIRM é uma versão melhorada do método da TIR, que elimina os problemas matemáticos decorrentes da possibilidade de existência de raízes múltiplas nos fluxos de caixa não-convencionais e do pressuposto da TIR da taxa de reinvestimento divergente do mercado. (KASSAI et al, 2000, p. 77 apud FILHO, 2008, p. 29)

Segundo Brom et al (2009):

Na TIR modificada, propõe-se que os caixas gerados pelo projeto sejam reinvestidos pela taxa de atratividade e que as saídas (desembolsos), quando forem financiadas, sejam reinvestidos pela taxa de juros de mercado de financiamento.

A TIRM calculada foi de 22,07%. Esse valor, ao ser comparado com a TIR, apresenta uma diferença de 21,12%.

13.6.5 Valor Presente Líquido (VPL)

O método do valor presente líquido (VPL) tem como finalidade calcular, em termos de valor presente, o impacto dos eventos futuros associados a uma alternativa de investimento. Em outras palavras, ele mede o valor presente dos fluxos de caixa gerados pelo projeto ao longo da vida útil. Se não houver restrição de capital argumenta-se que esse critério leva á escolha ótima, pois maximiza o valor da empresa. (SAMANEZ, 2009)

Com o auxílio do programa Microsoft Excel, obteve-se como resultado um VPL de R$ 19.486.250,39 também projetado para um período de 10 anos. Tal valor é positivo e, portanto, indica a viabilidade econômica do projeto.

O termo payback faz referência ao que é denominado como Período de Recuperação do Investimento. Consiste em um dos métodos de avaliação das alternativas de investimento mais simples de se aplicar em um projeto.

Para Sanvicente (1987):

[...] o período de “payback” é definido como sendo aquele número de anos ou meses, dependendo da escala utilizada, necessários para que o desembolso correspondente ao investimento inicial seja recuperado, ou ainda, igualando e superando pelas entradas líquidas acumuladas.

O método do payback pode ser aplicado de duas formas: simples e descontado. Para o cálculo do payback descontado, determina-se a TMA como taxa de desconto, o que segundo Santos (2001, p. 151 apud MALLMANN, 2012, p. 25) significa “[...] considerar os fluxos de caixa pelo seu valor presente”. Já o payback simples considera os fluxos de caixas futuros, sem descontar nada em seu cálculo.

O payback simples da empresa resultou em 4 anos, enquanto que para o payback descontado, o retorno do investimento da empresa se dará em 4 anos e 6 meses. Tais resultados podem ser considerados como bons prazos para o retorno do investimento inicial.

13.6.7 Índice de Lucratividade

O índice de lucratividade de acordo com Cavalcante (2018)

[...]é um que método que busca abordar a proporcionalidade entre o valor presente das entradas líquidas de caixa e o investimento inicial do projeto, considerando a sua superação em termos de capital empregado e a taxa mínima de atratividade.

O índice de lucratividade pode ser obtido através da seguinte fórmula:

IL =Soma dos valores presentes Investimento

Desenvolvendo os cálculos necessários obteve-se um índice de lucratividade igual a 2,83, o que segundo Neto (1992), sendo um número maior do que 1,0 indica um valor presente líquido maior que zero, revelando a atratividade econômica do projeto.

13.6.8 Ponto de Equilíbrio

“O ponto de equilíbrio consiste no número de unidades que precisam ser vendidas para uma empresa atingir o equilíbrio, ou seja, ter um resultado que não implique em lucro ou prejuízo, mas sim um resultado zero” (JIAMBALVO, 2002 apud CONGRESSO UFSC, 2008) O cálculo do ponto de equilíbrio ainda pode ser determinado quanto a receita total. Dessa forma, se os níveis de receita ou volume de vendas estiverem acima do ponto de equilíbrio, isto representará o lucro da empresa, assim como se a receita e ou volume de vendas estiverem abaixo do ponto de equilíbrio, a empresa terá indício de perdas. (CONGRESSO UFSC, 2008)

O ponto de equilíbrio foi calculado levando em conta os custos fixos totais, o preço de venda de cada produto e também seu custo de produção por unidade. Para determinar o ponto de equilíbrio em unidades utilizou-se a seguinte formula:

PE ( kg mês) =

Custos fixos totais

Preço de venda − Custo de venda

Já para o ponto de equilíbrio financeiro utilizou-se a seguinte formula:

PE(R$) = Custos fixos totais 1 − (Custo de venda Preço de venda)

Os valores obtidos de ponto de equilíbrio em termos de unidades e receita podem ser observados na tabela abaixo:

Tabela 40 – Ponto de equilíbrio em unidades e receitas

PONTO DE EQUILIBRIO Produto Kg/mês R$/mês Porcentagem (%) Fibra cristal 23.022,99 R$ 414.413,85 8,43 Fibra mista 19.448,06 R$ 388.961,24 7,12 Fibra siliconada 16.787,24 R$ 377.961,24 6,15 TOTAL 59.258,28 R$ 1.181.087,71 -

13.6.9 Retorno Sobre o Investimento

Segundo Knapp (2015, p.8), o cálculo do ROI de uma empresa/negócio, pode ser determinado da seguinte forma:

[...] divide-se o lucro operacional (antes do imposto de renda) pelo investimento médio (ativo total – passivo de funcionamento). O passivo de funcionamento engloba aqueles recursos que não são efetivamente investidos na empresa como salários, encargos sociais, fornecedores, dividendos, impostos, dentre outros.

O valor do ROI de um investimento pode ser obtido da razão entre o lucro operacional bruto e o valor do investimento inicial do projeto. De acordo com os retornos financeiros estimados a PETFIBER terá um ROI igual de 436,47%.

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