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A intelligence Analysis, mostra-nos a importância que a pessoa ou grupo que analisa, tem para o sucesso da investigação.

“Major intelligence failures are usually caused by failures of analysis, not failures of collection” (Heuer, 1999, p. 65).

O analista independentemente do local e da formação, deve ter uma mente aberta e criativa e estar receptivo às mudanças sem que se deixe influenciar pelas pessoas ou ambiente envolvente, as relações económico-sociais entre os indivíduos facilita o processo de interpretação e análise da informação (Murphy, 2005).

As fontes de informação e dados recolhidos poderão adivir de várias origens como: Internet, livros, jornais, artigos científicos, conferências, comunicação social. Este poderá ter a necessidade de se adaptar à cultura, ou “modus operandi” de uma dada empresa ou organismo, a experiência e a vivência profissional podem ser condicionantes pelo facto de pensarem como sendo donos de uma sapiência ou visão única, e é perante estas particularidades que o autor aconselha os profissionais da área para dirimirem essas falhas (Heuer, 1999).

· Análise sensitiva – Este tipo de análise assenta na análise informal de cada analista face a acontecimentos que já possam ter ocorrido, e face a decisões que possam criar impacto na decisão do negócio em dado momento, e é mediante estas decisões que se deve questionar as convicções do analista, face a diferentes direcções que possa tomar; · Identificar modelos alternativos – Os analistas devem ter um espirito crítico e questionar aqueles que não partilham das suas tendências ou afirmações, procurando modelos, frameworks, metedologias que lhes permitam interpretar os dados e gerar informação que mais tarde deverá ser supervisionada e validada por um conjunto de indíviduos de proveniências diferentes, face aos métodos, modelos aplicados e visão partilhadas. Desta forma é possível uma análise mais rigorosa e sustentada, isenta quase na sua totalidade de influências, conseguindo-se assim avaliar e determinar melhores conclusões;

· Prever imagens ilusórias – é essencial que o analista não se cinja só em opiniões e conclusões de dados analistas face a determinados casos estereotipados, ou que reflitam a cultura ou tendência governamental de dado país, é sim importante, perceber as diferenças entre realidades inerentes a cada cultura ou local, na determinação de dada conclusão de estudo, o analista deverá assim ter um espirito crítico e “open mind”.

A imaginação e a creatividade são elementos importantes na “Intelligence Analysis”, porque permitem a inovação e descoberta de novas questões com o objectivo de identificar novos achados ou relações de factos que poderiam nunca ter acontecido ou ser previstos (Heuer, 1999). São assim pontos essenciais da análise:

· Recolha de informação; · Análise da informação; · Documentação e evidência; · Apresentação de conclusões.

A análise efectuada pelos investigadores e cientístas é influenciada mediante dadas condições de trabalho e motivação, pelo que é importante referir os seguintes pontos de influência:

· É determinante o facto do investigador se sentir responsável por novas iniciativas e não pela importância de ter oportunidade e incentivo para tal;

· O controlo sobre o poder de decisão do investigador, face a determinado programa de pesquisa, liberdade de definir objectivos, gerir a sua equipa e fundos monetários permite a consolidação de novas ideas e creatividade de dado producto ou serviço; · A segurança e a sustentabilidade do seu trabalho é crucial na análise e

desenvolvimento profissional perante a inovação;

· A liberdade de acção por parte dos superiores perante o investigador influencia a capacidade de criação, inovação e análise deste;

· Projectos de menor dimensão envolvendo elementos em menor número além de terem custos menores, permite uma direcção mais criativa na investigação.

· O facto do investigador enveredar por outras actividades transversais além da sua actividade profissional principal de analista, cria as condições ideais para a criatividade e inovação que no fundo o enriquece intelectualmente nas suas experiências pessoais e profissionais actuais e futuras.

50 Em resumo a importância das condições de trabalho, o empenho, os incentivos são essenciais à criação, análise, e produção de novo conhecimento tão importante no domínio da Intelligence.

Uma organização deve ter em conta as necessidades de clientes e parceiros de negócio face a produtos e serviços, pois só assim é possível dar continuidade ao exercício de actividade e perceber realmente a importância que o analista tem numa empresa na análise da informação. Cada colaborador desempenha um papel fundamental, mas cabe ao analista o seguinte (McDowell, 2009):

· Efectuar a ligação entre os elementos que compõem dado problema ou tarefa, por forma a compreender exactamente a necessidade, as regras e a responsabilidade de atingir determinado objectivo em prol da empresa e do benefício dos seus colaboradores directos e indirectos;

· Empenho na forma em como aborda dada tarefa, independentemente da importância que é dada, com o intuito de promover a “ideia” referente à venda de dado produto ou serviço.

A interpretação e a importância dada à análise efectuada pelos analistas, nem sempre tem o apoio dos decisores e stakeholders, pois estes poderão não ter a sensibilidade e os conhecimentos técnico-científicos para conseguir descortinar o que realmente gera valor e conhecimento para uma organização, em detrimento do aspecto financeiro e visão a curto- prazo.

O analista deverá estar atento às oscilações do mercado, este é competitivo e exigente, requer vigilância face aos seus concorrentes, pelo que se deve ter em conta o risco de investimento, as oportunidades e as ameaças entre outros factores, culturais e políticos subjacentes a determinado ambiente empresarial. Por outro lado a informação que é recolhida e posteriormente tratada é determinante para uma boa análise. A autenticidade e diversidade da amostra dos dados e a forma com estes são armazenados, implica na geração do conhecimento, este por sua vez é feito com o apoio de ferramentas de análise, essencial para ajudar à tomada de decisões e formulação de estratégicas, pelos seus decisores.

A experiência destes indivíduos permite optimizar e refinar a forma como avaliam e medem cada caso em estudo, no entanto há que tentar perceber se todos os casos de hipoteses no processo de análise são abordados, pelo que as seguintes questões têm como finalidade suscitar um espírito crítico ao indivíduo ou equipa em exercício (McDowell, 2009):

· Será o nível de detalhe suficiente na análise, face à origem da informação e o analista? · O “focus” em particular perante a origem da informação será o correcto?

· A falha de comunicação entre indivíduos terá sido causa do problema?

· Poderá ser deduzido um padrão ou uma limitação face ao que se poderá determinar no futuro dessa origem da informação?

· Será que a fonte contém os dados que se pretendem?

É através destas e outras questões que se consegue perceber a importância e a complexidade do que é o acto da análise, esta não tem apenas uma vertente ou solução, é a experiência e os erros cometidos anteriormente, que permitem ao analista evoluir e aumentar o seu conhecimento face a futuros trabalho e investigações na área do negócio, com isto este torna- se mais prudente e eficaz nas tarefas a desempenhar e no apoio aos gestores aquando das tomadas de decisão.

A “Intelligence analysis” vê o analista como peça fundamental no pensamento criativo e inovação, por mais métodos, metedologias, frameworks e teorias que existam, o esforço do trabalho, a marca deixada pelo analista é única, na forma em como analisa e processa a informação e a transforma em conhecimento útil para os seus decisores.

Desta forma o “focus”, a direcção orientada aos objectivos, suscita a expansão do negócio da empresa e cria valor, esse essencial a novos desafios na economia além fronteiras.