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ANGIOSPERMAS DA RESERVA NATURAL VALE, NA FLORESTA

endemismo de plantas do Brasil (Peixoto & Silva, 1997). Alguns estudos já fizeram a revisão de famílias e gêneros ocorrentes na RNV (p. ex.Barroso

& Peixoto, 1995; Mansano & Tozzi, 2004; Coelho, 2010a, Lopes & Mello-Silva, 2014) e novos táxons continuam a ser descritos (p. ex Maas et al., 2007;

Pirani, 2010; Acevedo-Rodríguez, 2012; Lopes et al., 2013; Lopes et al.,2014; Medeiros & Lohmann, 2014; Lombardi, 2014; Sobral & Souza, 2015;

Kollmann et al., 2015).

Numa análise geral, a primeira síntese da flora de angiospermas da RNV analisou 2.417 exsicatas, descrevendo 650 espécies vegetais, sendo 489 arbóreas (Jesus & Garcia, 1992). Menos de uma década depois foram descritas 1.404 espécies de fanerógamas, das quais 37 com material tipo da RNV, já incluindo uma boa representatividade de plantas não arbóreas (Germano Filho et al., 2000).

Posteriormente Peixoto et al. (2008) e Siqueira et al. (2014) listaram mais de 2.000 espécies de angiospermas, entretanto, nestas listagens são incluídas algumas dezenas de táxons cujas determinações não chegam a espécie e dezenas de espécies naturalizadas. Neste trabalho é analisada a riqueza de espécies de angiospermas da RNV, são discutidos os grupos taxonômicos mais ricos e é feita uma breve discussão em relação à flora de outras regiões bem estudadas do neotrópico.

INTRODUÇÃO

Apesar da intensa fragmentação ocorrida no bioma Mata Atlântica, onde 71% dos fragmentos possuem menos que 5 mil ha e 45% da área encontra-se dentro dos 100 m de borda florestal (Ribeiro et al., 2009), este bioma ainda guarda elevados valores de diversidade e endemismo em sua flora (Thomas et al., 2008; Forzza et al., 2010;

Werneck et al., 2011).

Uma região singular neste bioma é o trecho entre o município de Santa Teresa/ES e Ilhéus/

BA, onde foram registradas as três áreas com maior riqueza de angiospermas na Mata Atlântica (Martini et al., 2007; Thomas et al., 2008; Saiter &

Thomaz, 2014). Nesta região, no norte do Espírito Santo, sobre sedimentos da Formação Barreiras, encontram-se dois fragmentos contíguos e bem conservados de Floresta de Tabuleiro, denominação dada por Rizzini (1963): a Reserva Natural Vale (RNV) e a Reserva Biológica de Sooretama (RBS).

Juntas, elas somam 46 mil ha e constituem o maior maciço de Floresta Atlântica entre o sul da Bahia e norte do Rio de Janeiro (Peixoto et al., 2008).

Esta é uma região singular, citada como a mais rica em espécies de angiospermas do neotrópico, considerando áreas com precipitação similar, ao redor de 1.200-1.400 mm/ano (Peixoto & Gentry, 1990) e um dos 14 centros de diversidade e

ANGIOSPERMAS DA RESERVA

As áreas permanentemente inundadas, aqui denominadas várzeas, também apresentam um gradiente fisionômico difícil de definir, podendo variar de herbáceas a arbóreas com dossel a 12 m de altura (Peixoto et al., 2008).

Para elaborar a lista de angiospermas foram consultados 15.568 registros do Herbário CVRD, da RNV, depositados até a data de 28 de janeiro de 2016, sendo excluídas as briófitas, monilófitas e licófitas (tratadas em outros capítulos deste livro), as coletas realizadas fora dos limites da RNV e os registros indeterminados. Contudo, espécies colocadas apenas até gênero, mas que são consideradas por especialistas como “novas”

foram mantidas na lista. Gêneros sem a completa identificação até espécie, mas com apenas uma espécie também foram mantidos na lista. Apenas para Myrtaceae foram mantidas algumas morfo-espécies. Espécies naturalizadas, exóticas e/

ou ruderais foram excluídas do presente estudo, seguindo recomendação de Moro et al. (2012).

Algumas poucas espécies sem duplicatas no Herbário CVRD foram incluídas, após a confirmação de especialistas, utilizando-se os dados de exsicatas depositadas em outras coleções. A lista de espécies foi submetida à checagem de nomes através da ferramenta Plantminer (Carvalho et al., 2010), o qual faz uma correção automática dos nomes válidos e sinônimos, através de consulta à Lista de Espécies da Flora do Brasil (http://floradobrasil.jbrj.

gov.br). Posteriormente, a listagem foi checada para verificar inconsistências.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Riqueza de espécies

Foram contabilizadas 1.999 espécies de angiospermas na RNV, distribuídas por 145 famílias (Anexo 1). Esse número representa 13,5% do total de Angiospermas citadas para a Floresta Atlântica (Stehmann et al., 2009). O número de registros indeterminados é de 480, pertencentes principalmente às famílias Salicaceae, Myrtaceae, Euphorbiaceae, Rubiaceae, Marantaceae, Solanaceae, Fabaceae e Peraceae. Assim, é possível que a riqueza aumente sensivelmente com a identificação destes materiais.

As famílias mais ricas em espécies na RNV são Fabaceae (186), Myrtaceae (116), Orquidaceae MATERIAIS & MÉTODOS

A RNV localiza-se no norte do Espírito Santo, sobre terrenos com pequena variação de altitude, geralmente entre 30 e 60 m. O clima é considerado estacional, embora a vegetação florestal seja classificada como Floresta Estacional Perenifólia.

Para o período de janeiro de 1975 a dezembro de 2004, a precipitação média anual foi igual a 1.227 mm (desvio padrão ± 273 mm), a temperatura média anual foi de 23,3 oC, variando muito pouco ao longo do ano, entre 20,0 oC e 26,2 oC (médias das mínimas e máximas anuais). A umidade relativa média anual foi de 85,8%, também variando muito pouco ao longo do ano, entre 82,2% e 89,2%

(Rolim et al., 2016a).

Na RNV ocorrem quatro tipos principais de fisionomias vegetais. A de maior extensão é a Floresta de Tabuleiro, uma fisionomia florestal madura sobre Argisolos Amarelos, onde as árvores chegam a atingir mais de 35 m de altura (Jesus & Rolim, 2005;

Peixoto et al., 2008). As florestas de muçununga ocorrem geralmente como enclaves no interior da Floresta de Tabuleiro, sobre depósitos arenosos (espodossolos), onde o dossel atinge cerca de 10 m de altura e ocorre grande penetração de luz no sub-bosque (Simonelli et al., 2008). Nesta fisionomia, os solos são pobres e existe um grande estresse hídrico, os quais são limitantes para o crescimento das árvores (Saporetti-Júnior et al., 2012).

Os campos nativos ou “nativo” é uma fisionomia variando de herbácea a arbustiva, ocorrendo também sobre solos arenosos e pobres. Do ponto de vista florístico o nativo é uma vegetação de restinga, embora alguns autores prefiram fazer a diferenciação fisionômica, deixando o termo restinga para a vegetação que ocorre sobre os terraços marinhos do quaternário (Araujo et al., 2008). Esta fisionomia é considerada por alguns uma variação da muçununga, assim como a variação que ocorre entre fisionomias de cerrado (Meira-Neto et al., 2005). A variação fisionômica nos campos nativos é provavelmente condicionada pela frequência e duração do alagamento do solo em épocas chuvosas (Ferreira et al., 2014).

Uma análise detalhada do mapa da RNV, apresentado na abertura deste livro, apresenta as fisionomias vegetais da reserva numa imagem de satélite (Figura 1).

ROLIM ET AL. ANGIOSPERMAS

Das espécies citadas, 94 constam como ameaçadas de extinção no livro vermelho da flora do Brasil (Martineli & Moraes, 2013), 156 no livro do Espírito Santo e 22 são consideradas plantas raras (Giulietti et al., 2009), totalizando 191 espécies que merecem atenção prioritária.

Entretanto, este número ultrapassa 200, pois várias espécies recentemente descritas para esta área e ainda com distribuição conhecida restrita, poderão ser avaliadas futuramente como raras ou ameaçadas, como Alatococcus siqueirae Acev.-Rodr. (Acevedo-Rodríguez, 2012), Oxandra unibracteata J.C. Lopes, Junikka & Mello-Silva (Lopes et al., 2013), Ephedrantus dimerus J.C.

Lopes, Chatrou & Mello-Silva (Lopes et al., 2014), Anthurium ribeiroi Nadruz, Anthurium queirozianum Nadruz, Anthurium riodocense Nadruz, Anthurium siqueirae Nadruz, Anthurium zeneidae Nadruz, Philodendron follii Nadruz, Philodendron ruthianum Nadruz (Coelho, 2010), Spiranthera atlantica Pirani (Pirani, 2010), Tynanthus espiritosantensis M.C.

Medeiros & L.G. Lohmann (Medeiros & Lohmann, 2014), Eugenia hispidiflora Sobral & M.C. Souza, Eugenia cataphyllea Sobral & M.C. Souza (Sobral &

Souza, 2015) e Begonia jaguarensis L. Kollmann, R.

S. Lopes & Peixoto (Kollmann et al., 2015).

Outras espécies raras ou ameaçadas são encontradas em fragmentos no entorno da RNV ou nas florestas aluviais na foz do Rio Doce, mas não possuem registros de ocorrência dentro da RNV, como Oxalis doceana Lourteig, Riodocea pulcherrima Delprete (Rolim et al., 2006; Giulietti et al., 2009) e Keraunea capixaba Lombardi (Lombardi, 2014). Para a RNV, ainda são mencionadas como raras Erisma silvae Marc.-Berti e Tabebuia reticulata A.H.Gentry (Giulietti et al., 2009) mas não há registros destas espécies no norte do Espírito Santo. A primeira é conhecida apenas pelo material tipo na região amazônica enquanto a segunda é para alguns municípios nos estados do Espirito Santo, Minas Gerais e Bahia (INCT, 2015).

Numa consulta à Lista de Espécies da Flora do Brasil (http://plantasdobrasil.jbrj.gov.br), podem ser constatados dados de alguns gêneros de angiospermas ocorrentes na RNV que apresentam forte disjunção com a Amazônia, como Dinizia sp. nov.

(espécie em descrição G.P. Lewis et al.), Senefeldera, Bonnetia, Glycydendron e Borismene. Alguns destes (103), Rubiaceae (86), Poaceae (73), Asteraceae

(69), Bignoniaceae (62) e Lauraceae (58). As famílias mais ricas em gêneros são Fabaceae (80), Orquidaceae (56), Asteraceae (45) e Rubiaceae (42) (Figura 2). Os gêneros mais ricos em espécies são Eugenia (45), Ocotea (34), Myrcia (29), Solanum (25), Piper (24) e Pouteria (21). As quatro famílias mais ricas encontradas na RNV são, de modo geral, aquelas bem representadas em outras áreas de Floresta Atlântica (Leitão-Filho, 1987; Peixoto

& Gentry, 1990; Joly et al., 1991) ou mesmo na região neotropical (referências na Tabela 2).

Das espécies citadas, 1.622 (81%) foram registradas na floresta de tabuleiro, 628 (31%) nas florestas de muçununga, 352 (18%) nos campos nativos e 257 (13%) nas várzeas sujeitas a alagamento. Algumas espécies não apresentaram fisionomia de coleta e outras foram amostradas em áreas antropizadas dentro da RNV, embora sejam de ocorrência natural na região. Apenas 107 espécies são compartilhadas pela Floresta de Tabuleiro, floresta de muçununga e campos nativos. Do total de espécies, 262 só foram registradas nas fisionomias de muçununga e/ou de campos nativos. Estas fisionomias possuem solos quimicamente pobres (Espodossolos) e com camadas superficiais de impedimento que levam a alagamentos em épocas chuvosas (Secreti, 2013) e são mais restritivas para muitas espécies. Os remanescentes destes ambientes são extremamente raros entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo e mais estudos são necessários para entender a distribuição das espécies nestas fisionomias, os tamanhos de suas populações e seu status de ameaça frente à raridade dos mesmos.

Figura 2. Famílias mais ricas em espécies na Reserva Natural Vale e respectivos números de gêneros.

ainda que 27,3% das espécies são endêmicas da região entre o rio Doce (ES) e Ilhéus, no sul da Bahia.

Estes resultados levaram os autores a classificarem esta região como um dos três centros de endemismo da Mata Atlântica (para detalhes ver também Fiaschi

& Pirani, 2009).

Comparação com outras áreas

A riqueza de espécies numa dada área e a análise da riqueza de espécies em famílias ou a abundância de famílias entre regiões neotropicais têm sido discutidas (Lombardi & Gonçalves, 2000; Lima et al., 2011; Zappi et al., 2011). Esta discussão é dificultada pelo fato de que o esforço de coleta botânica geralmente não é o mesmo entre os gêneros ocorrem de São Paulo a Pernambuco;

outros ocorrem apenas no trecho entre o rio Doce, no Espírito Santo, e Ilhéus, no sul da Bahia. Isso pode indicar ausência de coleta nas áreas entre os biomas, mas também conexões pretéritas entre a Floresta Atlântica e Amazônica, como já apontado por diversos autores. Alguns destes gêneros foram encontrados em registros de pólen na RNV, desde 7.500 e 4.000 anos antes do presente (Buso Jr. et al., 2014).

Em duas áreas de Floresta Atlântica do sul da Bahia, com 420 e 430 espécies, Thomas et al. (1998) estimaram que 7,4% em cada área são disjuntas com a Amazônia, número próximo da estimativa anterior de Mori et al. (1981), que é de 7,9% (baseada em 127 espécies arbóreas). Thomas et al. (1998) estimaram

Tabela 1: Lista de 10 famílias de Angiospermas mais ricas em espécies, em 12 regiões neotropicais da América do Sul (células vazias indicam que a família não está entre as 10 mais representativas na área).

Obs.: Uma ressalva é que alguns estudos são antigos e não estão em APG III. Assim, a representatividade de algumas famílias, como Malvaceae e Euphorbiaceae, pode estar sub ou superestimada.

Legenda: RNV (este estudo); 2) Região central do Peru (Vásquez et al., 2005); 3) Reserva Ducke, AM (Hopkins, 2005); 4) Yasuní National Park – Equador (Tropicos, 2013); 5) Parque Cristalino, MT (Zappi et al., 2011); 6) Iwokrama Forest – Guyana (Clarke et al., 2001); 7) Reserva de Una, BA (Amorim et al., 2008); 8) médio Rio Doce, MG (Lombardi & Gonçalves, 2000); 9) Serra Negra, MG (Salimena et al., 2013); 10) Parque Carlos Botelho, SP (Lima et al., 2011); 11) Reserva de Macaé de Cima, RJ (Lima & Guedes-Bruni, 1997); 12) Parque da Ilha do Cardoso, SP (Barros et al., 1991).

Família 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Fabaceae 186 150 188 160 128 115 71 125 48 57 51 63

Myrtaceae 116 65 31 39 59 39 53 85 47 70

Orchidaceae 103 200 96 56 57 38 115 81 229 118

Rubiaceae 86 138 94 113 93 82 66 69 48 51 53 50

Bignoniaceae 62 54 32 49

Asteraceae 69 75 27 51 54 54 42 43

Poaceae 73 107 34 48 57

Lauraceae 58 58 100 62 35 53 44

Apocynaceae 51 35

Sapindaceae 45

Annonaceae 59 47 34 34

Araceae 133 55 64 31

Bromeliaceae 40 43 43 46 41

Chrysobalanaceae 53

Cyperaceae 45 42 39

Euphorbiaceae 50 45 36 30 35

Malpighiaceae 21

Malvaceae 42 38

Melastomataceae 167 58 85 53 34 36 31 56 54 73 34

Moraceae 68 43 19

Piperaceae 33 30 22 26

Sapotaceae 78 28

Solanaceae 50 33 38 29

Riqueza 1.999 2.363 1.987 1.912 1.303 1.251 1.048 1.043 1.033 1.030 1.023 985

ROLIM ET AL. ANGIOSPERMAS

“pequenas” e planas é uma atividade de longo prazo.

Também deve ser considerado que existem áreas com alta riqueza concentrada em pequenas áreas, mas pequeno esforço em escala regional.

Por exemplo, uma comparação mais criteriosa de amostragem, com esforço e metodologia padronizados (A. H. Gentry Forest Transect Data Set) mostra que a riqueza da flora com diâmetro à altura do peito maior ou igual a 4,8 cm em áreas de 1 ha, no sul da Bahia (Serra do Conduru), está entre as mais altas dos neotrópicos, inclusive maior que a RNV e Reserva Ducke (Martini et al., 2007).

Outros estudos têm confirmado a alta riqueza de espécies em Serra Grande, no Sul da Bahia (Thomas et al., 2008) e na região serrana do Espírito Santo (Thomaz & Monteiro, 1997; Saiter et al., 2011). A região serrana de Santa Teresa, no Espírito Santo, é apontada como área de alta riqueza ou endemismo para alguns grupos de plantas, como Angiospermas (Werneck et al., 2011), Myrtaceae (Sobral, 2007;

Murray-Smith et al., 2009) e Monimiaceae (Lyrio, 2014). Maior intensidade de coleta juntamente com análises que incluam fatores ambientais e biogeográficos, são necessárias para entender a elevada riqueza e endemismo destas regiões.

Uma análise da Tabela 1 mostra que Fabaceae, Myrtaceae, Rubiaceae e Orchidaceae têm destaque em termos de riqueza de espécies em florestas Neotropicais: por exemplo, na Floresta Atlântica do norte do Espírito Santo (este estudo), da Bahia (Amorim et al., 2008), na região sul de São Paulo (Lima et al., 2011), na Floresta Amazônica do Mato Grosso (Zappi et al., 2011), de Manaus (Hopkins (2005) e da Guiana (Clarke et al., 2001).

Destaca-se a notável contribuição de Orchidaceae na Reserva de Macaé de Cima, RJ (Lima & Guedes-Bruni, 1997), no Parque Estadual da Ilha do Cardoso, SP (Barros et al., 1991) e em Serra Negra, MG (Salimene et al., 2013), com riqueza superior a Fabaceae. Isso é esperado, já que esta é a família mais diversa na Floresta Atlântica (Stehmann et al., 2009). Por outro lado, podem ser notadas algumas exceções, como a baixa contribuição de Orchidaceae no médio rio Doce (Lombardi &

Gonçalves, 2000) e na Floresta Amazônica do Mato Grosso (Zappi et al., 2011), provavelmente em função de um menor esforço de coleta nesta família. Geralmente a riqueza de Orchidaceae está associada a ambientes com alta pluviosidade ou estudos. Além disso, a extensão e a diversidade de

ambientes nas áreas de coletas em cada área podem ser diferentes e as coletas em alguns estudos são subrepresentadas para algumas famílias (Clarke et al., 2001; Zappi et al., 2011). Com estas ponderações, foram selecionadas algumas áreas neotropicais para uma análise comparativa dos resultados encontrados na RNV (Tabela 1), considerando apenas as Angiospermas.

Nesta comparação, uma riqueza de Angiospermas de cerca de 2.000 espécies é encontrada na RNV em Linhares/ES, na Reserva Ducke em Manaus/

AM e na região central do Peru. Zappi et al.(2011) inferem que no Parque Cristalino/MT é possível que a riqueza de plantas vasculares atinja 2.000 espécies. Embora a região central do Peru tenha maior riqueza entre as áreas comparadas (2.363 espécies de Angiospermas), deve ser considerado que as coletas foram realizadas em 300 mil ha, com quatro tipos climáticos distintos e alta diversidade de ambientes (Vásquez et al., 2005). Se forem consideradas amostras nesta escala, como na Serra do Mar de SP/RJ ou em todo o norte do Espírito Santo, é possível que uma riqueza similar poderia ser alcançada nestes trechos. Porém, nesta área do Peru, apesar de sua grande extensão quando comparada às demais, foram analisadas apenas 16.376 coletas botânicas e vários estudos têm mostrado a elevada riqueza das florestas peruanas (Gentry, 1988; Phillips et al., 1994).

Na RNV (com cerca de 23 mil ha) e na Reserva Ducke (cerca de 10 mil ha), embora o tamanho seja reduzido, não é desprezível o fato de que em ambas a topografia é muito plana, facilitando a atividade de coleta. Outras áreas, como no Parque Estadual Carlos Botelho (SP) ou nas florestas de Iwokrama nas Guianas, a topografia acidentada é um dificultador para a coleta de plantas. A influência do esforço de coleta na Reserva Ducke pode ser constatada com base em atualizações no número de espécies para esta área nos últimos 15 anos. Uma publicação do Projeto Flora da Amazônia (Prance, 1990) indicava uma riqueza de 825 espécies. Posteriormente, Ribeiro et al. (1994) indicaram uma riqueza de 1.453 espécies e Hopkins (2005) citou 2.079 espécies de plantas vasculares para a Reserva Ducke, ou seja, um acréscimo de 150% em duas décadas. Esses dados mostram que a obtenção de dados representativos de floras, mesmo em áreas

neotrópico, incluindo uma elevada riqueza de espécies ameaçadas e raras. Trata-se de uma área de grande relevância para conservação. Novas coletas botânicas e o tratamento dos materiais indeterminados devem continuar a aumentar esta riqueza, mas, no sentido de direcionar futuros esforços botânicos na região norte do Espírito Santo, embora não seja foco deste trabalho, vale um breve comentário sobre a Reserva Biológica de Sooretama (RBS), adjacente à RNV. Existem muito poucas coletas botânicas na RBS e a maioria coletada em áreas de fácil acesso como a Lagoa do Macuco e ao redor das sedes. Ou seja, uma concentração do esforço de coleta na área da RNV, em detrimento da RBS. Um exemplo desta diferença é apontado por Giaretta et al. (2015), que mostram que 55%

de todos os registros de Myrtaceae em áreas protegidas do Espírito Santo são provenientes da RNV, e que sua vizinha RBS, representa apenas 1%

dos registros.

É notório, portanto, a necessidade de maiores investimentos em coletas botânicas na RBS.

A carência de infraestrutura na RBS e a maior dificuldade de acesso aos trechos mais remotos, tornam expedições à RBS menos atrativa ao pesquisador. Adiciona-se ainda o fato de a RNV manter o Herbário CVRD bem representativo da flora do norte do Espírito Santo, além de infraestrutura de apoio logístico, que torna atrativa a opção por coletar na RNV. A RNV e a RBS são igualmente importantes e compartilham muitas espécies, mas provavelmente a área oeste da RBS deve apresentar algumas particularidades que a diferem dos trechos da RNV, pois é uma área mais distante do oceano e apresenta topografia mais acidentada, diferente da RNV, onde o relevo é predominantemente suave ou plano. Desta forma, considerando a riqueza de espécies e endemismo desta região, é altamente recomendável que sejam incentivadas expedições botânicas à RBS.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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na RNV existe um longo período seco (Engel &

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A elevada riqueza de Myrtaceae na RNV pode ser constatada quando comparada às demais áreas, já que congrega próximo do dobro de espécies em relação à quase totalidade das demais áreas. Esta família é relacionada entre as mais ricas em espécies arbóreas no domínio da Floresta Atântica (Mori et al., 1983a;

Mori et al., 1983b; Barros et al., 1991; Thomaz &

Monteiro, 1997; Jesus & Rolim, 2005; Lima et al., 2011). Outro fato a ser considerado é que Myrtaceae é também bem representada na Amazônia, como constatado para a Reserva Ducke, se considerada toda a flora e não somente espécies arbóreas.

A presença de áreas abertas com sedimento arenoso na RNV deve ter favorecido o estabelecimento de representantes de Poaceae e Asteraceae, que ali ocorrem entre as 10 famílias de maior riqueza. Estas famílias também apresentam elevada riqueza em outras regiões que apresentam este tipo de sedimento, ou ainda em trechos rochosos, como encontrados na Ilha do Cardoso (Barros et al., 1991), em Serra Negra (Salimene et al., 2013) e na Guiana (Clarke et al., 2001).

Embora Bignoniaceae não seja uma das famílias mais ricas na Floresta Atlântica, destaca-se na RNV, onde apresenta uma das maiores riquezas já registradas, com notoriedade para as lianas lenhosas (43 das 62 espécies). Outras famílias ricas em lianas lenhosas na RNV são Fabaceae, Malpighiaceae e Sapindaceae (37, 32 e 22 espécies, respectivamente). Estas quatro famílias representam 52% das 255 espécies de lianas lenhosas da RNV, principalmente nos gêneros Machaerium (11), Heteropterys (11), Passiflora (9), Adenocalymma (8), Paullinia (8) e Serjania (8), sendo uma das áreas mais ricas do neotrópico com este hábito (Peixoto & Gentry, 1990).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os registros botânicos atuais indicam que a RNV apresenta uma elevada riqueza e endemismo de angiospermas, entre as áreas mais ricas no

ROLIM ET AL. ANGIOSPERMAS

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