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Antigo lixão de Carapicuíba, Região Metropolitana de São Paulo

O crescimento do núcleo urbano circundou a área e ali foi constituído o centro comercial local. Mediante a falta de recursos para mitigar o problema, o secretário Borba solicitou às empresas construtoras do Rodoanel (que passa pelo seu município) resíduos de concreto da obra, e, com isso, cobriu o lixão, encerrando suas atividades.

Após isso, ocorreu uma grande enchente no rio Tietê por ocasião de fortes chuvas. A obra de interceptação da curva à esquerda no rio Tietê em direção ao centro da cidade de Carapicuíba foi tragada pelas águas e o rio retomou seu antigo curso em direção à cidade.

Com isso, o lixão de Carapicuíba está, até hoje, imerso, no leito do rio Tietê, e vai continuar percolando chorume por muito tempo.

4.4. O consórcio da sub-região leste da RMSP

Na sub-região leste da RMSP, as tentativas de consorciamento dos municípios locais para gestão dos RSD foram mais incipientes.

Envolvendo os municípios de Poá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Suzano e Mogi das Cruzes, as alternativas de disposição final dos RSD quase sempre se resumem ao seu envio para o aterro controlado localizado no Município de Itaquaquecetuba.

O aterro de Itaquaquecetuba possui graves discrepâncias técnicas e é situado à margem de um rio que compõe a bacia do Alto Tietê, sobre APM. Seu terreno é por demais inclinado em direção ao rio e a má conformação dos resíduos em seu interior, associada à baixa qualidade que apresenta no tratamento de seus efluentes, chegou a ocasionar, dentre os resíduos estocados, explosões que afetaram a população em seu entorno e alteraram aspectos topográficos do terreno onde estão depositados os resíduos.

No ano de 2004, o Ministério Público suspendeu as operações do aterro de Itaquaquecetuba, mas a empresa particular denominada Pajoan, proprietária do aterro, recorreu ao Tribunal de Justiça solicitando a manutenção de suas

atividades, que foi conseguida devido à carência de outras áreas para destinação final dos RSD gerados na região.

Tendo sido penalizado, sistematicamente, com multas pela CETESB, exigindo sua reparação, este aterro está sendo ampliado para o terreno que lhe é contíguo e possibilitará, assim, a recepção de maior quantidade de RSD a serem estocados.

Os proprietários do aterro de Itaquaquecetuba também são donos de empresas coletoras de RSD que atuam na região. Sua prática pressupõe a forte influência política que mantêm sobre as prefeituras locais.

Dirigentes da Secretaria de Obras do Município de Suzano e da Secretaria de Meio Ambiente do Município de Mogi das Cruzes declararam, textualmente, no ano de 2005, que são contra a prática política dos donos do aterro de Itaquaquecetuba, mas seguem encaminhando, para aquele aterro, os RSD gerados em seus municípios. Nesse contexto, o Município de Itaquaquecetuba está arcando com um grave ônus ambiental gerado pela produção de RSD em outras localidades.

O Município de Ferraz de Vasconcelos encaminha seus RSD ao aterro São João, localizado no bairro de Sapopemba, na capital paulista, que lhe é próximo.

4.5. O consórcio da sub-região do ABCD da RMSP

O consórcio intermunicipal da sub-região do ABCD, na RMSP, envolve os municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Paranapiacaba.

Nesta sub-região, o consórcio local, referente à gestão dos RSD, mantém objetivos definidos com relação à destinação final dos RSD ali gerados. Todos os resíduos coletados nesta sub-região, à exceção dos RSD coletados no Município de Santo André, têm, como destino final, sua disposição no aterro sanitário

localizado no Município de Mauá. Este aterro sanitário é de propriedade particular, pertencente à empresa denominada Lara.

Esta empresa é, também, responsável pela coleta dos RSD nestes municípios e o aterro sanitário recebe, ainda, RSD coletados na Baixada Santista, na região que inclui o Município de Guarujá e envolve os municípios de Santos e de São Vicente, abrangendo alguns municípios da Praia Grande.

O aterro sanitário localizado no Município de Mauá está instalado sobre APM e ainda possui capacidade considerável de espaços para manter suas operações, tendo sua vida útil estimada para muitos anos.

Ressalta-se, nesta sub-região, a existência do antigo lixão de São Bernardo do Campo, que ainda não foi recuperado.

4.6. O consórcio da sub-região norte da RMSP

A sub-região norte da RMSP, em sua porção nordeste, não chegou a qualificar um consórcio local em seus municípios com vistas a melhorias na gestão dos RSD coletados. O aterro sanitário do Município de Guarulhos, de propriedade particular da empresa denominada “Quitaúna Serviços S.A.”, é localizado no bairro do Cabuçu, próximo a APP na Serra da Cantareira, e vem recebendo RSD do Município de Guarulhos, que é o 2º município mais populoso da RMSP após a capital do Estado.

Esse aterro sanitário era um antigo lixão que foi instalado fora do centro urbano do Município de Guarulhos, em região serrana coberta pela mata atlântica. Com as reformas por que passou, ainda apresenta vazamento de chorume às águas locais, e a expansão urbana já aproxima o núcleo populacional à região de suas instalações, caracterizando problemas sociais decorrentes desta forma de gestão dos RSD que são comuns às áreas de muitos aterros sanitários.

Com a iminência do esgotamento de sua capacidade de armazenamento final de RSD, o aterro sanitário do Município de Guarulhos foi ampliado em área contígua ao seu terreno inicial, com previsão de vida útil por tempo considerável.

Foto 7. Região do aterro sanitário do Município de Guarulhos