• Nenhum resultado encontrado

A essa altura, você já deve ter percebido qual é o objetivo deste livro: fazer um paralelo entre a igreja de Atos dos Apóstolos e a de nossos dias. Você também deve estar se perguntando: “Irmão Edson, eu entendo que em grande parte de nossas igrejas falta obediência às palavras de Jesus, uma busca maior pelo Espírito Santo e também maior unidade no corpo (Igreja) entre outras coisas. Mas em todas as Igrejas evangélicas do mundo, se anunciam o Evangelho de Jesus Cristo, ou você pensa que nós pregamos sobre qualquer líder de uma outra religião”.

Eu entendo perfeitamente a sua colocação e sei que com algumas divergências doutrinárias (a Bíblia é a mesma para todos) nos púlpitos de nossas Igrejas, o Evangelho de Jesus Cristo é largamente pregado. O que temos procurado chamar atenção, não é para o que ocorre dentro de uma Igreja, mas para o que ocorre fora dela. Imagine a seguinte situação: Uma senhora tentando “evangelizar” a sua vizinha. Vamos dar nomes apenas para a ilustração.

- Boa tarde Sílvia, como você está? - Eu estou bem! E você?

- Eu também estou bem, graças a Deus.

- A propósito Sílvia, quando você fará aquela visita na minha Igreja que há tempos venho te convidando? Vamos hoje à noite!?

- Não sei Mônica, eu tenho tanta coisa para fazer...Quem sabe num outro dia.

- Tudo bem então Sílvia, depois a gente se fala. - Tchau Mônica!

Agora eu lhe pergunto querido leitor: Isto é evangelizar alguém? É claro que não! Mas é deste modo que o povo de Deus tem evangelizado!

Uma definição de Evangelismo diz o seguinte:

“Evangelizar é a exposição do Evangelho de tal maneira que o ouvinte possa tomar uma decisão consciente a favor ou contra Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador”.

De acordo com esta definição, a nossa querida Sílvia foi evangelizada? Claro que não! E onde está o erro? Está no fato da Mônica não ter em momento algum anunciado a Jesus Cristo, e sim a sua Igreja. Isso quando não é um cantor famoso ou um pregador de renome que anunciamos! Deste jeito nunca vai dar certo!

Você já foi em algum culto ao ar livre? Já participou de um “evangelismo” na rua? Vamos recordar o que é feito nesses dois eventos?

No culto ao ar livre, geralmente é escolhido um lugar de bastante trânsito de pedestres, por motivos óbvios, é claro, e então se começa primeiro, a cantar louvores. Na hora da pregação começa-se a anunciar a Igreja da qual as pessoas são membros! E o evangelismo com entrega de folhetos? Entrega-se o folheto com a programação da Igreja no verso e no máximo o que se diz ao “evangelizado” é: Jesus te ama e eu também” ou, “se você não aceitar a Jesus, vai para o Inferno”.

Após oculto de domingo à noite, estava indo para a minha casa e um grupo de jovens evangélicos vinham pelo outro lado da rua. Um deles gritou em minha direção: “Jovem, entrega a sua vida a Jesus”!

Responda-me sinceramente: Isso é evangelizar alguém? Não. É claro que não. Mas é isso que temos feito. Temos anunciado a tudo: ao pregador, a Igreja, ao cantor, ao Evangelista, ao grupo de louvor, ao almoço na Igreja; menos a quem temos realmente que anunciar, que é ao Senhor Jesus.

Veja o que a igreja de Atos fazia:

“E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo”.

Atos 5:42 (grifo meu)

A quem os apóstolos anunciavam? A Jesus Cristo! Estamos compreendendo onde temos errado todo este tempo? Não anunciamos a quem devemos anunciar.

Muitos podem estar pensando neste momento: mas eu não tenho o dom da palavra, não sou um grande pregador, e em situações de pressão, não consigo me lembrar de nenhum versículo bíblico. Veja como você não tem desculpas, lendo o tópico abaixo!

A importância do testemunho pessoal

Você, meu querido leitor, não precisa ser um grande pregador ou ter um grande conhecimento bíblico para evangelizar alguém. Simplesmente, você tem uma arma muito poderosa para isto: o seu testemunho! Afinal de contas, você tem um testemunho de conversão e de suas experiências com Deus ao longo de sua vida cristã...Ou não?

O grande Apóstolo Paulo mesmo, usava esta arma poderosa:

“Sobre o que, indo, então, a Damasco, com poder e comissão dos principais dos sacerdotes,

ao meio-dia, ó rei, vi no caminho uma luz do céu, que excedia o esplendor do sol, cuja claridade me envolveu a mim e aos que iam comigo. E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz do céu que me falava e, em língua hebraica, dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões. E disse eu: Quem és Senhor? E ele respondeu: Eu sou Jesus a quem tu persegues. Mas levanta-te e põe-te sobre teus pés, porque te apareci por isto, para

te pôr por ministro e testemunha tanto das coisas que tens visto como daquelas pelas quais te aparecerei ainda.”

Atos 26: 12-16

O testemunho de Paulo sobre a sua experiência de conversão ainda está registrado em At 22: 5-16. Se o próprio Paulo usava arma, porque você vai desprezá-la?

Um único “inconveniente” do evangelismo pessoal, é que o seu testemunho de vida estará continuamente sendo provado. Entenda bem essa afirmação. Quando pregamos para alguém, o nosso testemunho fala mais alto do que nossas palavras. Como já foi dito anteriormente, as pessoas podem não gostar da sua voz, do seu penteado, do seu modo de vestir ou de qualquer outra coisa referente à sua aparência ou modo de se expressar, mas nunca poderão olhar para você e dizer: “este homem ou mulher, não vive o que prega”.

Uma certa ocasião, eu estava fazendo visitas com um amigo meu e nós estávamos visitando uma casa em que moravam uma senhora, sua mãe e seu filho. Esta senhora estava falando conosco a respeito de seu filho que não era convertido e estava andando em más companhias. Estávamos conversando na sala da casa dela, quando ele apareceu. Ela apresentou-nos seu filho e pediu que orássemos por ele. Antes de orarmos, o Espírito me moveu a faze-lo uma pergunta. Perguntamos então o que ele achava que deveria fazer para ser salvo, e para minha surpresa, ele respondeu que ele deveria proceder da mesma forma que sua mãe.

O que isto nos mostra querido!? O testemunho de sua mãe falou alto no coração daquele jovem. Ele não me respondeu que deveria falar como sua mãe, mas deveria

proceder como ela. Realmente o testemunho por ações fala

muito mais alto que as nossas palavras.

O que estamos propondo não é uma evangelização ocasional, mas permanente; não é uma evangelização apenas de palavras, mas de ações. Não estou propondo uma

evangelização que se limite apenas em frases do tipo: “Jesus te ama e quer te salvar”, mas proponho um evangelismo pessoal, impactante, em que as pessoas à nossa volta não tenham escolha. Que sejam impulsionadas a aceitarem ao Senhor Jesus porque vêem nos seus discípulos (nós), pessoas diferentes de todas as outras que elas já conheceram. Pessoas felizes, que possuem o brilho e a alegria da salvação e que podem dizer como Paulo: “Eu sou imitador de Cristo”.(I Co 11: 1).

Nós, evangélicos, deveríamos ter sempre isto em mente. Somos muito visados pela sociedade e se não dermos testemunho de que somos uma nova criatura, o Evangelho vai ser blasfemado por nossa causa. Veja estas palavras de Paulo:

“Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós.”

Romanos 2: 24

E nós? Será que as pessoas ao nosso redor têm blasfemado do Evangelho por nossa causa? Temos aproximado as pessoas de Jesus, ou afastado?

Devemos estar sempre aprendendo com a Igreja de Atos dos Apóstolos. Este é o nosso padrão e devemos segui-lo. Menos que isto, pode parecer natural, mas não é bíblico! Temos de anunciar a Jesus Cristo e não a um homem ou a uma instituição. Peça direção ao Espírito Santo quando Ele lhe der oportunidade de anunciar o Evangelho a alguém. Peça também a Ele que lhe dê condições de apresentar a Palavra de Deus de forma clara e objetiva e não se preocupe se você não consegue decorar a Palavra, pois o Senhor nos prometeu:

“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.”

Mantenha o seu testemunho de cristão intacto. Se você magoou ou deu mau testemunho - não importa se foram para ímpios ou crentes – primeiro, peça perdão a Deus, e depois, peça desculpas àquelas pessoas a quem você deu um mau testemunho. Diga que aquilo que você fez não irá se repetir mais e que a partir de agora, você se tornará um melhor cristão. Trabalhe em parceria com o Espírito Santo, pois com certeza Ele vai ajudá-lo nessa missão de evangelizar e ganhar almas para o Reino de Deus. Alvoroce o mundo através do seu testemunho!

CAPÍTULO 10 – O CUIDADO COM AS OVELHAS