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1. Como surgiu a Rede Social da Estrutural ou quais as informações você tem sobre este início da rede?

Então eu posso dizer que ela iniciou mesmo em 2012, foi logo no iniciozinho, se eu não me engano, eu participei logo das primeiras reuniões, não exatamente da primeira reunião da discussão de como surgiu, de como necessitava de uma rede, mas eu comecei a participar em 2012 por conta do Conselho de Segurança, porque as lideranças são convidadas como outros órgãos efetivos da comunidade. À época, por eu ser Presidente do Conselho de Segurança, eu passei a fazer parte dessa rede no começo de 2012, eu acho que já era a terceira ou quarta reunião. Então ela deve ter iniciado as articulações lá por meados de 2011 e em 2012 ela efetivamente surgiu... Eu acho que com os outros entrevistados, você já deve ter conseguido os dados certos, mas enfim, desde 2012 é que eu estive participando da rede com frequência e agora também, devido ao fato de eu não estou mais no Conselho de Segurança e por compromissos na universidade, eu dei uma parada, mas, quando eu vejo a pauta – porque até hoje o e-mail fica cadastrado – que chama atenção, que eu sinto que eu devo estar presente, até por ser liderança, aí eu compareço.

2. Conte um pouco dessa sua experiência desde quando você ingressou na rede social: como que se deu o convite, por que ingressar na rede, por que você acha importante estar participando da rede.

Bom, o convite para meu ingresso se deu diretamente por eu ser presidente do Conselho de Segurança e ser uma liderança ativa. A importância eu acho fundamental, não só as lideranças, mas toda a sociedade civil deve participar, apesar de que quem participa mais hoje são as lideranças, mas ela é aberta a qualquer público, sendo importante tanto as lideranças quantos os órgãos estarem presentes porque através dali surgem demandas, temáticas, pelo menos assim ideias de como a gente pode fazer alguma coisa por algum problema que está relacionado com a rede, enfim que vem para nossa cidade e infelizmente acontece por falta desta atuação ou por não ter um mecanismo de rede que possa dar um respaldo para a população.

3. Quais os sujeitos que você visualiza que impulsionam a organização da rede?

hoje eu não posso falar quem é que está à frente da Coordenação, mas eu ainda acredito que seja o CREAS. Então a ideia é basicamente surgiu, não vou dizer diretamente da Amanda, mas de algum estudo dela, de alguma pesquisa, que ela sentiu essa necessidade de fazer, de trazer pra cá. A rede já existia em muitos locais como a gente sabe, então assim partiu mais do CREAS, que era coordenação dela. Mas assim eu pude participar de várias reuniões da coordenação da rede, eu fiz parte até por um tempo de coordenação, de ajudar em eventos essas coisas assim. Você sabe que são divididas as tarefas então, por isso, eu posso dizer que o maior responsável é o CREAS, é a SEDEST MIDH, não o CREAS. O CREAS era a maior parte da responsabilidade, mas a SEDESTMIDH era responsável. Então, a organização, eu posso dizer, que é mais diretamente a SEDESTMIDH, dividida entre o CRAS, o CREAS e o COSE para poder facilitar a coordenação, mas ainda tem a parceria de outros membros como Restaurante Comunitário, você como era da UAMA, enfim ela divide as tarefas, mas digamos que a responsabilidade é especificamente da SEDESTMIDH.

3.1. Por que você acha que a população, a sociedade civil mesmo não participa muito da rede?

Primeiramente eu acho que é porque elas não se sentem responsáveis, elas devem acreditar que a rede por ser o nome rede social – até porque quando a gente participa pela primeira vez, a gente vê mais o pessoal do GDF, órgãos, enfim esses órgãos – eu acho que eles pensam que a responsabilidade não é só da população. Falta de convite não é, porque assim toda reunião tem os e-mails. Quando você participa uma vez é automaticamente [inserido na lista de e-mails], quando tem evento é divulgado, é falado, uma liderança repassa para outra. Eu acho que é mais uma questão da responsabilidade, que eles não querem abraçar ou não se sintam capazes de estar ali por serem mais órgãos do governo que estão ali, enfim pessoas de um certo cargo, que têm certa responsabilidade, e eles não se sente tão responsáveis, competentes para estar ali. Eu penso que é mais ou menos isso.

4. Como você avalia a extensão da rede social da Estrutural? Você considera que ela se limita a uma pauta local ou você acha que dentro desta pauta é possível visualizar uma ordem nacional, regional, pautas maiores?

Nacional eu não posso dizer, porque quando eu estive a gente não viu uma coisa nacional, embora a atuação da rede mesmo local reflete nacionalmente, então ela é mais focada na Estrutural, não só na Estrutural até por conta dos órgãos que vêm: Ministério Público enfim, a demanda sai daqui, a exemplificação vem também de outras redes, ou seja, são parcerias

independente da rede da Estrutural. Eu pude por várias vezes, até hoje o Everardo manda alguma coisa, se eu não me engano ele é da rede de Ceilândia, então é uma parceria entre as redes. Talvez o mecanismo de ligação... Enfim não é só local, porque se fosse só local não precisaria de estar acionando o Ministério Público, a Regional de Ensino do Guará, eu acho que afeta sim... É, no nível geral, dá resultado Nacional porque, assim que a rede conseguir abranger aquela problemática, consegue dar uma sugestão para aquilo que foi motivo de discussão, de pauta. Eu acho que afeta sim nacionalmente, porque daqui pode sair alguém com essa ideia de rede que lá não tem, pode ser transferido – como você sabe, servidor público sempre é transferido – e pode fazer alguma diferença fora.

5. Qual o projeto político da rede social da Estrutural?

Eu acho que é mais a garantia de direitos, a autonomia do usuário, porque os temas que são propostos é a necessidade da população. Eu acredito que a rede tenha surgido por conta de tanta demanda, então uma demanda bem grave aqui é a questão da Santa Luzia: devido à demanda, eu acho que a rede surgiu e a pauta são as necessidades e o empoderamento dos usuários. Como que seria este empoderamento se o usuário começasse a participar, ter conhecimento? E aqui, como você mesmo sabe, a rede é de encaminhamento: se surgir uma demanda, vai ver qual órgão pode estar pensando aquilo ali, estar buscando uma solução para aquilo ali. Eu acho que é mais ou menos isso.

6. Então você acha que há uma relação entre a Rede Social da Estrutural e as políticas sociais?

Sim

6.1. De que forma você avalia esta relação, você acha que ela é só uma rede para encaminhamentos ou ela busca até propor uma nova política ou alguma coisa nesse sentido?

Olha, eu acho que é como eu te falei [é uma rede] de empoderamento. Ela propõe, não só busca, como também propõe novas políticas. Você vê aí que a gente teve ações voltadas contra o trabalho infantil, contra a exploração sexual... São ações que, mesmo que não consiga criar novas políticas, permitem com que as políticas que estão atuais sejam realmente validadas e que se concretizem na nossa cidade. Porque mesmo que a gente saiba que não vai acabar o trabalho infantil hoje – nem nunca, sempre vai existir um ou dois, hoje está bem gritante, mas amanhã pode estar oculto – mas vai existir... A própria exploração sexual... Mas é chamar a atenção da população e de certa forma responsabilizar, pois a responsabilidade não

é só dos órgãos que estão aqui – da Assistência [Social], da Saúde, de quem quer que seja... A responsabilidade também é nossa como sociedade.