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Desmame da Terapia Nutricional

O desmame da terapia nutricional deve ser feito em consenso com a EMTN avaliando a função gastrointestinal e determinando as necessidades nutricionais do paciente. O desmame é prescrito obedecendo aos seguintes critérios:

Para o desmame da NE para Oral

Início: Dieta líquida de prova, progressão conforme tolerância e controle da ingestão para monitoramento da aceitação da VO.

Suspensão: Com 75% das necessidades calórico-proteicas oferecidas por via oral

Para o desmame de NP para NE

Início NE: Para estabelecer a tolerância gastrointestinal, deve-se iniciar com 30 a 40 ml/h, podendo aumentar a velocidade de infusão de 25 a 30 ml/h a cada 8 a 24h (32).

39 www.huap.uff.br Suspensão: A NP é reduzida à metade quando o paciente tolerar 50% da NE. Quando o paciente tolerar 75% da necessidade nutricional sob formulação enteral, a NP é suspensa, sendo necessária a infusão de SG a 10% 1ml /kg/h nas primeiras 24h após interrupção da NP.

Para o desmame de NP para Oral

Início: A capacidade de deglutição do paciente deve ser avaliada pela fonoaudiologia para excluir risco de aspiração, somente em casos em que houver disfagia, obstrução em cabeça e pescoço ou esôfago, ou por períodos prolongados em ventilação mecânica.

A dieta líquida deve ser administrada em pequenos volumes e, conforme a tolerância do paciente, podendo evoluir a consistência para semilíquida, pastosa, branda e normal.

Suspensão: A NP é reduzida à metade quando o paciente tiver 50% das necessidades nutricionais asseguradas pela ingestão via oral. Quando o paciente tolerar 75% das necessidades por VO, deve-se suspender a NP, mantendo infusão de SG a 10% 1ml/kg/h nas primeiras 24h após interrupção da NP.

OBS: Se o paciente não for capaz de ingerir 75% das necessidades nutricionais por via oral, pode ser necessária nutrição enteral por sonda ou suplementação via oral.

Procedimentos e Competência de Enfermagem na Terapia Nutricional

Ao Enfermeiro está relacionada as funções administrativas, assistenciais, educativas e de pesquisa, assumindo junto à equipe de enfermagem do hospital, privativamente, o acesso intestinal, passagem de sonda com fio guia introdutor e transpilórico, e punção venosa pelo cateter central de inserção periférica, PICC . Ao Técnico de Enfermagem poderá ser delegado à introdução de sonda nasogástrica sem introdutor, administração e monitorização de infusão, sob orientação e supervisão do enfermeiro (Resolução COFEN nº277/2003) (29).

Os cuidados de enfermagem devem ser padronizados e conhecidos por toda equipe de enfermagem envolvida no cuidado aos pacientes que estãos em programa de Terapia Nutricional, e este controle deve ser realizado mediante auditorias frequentes da EMTN, além do estabelecimento de indicadores de qualidades ou desempenho que facilitem a melhoria contínua do processo.

40 www.huap.uff.br Administração de medicamentos através de Sondas Enterais

A maioria dos pacientes em Terapia Nutricional Enteral recebem simultaneamente medicamentos através de sondas, e na inexistência de protocolos e procedimentos estabelecidos para essa atividade, o tratamento farmacológico pode ficar prejudicado devido a possível interação existente entre alimento x medicamento, que interferi no alcance de uma resposta clínica eficaz. O comportamento cinético e dinâmico dos medicamentos, assim como as formas farmacêuticas mais adequadas para dissolução, trituração e administração, devem ser pesquisadas e descritas em protocolos internos (35) (36).

Aspectos a serem avaliados na administração de Fármacos pelas Sondas Enterais: 1- A posição da sonda no trato digestório: se está localizada no estômago, duodeno ou

jejuno;

2- Os respectivos pHs de cada segmento do sistema digestório (vide tabela abaixo);

Valores de pH ao longo do tubo digestivo

LOCAL VALOR DE pH

Boca e Esôfago 6,5 - 7

Estômago 1 – 2 (no jejum) e 3 (após refeição)

Duodeno 4

Jejuno 6 - 7

Íleo 7 - 8

Cólon e Reto 7 - 8

Fonte: Disciplina de Farmacologia, Curso Nutrição Clínica do GANEP

3- Em que local o fármaco a ser administrado é absorvido;

4- E o tipo de material de constituição da sonda enteral, pois o mesmo pode interagir com o fármaco.

Recomendações básicas para administração de Medicamentos por Sondas Enterais

1- Avaliar a forma farmacêutica dos fármacos prescritos, sendo a líquida a de melhor escolha, substituindo sempre que possível, mas verificar a osmolaridade para que o paciente não apresente diarreia;

41 www.huap.uff.br 3- Formas farmacêuticas de liberação prolongada são inadequadas e proibidas para a

administração por sondas;

4- Preferencialmente os medicamentos devem ser dissolvidos ou dispersos em água, para garantir a liberação total do princípio ativo, ao invés de triturá-los;

5- Quanto menor o diâmetro da sonda melhor o conforto do paciente, mas maior a probabilidade de obstrução;

6- A dieta deve ser sempre interrompida no momento da administração dos medicamentos, mesmo quando forem sondas de duplo lúmen;

7- Antes e após cada administração de medicamentos, a sonda deve ser sempre lavada com 20 ml água mesmo em sondas duplo lúmen.

8- Manter disponível para o corpo de enfermagem um protocolo de administração e um guia de fármacos e suas preparações (no HUAP utilizamos como referência o Manual para Administração de Medicamentos por Acessos Enterais da Editora Atheneu, 2013, referência em anexo) (37);

Recomendações para checagem do resíduo gástrico

No HUAP padronizamos que a checagem do resíduo gástrico deve ser efetuada na seguintes condições: nos pacientes com cateter enteral em posição gástrica, que apresentarem vômitos, gastroparesia e em pacientes críticos com doses elevadas de drogas vasopressoras ou outros fármacos que possam interferir no esvaziamento gástrico.

A checagem deve ser efetuada pelo corpo de enfermagem do hospital, somente

nos casos específicos ou de acordo com a recomendação médica, seguindo as seguintes etapas: após administração da dieta enteral, efetuar a aspiração com seringa de 50 ml e avaliar o conteúdo e anotar o volume residual. Os volumes de até 500 ml são aceitáveis em qualquer paciente em programa de terapia nutricional enteral. A reinfusão de até 250 ml desse resíduo deve ser efetuada como estratégia de otimização de administração da dieta enteral.

42 www.huap.uff.br CONCLUSÃO

O procedimento de TN é a utilização de Nutrição em condições especiais: enriquecimento com suplementos de Dietoterapia por Via Oral; com Nutrição Enteral

ministrada por acesso ao trato gastrintestinal e/ou com Nutrição Parenteral através da infusão de soluções por cateteres venosos.

A implementação da TN e a atuação da EMTN modificam sensivelmente a visão da Unidade Hospitalar em relação à necessidade e importância da manutenção da mesma.

Pela percepção do impacto que a TN influencia na evolução clínica dos pacientes assistidos, com sensível redução da morbimortalidade e do tempo de internação hospitalar, apresentando desfechos clínicos favoráveis aos pacientes que possuem um acompanhamento nutricional individualizado nos hospitais.

A EMTN do HUAP preconiza o início imediato da TN, seja através de qualquer uma das modalidades descritas anteriormente, e isso representa que é imperativo que o corpo clínico do hospital esteja alerta para a Solicitação do Pedido de Parecer para a avaliação dos pacientes após a Triagem Nutricional inicial, que acontece no momento da internação.

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