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Aplicação da Teoria das Facetas nesta pesquisa

3 DESENHO DA PESQUISA EMPÍRICA

3.1 TEORIA DAS FACETAS

3.1.1 Aplicação da Teoria das Facetas nesta pesquisa

Cabe agora apresentar a aplicação da Teoria das Facetas nesta pesquisa. A primeira sentença estruturadora, expressa na tabela 01, para à avaliação da Qualidade Cromática Percebida em ambientes de trabalho em escritórios, relacionada às características ambientais e aos julgamentos perceptuais/cognitivos. Já a tabela 2, propõe a sentença estruturadora para a avaliação da qualidade cromática percebida em ambientes de trabalho em escritórios, relacionando uma determinada cor com uma dimensão afetiva, portanto, associa-se aos julgamentos emocionais.

Na sentença estruturadora é possível unir as facetas de população amostral, de conteúdo e o racional, bem como os nomes das facetas de conteúdo e seus elementos de composição interna. Essa sentença é uma expressão da qualidade cromática percebida nesses tipos de ambiente, e são reflexos das hipóteses levantadas para esta pesquisa.

Em relação à faceta de população amostral, se propõe avaliar nesta pesquisa dois diferentes tipos de interesse nos ambientes de trabalho de escritório (Tabela 01). No primeiro grupo, predomina o interesse de projetar espaços e/ou arranjos físicos do espaço de trabalho, sendo suas experiências com esse tipo de espaço marcadas pelo

conhecimento científico. No segundo, há o interesse de trabalhar e suas experiências com os ambientes são marcadas pelo senso comum.

Tabela 1 – Sentença estruturadora para a avaliação da qualidade cromática percebida em ambientes de trabalho em escritórios.

Fonte: Elaborada pela autora com base na pesquisa

Os elementos da faceta de conteúdo (Contraste e Complexidade) formam 9 conjuntos diferentes expresso pela fórmula (A3xB3). A faceta (A) – CONTRASTE, tem como elemento interno 3 níveis de contraste; (A1) baixo, (A2) médio e (A3) alto. A faceta (B) – COMPLEXIDADE, tem como elemento interno, 3 níveis de complexidade; mínimo (A1) e (B1), moderado (A2) e (B2), máximo (A3) e (B3) – notavelmente coloridos no ambiente.

O contraste representa o contraste de cores na cena, e a complexidade está relacionada à quantidade de elementos diferentes e coloridos em cena. Tais elementos foram selecionados para esta avaliação devido à probabilidade de influenciarem a percepção das pessoas nos ambientes de trabalho em escritórios.

Juntas as facetas A e B, compõem a faceta de conteúdo, que juntamente com a faceta de população, formam o domínio da pesquisa, está relacionada com o número de elementos (Tabela 01).

O foco e o nível da experiência não foram considerados como facetas de conteúdo, na medida em que o foco foi relacionado com os elementos internos das duas facetas de referente e o nível das avaliações é geral, ou seja, em ambientes de trabalho em escritórios.

A pessoa X (especialista | não especialista) avalia que ambientes de trabalho em escritório com faceta (A) – (CONTRASTE) faceta (B) – (COMPLEXIDADE)

CONTRASTE COMPLEXIDADE

(a1) Baixo (b1) Mínima

(a2) Médio e (b2) Moderada facilita

(a3) Alto (b2) Máxima

RACIONAL

(1) nada (2) pouco

(3) mais ou menos estar e permanecer neste espaço

(4) muito (5) demais

O racional descreve as possíveis respostas da população à Qualidade Cromática Percebida de ambientes de trabalho de escritório e tem 5 intervalos; 1| nada; 2| pouco; 3| mais ou menos; 4| muito e 5| demais.

Exposto os elementos da sentença estruturadora para avaliação da Qualidade Cromática Percebida em ambientes de trabalho em escritórios, cabe agora apresentar a sentença estruturadora para avaliação afetiva para a cor em ambientes de trabalho em escritórios, e seus respectivos elementos.

Tabela 2

Sentença estruturadora da avaliação afetiva percebida para a cor em ambientes de trabalho em escritórios.

Fonte: Elaborada pela autora com base na pesquisa

A população amostral que se propõe avaliar e composta pelos dois mesmos grupos, da primeira Sentença Estruturadora (Tabela 02): 1| Especialistas; 2| Não Especialistas.

A faceta A – TEMPERATURA DA COR – abrange sete variações cromáticas agrupadas pela capacidade de transmitirem a sensação de serem quentes, frias e neutras; (a1) Amarelo, (a2) Laranja, (a3) Vermelho, (a4), Azul, (a5) Verde, (a6) Violeta e (a7) Cinza.

A pessoa X (especialista | não especialista) avalia que ambientes de trabalho em escritórios com faceta (A) – (TEMPERATURA) faceta (B) – (VALOR)

TEMPERATURA DA COR VALOR DA COR

A – QUENTE

(a1) Amarelo (5Y) (b1) baixo (a2) Laranja (5YR) variando num

(a3) Vermelho (5R)

A – FRIA favorece

(a4) Azul (5B) (b2) médio

(a5) Verde (5G) (a6) Violeta (5P) A – NEUTRA

(a7) Cinza (b3) alto

RACIONAL

(1) nada (2) pouco

(3) mais ou menos a emoção e a tranquilidade percebidos nesses espaços (4) muito (Uma expressão da Qualidade Visual Percebida) (5) demais

O branco e o preto foram desconsiderados para esta pesquisa uma vez que, ao variar o cinza na escala tonal, é possível chegar a essas duas cores.

O processo de seleção dos elementos internos dessa faceta se deu, sobretudo por essas cores serem atribuídas às sensações cromáticas fortes e compreenderem escalas harmônicas, frequentemente, utilizadas em diversos meios. A faceta B – VALOR DA COR – está relacionada a três graus de luminosidade do matiz: (B1) baixo; (B2) médio e (B3) alto.

A escolha dos elementos internos desta faceta deu-se, sobretudo devido ao valor cromático modificar a percepção do matiz.

Os elementos das facetas de conteúdo (temperatura e valor) formam o total de 21 estruturantes diferentes expressos pela fórmula (A7 x B3). (Tabela 03). A seta propõe o mapeamento de diversas possibilidades de respostas, isso é, cada elemento, quando conjugado, compartilha de um racional específico.

O foco e o nível da experiência não foram considerados como facetas de conteúdo, na medida em que o foco foi relacionado com os elementos internos das duas facetas de referente e o nível das avaliações é geral, ou seja, em ambientes de trabalho em escritórios.

O racional descreve as possíveis respostas da população à Qualidade Cromática Percebida de ambientes de trabalho de escritório e tem 5 intervalos; 1| nada; 2| pouco; 3| mais ou menos; 4| muito e 5| demais.

Os números que precedem os intervalos representam o valor que são somados, considerado para cada um na tabulação dos dados.

As quatro facetas de referentes da experiência (contraste, complexidade, temperatura e valor da cor) de ambas as sentenças, representando características ambientais cromáticas tomadas como sendo aderentes para a avaliação da Qualidade Cromática Percebida.

É importante destacar que o primeiro grupo de imagens (derivados da Tabela 01), poderia ser utilizada para realizar os testes referentes à Sentença estruturadora para avaliação afetiva percebida para a cor em ambientes de trabalho em escritórios, uma vez que essas imagens refletem duas características preditoras da preferência, (coerência e complexidade), tomadas nesta pesquisa para a avaliação da Qualidade

Visual do Ambiente, no que diz respeito aos julgamentos perceptuais/cognitivos. As mesmas imagens, contudo, poderiam ter utilizadas para a avaliação da qualidade calmante e emocionante (empolgante) dos ambientes de trabalho em escritórios, mas, as cores nos espaços não estão controladas e, portanto, a fim de interpretar melhor como as pessoas percebem as cores nestes espaços, em relação aos julgamentos emocionais/afetivos que também formam a Qualidade Cromática Percebida, foi criada uma segunda Sentença Estruturadora, abordando a temperatura e o valor cromático, para gerar imagens de um mesmo ambiente. Podendo fornecer bases para nortear futuros projetos, isso é com os resultados será possível criar espaços de escritórios de acordo com a necessidade do usuário.

As Sentenças Estruturadoras para a avaliação da QCP em ambientes de trabalho em escritórios e para a avaliação afetiva aqui propostas, como referências iniciais da pesquisa, serão analisadas em relação aos resultados empíricos, que devem corroborar ou refutar essas hipóteses. Logo, após a análise/interpretação dos dados, há informações suficientes para construir ou não novas sentenças, a serem estruturada como consequências diretas dos resultados empíricos apurados.