• Nenhum resultado encontrado

MATERIAL CARACTERÍSTICAS MODO DE APLICAÇÃO

5. TÉCNICAS DE REABILITAÇÃO

5.3. REMOÇÃO DO EXCESSO DE ÁGUA NAS PAREDES

5.4.2. Aplicação de revestimentos especiais de parede

Neste método, engloba-se a aplicação de revestimentos de parede impermeáveis ou revestimentos associados a outros materiais que garantam a estanqueidade: as argamassas de reboco e betões aditivados (hidrófugos), materiais sintéticos especiais (por exemplo, as pastas betuminosas de alcatrão de hulha) e pinturas estanques (geralmente em duas ou mais camadas, na composição da última das quais poderão entrar resinas epoxídicas ou poliuretânicas ou borrachas), folhas de polietileno, cartões e telas betuminosos, telas adesivas e termoplásticas e os revestimentos descontínuos (Figs. 78 a 80).

Fig. 79 - Execução de revestimentos especiais para reparação de anomalias causadas pela ascensão capilar

Fig. 80 - Revestimentos especiais de parede: aspecto do paramento nas várias fases de execução

Quadro 5 [7] - Análise comparativa dos diversos métodos de tratamento

De uma forma geral, a aplicação de revestimentos impermeáveis nas paredes vai impedir a evaporação, aumentando a altura atingida pela ascensão capilar (Fig. 12). São soluções que produzem bons resultados a curto prazo mas devem ser evitadas pois, a médio e longo prazo, as anomalias reaparecem com uma intensidade muito superior à que tinham inicialmente.

5.5. ANÁLISE COMPARATIVA DOS MÉTODOS

Nos Quadros 5 e 6, são apresentadas duas análises comparativas dos diversos métodos de tratamento de anomalias associadas à ascensão capilar apresentados.

Quadro 6 [21] [25] - Análise comparativa dos diversos métodos de tratamento SISTEMAS DE SECAGEM RESULTADOS DE ENSAIOS EM LABORATÓRIO EFICÁCIA GLOBAL POLIVA- LÊNCIA (*) ASPECTO (**) OBSERVAÇÕES 1ª fase 2ª fase Barreiras físicas

Excelentes Bons Muito boa Falível Médio Não utilizável em paredes espessas ou que apresentem

problemas de estabilidade Drenos

atmosféricos

Duvidosos --- Duvidosa Média Médio Não evitam a humidade ascensional; provocam

pontes térmicas Injecção por

difusão de silicatos

Excelentes Médios Boa Boa Médio Acentua as eflorescências na zona tratada Injecção sob

pressão de metilsilicona- tos de potássio

Muito bons --- Muito boa Muito boa Bom Pouco eficaz para as paredes muito húmidas ou que contêm concentrações

elevadas de sais. Injecção sob

pressão de silicones

--- Muito bons Muito boa (1º ensaio)

Muito boa Bom A evaporação dos solventes pode ser nociva à saúde.

Este e o anterior são os sistemas mais flexíveis. Injecção sob pressão de betume em emulsão --- Bons Boa (1º ensaio)

Boa Médio Risco de manchas negras nas paredes, nas zonas de

injecção. Electro-osmose

(inox)

Médios --- Média Boa Bom A diferença fundamental de eficácia deve-se não tanto à

diferença do metal constituinte dos eléctrodos, Electro-osmose

(cobre)

Duvidosos Duvidosos Duvidosa Boa Bom mas ao bom contacto com a alvenaria.

(*) Aptidão dos tratamentos relativamente aos diversos materiais e tipos de paredes; (**) Aspecto estético das paredes na zona tratada.

5.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

À presença da água e às suas variações estão geralmente associados problemas como a instabilidade e a deformação das fundações, a perda de estanqueidade das paredes exteriores e coberturas e a deterioração de alvenarias e madeiras. Assim, se o edifício se encontra em presença da água, esta não deve atingi-lo; se o atinge, não deve penetrar; se penetra, não deve não transferir-se para o seu interior e, se se transfere, deve evaporar-se com maior rapidez do que a que penetrou.

Caso contrário, o problema não tem solução, apesar de poder recorrer-se à ocultação das anomalias. Daí que as soluções de reparação dos edifícios devam estudar-se com base em

critérios arquitectónicos definidos de uma forma globalizante e os tratamentos específicos devam testar-se em laboratório comprovando a sua eficácia, compatibilidade e rentabilidade.

Este ponto de vista é particularmente importante quando se trata de obras de reabilitação ou restauro, cujo ponto de partida é precisamente a realidade arquitectónica já edificada, com uma história própria (que influenciou o seu estado actual) e que possui materiais já envelhecidos, com exigências que podem não coincidir com as que o projecto de reabilitação propõe. A introdução de um novo material nas paredes destes edifícios pode supor uma revolução de igual intensidade à da construção de mais um piso ou à alteração do seu sistema estrutural ou desenho da fachada, apesar de se tratar de uma revolução a uma escala menos visível.

Um bom projecto, tanto novo como de reabilitação, baseia-se no conhecimento profundo da realidade, e neste caso, da água e dos materiais de construção.

6. BIBLIOGRAFIA

Nota: as referências bibliográficas indicadas de seguida não incluem as referidas no capítulo de introdução a este documento, assim como um número não especificado de sites da Internet e catálogos comerciais.

[1] Brito, Jorge de, “Drenagem de Escavações”, IST, Lisboa, 1999.

[2] Brito, Jorge de; Guerreiro, Silvério, “Impermeabilização de Pisos Enterrados”, IST, Lisboa, 1999.

[3] Resende, Maurício Marques, “Patologia dos Revestimentos de Argamassa”, Escola Politécnica da Universidade de S. Paulo, Departamento de Engenharia de Construção Civil, S. Paulo, 2001.

[4] “Manual de Alvenaria de Tijolo”, Instituto da Construção / Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro, APICC, Coimbra, 2000.

[5] Froidevaux, Yves-Marie, “Techniques de L’Architecture Ancienne - Construction et Restauration”, Pierre Mardaga Éditeur, 2éme édition, Paris, 1985.

[6] Belém, Margarida da Cunha; Teixeira, Gabriela de Barbosa., “Diálogos de Edificação - Estudo de Técnicas Tradicionais de Construção”, 1º edição, Centro Regional das Artes Tradicionais (CRAT), Porto, 1998.

[7] Freitas, Vasco Peixoto de; Torres, Maria Isabel, “Humidades Ascensionais”, Comunicaçãoinserida nas 6ªs Jornadas de Construções Civis-Humidade na Construção, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, 1998.

[8] Henriques, Fernando M. A., “Humidades em Paredes”, 3ª edição, Colecção Edifícios, Volume 1, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Lisboa, 2001.

[9] “Tratado de Rehabilitación - Patología y Técnicas de Intervención. Fachadas y Cubiertas”, Departamento de Construcción y Tecnología Arquitectónicas DCTA-UPM, Tomo 4, 2ª edición, Editorial Munilla-Lería, Madrid, España, 2000.

[10] “Tratado de Rehabilitación - Patología y Técnicas de Intervención. Elementos Estructurales”, Departamento de Construcción y Tecnología Arquitectónicas DCTA- UPM, Tomo 3, 1ª edición, Editorial Munilla-Lería, Madrid, España, 1998.

de estudo.

[12] Bachman, Maria da Graça Xavier da Fonseca e Costa, “Paredes Exteriores no Contexto Arquitectónico”, Tese de Doutoramento, Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 1993.

[13] Paiva, José Vasconcelos, “Humidade nas Edificações”, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Lisboa, 1969.

[14] Muth, W., “Impermeabilização e Drenagem na Construção / Protecção Contra as Águas Freáticas”, Tradução 467, LNEC, Lisboa, 1974.

[15] Ulsamer, Frederico, “A Humidade na Construção Civil”, Lisboa, Edições Cetop, 1975. [16] Piedade, António Canha, Folhas de apoio à disciplina de Higrotérmica e Ventilação

Natural de Edifícios, 10º Mestrado em Construção, IST, Lisboa, 2000.

[17] Torres, Maria I. T. M., “Humidade Ascensional em Paredes”, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Coimbra, 1998.

[18] Cóias e Silva, Victor, “Barreiras Contra a Humidade Ascendente em Paredes”, STAP (Reparação, Consolidação e Modificação de Estruturas, Lda.), Lisboa, 2000.

[19] Henriques, Fernando, “Acção da Humidade em Paredes. Formas de Manifestação, Critérios de Quantificação e Análise de Soluções de Reparação”, IST, Lisboa, 1992. [20] Schild, Oswald, “Estanquidad e Impermeabilización en la Edificación”, Tomo 3,

Editores Técnicos Asociados, S.A., Barcelona, 1979.

[21] “Les Procèdes de Traitement des Maçonneries Contre l´Humidité Ascensionnelle“, Centre Scientifique et Technique de la Construction, Note d´information technique, Bruxelles, 1985.

[22] Aguiar, José, Appleton, João, Cabrita, António Reis “Manual de Apoio à Reabilitação dos Edifícios do Bairro Alto”, 1ª edição, Câmara Municipal de Lisboa, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Lisboa, 1992.

[23] Massari, G., “Bâtiments Humides et Insalubres - Pratique de leur assainissement”, Éditions Eyrolle, Paris, 1971.

[24] Aguiar, José, Appleton, João, Cabrita, António Reis, “Guião de Apoio à Reabilitação de Edifícios Habitacionais”, Volume 2, 4ª edição, Direcção Geral de Ordenamento do Território, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Lisboa, 1998.

Documentos relacionados